Livro: O Código do Apocalipse

O_CODIGO_DO_APOCALIPSEAdam Blake
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
463 páginas

Sinopse: Depois das investigações de Manuscritos do Mar Morto, a ex-detetive Heather Kennedy recebe um telefonema com uma proposta de trabalho. Um suposto roubo no Museu Britânico precisa ser investigado. Kennedy rapidamente deduz que alguém teve acesso a livros sobre Johann Toller, um profeta europeu louco do século 17. Acreditando que o fim dos dias estava em suas mãos, Toller fez uma série de previsões relacionadas ao Apocalipse e aos eventos que o precederiam. Mas nenhuma delas havia se tornado realidade até então. Agora, pouco a pouco, os sinais se confirmam. Com a ajuda do mercenário e antigo parceiro Leo Tillman e de uma jovem que pertence a uma tribo secreta, Kennedy deve lutar para impedir que a próxima profecia se concretize: a destruição de uma cidade sem nome…

Opinião: Antes de começar a leitura eu já sabia que seria um livro de tirar o fôlego. Manuscritos do Mar Morto já me deixou eufórica e eu imaginava que podia esperar algo do mesmo nível e felizmente não me dececpcionei nem um pouco, muito pelo contrário. Acho que o autor conseguiu se superar.

Todo mundo comentava sobre como as más notícias sempre chegam em trio. A invasão foi a má notícia número três.
P. 35

O livro é dividido em seis partes: Uma trombeta profere o julgamento, Um soldado, O martelo, Conselho de guerra, O ventre da besta e O joio e o trigo.
A narrativa é em terceira pessoa e começa com uma investigação particular da ex-detetive Heather Kennedy.
Kennedy precisa investigar quem misteriosamente invadiu o Museu Britânico, entrou na sala 37 e supostamente não roubou nada.
Só que com Kennedy, o caso nunca é nada ou simples demais, claro que tem algo de estranho acontecendo e ela começa a investigar.
Descobre então que um livro foi roubado, um livro que fala sobre o Apocalipse.

– É claro que deve voltar. Termine o trabalho que lhe deram. Encontre o livro e faça o que deve ser feito. Por que acha que estive dedicando meu tempo a vigiar sua retaguarda? Por que outra razão valeria a pena salvar você?
P. 116

Heather começa a fazer a ligação entre o livro do Museu Britânico e seus antigos “amigos” dos Povos de Judas. Como ela foi pega novamente se envolvendo nos assuntos deles coisas estranhas começaram a acontecer com ela, mas o mais de estranho de tudo foi a aparição de uma jovem que se apresentou como Diema.

O amor era tanto o alicerce da sociedade quanto sua argamassa: se isso lhes faltasse, o que restaria?
P. 122

Diema salvou Kennedy de uma emboscada e havia uma ligação clara ligação entre Diema e o Povo de Judas, mas qual seria? E por que Diema se preocupou em salvar a vida de Kennedy quando ela na verdade era uma ameaça para o seu povo?
Para descobrir essas respostas e também o que significava o livro desaparecido do Museu Britânico Heather contactou a ajuda de seu amigo Leo Tillman.

– Só coincidência. Porque a alternativa é pensar que o universo todo se modifica só por sua causa. E, se começar a pensar desse jeito, terá meio caminho andado para algum tipo bem sério de transtorno de personalidade.
P. 154

Leo Tillman e Heather Kennedy começam a trabalhar juntos e a descobrir a relação entre Diema e o Povo de Judas. Eles também contam a ajuda do jovem Ben Rush. A princípio ele não é de muita utilidade e entra na aventura apenas por acaso, mas seu papel na história vai se tornando importante.

Mas, ainda assim, ele a deixava inquieta. E a inquietude e o asco eram como água e óleo: não se misturavam.
P. 198

Há uma divisão entre o Povo de Judas. Um grupo rebelde liderado por Ber Lusim estava provocando uma série de eventos que levaria ao Apocalipse e Deus voltaria à Terra para entregá-la aos seus verdadeiros donos, o Povo de Judas. A missão de Diema era impedir que os eventos acontecessem e ela contava com a ajuda de Heather e Leo.

A mão que tira você do fogo pode ser justamente a que o levará para a frigideira.
P. 223

Apesar do Povo de Judas não se misturar com o resto do mundo (os adamitas), eles estavam juntos nessa missão. Há tensão o tempo todo, pois Diema e seu povo não hesitaria em nenhum momento matar Heather, Leo ou Ben.
O livro tem mais páginas que muitos outros thrillers, mas a leitura é tão rápida quanto a dos demais. A história é bem envolvente e é impossível terminar um capítulo sem ter vontade de começar (e terminar) o próximo.

– Jesus Cristo! – Rush protestou. – O que é que estamos dizendo aqui? Sério? O Toller previu o fim do mundo 300 anos atrás e agora está acontecendo?
P. 258

Apesar de haver alguns spoilers a respeito do livro Manuscritos do Mar Morto, não é necessário lê-lo primeiro para depois ler O código do Apocalipse. São livros independentes que se completam, apenas isso.
É um livro bem estruturado e dividido. As divisões deixam a história mais amarrada e eu gosto quando tem vários capítulos. Não são capítulos muito longos, o que facilita muito a leitura.
Achei tanto a capa quanto a lombada lindas! Chama bastante atenção e dá vontade de começar a ler o livro logo. A imagem do “anjo” é brilhosa, contrastando com a capa fosca. A fonte do título é em alto relevo, dando um ótimo acabamento.
As páginas internas são amarelas (passei a detestar as brancas) e não há muitos detalhes no miolo. A história é bem valorizada. As fontes utilizadas tanto nos títulos das partes quanto nos capítulos é simples, mas combinou com o restante do livro. Chama atenção, mas não a ponto de tirar o foco da leitura.
Apesar de amar livros com detalhes nas páginas internas, ultimamente estou preferindo as histórias bem escritas ao trabalho bonito do designer.
Depois da leitura de O Código do Apocalipse acho que posso incluir Adam Blake (pseudônimo de um autor inglês) na lista dos meus autores favoritos. E livro certamente entrou na lista de favoritos do ano. Cinco estrelas com muita honra.

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