Livro: O nome em seu pulso

O_NOME_EM_SEU_PULSOHelen Hiorns
(5/5)
Editora Farol Literário
2015
255 páginas

Desde pequeno seus pais te orientam a não mostrar o nome em pulso para ninguém, quando entra na escola essa orientação também permanece, até que um dia o nome aparece lá. Aquele nome é o da sua alma-gêmea. Aquela pessoa que você está destinada a amar e ficar para sempre.
Todos têm gravado em seu pulso um nome e devem buscar sua metade para passarem o resto de suas vidas juntos. A sociedade toda girava ao redor disso e os relacionamentos eram levados muito a sério.
Corin vivia nesse ambiente e não aceitava essa história tão bem assim. Em um mundo que preservava os relacionamentos duradouros Corin já tinha namorado três garotos. Todos acreditavam que o nome gravado em seu pulso era Thomas, pois ela estava se relacionando com o terceiro deles.
Thomas era o nome mais comum e ela isso como um ato de rebeldia. Corin era órfã de pai e presenciou de perto sua irmã, Jacinta, sofrer (e surtar) por amor. Ela acredita que todos os problemas que a cercavam estavam relacionados com a alma-gêmea e por isso luta contra o sistema.
Corin começa a se relacionar com Colton, um garoto que estudou com ela desde sempre e ela nota muitas coisas em comum entre eles. Sem querer ela entra nesse relacionamento com Colton e acredita que eles estão quebrando todas as regras por não serem almas-gêmeas e, inclusive, mostra para ele livros e histórias proibidas pelo governo, como por exemplo, Harry Potter e Shakespeare.

A humanidade é muito boa em se gabar das coisas que supostamente são positivas e encobrir as coisas que não quer que mais ninguém saiba.
P. 66

Enquanto tudo isso acontece o número de suicídios entre os jovens aumenta, mas tudo é abafado pelas autoridades. Corin só tem acesso a essas informações pelo submundo e quanto mais coisas ela descobre, mais ela quer saber. Corin é uma jovem muito curiosa e um pouco cética em relação às almas-gêmeas.

Eu tinha que admitir que sempre pensei que os livros permitidos eram uma porcaria, mas isso não significava que eu tinha o resquício de uma escrita pobre, personagens fracos e insípidos e que o enredo ruim ainda estava impregnado no tecido do meu cérebro.
P. 122

A princípio parece ser uma história apenas sobre romances e uma garota rebelde, mas conforme a leitura avança vamos percebendo que é muito mais que isso. Trata-se de uma crítica a sociedade como um todo. Eu achei a história uma distopia disfarçada. É uma distopia bem leve, com todos os seus elementos, mas é descrita de um modo tão sutil que nem parece ser uma distopia. Bem diferente dos livros distópicos famosos.
A leitura flui muito rápido. A escrita da Helen Hiorns é muito objetiva e concisa. Apenas algumas coisas são escritas mais detalhadamente, o resto segue em um ritmo mais rápido.
Li em dois dias praticamente (o problema foi encontrar dois dias do meu tempo para me dedicar à leitura) e gostei muito. O fim é um pouco vago e deixa vários pontos em abertos que indicam uma continuação (e eu estou quase surtando de vontade de ler mais).
O final de O nome em seu pulso é surpreendente e tudo que a Corin nos fez acreditar ser verdade cai por terra. Adorei a sensação de me sentir enganada, foi muito bom brigar com o livro e falar “mas como assim???” quando as coisas se encaixam no fim.
A narrativa é em primeira pessoa e vemos tudo pelos olhos de Corin. Sabemos como ela está se sentindo o que ela pensa das pessoas. Acho que leituras em primeira pessoa fluem mais rápido e por isso eu gosto tanto.
A revisão do texto estava ótima.
Gostei da capa, mas não achei relação dela com a história. Pela capa o livro parece tratar de suicídio ou de uma garota suicida, nada a ver com distopias.
O miolo é bem simples, mas as páginas amareladas e a demarcação bem organizada dos capítulos ajudaram na leitura. Adorei a gramatura das páginas internas, é uma delícia a textura suave!
Sem dúvidas, uma das melhores leituras do ano. Mais do que recomendado.
beda

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9 Comentários

  1. Gente, que máximo! Eu nunca tinha visto uma história parecida, eu curti bastante :D Interessante HP ser citado como algo proibido hahaha

    bjos

  2. Oi Poly!
    Me deu a impressão de que eu já havia comentado nesse post, mas como não tá aqui vamos de novo, rsss
    Pelo que descreveu parece que o livro é muito bom e eu adoro livros que “te enganam” até o final e que não ficam no “emblomation” com detalhes que nada acrescentam a trama. Com certeza comprarei esse.
    Bjus

  3. Já estava bastante interessada em ler esse livro só pela sinopse, e agora depois de ver essa resenha fiquei ainda mais ansiosa em conferi essa história que parece ser ótima.

  4. A história parece ser boa, essa reviravolta no final me parece ser bem o tipo de coisa que eu acho inteligente e que eu gosto =D

    Miquilis

  5. Não tinha ouvido falar sobre esse livro nem tinha ficado muito interessada nele, mesmo após ver que ele estava aqui no blog para sorteio.
    Só fiquei curiosa após você dizer que era uma distopia (mesmo que leve, de acordo com sua resenha), que é um dos meus gêneros literários preferidos. Mas, mesmo agora lendo um pouco sobre ele, não fiquei tão empolgada assim…
    A capa é até bonitinha.