Livro: O eterno Barnes

oeternobarnesSalustiano Luiz de Souza
(4/5)
Editora Novo Século
2013
248 páginas

Sinopse: Doutor Barnes, um famoso neurocirurgião, começa a desenvolver na Universidade onde trabalha uma pesquisa científica tentando transformar os dados do cérebro em arquivos de dados, codificando-os de modo que possam ser copiados. Com o avanço da pesquisa, acaba conseguindo copiar para o computador todos os dados de memória que formam o ser humano, como suas experiências, suas emoções, suas recordações, enfim, sua vida. Deslumbrado com a descoberta, começa a perceber que estes arquivos possuem uma estrutura totalmente diferente e uma sinfonia divina, e começa a ficar obcecado pela ideia de que seja possível copiar cérebros de um paciente para outro. Ao contrário do que deveria ocorrer, Barnes, cada vez mais, esconde suas pesquisas, pois seu objetivo passa a ser implantar seu próprio cérebro em outro paciente, mais jovem e sadio, pois está acometido de uma séria doença. Busca, desta forma, alcançar a tão almejada eternidade. Para isto, não mede as consequências de seus atos, que passam a ser justificados pela ambição que lhe domina. Conseguirá Barnes o seu intento?

Opinião: Fiquei bastante curiosa ao ler a sinopse e não sabia direito o que esperar de um livro tão ímpar.
A história é tão interessante quanto parece e o enredo se passa todo no Brasil, na Universidade de Santa Catarina. Lá, o Doutor Barnes, desenvolve, em segredo, uma grandiosa pesquisa que poderá eternizar a mente humana.
Antes de ler, até imaginei algo estilo Dan Brown, mas é completamente diferente.
Achei que em algumas partes há divagações e ideias filosóficas demais. Um pouco mais de objetividade daria mais ritmo à história, mas por outro lado também gostei das indagações.

Olhava aquele pequeno cérebro de macaco e percebia que a anatomia era quase igual à do homem, quase nada a diferenciava dos demais primatas. Por que então o homem acreditava que tivera este privilégio de ser diferente? Único, de ser moldado, formatado por mãos divinas, se era semelhante a qualquer outro ser vivo? Algo estava errado nessa história.
P. 37

Não sei se foi só comigo, mas achei a veia jurídica do Salustiano bem evidente. Vários trechos e frases foram escritos de uma forma que só advogados conseguem, mesmo ele não ter usado jargão ou frases em juridiquês a estruturação da frase era típica. Para mim não prejudicou a leitura ou o entendimento da história, mas depois de eu ter aulas e mais aulas de Direito e ler livros das disciplinas e textos de lei minha mente queria outra coisa, sabe?

Realmente, Barnes já não tinha mais sentimento de culpa. Já não se importava mais com aquelas vidas. Seu projeto, agora já bem consistente, não podia deixar testemunhas, e esta decisão não comportava sentimentos. Desenvolvera a filosofia do parasita e parasita não pode se preocupar com a sorte do hospedeiro. Pobre Lourdes.
P. 93

Em outros momentos, principalmente na fala dos personagens, achei tanto a linguagem quanto a forma de expressão um pouco parecida com a do André Vianco.
De um modo geral, gostei do livro. Me surpreendi bastante com o final e o rumo dos personagens! Nunca imaginei que nada daquilo poderia acontecer. Um trabalho muito bom para o primeiro livro do autor.
Por ter um número razoável de páginas, dá para ser lido em um único dia.
Gostei muito do trabalho da Novo Século na diagramação e design da capa do livro. É um ótimo trabalho de incentivo aos novos autores.

Estranho, pensava Tatiana, como pode a gente gostar tanto de se expor ao perigo? Andamos em montanhas-russas, despencamos em elevadores, pulamos ded bungee jump, mergulhamos nas profundezas de cavernas submarinass, fazemos mil coisas perigosas só para ter essa sensação de liberdade.
P. 219

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2 Comentários

  1. Poly :)
    Como vai?

    Bom,este livro me parece bem interessante pela temática,por se passar no Brasil ,pela capa e claro,pela tua resenha :)

    Desculpe a ausência aqui :(
    Beijos e boa semana