Livro: Que falta você me faz

QUE_FALTA_VOCE_ME_FAZHarlan Coben
(5/5)
Editora Arqueiro
368 páginas
2015

Kat Donovan é uma detetive, solteira, com 40 anos que mora sozinha em Nova York. Há 18 anos ela perdeu o pai e o amor de sua vida e agora ela começa a revirar o passado e buscar respostas para suas dúvidas.
Seu pai fora assassinado e o suspeito (e réu confesso) acaba de falecer. Contudo, antes de sua morte, Kat consegue visitar o assassino na prisão e ouve um depoimento intrigante. Sob efeitos de medicamentos para dor e delirando ele revela que nunca matou Henry Donovan, pai de Kat. Apenas confessou o crime como um favor, pois já tinha duas penas nas costas e estava na prisão perpétua, então um crime a mais ou um a menos não faria diferença.
Kat resolve reabrir os arquivos e investigar o que de fato aconteceu com seu pai.
Paralelo a isso, sua amiga Stacy decidida a encontrar um namorado para Kat cria uma conta para ela em uma rede social. A contra gosto Kat começa a navegar pelo site e descobre o perfil do seu ex-noivo. Ela decide iniciar uma conversa com ele, mas será que vale à pena revirar o passado?
No meio de tantas dúvidas, um universitário chega até Kat e pede que ela investigue o desaparecimento de sua mãe. Tudo parecia um pouco estranho até que ela descobre uma relação entre o desaparecimento da mãe do jovem e o reencontro do seu ex-noivo na rede social.

Ele agora sabia muito bem o que significava equilíbrio, sabia que não era saudável fazer por muito tempo uma coisa só, por mais divertido que fosse.
P. 158

Que falta você me faz é mais um thriller brilhante de Harlan Coben. Um desses livros que é impossível de largar enquanto não sabemos o final.
Os capítulos são curtos e a história é narrada em terceira pessoal. Sempre intercalando as situações. A princípio surgem alguns capítulos que eu não consegui identificar ou relacionar com o resto da história, mas passa a fazer todo o sentido no fim do livro. Há desaparecimento de pessoas (homens e mulheres), crimes virtuais, o drama e angústia de Kat para descobrir quem matou seu pai e a surpresa dela ao reencontrar o ex-noivo.
São várias situações acontecendo ao mesmo tempo e todas parecem sem nexo, sem ter nenhuma relação uma com a outra, mas no fim tudo é esclarecido.
Pela primeira vez eu consegui desvendar quem era o assassino (viva eu!), mas eu não consegui entender os motivos do crime e isso só foi acontecer lá no final da história.
Leitura muito envolvente (quase me fez perder o ponto de ônibus e me tirou uma noite de sono) e viciante (já disse que eu passei a madrugada lendo?).
Livro no padrão de qualidade Harlan Coben e eu fiquei muito feliz pelo autor não ter me decepcionado, pelo contrário, só me fez admirar mais e mais seu trabalho.
Virei fã do autor por causa do personagem Myron Bolitar e achei que não iria me interessar tanto por essa leitura por causa de uma “nova” detetive no caso, por sorte eu me enganei. Ninguém consegue substituir Myron Bolitar, mas Kat Donovan sabe cuidar muito bem das situações sem deixar a peteca cair.

– É como se você dois viajassem por duas estradas diferentes durante toda a vida, dias estradas que tinham por destino se tornar uma só. Não é possível que você não enxerge isso. Que vocês não enxerguem isso.

Se a capa fosse de outra cor ela poderia até ser mais romântica, mas harmonizando com a fonte e as tonalidades a imagem do fundo não me remeteu em nada ao romantismo.
O miolo é simples, mas a fonte é de um ótimo tamanho e isso facilita a leitura. Os capítulos se iniciam em uma uma nova página (prefiro quando os capítulos começam em uma nova página e não embaixo do capítulo anterior) e a titulação é em uma fonte diferente, mas também de fácil leitura.
As 368 páginas são tranquilas de serem lidas em apenas um dia, mas eu li em dois dias e gostei da minha “meta”.
Aos fãs de Harlan esse livro é um must read.

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Livro: O segredo de Indie

O_SEGREDO_DE_INDIETara Taylor; Lorna Shutz Nicholson
(4/5)
Editora Butterfly
2015
296 páginas

Indigo Russel é uma garota de 17 anos bem diferente das outras de sua idade. Não apenas pelo nome (quem mais teria o nome de uma cor?), mas ela tem um segredo e morre de medo que as pessoas descubram. Como qualquer outra adolescente ela só quer ser igual aos demais e se encaixar no padrão ideal, ficar na média e passar despercebida.
Mas Indie não é igual aos outros, ela tem visões, pequenos flashes do futuro e tem medo de ser hostilizada na escola caso alguém descubra.
Sua família e sua melhor amiga, Lacey, sabem o que acontecem com Indie, e não a julgam por isso, mas ela já perdeu uma amiga na infância por revelar seu segredo e não quer ter a mesma sensação novamente.
Ela consegue se manter invisível até ter uma visão com o namorado de Lacey. Então ela precisa decidir se conta para melhor amiga o que está acontecendo ou se guarda para si suas visões. As decisões de uma adolescente já não são fáceis, ter que tomá-las por ter um dom especial é ainda mais complicado.
Se não bastasse isso, um misterioso garoto entra na escola, John, e Indie se interessa muito por ele. Só que quando John está por perto diversas sensações são despertadas em Indie e isso tudo pode ameaçar seu segredo.

“Não se odeie por ser quem é.”
P. 153

Pela sinopse eu já imaginava que se tratava de um livro adolescente e eu gosto muito de ler histórias com esse clima de escola de Ensino Médio, preocupações com notas, professores, garotos e todas essas coisas do universo adolescente.
A história é bem leve e tranquila, sem grandes reviravoltas, a questão central é a aceitação dos poderes paranormais de Indie. Apesar disso não é uma leitura monótona, pelo contrário. Li em apenas uma tarde e no final fiquei querendo mais.
Indie começa a ver um misterioso homem e o suspense para descobrir quem é ele deixa a narrativa mais interessante.
Achei que o final deixou algumas pontas soltas, mas descobri que as mesmas autoras escreveram outro livro com a personagem Indie, então acredito que há coisas para serem reveladas. O único ponto negativo é que ainda não há previsão de lançamento da obra no Brasil.

Tremi ao pensar no que estava fazendo. Confiar em quê? Em visões? Em vozes? Em coisas estranhas, que não faziam o menor sentido?
P. 203

O livro é lindo! Belíssima capa e o miolo muito bem feito. Folhas internas com um material muito bom, não sei o tipo de papel utilizado, mas é diferente dessas folhas que parecem jornal e amarelam rapidamente.
Há um simples detalhe de borboleta na numeração das páginas, achei um charme.
Fonte muito boa para leitura, tanto no tipo quanto no tamanho.
Fiquei encantada com a qualidade do material.
Ao fim da história temos uma entrevista com as autoras. A história foi baseada na própria história de vida de Tara Taylor, que é sensitiva e ela explica um pouco sobre como é ter esse dom.
É uma leitura muito interessante, com uma temática bem diferente, ótimo livro principalmente para quem tem uma mente mais aberta.

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Livro: Cure meu coração

CURE_MEU_CORACAOMelissa Walker
(4/5)
Farol Literário
2015
272 páginas
Skoob

Clem é uma adolescente que está em crise consigo mesma, ela fez uma besteira e quer esquecer de tudo. No momento, ela está passando as férias de verão com a família em um veleiro, com um humor terrível e necessitando de privacidade, mas isso é uma coisa impossível quando se está em um barco com outras três pessoas de sua família.
Sabe aquelas histórias clichês de adolescentes? Cure meu coração é bem isso. Mas é leve, cativante, divertido e eu embarquei de cabeça na história.

Este é o Meu Verão, para que eu descubra quem eu sou, quem são meus amigos e como consertar as coisas que aconteceram no último ano.
P. 69

Clem tem, ou tinha, uma melhor amiga chamada Amanda, elas faziam tudo juntas e trocavam muitas confidências. Durante o ano escolar Amanda arrumou um namorado, Ethan, e ele passou a fazer parte do mesmo círculo de amizade das meninas. Ethan e Clem faziam algumas aulas juntos e tinham muita coisa em comum e se conectaram quase que instantaneamente.
No início essa amizade entre os dois era perfeita. Amanda se sentia bem ao ver a melhor amiga e o namorado se dando tão bem, mas com o passar do tempo as coisas começaram a ficar estranhas, aconteceram vários mal entendidos e o clima ficou bem pesado entre o trio.
Assim que as aulas terminaram Clem embarcou com seus pais e sua irmã Olive para uma viagem no veleiro de família, o Tudo é possível, e na viagem ela fica refletindo sobre os acontecimentos e tentando escrever uma carta de reconciliação para Amanda.
Quando eu comecei a ler e vi que a história se passava em um veleiro eu logo imaginei a família Schurmann se aventurando pelo mar e lembrei dos episódios com eles no Fantástico.
Gostei muito de ver um cenário tão diferente em uma história.
Mesmo estando velejando apenas com a família, Clem encontra com outros velejadores que estão fazendo a mesma rota que eles e chegam a ficar amigos.
George e Ruth são um casal de idosos, donos da gata pirata Sra. Bigodes e estão sempre se encontram com Clem e sua família.
James Townsend e seu pai também estão sempre por perto e logo Clem fica amiga de James. Não por vontade própria, mas porque sua irmã Olive e James são bem insistentes nesse ponto.
Apesar de Clem ser muito melodramática e estar sempre divagando sobre o passado, ela não é uma protagonista chata. Os personagens secundários são tão bons e divertidos que a última preocupação que eu tive no livro foi com Clem.
Olive tem 10 anos e é a irmã mais nova mais incrível que eu já vi. Sempre alegre, de bem com a vida e fazendo de tudo para deixar a irmã mais feliz.
James é um rapaz encantador, além de ter lindos olhos azuis e cabelos ruivos (ui!) ele é divertido e um fofo! Aquele garoto certinho, educado, que ajuda os mais velhos e toda mãe sonha em ter como genro.
Todas essas pessoas, além dos pais de Clem a ajudarão a superar essa crise e mostrar que a vida continua e com muita coisa boa para acontecer.
Como eu disse, é um livro leve como uma brisa, ótimo para ser lido em uma tarde preguiçosa. Em alguns momentos da leitura eu fiquei tão vidrada na história que eu podia sentir o cheiro de maresia e o balanço do barco sob os meus pés.
É uma leitura adorável.
A capa é linda nesses tons de verde-água e tenho vontade de ficar olhando para ela por horas, me traz paz.
O miolo é simples, mas os capítulos são bem divididos. A história é narrada em primeira pessoa, mas há alternância entre passado e presente. Nessa divisão do tempo há singelos barquinhos fazendo a separação.
Altamente recomendado.

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