Livro: Zac & Mia

ZAC_E_MIAA.J. Betts
(5/5)
Editora Novo Conceito
2015
288 páginas

Zac é um adolescente australiano que luta contra a doença com “C”. Ele tem leucemia e acaba de passar por um transplante de medula. Ele não pode sair do quarto do hospital e sua única companhia é sua mãe com quem ele joga e assiste filmes.
Ficar trancando dentro de um quarto é um tédio e o único contato que ele com os amigos é por meio do Facebook.
Há anos ele se trata no hospital e está acompanhado com idas e vindas e a rotina dos novos pacientes. Basicamente todos fazem o mesmo ritual, mas quando o quarto ao lado do seu é ocupado os sons que partem de lá não são os esperados para um hospital.
Ao que parece uma jovem acaba de se internar e a primeira reação foi brigar com a mãe dela e ligar o som muito alto, tocando uma música da Lady Gaga em repetição.
Como Zac estava sozinho no quarto e não podia pedir para ninguém desligar o som ele começou a bater na parede. As batidas surtiram efeito e o som parou ao mesmo tempo em que a vizinha de quarto começou a bater na parede em retorno. Assim eles começaram a se comunicar.
O que Zac sabia da vizinha era que ela gostava de Lady Gaga (aparentemente), tinha um humor instável e se chamava Mia, isso tudo ele descobriu por meio das enfermeiras e de alguns bilhetes que ele enviou para ela. Ele também a viu pela janela da porta e a achou muito bonita.
Ela saiu do hospital pouco tempo depois e soube que seu novo vizinho era Cam, um antigo conhecido do hospital. Por acaso, no dia em que ele passou o seu Facebook para Cam, por meio de bilhetes entregues pelas enfermeiras, este foi transferido de quarto e Mia retornou ao hospital.
Mia adicionou Zac no Facebook e eles começaram a conversar. Zac percebeu que Mia escondia de todo mundo que estava com câncer e ele não entendia a preocupação da garota. Mia possuía um tumor na perna e com a retirada deste suas chances de recuperação eram de mais de 90%. Zac tinha pouco mais de 50%.
Mas Mia não queria saber disso, sua única preocupação era com a beleza. Ela não queria que seus cabelos caíssem com a quimioterapia, nem ter que ir para o baile da escola usando muletas ou uma cadeira de rodas.
Zac finalmente tem alta do hospital e Mia faz a cirurgia. Depois disso deixaram de se falar por um tempo.

Aprendi uma lição hoje. Chega de desvios não planejados. A vida não favorece os curiosos.
P. 128

Pela descrição o livro parece ser semelhante com A culpa é das estrelas, mas não é. Apesar da história ter três personagens centrais com a mesma doença e eles terem se conhecido por causa disso a dinâmica da narrativa é completamente diferente.
Zac & Mia é um livro divertido. Apesar dos personagens viverem o drama de uma doença complicada Zac é bem humorado e lida muito bem com a situação. Mia não é assim tão amigável, mas conforme a história vai se desenvolvendo passamos a aceita-la melhor.
Li em apenas uma tarde, pois é um desses livros viciantes e me senti bem leve quando terminei. O clima não ficou pesado em nenhum momento, mesmo quando as situações dos personagens não era otimista.
A narrativa é em primeira pessoa e os capítulos são alternados entre as perspectivas dos personagens Zac e Mia.
Adorei a capa, por ela não dá para imaginar nada da história, mas gostei muito. O miolo é fofo. Tem pétalas no início de cada capítulo e achei que ficou bem charmoso.

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Livro: Dez coisas que aprendi sobre o amor

DEZ_COISAS_QUE_APRENDI_SOBRESarah Butler
(4/5)
2015
Editora Novo Conceito
254 páginas

Daniel e Alice não se conhecem. Ele anda pelas ruas de Londres recolhendo objetos com cores que simbolizam um nome e tem mania de fazer listas de coisas que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu.
Alice está voltando para casa para ver o pai que está morrendo. Apesar de ser londrina ela sente-se mais feliz viajando pelo mundo, longe de Londres, uma cidade que guarda muitas recordações de sua mãe já falecida.
Alice e Daniel parecem ter em comum apenas o hábito de fazer listas, mas há mais coisas que os fazem parecidos.
Apesar de viver distante, ver o pai partir não é fácil para Alice. Além da dor do luto ela ainda precisa aprender a lidar com suas feridas do passado e com o relacionamento conturbado que tem com suas irmãs Tilly e Cee.
Cee é a mais controladora, casada e mãe de três filhos, ela quer sempre dar a palavra final. Tilly se dá melhor com Alice, talvez por se relacionar com um homem casado ela possa entender o comportamento impulsivo de Alice. O pai a achava parecida demais com a mãe e de certo modo isso o incomodava.
Alice possui um espírito livre, prefere o ar-livre e não gosta de ficar presa em um lugar apenas. Me pareceu que esse comportamento de “fugir” do mundo está relacionado com o fim do seu último relacionamento amoroso, mas pode ter sido apenas o estopim para tudo.
Daniel é sem-teto e vive andando pelas ruas de Londres procurando por sua filha. Ele cata recolhe objetos pela rua com cores que equivalem ao nome de sua filha que nunca conheceu. Ele passa por abrigos e conhece outras pessoas como ele e compartilha seus dramas, mas nunca fica no mesmo lugar. Seu espírito também é livre e ele prefere dormir sob o luar.
Apesar de serem bem diferentes, Alice vem de uma família de classe abastada e Daniel não tem nem dinheiro para um café, eles nutrem o mesmo desejo de serem amados e encontrarem um lugar para acalmar o coração.

Este é o único momento e lugar que temos para fazer as mudanças que precisamos fazer em nossa vida.
P. 40

Dez coisas que aprendi sobre o amor é um livro narrado em primeira pessoa, e as histórias são intercaladas, ora temos contato com a vida de Daniel, ora com a de Alice. Cada capítulo começa com uma lista de um dos personagens.
Ao longo da história vamos conhecendo melhor essas duas pessoas, vemos seus sentimentos e desejos mais profundos, assim podemos fazer uma relação maior entre os dois.
Li o livro rapidamente na angústia de saber se eles se encontravam em algum ponto e o que eles guardavam em comum, além dos motivos já citados, mas para minha surpresa, o livro não tem fim.
Minha decepção com o desfecho da história foi enorme, mas analisando melhor o livro percebi que ele é como a vida. Nem sempre há um desfecho para uma história e nem sempre as coisas seguem um enredo certo, com início, meio e fim bem definidos. A vida possui um ritmo próprio, nem toda história tem um fim, muitas vezes cada um segue o seu rumo e deixa a história em aberto.

A primeira impressão é a mais importante, disse meu pai mais de uma vez. É difícil desfazer uma primeira impressão.
P. 103

Não é um livro de autoajuda, mas ensina muitas coisas ao leitor, não apenas dez coisas sobre o amor, mas várias coisas sobre o amor, a vida e os relacionamentos interpessoais.
É preciso entender as sublinhas para compreender melhor o texto. É um desses livros que você ama ou odeia, não há meio-termo.
Achei bem inteligente a narrativa da autora, nunca tinha lido nada dela, mas gostei muito da proposta.
Confesso que eu fico no time dos que odiaram o livro, talvez pelo (não) desfecho frustrante, mas é um bom livro.
Ah sim, não é spoiler contar que o livro não tem fim, há muita coisa acontecendo nessas 286 páginas e só lendo para entender minha indignação. Não é uma história óbvia, então podem ler despreocupados em relação a isso.
Uma coisa que eu gostei muito foi a ideia de fazer listas. Amo listas! Acho que vou levar algumas ideias das listas de Alice e Daniel para a vida, é uma coisa bem divertida a se fazer.

O amor é dourado. Nunca a encontrei, mas que outra palavra há, exceto o amor?
P. 128

Adorei a capa! Ela me seduziu muito para iniciar a leitura. A contracapa e a sinopse pouco dizem sobre a história em si e eu gostei de ser surpreendida.
O miolo é simples, com pequenos detalhes singelos que fizeram a diferença. Gostei muito. A fonte utilizada nas listas de Alice e Daniel são diferentes, o que ajuda na melhor identificação dos personagens.

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Livro: A aposta

A_APOSTAVanessa Bosso
(5/5)
Editora Novo Conceito
2015
286 páginas

Nina Albuquerque é uma jovem de 18 anos conhecida pelo seu coração congelado. Ela é linda, inteligente, competitiva, determinada e muito orgulhosa. Desde que se decepcionou em relacionamentos passados ela fechou seu coração para o amor e não dá mole para qualquer garoto.
Alexandre Heinrich, mais conhecido como Lex, é o galinha da escola. Muito lindo, sensual, metido e amante de apostas. Ele está precisando urgentemente de dinheiro para consertar sua moto e aceita (a contragosto) o desafio de seu melhor amigo, Gancho: beijar Nina Albuquerque.
Na escola todos os meninos estão interessados nessa grande aposta, mas quando Nina descobre que seu nome está sendo falado pelos corredores ela não deixa barato e faz uma contraposta bem interessante: desafia Lex a fazê-la se apaixonar por ele.

What? Vocês estão gritando aí? Porque eu estou surtando por aqui. Essa, sim, é a Grande Aposta do ano, folks!
P. 34

O “jogo” tem local e data para começar e terminar: Ilha Inamorata, durante os sete dias de passeio de formatura da escola. A aposta é tão séria que os dois alunos fazem um contrato escrito e tudo!
Todos estão bem animados com a viagem e muito pavorosos com a aposta, todos os comentários são a respeito disso e Lex terá que usar todo o seu charme para derreter o coração de Nina.
A viagem é bem divertida, com várias atividades para os alunos terem momentos inesquecíveis e se envolverem ainda mais na grande aposta.

“Que droga”, pensa Nina. Vencer essa aposta será mais difícil do que ela imaginava.
P. 66

A leitura do livro é muito tranquila, tem um clima bem colegial e divertido. A trama é bem envolvente e eu só consegui largar o livro quando cheguei à última página.
Já conheci a narrativa da Vanessa Bosso desde a leitura de O homem perfeito e gostei muito. Com A aposta não foi diferente e fui cativada desde o início com uma história leve e gostosa. Achei o livro bem teen, típica história adolescente previsível, mas que todo mundo gosta de ler de vez em quando (sabe os filmes de comédia romântica da Sessão da Tarde que a gente sempre para para assistir mesmo já tendo assistido mil vezes? É bem neste estilo).

– Não é mais uma aposta, agora é questão de honra. – Lex tira a camiseta, enche o peito de ar e se arma do seu melhor sorriso sedutor.
P. 110

Gostei muito da leitura porque a fiz logo após um período de provas teóricas na faculdade (e teve prova de química no meio!), então foi aquele livro para aliviar toda a tensão do período. É um livro ótimo para sair da ressaca literária também (ou qualquer outro momento em que a mente não se concentrar em nada denso e complexo).
A escrita da Vanessa é ótima, ela utiliza uma linguagem simples e clara, a narrativa foi toda em terceira pessoa e a narradora tem uma boa pegada romântica-engraçada-com-tensão-sexual.
A situação e os personagens são um pouco surreais, mas para quem já viu diversas temporadas de Malhação e passou pela adolescência sabe que a ficção não retrata bem esta fase da vida.
Não curti a capa, geralmente não gosto de capas com modelos, principalmente quando são casais, mas este é um mero detalhe, o que importa é o conteúdo, que neste caso é muito bom.
Mais um livro nacional que entrou na minha lista dos preferidos. Obrigada pela diversão, Vanessa!

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