Livro: Se eu ficar

SE_EU_FICAR_Gayle Forman
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
224 páginas

Sinopse: Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera… e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

Opinião: Leitura intensa!
Mia tinha tudo o que uma garota poderia querer, pais adoráveis e divertidos, que entendiam suas necessidades de adolescente e lhe amavam como ela era, um irmão mais novo fofíssimo, que não era pentelho e um namorado carinhoso.
Tudo isso muda completamente em uma manhã de fevereiro e ela precisa ser muito forte e tomar uma decisão muito importante.

Sou eu quem deve decidir. Agora sei.
E isso me aterroriza mais do que qualquer outra coisa que aconteceu hoje.
P. 75

O livro é narrado em primeira pessoa, pela visão de Mia, uma adolescente de 17 anos, apaixonada por música e violoncelista. O livro não é dividido em capítulos, é como se fosse um grande conto narrando um dia na vida de Mia. A única demarcação de tempo é por meio das horas indicando quando cada fato acontece.

Até que eu consiga descobrir o que fazer, tenho de deixar as coisas nas mãos do destino, ou dos médicos, ou de quem quer que o faça quando a pessoa que deve decidir está confusa demais até para escolher entre o elevador ou as escadas.
P. 101

Tudo começa em uma manhã de fevereiro, quando Mia e sua família estão tomando café da manhã e Mia descobre que não terá aulas por causa de uma nevasca que se aproxima, seus pais também não vão trabalhar, então eles decidem fazer um programa familiar: visitar os amigos de manhã, passar na casa dos avós de Mia mais tarde e voltarem para casa à tempo de Mia ir para o show de seu namorado, Adam.
A família sai de carro e eles sofrem um acidente. A princípio, Mia não entende a situação, ela não sente nada, mas ainda ouve a música que estava tocando no carro antes do acidente, ela se levanta e começa a andar em direção ao automóvel, então ela começa a ver o corpo dos pais, ouve sons de ambulâncias, vê os paramédicos trabalhando e, finalmente, vê seu próprio corpo sendo entubado.
Mia é levada de helicóptero para o hospital e fica observando os médicos colocando tubos e equipamentos em seu próprio corpo, enquanto tenta entender o que está acontecendo com ela. Ela sabe que ainda não morreu, mas também não sente nenhum tipo de dor física, muito menos pode perambular livremente por aí.

Estou começando a entender agora. Quer dizer, não entendo exatamente tudo. Não funciona como se de alguma forma eu tivesse controle sobre o meu corpo, e pudesse romper um vaso sanguíneo dentro de mim para fazê-lo começar a sangrar. Não é como se eu quisesse outra cirurgia. Mas Teddy se foi. Mamãe e papai também. Hoje de manhã, saí com a minha família para um passeio de carro. E agora estou aqui, mais sozinha do que nunca. Tenho dezessete anos. As coisas não deveriam ter acontecido dessa forma. Não é isso que deveria ter acontecido com a minha vida.
P. 136

O livro narra toda tensão que envolve as primeiras horas essenciais após o acidente e o que acontece no hospital com Mia, os médicos fazendo o possível para salvá-la, a família e os amigos apreensivos na recepção esperando por notícias e o namorado aflito por ver a amada, mesmo que por alguns instantes. No meio disso tudo, há flashes da vida de Mia antes do acidente.
Não gostei do livro não ser dividido em capítulos, mas isso não prejudica a leitura, pois ele é bem fininho e com uma linguagem bastante tranquila. Acho que a adaptação cinematográfica dele será ótima, pois ele se parece um pouco com um roteiro. Não na questão da estrutura, mas o modo como a história é contada, é bem típica de filmes.
A expectativa com o final do livro e em como tudo vai terminar nos leva a ler uma página atrás da outra, sem parar. Mas apesar de ser um livro bem dramático, eu não derramei nenhuma lágrima, talvez no filme, com a trilha sonora e tudo mais, eu gaste os lenços que a Novo Conceito enviou junto com o kit.
O mais bacana é o fato dele mostrar a fragilidade da vida, como tudo que está perfeito pode mudar em questão de minutos, por causa de um simples fato da natureza, uma simples decisão que a gente toma ou uma simples notícia no rádio.
O filme Se eu ficar estreia nos cinemas brasileiros essa semana (dia 04/09), então fica como recomendação de leitura e também de filme para o fim de semana.

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