Livro: Casa de Terra e Sangue

(4/5)
Sarah J Maas
2020
Galera Record
896 páginas
Compre na Amazon

Bryce Quinlan é metade feérica e metade humana. Ela trabalha vendendo artefatos mágicos ilegais para um negociante de antiguidades. Durante à noite ela se diverte com os amigos, aproveitando de todos os prazeres que Lunathion (também conhecida como Crescent City – daí o nome da série) tem a oferecer. Mas o mundo de Bryce desmorona quando um assassino implacável abala as estruturas da cidade e mata os melhores amigos da moça.

Após dois anos, ela ainda vive o luto e tenta esquecer o que aconteceu nas casas noturnas da cidade. Mas o assassino ataca novamente e Bryce é arrastada para uma investigação juntamente com Hunt Athalar, um anjo caído, que a vigia dia e noite.

Athalar é assassino pessoal dos Arcanjos e não tem nada a ver com Bryce, mas recebeu ordens para protegê-la. Bryce não está interessada em resolver o assassinato e faz de tudo para despistar Hunt, mas mesmo odiando trabalhar juntos, os dois precisam encontrar uma forma de se entender se quiserem resolver o caso.

Mas o mistério está relacionado com coisas mais profundas que ele imaginavam e pessoas poderosas estão envolvidas. Conforme eles vão investigando mais coisas vão sendo reveladas e não apenas eles correm risco, mas toda Cidade da Lua Crescente, através do submundo, até os níveis mais escuros do inferno.

Com personagens mais profundos e uma história mais complexa, essa nova série de fantasia da Sarah J. Maas fala sobre o luto, o preço da liberdade e o poder do amor e da amizade.

Havia apenas silêncio ali. Silêncio e bruma. Seria assim a morte? Silêncio e névoa?

P.122

Casa de Terra e Sangue é o primeiro livro da série Cidade da Lua Crescente e eu me recuso a chamar o livro de Casa de Terra e Sangue. Só chamo de Cidade da Lua Crescente ou Crescent City (ou CC para os íntimos). O livro é enorme e eu comecei a ler sem qualquer pretensão de terminar. Apesar de ter comprado na pré-venda ano passado, deixei parado na estante.

Foi ruim e bom. Ruim porque veio com erros gravíssimos de revisão na edição impressa. Diversos personagens tiveram a cor alterada, então para compensar, a editora enviou o livro atualizado e revisado em versão e-book. O que eu achei maravilhoso. Transformei o livro em livro para sala de espera de consultórios médicos e fui lendo aos pouquinhos minhas 896 páginas.

É um símbolo… e símbolos sempre carregam um poder próprio.

P. 213

Apesar de todo leitor da Sarah J Maas já conhecer os feéricos, como é o primeiro livro da série, ela faz uma boa introdução do que esperar deste universo. E é a velocidade Sarah de escrita, ela conta rotinas, enrola em algumas partes, mas eu achei o desenrolar da história melhor que Trono de Vidro.

Por exemplo, a primeira parte da história se desenvolve bem, não há tanta enrolação. Geralmente, nos outros livros da Sarah, a gente costuma empacar nos capítulos iniciais, mas em Casa de Terra e Sangue, eu achei o meio mais difícil de fluir.

Por amor, tudo é possível.

P. 260

Depois que ela já tinha apresentado o universo todo, mostrado os personagens e a gente já estava situado, ela começou a enfiar rotina e ficou um pouco maçante. Mas era meu livro de sala de espera, então tudo bem, nada acontece em sala de espera de consultório médico.

Como era de se esperar, a fluidez da história retorna nos capítulos finais e aí dá vontade de parar tudo o que estamos fazendo para ler e ler.

Tem ação, magia, emoção e é simplesmente incrível!

– Todo mundo, general, está à venda. Só é preciso descobrir o preço.

P. 268

Acho que valeu à pena todos os capítulos arrastados só pela emoção de ver tudo acontecendo e as peças se juntando. Acho a Sarah maravilhosa em juntar peças soltas e finalizar os livros, mas o meio das histórias não são tão bons.

A classificação do livro é 18 anos, mas não tem cenas de sexo explícito, uma ou outra mais ou menos. Todas as vezes que eu achava que iria rolar alguma coisa, não tinha. A classificação ficou por conta do uso de drogas e muitos palavrões.

Das protagonistas femininas da Sarah J Maas, Bryce se tornou a minha preferida.

Recomendo a leitura, mas fazendo como eu fiz, leia com calma, no seu tempo, junto com outro ou outros livros.

Não há nada de errado em ser uma garota que curte se divertir. Não entendo por que todo mundo acha que há. – Mas ela sopesou as palavras. – É mais fácil para mim… quando as pessoas acreditam no pior a meu respeito. Me deixa ver quem são de verdade.

P. 359
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Livro: Herdeira do Fogo

(4/5)
Sarah J Maas
Galera Record
2015
518 páginas
Compre na Amazon

Ao final do último livro, Celaena foi enviada para longe em uma missão para o rei. Mas o que seria apenas uma missão letal para o rei, em Herdeira do Fogo, se transforma em uma jornada de busca por informações sobre seus antepassados e sua herança. E o que pode mudar não só o futuro de Celaena, mas também do povo de Adarlan e de todo mundo.

Enquanto isso, forças sinistras começam a surgir com planos malignos para dominar o mundo. Agora todo o futuro de todos depende da coragem de Celaena de encarar seu passado, dominar seus próprios demônios e seguir o caminho a que foi predestinada.

Depois de ter lido A Lâmina da Assassina, que vem com um enredo mais contínuo e cheio de ação, achei o início de Herdeira do Fogo bem parado.

A parte do treinamento de Celaena com Rowan parece que não anda e nada acontece e dura mais da metade do livro. A gente sabe que o treinamento é importante para o desenvolvimento da heroína, mas eu odeio como a Sarah J Maas tem uma fixação por descrever rotinas em todos os livros.

Para eles, era a herdeira de duas linhagens magníficas e de um poder imenso que os manteria em segurança, assim como elevaria o reino ainda mais. Um poder que era um dom – ou uma arma.

Ao mesmo tempo em que em Adarlan, Chaol e Dorian estavam sendo inúteis fazendo nada de interessante e as partes com eles eram no mesmo grau de desinteressante.

Então a autora intercalou uns capítulos com as bruxas, que eu fiquei totalmente perdida e sem entender nada, mas pelo menos era mais intrigante e tinha alguma ação.

As chaves de Wyrd não eram inerentemente boas ou más. Dependia de como os portadores as utilizavam.

Só quando eu já tinha lido 70% da história foi que o livro começou a pegar fogo (quase que literalmente – só quem leu vai entender). A mágica realmente aconteceu e a história fluiu. As cenas de ação ganharam vida e foi impossível largar.

A cada parágrafo eu soltava um “Meu Deus!” para uma coisa diferente que acontecia.

Acho que 1/3 do livro poderia ter sido dispensado. A história é boa, interessante, mas achei que teve muita enrolação no início no meio, deixou para resolver tudo no final e não resolveu e deixou para o próximo livro, que eu já estou curiosa para ler.

Mas Sarah, minha querida, ME AJUDA A TE AJUDAR!

Quero te indicar para meus amigos porque a senhora escreve umas cenas muitos lacradoras, mas tem gente que vai abandonar a leitura se todo livro precisar ler tanta enrolação.

O poder não estava na força ou na habilidade. Estava no controle – o poder consistia em autocontrole.

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Livro: Coroa da Meia-Noite

Coroa da Meia-Noite (Trono de Vidro 2)
(4/5)
Sarah J Maas
406 páginas
2014
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Coroa da Meia-Noite é o segundo livro da série Trono de Vidro. Após vencer a competição, Celaena Sardothien se torna a assassina real e se livra da escravidão das Minas de Sal de Endovier. Mas a melhor assassina de Adarlan não é tão leal assim à coroa, seu maior desejo na verdade é ser livre e fazer justiça.

Surge boatos de uma conspiração contra o rei e ele a manda eliminar os traidores. No entanto, Celaena começa a investigar quem faz parte dessa conspiração antes de matá-los e acaba descobrindo uma trama perigosa cheia de segredos e mistérios.

Enquanto tudo isso acontece, a relação entre ela e o capitão Westfall se intensifica ao mesmo passo que ela se afasta do príncipe Dorian, que também está imerso em seus próprios conflitos internos.

Celaena vê na princesa Nehemia uma amiga e conselheira, mas as duas acabam divergindo em algumas coisas e Celaena decide guardar segredo sobre diversos assuntos a fim de preservar a princesa.

Mas as ameaças se intensificam e o perigo está cada vez mais próximo.

Em um reino onde a magia foi banida há muito tempo coisas estranhas e mágicas podem acontecer e a resposta para tudo parece estar atrás da próxima porta.

Significa que ele tem pouco a perder e muito a ganhar. Isso torna as pessoas perigosas. Impiedosas. Ele o usará se puder.

O livro não me prendeu no início e tem algumas partes enroladas, mas já entendo que faz parte da narrativa da Sarah e nos momentos que fico com raiva porque tudo o que acontece no capítulo é Ligeirinha se enroscar nas cobertas de Celaena eu respiro fundo e penso “vai valer à pena“. E sempre vale.

Eu fiquei com ódio da Sarah ter matado um personagem neste livro. Porque tem umas pessoas que não fizeram nada de útil, atrasaram a vida da Celaena e continuaram vivas, mas a Sarah tinha que matar aquela pessoa, né?! Eu entendo pelo contexto e desenvolvimento, mas é injusto!

Pelo amor de Deus, mulher! Tinha gente pior para morrer! Tinha gente que não merecia se safar!! (se você leu o livro, comente com aviso de spoilers se sua indignação é a mesma que a minha).

Uma criança mimada era bem fácil de lidar, mas um líder mimado e cruel seria outra questão totalmente diferente.

E eu amei ver a construção do universo da Sarah, trazendo a magia aos poucos, mencionando os feéricos e jogando a bomba no final. Simplesmente fantástico ver como essas coisas foram construídas, principalmente quando a gente já leu as outras obras da autora e sabe aonde ela chegou e como ainda tem coisa para avançar no tema.

Wyrd governa e constitui a fundação deste mundo. Não apenas de Erilea, mas de toda vida. Há mundos que existem além de seus conhecimentos, mundos que jazem uns sobre os outros e não sabe. Neste momento, você poderia estar de pé no fundo do oceano de outra pessoa. Wyrd mantém esses reinos separados.

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