Livro: Peter Pan tem que morrer

PETER_PAN_TEM_QUE_MORRERJohn Verdon
(4/5)
Editora Arqueiro
2015

O detetive aposentado Dave Gurney está de volta para resolver esse terrível assassinato. Gurney é chamado para determinar a culpa a inocência de uma mulher condenada pela morte do próprio marido. Seu único papel era mostrar que houve erro na investigação e que a condenação deveria ser anulada, mas Gurney não quer apenas a anulação do julgamento, ele precisa descobrir a verdade sobre o crime.
Dave entra em uma batalha contra um investigador corrupto, um chefe da máfia, uma linda e sedutora jovem, o irmão bonzinho demais do morto e um assassino bizarro que tem a altura e os traços de uma criança (por isso o apelido de Peter Pan).
A trama é bem ágil e reviravoltas acontecem a todo tempo.
Eu gosto muito de livros policiais e nunca tinha lido nada do John Verdon, então estava muito ansiosa e cheia de expectativas em relação à leitura e isso me atrapalhou bastante. Acho que não é saudável depositar tantas expectativas em um livro, a chance da leitura não ser tudo aquilo é enorme.
Achei que terminaria a leitura em dois dias e não conseguiria parar de ler nem para comer, mas não foi nada disso que aconteceu comigo.
Eu li e parei diversas vezes e consegui ficar dias sem ler. Quem nunca se sentiu frustrado que atire o primeiro livro.
Mas nem por isso vou dizer que se trata de uma leitura ruim, pelo contrário, gostei muito do enredo, da narrativa do autor e do protagonista Dave Gurney, darei mais uma chance para o autor no futuro, podem ter certeza.
Dave e sua mulher levam uma vida tranquila no campo, não que ele goste tanto disso, mas Madeleine é apaixonada pelo campo, adora cuidar de suas galinhas (está querendo construir um novo galinheiro no quintal) e se envolve bastante nas atividades locais. Já Dave sente falta da adrenalina das investigações.
Ele quase morreu nas duas últimas vezes e Madeleine acha que ele estava tentando se matar e, por isso, tenta o tempo todo traze-lo para a vida no interior.
E lá estava ele, tentando se adaptar a este estilo de vida, quando seu amigo policial Jack Hardwick chega com uma proposta incrível: anular o julgamento de Kay Spalter, uma mulher acusada de mandar matar o próprio marido, Carl Sparter.
O julgamento foi todo feito “nas coxas” e anula-lo não seria complicado, apenas análise de questões burocráticas e investigação de corrupção policial, mas no decorrer da história as coisas ficam complexas.
Os principais suspeitos do crime, além de Kay Spalter, são: a filha de Carl, um chefe da máfia e o irmão de Carl, que é bonzinho demais.
Na primeira parte da trama não consegui ver nenhuma relação desses suspeitos com o título do livro. Afinal, quem era Peter Pan e por que ele tinha que morrer? A curiosidade para descobrir isso foi o que me motivou a continuar na leitura. Vários capítulos se passaram até que finalmente temos contato com a figura chave do livro, um assassino com traços infantis que ganhou o apelido de Peter Pan.
A história não é complexa e o final é muito simples, tão simples que acaba se tornando confuso.
E obviamente eu não consegui descobrir o mistério!
A narrativa é em terceira pessoa, mas há tantos detalhes sobre o que Dave está pensando que às vezes parece ser escrito em primeira pessoa. É uma história bem envolvente, mas confesso que os capítulos e partes que contam sobre a vida pessoal de Dave me desanimaram.
Ao final da história percebemos que tudo faz sentido, mas depois de um dia cansativo eu não queria ler sobre como foi o dia de Madeleine (desculpa, mas eu não queria mesmo).
Em relação à edição, está ótima! A capa é linda, as letras que criam o título são em alto relevo e a capa é brilhosa. A diagramação e gramatura do papel são ótimos e confortáveis para leitura. Nota 10 neste quesito para a Arqueiro.

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