Livro: Rose na Tempestade

ROSE_NA_TEMPESTADEJon Katz
(3/5)
Editora Novo Conceito
2013
240 páginas

Sinopse: No meio de uma terrível nevasca, a cadelinha Rose insiste em dar conta de seu trabalho como pastora enquanto nos deixa a par de suas curiosas reflexões: onde está Katie, que ela nunca mais viu, embora seja capaz de sentir sua presença em todo lugar? Quem será aquele cachorro selvagem que parece seu amigo? Por que Carol, a mula, fica parada mesmo debaixo de toda a neve que cai? E onde foi parar Sam, que sumiu depois daquele barulho todo? Mas Rose não tem muito tempo para suas reflexões divertidas — e às vezes bem corretas. Agora ela deve voltar sua atenção para uma coisa muito mais séria: correr atrás de Sam, tentar encontrá-lo e, quem sabe, salvá-lo. No entanto, alguns perigos podem ser intransponíveis para uma cachorrinha…

Opinião: Assim que eu vi essa capa fofinha e essa sinopse emocionante eu fiquei com vontade de ler o livro. Mas depois que eu o peguei em mãos e comecei a ler as primeiras linhas fiquei com medo de ter começado a ler um livro que iria me desidratar de tanto chorar. Livros com animais são sempre choráveis e com animais de espírito aventureiro como Rose essa chance aumenta, mas por sorte meu temor de derramar litros e litros de lágrimas não passou de um mero temor.
O livro conta a história de Rose, uma cadelinha mestiça de border collie com pastor alemão, que ama trabalhar na fazenda e é muito leal a seu dono, Sam. Rose aprendeu a pastorar, por instinto nato, e surpreende a todos com sua determinação. Ela e Sam são uma dupla perfeita no trabalho e fazem de tudo para manter a fazenda funcionando.
Com a aproximação de uma tempestade de neve o trabalho na fazenda aumenta e eles tem de manter os animais quentes e em segurança, o que acaba se tornando uma tarefa complicada, primeiro por causa do nível de neve e segundo porque os animais ficam assustados e menos obedientes.
Rose não liga nem para o frio, nem para a quantidade exorbitante de neve, ela sai todo dia, verifica todos os animais, faz seu trabalho e só volta para casa quando se certifica de que tudo está bem. A determinação da cachorrinha é impressionante e até mesmo motivante.

Em momentos assim, às vezes olhava para Rose, que sempre o observava, vigiava a fazenda, pronta para qualquer coisa, e agradecia a Deus por tê-la. Pensara a princípio que adquirira apenas um cachorro. Agora entendia bem demais que ela se tornara outra coisa, mais alguma coisa. Nem sequer queria pensar em ficar nessa fazenda sozinho sem ela.
P. 84

O livro é em terceira pessoa e os animais não tem fala. Os animais são animais mesmo. Eles não entendem a linguagem humana, apesar de conhecerem o tom de voz e os comandos indicados. Mas os pensamentos de Rose são bem evidenciados. Conseguimos entender bastante da mente da cã e compreender suas ações e sua lealdade. A narrativa é bem detalhada e nas partes onde tinha sangue eu precisei pular para não passar mal (tenho fobia a sangue).
Não sei se foi por causa do estilo da narrativa ou da história mesmo, mas eu tive vontade de entrar em uma tempestade como a que Rose viveu para eu hibernar. Tinha momentos que eu não aguentava mais ler o livro. Nunca pensei que um livro de 240 páginas pudesse ser tão tedioso e demorar tanto para terminar a leitura assim. Apesar disso, eu me inspirei em Rose e não desisti da leitura, apesar de querer dormir profundamente e deixar de lado toda história.

Rose não entendeu as palavras e Sam não soou como em geral fazia, quando lhe dava comandos. Mas, apesar disso, ela captou o chamado ao trabalho.
P. 108

Sam trata Rose como um mero animal de fazenda, sem dar muito carinho e afeto e não entendia quando sua mulher, Katie, a tratava como um bicho de estimação. Por causa desse tratamento, Rose apenas recebia e aceitava afeto de Katie. Elas tinham um ótimo relacionamento e Rose não deixou de procura-la mesmo quando Katie ficou doente e faleceu. Era só Sam tocar no nome de Katie que Rose saía procurando a dona.
A morte de Katie deixou Rose e seu mapa mental da fazenda bem confuso, pois ela não podia localizar a dona, apesar de sentir seu cheiro pela casa.

Mas a tristeza não foi embora. Um grande vazio instalou-se nela. Toda manhã, procurava Katie na casa, na trilha, na mata. Toda noite regressava para casa e corria até o quarto no andar de cima. Não encontrava a outra, não conseguia farejar um cheiro recente.
P. 135

Com a morte de Katie Sam fica mais apegado a Rose e parece que reconhece mais a sua lealdade, mas acredito que ele só foi se dar conta da verdadeira amizade da cadela quando ela o resgatou da neve. Após uma forte nevasca, Sam sobe no telhado para tirar um pouco da neve e acaba caindo da escada e ficando soterrado. Rose vê todo o acidente e começa a cavar para socorrer o dono. Ela só para quando o encontra embaixo de vários centímetros de neve. Rose machuca as patas no trabalho, mas mesmo assim só para quando vê o dono em segurança.
Foi a maior demonstração de afeto que Sam poderia receber e depois disso ele começou a ver Rose de outra forma.
Com o acidente Sam fraturou um braço e precisou chamar ajuda e ir ao hospital tratar dos ferimentos. Um helicóptero veio resgatar Sam, ele tentou levar Rose junto, mas ela se recusou a partir. Sam então deu o comando para ela ficar e cuidar da fazenda e dos animais e foi o que ela fez.
Só que durante a ausência de Sam apareceram coiotes selvagens na fazenda e um lobo, que feriram Rose. Felizmente Sam retornou a tempo de salvá-la e o livro não acabou em tragédia.
Além de Rose, outros animais também nos chamam a atenção na história como o cão selvagem Flash, que é da mesma raça de Rose, mas que passou a viver livremente pela mata depois que seu dono faleceu. Ele aparece na fazenda machucado e Rose convence Sam a deixa-lo ficar.
Temos também o touro Brownie (nome do meu gatinho!! Owwwwnnn!!!) e a velha mula Carol. Além deles, também tem o líder coiote que Rose salvou uma vez quando ele era filhote e depois disso eles passaram a ter uma relação diplomática.

Pela primeira vez, ela tinha certa sensação do drama da comida. A sua lhe era dada, mas os coiotes precisavam encontrar a deles, e isso, mais que qualquer outra coisa, era o que modelava a diferença entre eles. Rose tinha seu trabalho, mas comida era o trabalho dos demais ali.
P. 41

Apesar de parecer que Rose dominava e liderava todos esses bichos, o relacionamento entre eles é bem interessante e em vários momentos eles demonstram solidariedade com a cachorrinha.
Mesmo eu não gostando muito da leitura, o livro é bem interessante. O amor e a dedicação da cachorrinha é impressionante e o sentimento entre ela e Sam é lindo.

AGORA ROSE MANTINHA-SE vigilante por Sam naquela terrível noite de inverno.
P. 137

Mas mesmo com isso tudo não é um livro dramático e chorável. Não chorei e nem tive vontade de chorar em nenhum momento.

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50 curiosidades aleatórias sobre mim

Mais um da série de blogagem coletiva Roots, mas acho que esse tema não teve muitos adeptos… sabe como é, né?! Fim de ano, correria, sem tempo para nada… mas vamos que vamos :D
Sim, esse meme é uma versão daquela brincadeira que estava rolando no Facebook e quem quiser pode fazer também :D
1. A primeira palavra que eu falei foi gato (“dato” em linguagem polynesa);
2. Já tive 17 gatos morando em casa de uma vez só, no momento tenho 4 e não tenho a menor intenção de aumentar a população felina em casa;
3. Aprendi a ler com 3 anos, antes de entrar na escola e quando não tinha mais nenhum livro ou revista em casa para ler eu lia a lista telefônica. Aprendi um monte de coisa bacana na lista, uma vez veio até o estatuto da criança e do adolescente nela;
4. Um dos primeiros livros que eu li (que não era de contos) foi O preço da coragem, de Raul Drewnick;
5. Li Harry Potter e a Pedra Filosofal para escola, a gente podia escolher entre HP e um livro de contos, escolhi HP e viciei;
6. O primeiro livro que eu li em uma tarde foi O diário de Bridget Jones, eu tinha uns 14 ou 15 anos na época;
7. Extraí quase todos os meus dentes de leite no dentista. Meus dentes não caíam sozinhos;
8. Até hoje eu não sei o que quero ser quando crescer. O estranho é que eu sabia quando eu era criança;
9. Passo mal ao ver, ler, sentir cheiro ou ouvir falar sobre sangue;
10. Não tenho impressão digital e preciso renovar a carteira de identidade a cada 2 anos;
11. Já tive um fake que tinha mais amigos e fazia mais sucesso no Orkut que eu;
12. Acho muito fácil fazer dieta;
13. Não gosto de chocolate, mas adoro fazer bombons;
14. Não chamo os irmãos da minha mãe de tio/tia porque eu nunca aprendi a chama-los assim. Mas todos os pais dos meus amigos são tios e tias;
15. Sonho de infância nunca realizado: um carro da Barbie;
16. Com 15 anos eu não quis festa, nem viagem para Disney. O primeiro porque eu achava besteira gastar dinheiro com uma festa e o segundo porque eu era “anti-USA”;
17. Uso óculos/lentes de contato desde os 12 anos, tenho miopia e astigmatismo;
18. Odeio óculos (mesmo os de sol);
19. Odeio injustiça, falta de respeito e gente que não respeita as regras;
20. Fico MUITO ansiosa antes de qualquer coisa que altere minha rotina, como ir a um novo médico, fazer um exame novo ou começar um curso;
21. Tirei carteira de motorista logo quando entrei na faculdade, mas não dirigi mais desde que fiz a prova do Detran;
22. Odeio dirigir e na autoescola minha instrutora passava a marcha p/ mim porque eu tinha preguiça;
23. Para mim família é só pai, mãe, filhos ou bichos que morem na mesma casa. Qualquer outro ser que não tenha esse grau de parentesco é qualquer coisa, menos família;
24. Penso em comida 23h por dia;
25. Estou quase terminando o curso de francês, mas sinto que ainda preciso estudar MUITO;
26. Sou alérgica a leite. Tomar sorvete não é algo que eu faça no verão :(
27. Torço p/ Chelsea desde 2008. Já tentei torcer e gostar de outros times de futebol antes, mas nunca liguei para nenhum deles e nunca fui de assistir jogos, até começar a torcer pelo Chelsea. Come on, Blues!
28. Tenho trauma de taruíra, desde que uma praticamente em decomposição caiu em cima do meu pé;
29. Conheci meus melhores amigos na internet;
30. Não tenho medo de baratas;
31. As Spice Girls me proporcionaram tantas coisas boas que não nem consigo contar todas;
32. Já pensei em estudar jornalismo, design e arquitetura, mas no momento a cozinha anda fazendo meus olhos brilhar mais que qualquer coisa;
33. Aprendi a fazer as unhas com 12 anos. Morro de preguiça de ir a salão de beleza e só não faço tudo em casa porque tenho medo de estragar (ainda mais) o meu cabelo;
35. Não sei o que responder quando perguntam minha profissão, sou formada, mas ainda estudo, faço teatro, sou blogueira… o que eu sou? XD
36. Nasci em MG, mas não me considero nem um pouco mineira, nem pisar no estado eu pisei depois que saí de lá aos 2 meses de idade. Capixaba com muito orgulho!
37. Minha cachorra, Pakita, me ensinou a ser sempre alegre e jovem, mesmo se eu estiver velha e doente, o espírito pode (e deve) continuar jovem;
38. Meu cachorro, Nicholas, me ensinou a defender a família com todas as forças e proteger a quem amamos sem nos preocuparmos com nós mesmos;
39. Usei aparelho ortodôntico por 5 anos;
40. Estudei em escolas de bairro e em escolas grandes e mais caras. Tive professores bons na escola de bairro e professores ruins na escola grande. Profissionais bons e ruins existem em todas as empresas, mesmo assim, se eu pudesse escolher, pelo custo x benefício, só teria estudado na escola grande;
41. Tenho 450 livros na estante (biblioteca em constante aumento);
42. Já amei e fui amada, mas não deu certo;
43. Às vezes eu estou na rua de boas e uma bee se apaixona por mim. Me sinto uma espécie de diva pop nessas horas. Achava que só a Madonna que entrava em uma farmácia para comprar filtro solar e ganhava uma bolsinha brilhosa de festa, mas não, eu também ganho!
44. Nunca gostei de Cocoricó ou Castelo Rá-Tim-Bum, mas amava Glub Glub;
45. Meus sonhos possuem começo, meio, fim e trilha sonora original. Quase produções cinematográficas de Hollywood;
46. Nos anos 90 eu odiava Claudinho e Buchecha e Fat Family, hoje eles estão na lista de reprodução do iPod;
47. Odeio pagode, samba, sertanejo e funk. Não tem negociação nesse sentido. Se me levarem para um lugar que toque isso eu vou sim ficar de cara feia, sentada e mexendo no celular;
48. A maioria dos artistas/bandas que eu gosto são do Reino Unido;
49. Assisto Globo News, Viva e Warner na TV. Quase nunca tem algo de bom nos outros canais;
50. A melhor notícia que eu posso receber no dia: “Saiu para entrega”

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Livro: A culpa é das estrelas

A_CULPA_E_DAS_ESTRELASJohn Green
(5/5)
Editora Intrínseca
2012
286 páginas

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar.

Opinião: Estava bastante apreensiva para começar a ler esse livro porque todas as resenhas que eu li dele foram boas e fiquei morrendo de medo de criar muitas expectativas e depois odiar, mas não foi isso que aconteceu.
Felizmente eu tive uma ótima primeira impressão e ela permaneceu boa até eu ler a última palavra.
Todo mundo já conhece a história (ou a sinopse dela) de trás para frente e de frente para trás, então não vou me alongar muito nessa parte.
Hazel é uma garota incrível e perfeitamente normal, se não fosse pelo detalhe do câncer ter prejudicado seu pulmão e ela precisar de um balão de oxigênio portátil.
Como toda adolescente normal ela tem alguns sonhos e expectativas, como conhecer seu maior ídolo e ter um relacionando normal com o namorado.

– O.k. – ele disse, depois do que pareceu ser uma eternidade – Talvez o.k. venha a ser o nosso sempre.
P. 72

Gus é um dos personagens mais carismáticos que eu já conheci. Apesar da doença e de tudo que passou ele ainda é otimista e tenta ver sempre o lado positivo da situação, sem ser muito “Poliana”.

Enquanto ele lia, me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra.
P. 118

É o tipo de livro que faz a gente pensar e querer viver a vida de verdade, não apenas ficar sobrevivendo, seguindo a rotina e esperando pelo próximo feriado ou final de semana.
Tem tanta gente (e criança!) nos hospitais morrendo de câncer com o único desejo de sair do quarto e se desligar dos aparelhos por cinco minutos para sentar no parque e tomar um sol no rosto e a gente que pode fazer isso todos os dias nunca temos tempo ou arrumamos desculpas para não ter tempo.

– Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e estou apaixonado por você.
P. 142

Claro que chorei no fim, mesmo e esperando pela morte (que estava a espreita o tempo todo) e sabendo que ela iria acontecer mais cedo ou mais tarde eu chorei. Fiquei de luto e compartilhei da tristeza dos que ficaram porque sempre é triste ver os bons morrendo, mesmo em livros.

A tristeza não nos muda, Hazel. Ela nos revela.
P. 259

Eu amo as capas simplórias dos livros do John Green, mas a minha preferida é a de A culpa é das estrelas. Também gosto bastante do trabalho que a Intrínseca faz com os miolos dos livros e não foi diferente do trabalho nesse. Não encontrei nenhum erro de digitação ou gramatical.
Na minha opinião, deveria ser um livro de leitura obrigatória.

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