Livro: O primeiro dia do resto da nossa vida

o primeiro dia do resto de nossas vidasKate Eberlen
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
432 páginas

Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem…

Quem consegue resistir a um livro com essa chamada? Se a sua mente já começou a tocar alguma música da Liz Phair e você está esperando uma comédia romântica digna de Sessão da Tarde você está certo.
A história de O primeiro dia do resto da nossa vida começa em agosto de 1997.
Tess está de férias com sua melhor amiga Doll e sonhando com a universidade. Elas passaram o verão viajando de um país para outro da Europa e agora estão na Itália aproveitando os últimos momentos. Elas estão fazendo planos para o futuro e pensando em como a vida mudará com o fim das aventuras de verão. Tess, uma moça inteligente e ávida tenta absorver ao máximo da cultura e da arte presente no país. Doll não se interessa tanto assim pelos passeios pelas numerosas igrejas, mas não desanima a amiga.
Gus está viajando com os pais pela Itália. Ele adoraria fugir de todas as programações familiares que os pais fizeram e ficar admirando as obras presentes nas igrejas e na arquitetura italiana, mas o máximo que consegue são rápidas escapadas para correr. Ele mal pode esperar para ir para universidade e fugir do controle dos pais. Ele queria estudar arte ou outra coisa, mas seus pais insistiram para que ele fizesse medicina e o rapaz não contrariou a vontade da família.
Os capítulos dos livros são intercalados, ora conhecemos a história de Tess, ora a de Gus. A cada capítulo e a cada página virada me vi perguntando se finalmente Gus e Tess se encontrariam.
São narrados dezesseis anos de história. Vemos a vida de Tess virando do avesso, acompanhamos seus êxitos e suas perdas. Também conhecemos as fraquezas e as qualidades de Gus e percebemos como os dois personagens são reais.
A vida de ambos possui altos de baixos e a autora conseguiu transmitir todos esses sentimentos. Nada é perfeito. É um livro totalmente fora do clichê.
O tempo todo Tess e Gus estão se cruzando pelos caminhos ou estão no mesmo lugar e na mesma hora, mas eles não se conhecem e um não sabe da existência do outro.
Várias vezes me questionei se eles realmente eram perfeitos um para o outro e se eles deveriam ficar juntos. No final das contas eu cheguei à conclusão de que ninguém é perfeito para ninguém. Somos indivíduos com defeitos e qualidades. Nossa metade da laranja não vai encaixar certinha e talvez ela nem seja uma laranja.
A autora brincou de Deus e senhora do destino e ficou com a vida dos personagens nas mãos. A todo momento ela juntava e afastava os protagonistas de uma forma tão sutil que só no fim do livro que sabemos se eles se encontram ou não. Ou se eles são destinados a ficar juntos, ou não.
O primeiro dia para o resto de nossas vidas é um livro adorável, daqueles que aquecem o coração. É leve, é engraçado, é fofo e emocionante.

– Não posso fazer você ter fé, Tess – disse ela. – Esse é um passo que você tem que dar sozinha e, depois, tudo vai fluir.
P. 37

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Livro: A irmã da sombra

a_irma_da_sombraLucinda Riley
(5/5)
2016
Editora Arqueiro
512 páginas

O livro A Irmã da Sombra conta história de Estrela D’Aplièse, uma das Sete Irmãs.
Entre todas as irmãs, Estrela e Cecília viviam juntas, como se fossem gêmeas. Uma completava a outra. Ceci a mais faladeira e extrovertida e Estrela mais calada.
Quando Pa Salt morreu e deixou uma carta para cada uma de suas filhas, Estrela não soube bem o que fazer, mas viver à sombra de Ceci já estava fazendo mal a ela. Estrela percebeu que era a hora de ir em busca de sua própria história.

Qualquer coisa de valor duradouro leva tempo para se realizar plenamente. Quando isso acontecer, você vai ficar feliz por ter perseverado.
P.25

Em Londres, Ceci está toda animada na arrumação do novo apartamento em que ela e Estrela irão morar. Ela está preocupada com todos os detalhes e tomando todas as providências. Mas Estrela se sente incomodada com o espaço. Nada daquilo é o que ela quer para a vida, mas não fala nada com medo de magoar a amada irmã.
Ao abrir a carta de Pa Salt e ver as coordenadas de sua origem Estrela decide ir atrás das pistas e chega à pequena livraria Arthur Morston, em outra região da cidade.
Ali ela conhece Orlando, o excêntrico dono da livraria, que também funciona como biblioteca. Estrela começou a trabalhar com ele e apesar dos modos um pouco rudes, ela se afeiçoou ao homem e pouco depois foi para High Weald, na cidade de Kent, onde também conheceu a família de Orlando, seu irmão Mouse, sua prima Marguerite e o menino Rory.
Estrela gostou daquela família e se apaixonou High Weald e se questionou em que parte da história deles ela entraria.

[…]- Na minha opinião, alimentar o corpo é também uma forma de alimentar a alma. E não é nem um pouco egoísta. Não tem problema nenhum gostar daquilo que se sabe fazer. Na verdade, isso melhora muito o resultado final. A paixão sempre ajuda.
P. 40

Cem anos antes, a jovem Flora MacNichol deixou sua vida simples em Lake District e sua amizade com a escritora Beatrix Potter para recomeça-la na aristocrática Londres.
Muitas reviravoltas acontecem na vida de Flora e quanto mais encantada Estrela fica com a história de MacNichol, mais ela se torna confiante. Conforme Flora vai desabrochando e amadurecendo em Londres, Estrela passa a ter uma atitude mais ativa e forte.

[…] Não acho que o simples fato de ter talento para algo compense o trabalho árduo. Veja os grandes compositores: não basta ouvir as melodias na cabeça; é preciso aprender a escrevê-las no papel e a orquestrar a peça. Para isso, são necessários anos de prática e aperfeiçoamento do ofício. Tenho certeza de que milhões de pessoas têm uma habilidade natural, mas só quem doma e se dedica consegue alcançar seu pleno potencial.
P. 51

Sem dúvidas, o melhor livro que eu li no ano. Lucinda conseguiu se superar.
Eu não esperava nada de Estrela, considerava até a irmã mais sem sal de todas, mas a história dela me atraiu de todas as formas possíveis.
Primeiro,  a história se passa na Inglaterra, um país que eu tenho muita admiração. Em segundo lugar, a história tem literatura como pano de fundo. Como não gostar de um livro assim?!
Sem contar que me identifiquei muito com a protagonista. Sou introvertida, amo livros e gosto de escrever e cozinhar. Estrela acabou se tornando minha irmã preferida, até agora.
A curiosidade sobre a relação entre Flora e Estrela aumentavam parágrafo a parágrafo e eu devorei o livro em pouco tempo. Este ano foi difícil eu me agarrar tanto a um livro e querer ler sem parar. A Irmã da Sombra fez isto por mim. Obrigada, Lucinda.

– Mais uma das suas virtudes. Quando não se tem nada de útil a dizer, o melhor é ficar calado.
P. 86

Apesar de ter gostado da história não achei que rolou química no romance de Estrela. Foi o casal mais sem graça em todas as histórias da autora, mas isso não influenciou em nada minha opinião positiva sobre a narrativa.
Fiquei feliz por ver Estrela brilhando sozinha, mas senti falta de Ceci. Queria ter tido uma percepção maior da ligação entre Ceci e Estrela. Talvez no livro de Ceci isso seja melhor explorado, mas achei Estrela um pouco à vontade demais para uma pessoa introvertida e dependente da irmã.
Vamos aguardar e ver como será o desenrolar da série…

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Livro: O Coração da Esfinge

esfingeColleen Houck5
(3/5)
Editora Arqueiro
2016
368 páginas

PODE TER ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO O DESPERTAR DO PRÍNCIPE.

O Coração da Esfinge é o segundo livro da série Deuses do Egito. Após Lily Young viver grandes aventuras com o príncipe egípcio Amon, ela está de volta à sua rotina. Lily acabou de passar na faculdade e finge para os pais que está tudo bem, mas por dentro está arrasada por causa de sua separação com Amon. Então ela resolve se refugiar na casa de sua avó para curar este sentimento.
Amon se transportou para o mundo dos mortos, já que ele preferia viver em agonia a usar a energia vital de Lily mais uma vez. Mas antes de ir, ele a entregou um amuleto que os conecta, mesmo em mundo diferentes.
Com este objeto Lily consegue sentir o coração de Amon bater e perceber o que ele está sentindo.

– Há uma certa medida de sombras em todo coração humano. O que é pesado na balança é o equilíbrio da vida da pessoa. Se ela aprendeu com os erros e seguiu com mais frequência o que está certo, é considerada digna.
P. 30

Pouco tempo após chegar na casa de sua avó, Lily é requisitada por Anúbis a usar o objeto, libertar Amon e salvar os reinos da escuridão e caos que poderão ser trazidos por Seth.
Sem entender direito no que estava entrando, Lily aceita a proposta. Tudo o que ela quer no mundo é Amon de volta e não hesita em passar por todos os desafios.
O primeiro deles é se transformar em esfinge para entrar no mundo dos mortos. Mas até para dar o primeiro passo Lily passa por aventuras.
A cada etapa ela precisa comprovar sua aptidão e suas intenções. Lily vai viver muitas aventuras “sozinha” e vai conhecer novas pessoas que a ajudarão neste trajeto.

[…] Não se esqueça, Lily, o sol sempre leva à vida. Ver o nascer do sol é abraçar a vida. O pôr do sol é onde você vai encontrar a morte.
P.50

Já conhecia a autora Colleen Houck da Saga do Tigre e fiquei muito contente quando vi que ela estava lançando uma nova série, Deuses do Egito. Gostei muito de O Príncipe do Egito e me encantei com a história, a mitologia e os personagens. Então quando saiu O Coração da Esfinge já pirei na batatinha de vontade de ler e só fiquei feliz de fato quando o livro estava em minhas mãos.

– Às vezes são necessários sacrifícios e precisamos abrir mão da coisa que mais desejamos no mundo para que outros possa viver contentes e felizes.
P. 143

Mas, nem tudo são flores e quanto mais eu anseio por uma leitura mais eu me decepciono com ela e foi dito e feito. A história continua boa, a mitologia também, mas eu não consegui me conectar direito. Não me via na história, não me emocionei… Quando eu tentava criar imagens das aventuras não vinha nada, parecia que tudo estava acontecendo em Chroma key. Só existiam os personagens, mas nenhuma paisagem. Não sei se consigo me fazer entender, mas foi a pior sensação que eu tive ao ler um livro. Mas isto foi uma experiência pessoal, nunca conheci ninguém que vivenciou algo deste tipo.
A capa é simplesmente maravilhosa. Um dourado bonito que dependendo da luz fica reluzindo como sol. Amo as capas dos livros da Colleen. São lindas!

– Porque conhece-los, Lily, é amá-los. Se eu os amar, vou sentir dor ao perde-los. É a maldição que acompanha a imortalidade. Entende?
P.172

*MOMENTO SPOILER*
Deixei o spoiler para o fim, assim quem leu e quiser compartilhar da minha indignação fique à vontade.
Eu sei que o corpo da Lily foi compartilhado por Tia e Ashleigh e dependendo do momento uma delas tomava o controle de tudo e a Lily ficava no fundo da mente apenas observando. Mas como assim ela se interessou por quatro caras diferentes e beijou dois deles!? Assim, sem mais nem menos.
Vez ou outra ela se lembra vagamente que aquilo não é certo, mas ok, quem é Amon, não é mesmo? Apenas um cara que deu o coração para ela e que escolheu viver em agonia pelo resto da vida a vê-la sofrer o mínimo que seja…
Que merda, hein, tia Colleen?! Não basta escrever triângulos amorosos agora resolveu colocar quatro caras diferentes para a mocinha.
Triângulos amorosos são meio pombo para mim, não é que eu não goste, mas também não sou fã. As aventuras da história são ótimas, mas se levar o romance para este lado a saga vai ficar bem cansativa.
*FIM DO MOMENTO SPOILER*

Se fracassarmos, pelo menos, lutamos para nos livrar das amarras que nos foram impostas. Ninguém pode nos censurar pela tentativa que fizemos de nos tornarmos algo mais.
P. 87

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