Livro: As Sete Irmãs

AS_SETE_IRMASLucinda Riley
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
560 páginas

Sinopse: Meus dedos tocaram a selenita em meu colar. Tudo o que podia imaginar era que ele foi mandando comigo, como uma espécie de recordação, talvez por minha mãe, quando Pa Salt me adotou. Ele dissera, quando me deu o presente, que havia uma história interessante pode trás daquela joia… Ele esperava que eu perguntasse. E eu desejava com todo o coração, naquele momento, ter perguntado. Agora que Maia e suas irmãs perderam o pai, cada uma delas tem em suas mãos a decisão de buscar ou não a verdade sobre sua família biológica. Maia não resiste ao chamado do passado e é atraída até o Rio de Janeiro, onde, auxiliada pelo escritor Floriano, irá mergulhar em uma história quase centenária. Nos anos 20, uma paixão devastadora entre uma aristocrata brasileira e um escultor francês é sufocada pelas convenções sociais. Uma pequena placa de pedra-sabão eternizou o amor de Izabela e Laurent, selando o destino de Maia. A escritora best-seller Lucinda Riley mergulhou na cultura e na história do nosso país para conhecer de perto os mitos e verdades sobre a construção de um dos mais emblemáticos monumentos à nossa fé: o Cristo Redentor. O resultado dessa experiência é uma trama surpreendente e sensual, recheada de elementos exóticos. A partir do momento em que, junto com Maia, aterrissamos no Rio de Janeiro, não vamos nos separar dela enquanto não decifrarmos os segredos de seu passado. E esse é apenas o começo da viagem.

Opinião: Assim que peguei o livro e vi a sinopse fiquei morrendo de vontade de ler. Os livros da Lucinda são ótimos e eu já sabia que podia esperar coisa boa, mas dessa vez o livro se passa no Brasil, então eu fiquei com muito mais vontade de ler, só para saber como a autora iria mostrar nossa cultura e quais fatos históricos iriam entrar na trama.
Novamente não me decepcionei e aproveitei de uma leitura maravilhosa no final de semana.
Maia D’Apliése e suas cinco irmãs Ally, Star, CeCe, Tiggy e Electra acabam de receber a notícia de que seu pai adotivo, Pa Salt, faleceu e foi sepultado no mar.
Elas voltam à bela casa em que cresceram, no Lago Léman e se reúnem para receber o último presente do pai: pistas dos locais de suas origens.
Com essa pista elas podem ou não descobrirem de onde vieram e saber mais sobre suas famílias biológicas.

A questão era, pensei enquanto tomava um gole de água: nossos dons nos trouxeram sucesso e felicidade?
P. 35

Apesar de muito abalada com todos os acontecimentos, Maia decide embarcar nessa aventura e pega o primeiro voo para o Rio de Janeiro. Finalmente chegou a hora da medrosa Maia sair do ninho e viver sua própria vida.

Duas horas depois, com o voo e o hotel reservados e uma mala arrumada às pressas, deixei Atlantis. Enquanto a lancha me carregava tranquilamente pelas águas do Léman, percebi que não sabia se estava fugindo do meu passado ou correndo em direção a ele.
P. 96

Maia chegou a Cidade Maravilhosa e foi logo tratando de localizar a casa onde Pa Salt disse que fez parte de seu antepassado. Maia não foi bem recebida pela proprietária, uma senhora idosa e doente, mas sabia que estava no lugar certo quando viu uma bela escultura de uma mulher que se parecia muito com ela.
Maia não quis ser invasiva ou bater de frente com a senhora, mas continuou investigando seu passado, dessa vez com a ajuda do seu amigo escritor e carioca, Floriano.

– Porque, minha querida, ainda que o coração de uma mulher possa ser inconstante, e amar inúmeras vezes, quando os homens ama, mesmo que não demonstrem suas emoções, eles amam para sempre.
P. 173

Oitenta anos antes, na mesma casa indicada por Pa Salt, vivia Izabela Bonifácio, uma bela jovem prestes à completar 18 anos que tem um pai que anseia por fazer parte da alta sociedade do Rio de Janeiro. O pai de Izabela é descendente de italianos e, apesar de ter muito dinheiro, não faz parte da elite carioca, pois um dos requisitos para fazer parte da elite é ter um sobrenome português.
O pai de Izabela está disposto a fazer tudo para entrar nessa elite e quando vê a possibilidade de casar sua única filha com um membro de uma família tradicional não perde tempo em apoiar essa união.

– Mademoiselle, uma vida sem amor é como um francês sem vinho ou um ser humano sem oxigênio.
P. 206

Só que Izabela anseia por outras coisas e não está animada com a ideia de se casar. Por sorte, seu noivo Gustavo parece entender um pouco as necessidades da jovem e a autoriza viajar para a Europa por um ano com a família do arquiteto Heitor da Silva Costa.
O arquiteto é responsável pela construção de uma estátua no alto da pedra do Corcovado, batizada de Cristo Redentor. Heitor precisa acompanhar o trabalho do escultor de Paris, Paul Landowski, de perto e concluir sua obra e por isso leva a família e Izabela com ele.
Durante sua estada em Paris, Izabela conhece o jovem escultor Laurent Brouilly, por quem se apaixona perdidamente.

De alguma forma, esta cidade e este homem juntos romperam o casulo protetor onde eu me escondia. Ri da analogia, pensando que realmente me sentia como uma borboleta em seu primeiro voo.
P. 505

Durante a leitura vamos descobrindo a relação entre Maia e Izabela e também conhecemos um pouco da história por trás da construção do monumento carioca mundialmente conhecido. A história é tão bem amarrada e com tantas coisas para descobrir e tantas peças para serem encaixadas que é impossível desgrudar do livro.
A narrativa é em primeira pessoa e além das divisões dos capítulos, há ainda uma divisão temporal. Algumas partes são narradas por Maia, na atualidade e outras são narradas por Izabela, nos anos 20 do século XX.
Quem já leu algo da autora, sabe a qualidade da escrita e nessa obra não foi diferente, na verdade, acho que ela conseguiu se superar de tão incrível que foi a experiência com essa leitura em questão.
Mas, a obra não é perfeita, fiquei boa parte da história curiosa sobre a vida (e o estilo de vida) de Pa Salt e terminei o livro com as mesmas curiosidades e mais um monte de interrogação na cabeça. As Sete Irmãs faz parte de uma série de livros e esse foi apenas o primeiro, mesmo assim eu queria mais respostas e explicações. A leitura só me deixou ansiosa para descobrir mais sobre as outras irmãs de Maia e qual o motivo da escolha dessas meninas específicas no momento da adoção e também porque a última irmã nunca foi encontrada.
Acho que serão indagações que eu terei por um bom tempo, pelo menos até terminar a leitura de todos os livros, mas isso não desmerece nem um pouco essa obra.
Achei o livro simplesmente deslumbrante e entrou na minha lista de favoritos do ano. Muito mais do que recomendado!

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Livro: A rosa da meia-noite

A_ROSA_DA_MEIA__NOITELucinda Riley
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
572 páginas

Sinopse: Atravessando quatro gerações, A Rosa da Meia-Noite percorre desde os reluzentes palácios dos marajás da Índia até as imponentes mansões da Inglaterra, seguindo a trajetória extraordinária de Anahita Chavan, de 1911 até os dias de hoje. No apogeu do Império Britânico, a pequena Anahita, de 11 anos, de origem nobre e família humilde, aproxima-se da geniosa Princesa Indira, com quem estabelece um laço de afeto que nunca mais se romperia. Anahita acompanha sua amiga em uma viagem à Inglaterra pouco tempo antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Ela conhece, então, o jovem Donald Astbury, herdeiro de uma deslumbrante propriedade, e sua ardilosa mãe. Oitenta anos depois, Rebecca Bradley é uma jovem atriz norte-americana que tem o mundo a seus pés. Quando a turbulenta relação com seu namorado, igualmente rico e famoso, toma um rumo inesperado, ela fica feliz por saber que o seu próximo papel – uma aristocrata dos anos 1920 – irá levá-la para muito longe dos holofotes: a isolada região de Dartmoor, na Inglaterra. As filmagens começam rapidamente, e a locação é a agora decadente Astbury Hall. Descendente de Anahita, Ari Malik chega ao País sem aviso prévio, a fim de mergulhar na história do passado de sua família. Algo que ele descobre junto com Rebecca começa a trazer à tona segredos obscuros que assombram a dinastia Astbury.

Opinião: Mais uma obra-prima de Lucinda Riley. Acho os livros dela como uma pintura belíssima que não conseguimos desviar o olhar. Quando iniciamos a leitura é impossível parar de ler.
A história é dividida entre presente e passado e somos levados para a exótica Índia e a bucólica região de Devon, na Inglaterra.
O livro é muito bem dividido e as passagens de tempo são contadas em partes separadas e bem demarcadas com o nome do lugar e o ano em que acontece.
No ano 2000 Anahita está completando 100 anos e todos os seus filhos, netos e bisnetos estão presentes na comemoração de seu aniversário. Anahita aproveita a oportunidade para escolher um descendente que deverá desvendar um mistério que marcou sua vida. Quando era mais nova falaram que seu filho de 3 anos havia morrido e entregaram-lhe a certidão de óbito, contudo ela não acredita nisso e sabe que o garotinho não morreu naquela idade.
A centenária senhora escolhe seu bisneto Ari para entregar uma série de papéis e documentos e espera que ele faça o que ela não pode fazer.

Tenho pensado muito, nos últimos anos, sobre o porquê de os jovens ficarem desconfortáveis na presença de velhos; tantas coisas úteis e necessárias eles poderiam aprender conosco. Cheguei à conclusão de que tal desconforto é proveniente do fato de que na presença de nosso físico frágil, eles se conscientizam do que o futuro representa para eles. Eles podem enxergar, no brilho de seu pleno vigor e beleza, que também entrarão em declínio um dia.
P. 13

Ari é um homem de negócios bastante atarefado e não dá muita importância para os papéis recebidos, apenas 10 anos após a morte de sua avó que ele resolve dar uma olhada melhor nos papéis e parte para investigar parte de seu antepassado que pode mudar a vida de sua família.

– Lembre-se, mesmo que não consigamos enxergar, aqueles que amamos estão sempre conosco – ela acrescentou, suavemente.
P. 139

Anahita, ou Anni como era chamada pela sua família e amigos, foi uma jovem descendente de uma casta aristocrata da Índia, mas como sua mãe não se casou com um aristocrata em um casamento arranjado e sim com o pai de Anni, um rapaz muito culto, mas sem dinheiro, eles não tinham muito dinheiro.
O pai de Anni se preocupava muito com a educação da filha e a ensinou tudo o que pode, entre inglês, matemática e geografia. Já sua mãe possuía conhecimentos ocultos era muito supersticiosa, cultivava ervas e era parteira das mulheres da região em que moravam.
O pai de Anni morreu quando ela ainda era uma menina. Ela e a mãe foram morar em uma zenana, no Palácio da Lua, na cidade de Jaipur. Devido à sua cultura, Anni foi encarregada de ser acompanhante da princesa Jameera. Ela não gostava muito da princesa, mas não tinha muitas escolhas a respeito disso.
Quando Anni estava com 11 anos aconteceu um grande festejo na cidade de Deli e todos os príncipes e princesas da Índia estaria presentes. Como acompanhante de Jameera, Anni também foi.
Durante os festejos Anni conheceu a princesa Indira e as duas se tornaram melhores amigas instantaneamente. A princesa Indy, como gostava de ser chamada, não conseguiu ficar longe de Anni quando os festejos acabaram e conseguiu convencer sua mãe a levar Anni para seu palácio. Anni foi morar com Indy em Cooch Behar e se tornou mais do que a acompanhante da princesa.
Pouco tempo depois da mudança Anni ficou órfã de mãe e descobriu que possuía o mesmo dom de sua mãe, o de ouvir quando a morte está chegando.
A mãe de Indira, Ayesha, a marani de Cooch Behar passou a cuidar de Anni e de sua educação. Quando as duas garotas completaram 14 anos elas foram enviadas à Inglaterra para estudar.

– Tome cuidado, pequena – ela me avisou um dia. – Ao ajudar alguém, você se tornará pare do destino dessa pessoa.
P. 304

As coisas não foram fáceis para Anni na Inglaterra. Por causa de sua origem ela sofreu alguns preconceitos, mas se dedicou aos estudos com afinco. Sua amizade com Indira também não era mais a mesma, mas ela suportou tudo.
Pouco antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial Anni e Indira viajam a Devon, para a propriedade da viúva de um ex-residente de Cooch Behar, que ofereceu hospedagem às meninas. Lady Maud Astbury, dona da propriedade, é uma megera em todos os sentidos, mas lá Anni conhece Donald Astbury e eles se tornam amigos.
Ao fim dos estudos Anni se torna enfermeira e vai cuidar dos soldados de guerra. Ao fim da guerra ela reencontra Donald e eles vivem um romance escondido, pois a mãe de Donald, Maud Astbury nunca aceitaria um casamento inter-racial.

– Talvez esse assunto seja doloroso demais para ele. Às vezes, o passado machuca – Rebecca respondeu.
P. 332

Em 2011 Ari chega à propriedade d Astbury Hall para investigar se sua bisavó estivera mesmo no lugar e descobrir o que aconteceu com o filho dela.
Ao chegar lá ele descobre que estão gravando um filme histórico no lugar. Lá ele conhece Rebecca Bradley a atriz principal do filme, que está hospedada na casa e Anthony Astbury, atual dono da propriedade e último herdeiro dos Astbury.
Rebecca Bradley é uma jovem atriz norte-americana que tem uma incrível semelhança com a bisavó de Anthony, Violet.
Ari, Rebecca e Anthony se juntam para desvendar o mistério do passado e descobrir o motivo pelo qual o destino decidiu reunir os três.
A história é bem complexa e os detalhes vão sendo revelados aos poucos, por isso é quase impossível desgrudar do livro.
Como eu disse, o livro tem as partes bem divididas e os capítulos também. Facilita muito na leitura, não é necessário fazer nenhum outro tipo de esforço para entender a história, só deixar a leitura fluir mesmo.
O miolo é bem simples e nem tinha necessidade de nada mais elaborado. Há fontes diferentes quando há bilhetes inclusos e na divisão das partes. Também tem pequenos detalhes embaixo do número dos capítulos.
Depois de terminar a leitura confesso que passei a não gostar da capa, acho que não tem muito a ver com a essência da história. Talvez se tivessem alguns elementos indianos no meio eu gostaria mais.
Fora isso, tudo perfeito, como sempre.

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Livro: A garota do penhasco

A_GAROTA_DO_PENHASCOLucinda Riley
(5/5)
Editora Novo Conceito
2013
528 páginas

Sinopse: A Garota do Penhasco é um romance que enreda o leitor através de vários fios: a história de Grania Ryan e sua querida Aurora Devonshire, a garota do penhasco, nos fala sobre mudança de vida. A história das famílias Ryan e Lisle é um lindo conto sobre um século de mal-entendidos e rancor entre inimigos que se acreditam enganados por falcatruas financeiras. O caso de amor entre Grania Ryan e Lawrence Lisle comove por sua delicadeza e força vertiginosa que culmina em imensa tristeza. Mas, sobretudo, A Garota do Penhasco é um livro que mostra como é possível encontrar uma finalidade, um propósito, quando todas as esperanças parecem perdidas. “De ritmo tenso e original, este é um romance envolvente sobre recuperação, resgate, novas oportunidades e amor perdido.” — Booklist

Opinião: Como todo livro da Lucinda Riley, A garota do penhasco é belíssimo! A “escritora” da história é Aurora Devonshire, uma adorável garotinha que conheceu Grania Ryan em um penhasco da Irlanda, próximo à casa de Aurora.
O livro em dividido entre as passagens em que Aurora conversa com o autor em primeira pessoa, a história atual de Grania e o passado das famílias Lisle e Ryan.
Há um erro na sinopse: Grania jamais teve qualquer tipo de envolvimento amoroso com Lawrence Lisle. Lawrence morreu antes da 2ª Guerra Mundial e Grania nasceu na década de 1970. Eles nunca se conheceram. Mas eles estão interligados por causa de toda história que envolve suas famílias.
Na verdade, Grania ama o americano Matt Connelly, apesar de não admitir isso e ter fugido dele saindo de Nova York sem dar qualquer explicação e indo se hospedar na casa da mãe, na Irlanda.

Mas os humanos raramente olham para o passado, até cometerem os mesmos erros numa época em que suas opiniões são consideradas irrelevantes, quando são, aparentemente, velhos demais para entender os jovens. É por isso que a espécie permanecerá tão falha quanto mágica, assim como somos.
P.102

A ida de Grania para a Irlanda causa uma enorme confusão na vida do casal, mas é justamente por causa dessa viagem que ela conhece Aurora e descobre a história da sua família e da família Lisle.
Apesar das 528 páginas eu li o livro em apenas 2 dias. A história é tão envolvente que eu não conseguia me separar das páginas.
A Lucinda consegue misturar história, drama, conflitos familiares e mistério de uma forma tão mágica que é impossível não se encantar e se emocionar com os personagens e com a trama. Sou fã da autora e super recomendo a leitura. Desse e de qualquer um livro que ela escreveu ou escreverá.

Espíritos… Fantasmas… Anjos… como quiser chamá-los – Leitor, eles existem de verdade. Eu os vi durante toda a minha vida, mas aprendi a não dizer nada.
P. 516

Apenas leiam!

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