Livro: Azul da cor do mar

AZUL_DA_COR_DO_MARMarina Carvalho
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
334 páginas

Quando pequena Rafaela sonhava em ser jornalista de um grande jornal. Jornalista investigativa para viver grandes aventuras e desvendar diversos casos.
Na faculdade Rafaela é a melhor aluna da classe e não é surpresa quando ela consegue um estágio maravilhoso no jornal Folha de Minas.
Desde a adolescência Rafa é uma jovem apaixonada e mantém um diário onde escreve recados para um garoto com lindos olhos azuis que ela viu quando tinha 11 anos enquanto passava férias na casa da sua avó, em Iriri, ES. O garoto carregava uma mochila xadrez e era assim que ele o chamava em seus sonhos. Rafa cresceu sonhando com o garoto e mesmo depois de entrar na faculdade ela mantinha o contato com o garoto por meio de seus textos no diário.

Eu gosto de guardar meus sentimentos comigo mesma para que não ganhem dimensões avantajadas.
P. 23

Assim que eu comecei a leitura e li Iriri na primeira linha da primeira página meus olhos brilharam. Eu adoro quando o Espírito Santo é mencionado em livros, fico até emocionada. E esta foi uma motivação a mais para continuar a leitura.
Nem precisaria dela, pois o livro é uma delicinha de ser lido, mas toda motivação para terminar o livro em um dia é válida, né?

Fiquei me sentimento a verdadeira Lois Lane: elegante, competente e arrojada.
P. 51

Rafaela Vilas Boas começa a estagiar no jornal Folha de Minhas. Tem o estágio de seus sonhos, o chefão do jornal, Maurício Gusmão gosta dela, a editora investigativa, Luciana Figueiredo também amou Rafa e todos os colegas foram muito simpáticos com ela, exceto Bernardo, o jornalista com quem ela iria trabalhar.
Bernardo é do tipo casca grossa e a primeira impressão que Rafaela teve dele foi a pior possível, mas apesar de passar o inferno no jornal, ela não dá o braço a torcer e continua firme e forte no estágio, engolindo todas as coisas ruins que passa com Bernardo.
Com o passar do tempo, Bernardo começa a perceber que a moça tem talento e começa a ser menos antipático com ela. O trabalho do dois entra em sintonia e as reportagens ficam cada vez melhores.
E o garoto da mochila xadrez? Bem, ele está presente no livro todo, nas várias mensagens endereçadas a ele que Rafa escreveu.

Mas isso tudo só aconteceria se existisse um universo paralelo, onde a dura realidade não tivesse lugar.
P. 82

O livro tem todo esse clima de faculdade, estágio e início da “vida adulta”. Achei que retratou bem este período da vida. Quem está passando por isso vai se identificar bastante.
E os estudantes de jornalismo ou as pessoas que gostam da área ficarão encantadas com a obra. Os dias da Rafa são tão interessantes e emocionantes que dá vontade de cair de cara e entrar em uma faculdade de jornalismo só para ver se é possível viver um pouquinho da vida dela.
No início de cada capítulo há uma citação que envolve teoria da comunicação. Conceitos básicos escritos de uma forma simples e que tem um pouco a ver com o capítulo em questão.
Rafaela é uma personagem muito próxima do leitor, me sentia amiga íntima dela, dessas de trocar confidências e tudo mais. Rafa poderia ser alguém que eu conheço e que convivo. Rafa é estabanada, paga micos, ri, chora e briga. A sensação que o livro transmite é essa. Entramos na história e vivemos por alguns instantes a vida do personagem. Os livros a Marina Carvalho são assim, leves e descontraídos. Tive a mesma sensação com Simplesmente Ana e De repente Ana.
O bacana da Marina é que ela conta a história de verdade, como se fosse um conhecido contando, ela cita nomes e marcas de produtos, a linguagem é coloquial, há gírias e o modo de falar de cada personagem a depender do ambiente em que se encontra. Amo isso!

Pensei no garoto. De certa forma, estava, sim, mas minha fixação por ele nunca me impediu de beijar e namorar, muito embora de uma forma bastante superficial.
P. 151

O livro é lindo, não apenas a capa fofíssima com a areia da praia e o mar, com alguns detalhes mais brilhosos. O miolo não é cheio de detalhes e todo trabalho. É simples, apenas com alguns desenhos no início dos capítulos, mas a beleza está justamente nesta simplicidade.
A lombada azul escuro na estante fica um charme também.

Mesmo sem conversar comigo, ele me transmitia conforto, acariciando lentamente meu cabelo, até que eu dormi.
P. 258

É um livro que tem um clima de férias de início de ano. Bem “janeiro”, sabe? Com clima de férias e expectativa de volta às aulas. Pelo menos foi o que eu senti.
E ao fim da história dá uma vontade de pegar o livro e abraçar e apertar de tanta fofura emanada pelas páginas.

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Livro: De repente, Ana

DE_REPENTEN_ANAMarina Carvalho
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
320 páginas

Sinopse: Ana decidiu viver permanentemente na Krósvia, e tudo está às mil maravilhas. Além do namoro cada vez mais sério com Alexander, ela tem um emprego fixo na embaixada brasileira e dedica parte de seu tempo às meninas do Lar Irmã Celeste. Mesmo cumprindo tantos compromissos sociais como princesa, Ana nunca foi tão feliz. Porém, de uma hora para outra, tudo muda. Seu pai, o rei Andrej Markov, sofre um grave acidente e vai parar na UTI. Não resta alternativa: Ana vai ter que assumir o trono da Krósvia e governar a nação. Pouco – ou quase nada – familiarizada com a função, ela vai precisar de ajuda não só para reger o seu país, mas também para manter perto de si aqueles que ama. Muita gente está interessada no seu fracasso.

Opinião: Livro fofíssimo! Do mesmo modo que Simplesmente, Ana encantou os leitores acredito que De Repente, Ana também os conquistará com toda fofura e encantamento.
O prólogo já chega nos deixando morrendo de curiosidade em relação à história. Por ele já temos uma ideia de que as coisas não estão tão perfeitas para a princesa Ana e isso aumenta a curiosidade e o mistério com o que se sucede.

A vida é mesmo estranha. De repente ela dá uma guinada e pega o mundo todo despreparado, para o bem ou para o mal.
P. 50

Ana, princesa da Krósvia está de férias no Brasil com o seu namorado perfeito, Alexander, quando recebe a notícia de que seu pai sofreu um acidente e está muito mal no hospital. Ana fica devastada e pega o primeiro voo para o país. Se a preocupação com o pai não já é o suficiente para deixar qualquer pessoa fora de si, imagine a surpresa de Ana ao saber que terá que governar o país?!

Entendi que precisava seguir meus impulsos e avisei Ivan de que estava partindo; nada me faria mudar de ideia. Ele, sorrindo de modo esquisito, incentivou-me a ir mesmo para casa, deixando claro que, de manhã, estaria lá bem cedo, pronto para me dar serviço.
P. 64

Ana assume todos os compromissos e deveres legais de seu pai, Andrej. Mas além de ter que lidar com o trabalho, ainda há a preocupação com a saúde do rei e se não bastasse isso, a oposição política do país e a imprensa marrom não deixam a princesa em paz e todos os seus passos são seguidos e questionados.

Quando uma ameaça é feita, não deve ser ignorada, mesmo que, no final das contas, seja apenas uma brincadeira.
P. 139

E quando acreditamos que tudo de errado poderia acontecer, Laika, a Nome De Cachorro, reaparece depois de anos para infernizar o relacionamento de Ana e Alex, que já não está tão perfeito assim.
Será que Ana aguenta mais essa?

Sorri para Alexander de um jeito que deixou bem explícito quão agradecida eu estava. Então ele foi atrás dos apetrechos necessários e eu fiquei lá, parada na frente de Andrej, com o espírito renovado de esperança.
P. 159

Confesso que chorei rios de lágrimas nas últimas páginas. O livro é bem intenso, romântico, engraçadinho, um pouco dramático e com uma pitada de mistério.
Um diferencial que eu amei foi o fato de algumas partes terem sido escritas pelo Alex. E além da honra de saber os pensamentos do rapaz, as folhas ainda são de uma coloração mais acinzentada. Ficou lindo!

A palavra surgiu de repente, como um sopro do além. Pela primeira vez comecei a visualizá-la como algo concreto, possível.
P. 191

Gostei muito do trabalho de diagramação. O miolo é simples, com o único diferencial as páginas acinzentadas nas falas do Alex e uma fonte diferente, rebuscada, no título de cada capítulo. Simples, bonito e elegante.
A capa seguiu o modelo de Simplesmente, Ana, mas achei bem mais descolada e moderna.
Apesar de ter tudo para ser um clichê, não achei a história tão clichê assim. Claro que o final não poderia fugir do “felizes para sempre” (afinal, um livro sobre uma princesa só poderia terminar assim, né?), mas o que se passa no meio é bem… uou!
Gostei de ver Ana amadurecendo e gostei principalmente de ver a evolução na escrita da Marina Carvalho. Me surpreendeu positivamente.
Definitivamente, mais um livro para os favoritos do ano.

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