Livro: Dois a Dois

Nicholas Sparks
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
512 páginas

Russell Green é um publicitário bem sucedido, uma linda esposa e uma filha de 6 anos, mas as coisas começam a dar errado em sua vida.
Em poucos meses ele perde o emprego e resolve abrir sua própria agência de publicidade, entretanto, ele não consegue clientes e a situação da família começa a ficar preocupante. Mesmo ele não falando nada para sua esposa, Vivian, ela sabe que as contas estão chegando e nenhum dinheiro está entrando em casa. Então, ela resolve voltar à trabalhar.
Russell passa a ficar em casa cuidando da filha, London, enquanto Vivian trabalha. Essa nova situação familiar abala a confiança do casal e Russell sente-se perdido.
Enquanto ele tenta de todo modo voltar ao mercado de trabalho, Vivian, consegue se estabelecer rapidamente no novo emprego e cada dia tem mais sucesso.

Eis o que mais eu aprendi: idade não garante sabedoria, da mesma forma que não garante inteligência.
P. 16

Definitivamente, odeio Nicholas Sparks. Bati o martelo e desisti do autor. Sempre tive uma relação conturbada com ele, mas sinceramente, não dá mais para aguentar. Alguns livros dele são bons e eu gostei, mas fiquei com tanta raiva de Dois a dois que nunca mais quero chegar perto de algo escrito pelo autor.
As obras do autor são bem previsíveis e mesmo quando ele muda a receita, todos os ingredientes que já conhecemos estão presentes.

E é isso. Quando você começa a tentar entender o que deu errado ou, mais especificamente, onde você errou, é mais ou menos como descascar uma cebola. Há sempre outra camada, outro erro do passado ou uma lembrança dolorosa que surge e então conduz ainda mais para o passado, e ainda mais, em busca da verdade definitiva.
P. 18

Russell é o pior personagem que eu já conheci na vida. Pior que Bella de Crepúsculo e Anastacia de Cinquenta Tons de Cinza. Sério. Logo no início a mulher entra em trabalho de parto e o que ele faz? Vai tomar banho porque na maternidade irão tirar fotos e pessoas irão cumprimenta-lo.
Prêmio egoísta do ano. Obviamente ninguém ligou para ele ou quis saber se ele estava de banho tomado e barba feita nas fotos. Que idiota pensaria nisso na hora que a filha dele estava para nascer? Russell!
Depois ele praticamente larga o emprego para abrir o próprio negócio porque era o sonho da vida dele, mas em nenhum momento pensou que isso poderia prejudicar a família. Ele diz para a mulher que tudo vai continuar do mesmo jeito, não a coloca a par da situação econômica, mas acha ruim porque Vivian continua comprando. Que relacionamento péssimo é esse que ele não compartilha os problemas com a esposa?
E o livro todo ficamos com raiva desse idiota que se acha no direito de reclamar da vida com os pais e a irmã. Temos os pais de Russell, que são aposentados, mas têm vida e compromissos, já que os filhos são adultos e saíram de casa e ele acha ruim porque a mãe dele não pode ficar com London por alguns momentos.
Eles amam a neta, mas isso não significa que devem ficar de babá sempre que o filho precisar. Ele é o pai, que faça o seu papel direito. Consiga uma creche, uma babá, seja pai o suficiente para tomar essas decisões sem jogar tudo nas costas da mulher.

– Porque terapia não tem a ver com mudar outra pessoa. Tem a ver com tentar mudar a si mesmo.
P. 62

Vivian é uma personagem sem sal. Como a narrativa é em primeira pessoa e contada por Russell, ela é totalmente blasé. Ela pareceu ser mais sem graça do que é exatamente pela forma como foi feita a narrativa.
A única pessoa que presta na história é Marge, a irmã de Russ. Ela é incrível, dá bons conselhos, é pé no chão e tenta mostrar para o irmão os caminhos a serem seguidos.
Para variar, a história não tem um final feliz. É Nicholas Sparks, sempre acontece uma tragédia. Só que eu estava tão indignada com a história que eu só disse “pronto, morreu!” sem demonstrar nenhuma emoção, sem me importar realmente.
Só não joguei o livro na parede porque a edição foi bem feita, a editora tomou um cuidado especial. Gostei da capa, da formatação, da fonte utilizada e de todo o resto. Equipe gráfica fez um ótimo trabalho.

Em outras palavras, a culpa nem sempre é inútil. Ela pode nos impedir de cometer o mesmo erro duas vezes.
P. 164

Continue Reading

Livro: O sol também é uma estrela

Nicola Yoon
(5/5)
Editora Arqueiro
2017
288 páginas

O sol também é uma estrela narra a história de Natasha e Daniel.
Natasha é uma garota pés no chão que acredita em fatos e na ciência. Ela é a personificação da razão.
Daqui a 12 horas ela e a família serão deportados para a Jamaica. Desde os 8 anos de idade ela mora nos Estados Unidos, não se lembra do país natal e não quer deixar o país onde cresceu.
Ela faz sua última tentativa junto à imigração para continuar no país e enquanto anda pelas movimentadas ruas de Nova York conhece Daniel, um garoto descente de coreanos que mexe com ela.
Daniel é um bom filho e um bom aluno. Ele tem um irmão mais velho, que frequenta a melhor universidade dos Estados Unidos, de acordo com seus pais, Harvard. Ele vai para a segunda melhor universidade: Yale. Seus pais querem que ele seja médico. Daniel nunca se perguntou o que realmente quis, apenas viveu seguindo as instruções dos pais, mas ele sempre foi um sonhador e um poeta. Ele acredita em destino, ele tem fé, ele é a emoção em pessoa.
Daniel e Natasha se encontram nas ruas de Nova York, ela está indo a uma entrevista com um advogado que pode tentar resolver o problema dela com a imigração. Ele está indo para a entrevista da universidade. Quando a vê, Daniel esquece de todos os acontecimentos ao seu redor e só ela importa. Ele se apaixona à primeira vista e tenta fazê-la ver os sentimentos também.
Como Natasha é bem cética, Daniel usa um artigo do New York Times para provar que é possível fazer duas pessoas se apaixonarem respondendo a 32 perguntas íntimas e ficarem se olhando nos olhos por 4 minutos.
Ao mesmo tempo em que Natasha corre contra o tempo para impedir sua saída dos EUA e Daniel tenta reagendar sua entrevista da universidade, eles tentam provar a teoria do artigo.
Daniel é romântico e fofo e tenta persuadir Natasha de que está apaixonado por ela e que ela também está apaixonada por ele. Enquanto ela continua negando o sentimento.

Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória. Meu pai diz que não sabe de onde vem meu ceticismo; mas não sou cética. Sou realista. É melhor ver a vida como ela é, não como a gente quer que seja. As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.
P. 34

Há muito tempo não lia um livro tão gostoso assim. A primeira vez que li a sinopse e vi a capa não me interessei tanto assim, principalmente porque não conhecia a autora, mas resolvi tentar a sorte e solicitei o livro para resenha.
Fiquei muito feliz com o kit fofo que recebi: livro, buttom, almofada e cartela de tatuagens.
Comecei a ler despretensiosamente e me apaixonei logo nos primeiros parágrafos.

– Não acredito no amor.
– O amor não é uma religião. Ele existe, quer você acredite nele ou não.
P. 68

Me identifiquei muito com a Natasha. Chega um momento da vida em que é melhor encarar os fatos e não encher o coração de esperanças. Expectativas são frustradas todo dia, melhor ficar com a realidade. Mas assim como ela, eu não matei a esperança por completo. Em algum lugar lá dentro do peito existe aquele sentimento de “e se tiver chances de dar certo?”.
Conforme Natasha e Daniel vão passando as horas juntos e se conhecem eles vão mudando o modo de pensar. Ela deixa de ser totalmente a razão e ele totalmente emoção, como é o esperado que aconteça.
Na vida é preciso um equilíbrio entre razão e emoção e o encontro dos dois mostra isso.

Segundo os cientistas, existem três estágios no amor: desejo, atração e ligação. E, por acaso, cada estágio é orquestrado por substâncias químicas – neurotransmissores – no cérebro.
P. 87

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos são alternados entre Natasha e Daniel e também entre os personagens que aparecem ao longo da história. Então sabemos o que se passa na mente de cada um quando cada evento acontece.
Aos poucos vamos nos apaixonando pela história e pelos personagens e não é possível largar o livro. Uma história emocionante e surpreendente.

Algumas pessoas existem na nossa vida para fazer com que ela seja melhor. Algumas existem para deixa-la pior.
P.207

Como disse, o livro é dividido em capítulos de cada personagem. A maioria dos capítulos é bem curtinha. Alguns poucos possuem mais de 2 páginas. Então é aquela coisa: “o capítulo é curtinho, vou ler só mais esse.” e quando foi ver já tinha terminado.
Além disso é uma leitura bem fluida.
Estou apaixonada por ele e vou falar para todo mundo que passar na minha frente: LEIA!

Continue Reading

Livro: A promessa

Harlan Coben
(4/5)
Editora Arqueiro
2017
352 páginas

A promessa é o oitavo livro da série Myron Bolitar. Tudo começa quando Myron decide fazer uma boa ação. Duas adolescentes estão no porão de sua casa trocando confidências e falam sobre entrar em um carro com motorista bêbado. Myron então fez com que elas prometessem que se um dia estivessem em alguma encrenca, e não quisessem recorrer aos pais, era para ligar para ele. A qualquer hora, em qualquer situação. Ele disse que as ajudaria sem questionar o problema.
Alguns dias depois, seu telefone toca de madrugada e é uma das meninas, Aimee Biel. A garota estava abalada e nervosa e pediu que Myron a deixasse em uma rua deserta, suposto endereço de uma amiga. Myron faz o que prometeu. Deixa a menina no que deveria ser a casa da amiga e vai embora.
No dia seguinte a menina não volta para a casa e Myron foi a última pessoa que a viu antes do desaparecimento. Ele se torna o principal suspeito no desaparecimento.

Havia outros fatores, claro. Dizem que os atores sobem ao palco para preencher um vazio que só o aplauso pode preencher. Mesmo se for verdade, isso os torna um pouco mais ansiosos para agradar. Enquanto os atletas estão acostumados às pessoas realizando seus desejos e passam a acreditar que isso é seu direito, os atores vêm de uma posição de insegurança.
P. 81

Mas a polícia não está muito interessada no caso, pois Aimee acabou de completar 18 anos e tudo indica que não houve crime, a jovem simplesmente fugiu de casa.
Nem Myron, nem os pais da menina acham que ela fugiu por isso Myron começa a investigar o desaparecimento dela e acaba se envolvendo em uma trama de mistérios e segredos envolvendo outra adolescente que fugiu e o pai furioso dela.

[…]Myron tinha aprendido algumas verdades básicas que poderiam ser resumidas assim: só porque você não fez nada errado não significa que não esteja encrencado. É melhor jogar sabendo disso.
P. 101

Os livros do Harlan são os livros de romance policial que eu mais gosto, mas confesso que fiquei agarrada pra caramba em A promessa. Demorei para me envolver na história e pegar o ritmo na leitura. Não sei se era a história ou meu clima que não estava para romances policiais… Mas depois que engrenei (já na metade do livro) foi bem rápido para terminar.
Gosto das histórias do Myron porque não contam apenas a trama principal, mas a vida pessoal dele e fala um pouco dos outros personagens que estão envolvidos em sua vida, como Win, Big Cindy e Esperanza.
São livros independentes e podem ser entendidos neles mesmo, mas cada um conta um pouco melhor a história de Myron e de seus companheiros.

– Acho que você provoca a destruição, Myron. Aonde quer que você vá, as pessoas se machucam. Acho que é por isso que você nunca se casou.
P. 127

Tem uma reviravolta no final que é interessante para finalizar a história, mas nada de tirar o fôlego. É um livro bom para quem gosta do Harlan Coben e das histórias com o Myron Bolitar, mas não indico para quem nunca leu nada do autor começar por ele. Há livros muito melhores.

Continue Reading