Livro: Príncipe da Noite

PRINCIPE_DA_NOITEGermano Pereira
(3/5)
Editora Novo Conceito
2013
368 páginas

Sinopse: Toda manhã, o psicanalista Gabriel se surpreende ao acordar: sempre encontra uma mulher diferente dormindo ao seu lado. Ele nunca se lembra do seu nome, nem da maneira como a conheceu. A única coisa que resta de suas aventuras noturnas é um lapso de memória. Mas esta noite tudo se repetirá: quando cruzar com uma bela mulher, na noite seguinte, perderá o controle de quem é, porque o seu outro “eu” é capaz de tudo para satisfazer seus desejos mais primitivos. Mantendo esse segredo somente para si, Gabriel leva uma vida aparentemente normal na grande Londres, ouvindo diariamente os problemas de seus pacientes, enquanto tenta fugir das loucuras de sua ex-namorada. Mas nada é verdadeiramente normal para um homem que pode ser controlado pelo Príncipe da Noite…

Opinião: Particularmente eu não gostei do livro. Esperava muito mais dele e em vários momentos eu até pensei em desistir, mas consegui terminar a leitura, muito a contra gosto.
Começando pela capa, eu gostei. Ela tem um ar misterioso que combina bem com a trama. Gostei de tudo e se o livro ganhasse créditos só pela capa esse ficaria com uma ótima classificação.
A diagramação interna também é boa. A fonte é de um tamanho grande que facilita a leitura. Os capítulos se iniciam em uma nova páginas e há alguns detalhes no miolo.
O livro conta a história de Gabriel, um psicanalista brasileiro que mora em Londres há vários anos. Gabriel tem um sério problema. Toda manhã quando ele acorda ele está com uma mulher na cama, mas não lembra nada a respeito dela. Gabriel vive refém de sua outra personalidade, o Príncipe da Noite, um serial killer do sexo, que domina e usa seu corpo para conseguir toda mulher que encontra.

Tragicamente, nada posso fazer. Estou à mercê da vontade do Príncipe. Ele mais uma vez destrói uma possibilidade de amor.
P. 77

Apesar de Gabriel não conhecer a maioria das mulheres que acordam em sua cama, ele se relaciona com algumas (amigavelmente ou profissionalmente) e teme que o Príncipe se relacione com elas também. Hillary, sua terapeuta, Sophie, uma radialista que o convida para fazer um quadro no programa de rádio que ela apresenta, Chloe, sua amiga e Rachel, uma mulher com quem ele se envolveu e que depois de anos sumida está de volta provocando-o.
A narrativa é em primeira pessoa, começando a ser contada por Gabriel, mas em alguns momentos é o Príncipe da Noite que entra em cena.

Distante e do lado oposto ao terreno sepulcral encontra-se o Príncipe, soldado do afeto, serial killer do sexo que, apesar de ofuscado pelos acontecimentos tortuosos da vida, direciona-se guiado sempre pelo brilho da luz do amor.
P. 9

Achei alguns momentos confusos, principalmente nessas mudanças de personalidade.

Na verdade mais um fator me deixa respirar tranquilo e aliviado: a ausência do Príncipe da Noite. Ao que eu saiba ele não está aparecendo. Quase como se ele tivesse tirado férias. Mas não posso saber absolutamente, pois a forma como ele aparece sem deixar rastro faz com que eu perca grande parte de suas cenas.
P. 168

A história começa lenta e aos poucos vai ganhando ar de mistério e queremos saber mais sobre o Príncipe da Noite e das mulheres que ele vitima. Além de querermos conhecer mais da história dele com Rachel e quem é o ser misterioso que fica enviando ameças para Gabriel. A história é bastante complexa, assim como a mente humana e acho que se a intensão do autor era transmitir essa sensação de complexidade ele conseguiu.

Fico estarrecido. Não posso crer. O Príncipe da Noite está ligando para a rádio e falando com a Sophie, conquistando-a. Não consigo pensar em mais nada a não ser a revelação de Sophie, que ecoa em minha mente. Como é possível?
P. 195

Ainda quero acreditar que houve um propósito maior para a história demorar tanto para evoluir, porque ela caminha em ritmo lento até quase o final, então ela entra em um ótimo ritmo e o livro acaba.
Fiquei muito decepcionada por não encontrar nem metade das minhas perguntas ao chegar ao fim. Ao que tudo indica, o Germano lançará uma continuação, mas eu não gosto quando o livro termina sem respostas essenciais.
Segundo o próprio autor, ele queria escrever algo diferente do que estava no mercado. Acho que ele atingiu esse objetivo, mas não me conquistou como leitora.

Não posso dizer que não sinto nada. O Príncipe me deixa ver tudo de camarote, de um ponto de vista privilegiado.
P. 279

Acredito que por causa dessa peculiaridade, este seja um livro para amar ou odiar. Alguns amarão e outros como eu, não gostarão tanto assim.

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