Livro: todos os nossos ontens

TODOS_OS_NOSSOS_ONTENSCristin Terrill
(5/5)
Editora Novo Conceito
2015
352 páginas

O governo dos Estados Unidos da América construiu uma máquina do tempo em segredo e as consequências da existência desta máquina podem ser catastróficas. Imagine se os rebeldes pudessem ser destruídos antes mesmo que se rebelassem? Ou se alianças pudessem ser quebradas antes mesmo que acontecessem?
Todos os nossos ontens se passa em um futuro não tão distante, mas que por causa de uma máquina do tempo toda a realidade que conhecemos acabou.
O tempo não é algo linear e quando mexemos com o passado podemos alterar o futuro e mudar completamente o rumo da história.
Os Estados Unidos se tornaram uma superpotência por causa desta máquina, mas como consequência a liberdade das pessoas acabou e todos vivem sob tensão militar. Todo mundo precisa justificar o que faz e onde vai. Se algo sai do controle esta situação é resolvida alterando o passado.
Finn e Em são prisioneiros do governo. Eles já voltaram no tempo 19 vezes tentando destruir a máquina e devolver a liberdade para as pessoas, mas em todas elas eles foram pegos.
Agora eles têm a última chance: voltar no tempo matar o “Doutor”. Somente com a morte dele o mundo voltará a ser o que era.

Nós nos sentamos em silêncio e olhamos fixo para a pequena casa geminada verde mais à frente na rua, e eu cruzo os braços para afastar o frio do ar gelado que entra pela janela quebrada. Não quero me lembrar dessas coisas. Mas James sempre disse que o tempo é complicado, que tem uma mente própria. Talvez esse seu jeito de nos punir por brincar com ele.
P. 141

Uau! Sabe aquele livro que está na sua estante há muito tempo e você quer ler, mas fica com medo de não gostar e acaba deixando a leitura para outra hora? Isso aconteceu com Todos os nossos ontens, mas felizmente eu resolvi colocar a leitura em dia e não me decepcionei nem um pouco com o livro.
É uma distopia que te prende do início ao fim. Um desses livros que é impossível parar de ler. Este é o primeiro livro da autora e ela começou com o pé direito porque é uma obra muito boa. Ela consegue amarrar todos os pontos e criar uma trama maravilhosa.

– É um paradoxo. Mas a questão do tempo é que, na verdade, ele não é linear como pensamos. Uma pessoa que eu conheci tinha uma teoria sobre o tempo, de que ele tem um tipo de consciência. Ele limpa as coisas e evita ser rasgado por paradoxos congelando certos eventos e evitando que eles mudem.
P. 65

Em e Marina são a mesma pessoa, mas estão separadas pelo tempo. Em vive no futuro e Marina no passado. Conhecemos a história pela narrativa das duas e mesmo sendo a “mesma pessoa”, elas são muito diferentes entre si, praticamente uma é o oposto da outra. Enquanto Em é centrada, persistente e lutadora. Marina é mimada, inocente e fútil.
Sempre imaginei como seria viajar no tempo e gostei muito de como a autora colocou a questão. Não entendo nada de teoria da relatividade ou sobre viagens no tempo, mas achei bem interessante o modo como a autora explicou o assunto. Como telespectadora de The Big Bang Theory achei que fez sentido muitas coisas.
Gostei das reflexões políticas e das implicações negativas que uma viagem no tempo poderiam causar. A gente (eu pelo menos) só pensa nas coisas boas, mas uma tecnologia deste nível pode ser usada para o mal e gostei como a autora falou sobre isso.
Não foi meu livro preferido do ano, mas chegou bem perto disso. Uma das distopias mais incríveis que já tive o prazer de ler.
Gostei muito da capa e do marcador que a editora enviou junto com o livro. Ficou um trabalho realmente belíssimo.
O miolo é simples, sem detalhes ou desenhos. A fonte é boa para a leitura, juntamente com as páginas amareladas, fez a leitura fluir muito rapidamente.

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