Livro: Rendição

RENDICAOMaya Banks
(4/5)
Editora Leya
2014
336 páginas

Rendição é o primeiro livro da trilogia erótica Surrender, da autora Maya Banks. A capa é tão bonitinha e levinha que eu até fiquei espantada quando soube que se tratava de uma série erótica (cadê os gatões sexy na capa ou o uso de uma cor mais escura?).
Josslyn, mais conhecida como Joss já encontrou a perfeição uma vez, em seu falecido marido Carson. Mas já fazem três anos de sua morte e ela precisa superar o luto. Então ela decide procurar homens que possam dar a ela algo que seu marido nunca pode: dominação.
Carson sofreu com violência na infância e qualquer prática sexual que envolvesse fantasias mais sadomasoquistas não eram permitidas. Mas Joss tinha o desejo de ser dominada, ela precisava dessa satisfação sexual, principalmente agora que Carson não poderia mais voltar.
Joss procurou um clube exclusivo para práticas de fantasias sexuais, o The House e estava decidida a encontrar satisfação lá, só que não imaginava encontrar Dash no local.
Dash foi melhor amigo de Carson e sempre manteve um desejo secreto por Joss por muito tempo, mas agora que Carson estava morto ele não podia segurar os ciúmes de ver sua amada entrando em um local como o The House.
Dash leva Joss embora e eles conversam sobre o desejo (nem tão) secreto dela. Se Joss quer ser dominada, então só resta uma alternativa para Dash: ser o único homem a quem ela irá se submeter.
Nunca tinha lido nada da Maya Banks antes, mas não espera que o livro já fosse começar caliente,mas depois de pesquisar mais sobre a autora vi que isso é uma característica dela. Dash é rápido e logo no quarto capítulo ele já está propondo os termos do relacionamento deles (quem leu Cinquenta Tons sabe do que estou falando). Bem decididos e diretos eles. Confesso que gostei.
Dash parece ser tudo de bom, mas na verdade é Joss que consegue ser mais sem sal que a Anastacia. Para variar, achei a protagonista chatinha e bobinha, mas Dash é o mocinho com cara de bad boy e me fez ler o livro todo rapidamente.
Apesar de ser um livro erótico e voltado para o público adulto, não há apenas cenas de sexo.
Há também romance e conflitos emocionais na trama. Podemos sentir o medo e a aflição dos personagens e há uma explicação quase que didática sobre Dominação e Submissão.
Li em ebook e gostei por causa da praticidade (não preciso levantar para apagar a luz quando terminar de ler). A leitura flui bastante, li em apenas dois dias (em semana de provas) e acho que se fosse em outra ocasião teria lido em apenas uma tarde.
Fiquei muito curiosa para ler Submissão, o segundo livro da série e acho que não vai demorar muito até que eu faça isso.
A vantagem de Submissão é que não temos mais a Joss como protagonista \o/

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Livro: 826 notas de amor para Emma

826_NOTAS_DE_AMOR_PARA_EMMAGarth Callaghan
(4/5)
Editora LeYa
2014
320 páginas

Sinopse: Uma história de amor comovente de um pai por uma filha. Pouco depois de Emma completar 12 anos, seu pai, Garth Callaghan, descobriu que tinha câncer de rim. Determinado a fazer do tempo que lhe restava relevante, ele compilou diversos valores para auxiliar sua filha até a formatura do Ensino Médio.
Garth começou a escrever seus recados em guardanapos quando Emma ainda estava nos primeiros anos de escola. À medida que a filha foi crescendo, suas notas tornaram-se mais significativas.
826 notas de amor para Emma é um relato familiar inspirador, repleto de amor e sabedoria. No início de cada capítulo, Garth apresenta um dos recados de guardanapo para, em seguida, compartilhar uma história ligada àquela mensagem e à sua própria vida. Com olhar sensível e sábio, Garth consegue confortar os corações e tocar as almas dos leitores.
Partilho este livro porque nenhum de nós sabe quanto tempo ainda nos resta. Sim, nós caminhamos pelo planeta com a esperança de sermos invencíveis, mas todos nós sabemos que a vida pode ser tirada em qualquer instante. Eu tenho a dádiva de perceber que o fim está se aproximando. Posso reservar um tempo para fazer um balanço e dizer às pessoas que amo o quanto elas significam para mim. É a única coisa que importa. Sua casa, sua conta bancária, suas habilidades, sua profissão – nada disso importa. Tudo se resume aos relacionamentos duradouros que construímos. É isso. É tudo isso.

Opinião: Eu não gosto de livros de auto-ajuda e quando saiu a sinopse do livro eu fiquei com um pé atrás para iniciar a leitura.
Mas fui vendo a divulgação e as resenhas e pensei: por que não?
Comecei a ler ano passado, lia um capítulo ou dois antes de dormir e quando assustei já tinha terminado a leitura.

E mais importante, eu nunca percebi quanta alegria um cachorro pode expressar quando você passa pela porta, não importa se foi há cinco minutos ou há cinco dias. Cachorros sabem como fazer você se sentir importante e amado.
P. 29

A história é linda e a cada frase percebemos todo o amor que Garth sente por Emma.
Garth começou a escrever bilhetes no guardanapos de Emma como uma forma de se conectar com a filha. O bilhete no guardanapo era um momento único dos dois. E Garth tentava transmitir pequenos ensinamentos para Emma por meio dos bilhetes.
Eu acho essa coisa de enviar recados escritos o máximo. Ainda guardo cartinhas e bilhetes que recebi desde o ensino fundamental e às vezes fico relendo.
Em uma parte do livro Garth fala que ninguém fica relendo e-mails antigos ou mensagens de celular antigas, mas bilhetes em papel quando a gente se depara com um “temos” que ler.
Essa foi minha motivação em ler. Amo bilhetes escritos com papel e caneta e queria saber mais sobre esse método de se relacionar com a filha que Garth criou.

Não há problema em se perder algumas vezes.
P. 41

Eu achei que iria ler as mensagens que Garth escreveu para Emma, todas elas, mas não. É um livro que conta a história de Garth. Sua luta contra o câncer e a motivação diária que ele tinha para escrever um bilhete por dia para Emma até que ela se formasse no Ensino Médio.
Me decepcionei um pouco neste sentido (eu queria ver os bilhetes, oras), mas acho que são coisas bem pessoais para serem divulgadas deste modo.

As mensagens nos guardanapos tinham se tornado minha especialidade. Uma coisa especial que eu dividia com minha filha.
P. 91

O que mais me chamou atenção no livro foi ver a fé de Garth. A fé dele é tão expressiva e bonita que dá até para ficar com inveja.
Este não é apenas um livro de auto-ajuda, é um livro sobre o amor de um pai para com a filha e uma lição de .

… você tem que amar alguém que te ame e te respeite.
P. 96

Não há nada de novo nos conselhos de Garth, mas ao ler o livro fiquei inspirada a sair por aí escrevendo bilhetes e espalhando amor. Escrever para família, amigos, estranhos e anônimos… Só escrever e fazer alguém sorrir por alguns minutos.
Desta inspiração escrevi meus próprios bilhetes. O que acharam?
Cartas de Amor para Emma
Cartas de amor para Emma
Cartas de amor para Emma
Não leia esperando uma obra-prima literária, não é. É um livro comum escrito por um homem comum. Apenas um pai que quer demonstrar seu amor para a filha. A beleza do livro é esta. Nos identificamos com Garth, com sua dor e seu amor. Garth poderia ser alguém que você conhece, um vizinho, um amigo ou até mesmo um familiar. Essa proximidade que temos com o autor nos inspira e nos mostra que o momento certo para demonstrar nossos sentimentos é agora. Um ótimo livro para refletir e reler sempre que a fé, o amor e a motivação começam a falhar com a gente.

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Livro: Antologia de Contos

ANTOLOGIA_DE_CONTOSLídia Jorge
(4/5)
Editora LeYa
2014
221 páginas

Sinopse: Mais conhecida como romancista, Lídia Jorge, uma das grandes damas da literatura portuguesa contemporânea, ganha finalmente uma antologia de contos à altura de seu talento e importância. Selecionados por Marlise Vaz Bridi, professora de Literatura Portuguesa da Universidade de São Paulo, os textos são inéditos no Brasil. Os contos de Lídia Jorge se destacam pelos motivos aparentemente simples, ao mesmo tempo em que demonstram a qualidade da construção das narrativas por meio da precisão da linguagem, da escolha do ponto de vista que amplifica ambiguidades e sugestões, pelo fino desenho das personagens e dos ambientes e, sobretudo, pela articulação entre a subjetividade do mundo ficcional com a objetivação do mundo real. Segundo a organizadora, se tais qualidades de Lídia Jorge não são exclusividade de seus contos, sem dúvida eles são uma oportunidade privilegiada para verificar o tremor de água dentro de um cristal que cada uma dessas narrativas podem produzir. Selecionados entre os volumes Marido e outros contos (1997), O belo adormecido (2004) e Praça de Londres (2008), os contos de Lídia Jorge são uma oportunidade de contato com uma nova vertente da obra desta escritora que, através de uma escrita por diversos aspectos tão bem arquitetada, resultará certamente numa visão mais complexa e reveladora da própria humanidade.

Opinião: Acho que eu não leio um livro de contos desde que saí do Ensino Médio e confesso que no início eu achei a leitura um pouco difícil. O problema com livros com contos é que apesar do livro conter um número suficiente de páginas, os personagens aparecem e vão rapidamente.
As histórias são breves e naquelas poucas páginas temos que entender a situação e os personagens. Acho bem complexa a leitura de contos, mas nem por isso menos prazerosa.
Depois de tanto tempo longe dos contos resolvi me aventurar e ler este livro da Lídia Jorge.
Lídia Jorge é uma romancista portuguesa e considerada pela revista francesa Le Magazine Littéraire como uma das grandes vozes da literatura. Confesso que por ser uma autora portuguesa e por causa do renome eu fiquei com medo de ler o livro, mas para minha felicidade, não encontrei nenhuma dificuldade neste sentido.
A escola coloca tantos “traumas” na nossa cabeça que acho que o “preconceito” com grandes autores começa aí. Somos obrigados a ler e a fazer provas de obras clássicas, de livros complexos, de autores antigos, de autores portugueses, etc. E isso acaba nos marcando de modo negativo e criamos um certo “pré-conceito” quando vemos temas e autores que se encaixam nesse modelo, mas podem ficar tranquilos, fora da escola tudo é mais fácil.
A Antologia de contos é composta por 9 contos. Os contos selecionados para esse livro foram: Marido, A prova dos Pássaros, A Instrumentalina, O conto do Nadador, O belo adormecido, As três mulheres sagradas, Praça de Londres, Branca de Neve e Perfume. Todos os contos são sobre situações cotidianas.

Nunca se sabe o que uma viagem pode trazer ao íntimo do coração.
P. 37

A característica mais marcante que eu achei nos contos da Lídia foi a sutileza. Ela trata de diversos assuntos como violência, desejo e paranoia e vai se utilizando de uma linguagem bem singela e/ou colocando algumas figuras de linguagem para revelar a história.
Notei que em dois contos há o uso de preces em latim. Em Marido, a mulher reza a Ave Maria em latim todos os dias enquanto espera o marido voltar do trabalho e há o início desta mesma prece no conto As três mulheres sagradas.
Por meio de colocações como estas podemos perceber e observar como a sociedade portuguesa possui uma forte influência religiosa (principalmente católica).
As narrativas do modo de vestir e o comportamento das personagens também mostram um pouco desta sociedade. Como os contos não são de uma época só, é possível notar como as pessoas se comportavam em tempos diferentes. Eu acho um ótimo exercício de comparação. Ver como as pessoas se comportavam e comparar com o mundo atual.

Antes, a Natureza era muito mais benigna com as mulheres. Não só as fazia mais formosas como lhes atribuía graças escondidas que um homem demorava a entender.
P. 57

De todos os contos do livro, o meu favorito foi O conto do nadador. É um dos mais sensuais do livro e mostra o desejo feminino e o prazer de se sentir desejada em plena década de 1950!
Gostei também de A prova dos pássaros e Praça de Londres. O último pelo sentimento de repulsa que me causou quando eu me coloquei no lugar da personagem observadora e imaginei o que ela imaginou. Gosto quando uma história me faz sentir alguma coisa, mesmo que seja um sentimento negativo. Praça de Londres fez isso comigo.

Haverá, por acaso, maior felicidade do que poder uma pessoa cumprir seus próprios objetivos e ter plena consciência disso?
P.187

Os demais contos também são bons, mas destaquei apenas aqueles que eu gostei mais.
Em relação ao design, gostei da capa azul com os pássaros (alusão ao conto A prova dos pássaros?). Ela chamou muito a minha atenção e foi um diferencial na hora de escolher o livro para ler. Quando tenho vários livros interessantes para ler, seleciono os que lerei primeiro pela capa. Parece injusto, mas eu sou assim.
O miolo é simples do mesmo modo que a capa e cada conto se inicia em uma nova página à direita (eu e meu eterno TOC com capítulos que se inciam na página da direita).
Um coisa que eu não gostei no livro foram as enormes orelhas na capa e contra capa. Algumas vezes elas me atrapalharam na leitura.

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