Livro: O Despertar do Príncipe

O_DESPERTAR_DO_PRICIPEColleen Houck
(4/5)
Editora Arqueiro
2015
377 páginas

Colleen Houck está de volta em uma nova maravilhosa série. Quem se apaixonou pela autora em A maldição do Tigre não pode deixar de ler O Despertar do Príncipe. Promete ser outra série incrível e eu já me apaixonei pelo primeiro livro (com várias ressalvas, diga-se de passagem).
O despertar do príncipe é o primeiro volume da série Deuses do Egito, uma aventura grande na mitologia egípcia.
Lilliana Young é uma jovem rica e mimada, aos 17 anos ela tem tudo o que uma garota sonha: uma mesada generosa para comprar todas as roupas e sapatos de grife desejados, pais bem sucedidos, uma moradia privilegia (em um hotel luxuoso no centro de Nova York) e liberdade para ir aonde quiser. A única exigência de seus pais é um boletim com notas altas e se comportar conforme os pais esperam, inclusive só se relacionar com quem eles previamente aprovarem.
Nada mal para uma garota cuja única preocupação no momento é a escolha de qual universidade ir (que obviamente ela deve ser uma do agrado dos pais). Absorta nessas questões escolares ela entra no Metropolitan Museum of Art para refletir sobre sua carreira e consegue acesso à uma área nova e restrita do museu: a seção egípcia.
Enquanto mexe em seus desenhos (Lilliana ama desenhar) ela é surpreendida por um lindo príncipe egípcio que acaba de despertar após mil anos. Neste momento a vida de Lilliana se transforma: depois do choque de topar com uma múmia (linda por sinal) ela ainda se vê metida em uma missão para realizar uma cerimônia para salvar a humanidade das mãos de um maligno deus.

– Possibilidades. Vamos celebrar o desconhecido.
P. 113

Lily – sim, a mudança acontece até no nome da garota – empresta sua força vital para Amon e juntos eles vão para o Egito despertar os outros dois irmãos (Asten e Ahmose) do príncipe e realizar a cerimônia antes da lua cheia.
É inevitável não comparar O despertar do príncipe com A maldição do Tigre. Duas jovens que encontram com príncipes do passado e precisam ajuda-los em uma missão. Mesma receita, mas com algumas modificações.
Diferente de Kelsey, Lily é mais atrevida e proativa. Ela foge totalmente do estereótipo de menina rica e delicada. Lily é mais forte e decidida que Kelsey e isso é uma enorme vantagem (até eu que gosto da Kelsey preferi Lily mil vezes).
Mesmo assim me decepcionei um pouco com a leitura.
A autora não conseguiu me jogar dentro da história, não conseguia me imaginar nos locais descritos nas cenas de ação e a maior parte do tempo fiquei me perguntando se os mitos egípcios eram verdadeiros ou se foram inventados. Diferente dos livros do Rick Riordan, por exemplo, que eu entro na história de cabeça e acredito no que ele escreve sendo verdade ou não. Mas neste livro não rolou essa química, fiquei duvidando dos fatos e indo e voltando na história.

No início, o que me levara a segui-lo naquela aventura fora um misto de curiosidade e fascínio, mas, agora que eu tinha passado mais tempo com ele, percebia que não se tratava apenas disso. Eu não estava mais fazendo tudo aquilo em troca de aventura de aventura ou emoção. Estava gostando dele.
P. 199

Outra semelhança com AMDT (não tem como não comparar gente) é que os príncipes caem de amores pela mocinha. São sempre príncipes lindos, bem educados e que sabem galantear como ninguém. Gostei muito de Amon (e de Asten e Ahmose também) e ele não se parece em nada com Ren, mas sabe quando você lê a história e as falas e pensa de novo isso? Pois é, aconteceu comigo.
O romance entre Lily e Amon (sim, óbvio que tem romance) é bonitinho, fofo e achei bem mais interessante que as cenas de ação. Não me perguntem, mas eu gostei mais das cenas de romance dessa história do que as de ação.
Não sei se o meu erro foi ter apostado demais em um livro. Acho que coloquei expectativa demais na história antes de começar a leitura apenas pelo fato de ser um livro da Colleen e no final acabei me decepcionando.
Pelo menos a narrativa da autora é muito fluída, eu li o livro em dois dias pegando apenas dentro do ônibus. O livro é narrado em primeira pessoa, pelos olhos da Lily, e como ela é uma boa protagonista a leitura ficou ainda melhor.
A capa é linda, como todas as capas dos livros da Colleen, trabalho impecável da editora nesse ponto.
O miolo é em uma boa gramatura e em páginas amarelas e os capítulos se iniciam em uma nova página (meu detalhe preferido!).
E apesar de ter criticado um pouco ainda aposto na série e estou super ansiosa pelo lançamento dos próximos livros. Adoro a escrita da Colleen e quero saber se após tantas críticas (é só procurar outras resenhas) ela vai modificar o rumo da história. Vamos aguardar.

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