Livro: O homem perfeito

O_HOMEM_PERFEITOVanessa Bosso
(4/5)
2014
Editora Novo Conceito (Novas Páginas)
222 páginas

Melina é uma menina sem muita sorte na vida. Ela acaba de flagrar o namorado a traindo, perder o emprego e ter sua poupança confiscada. Devido a tantos problemas ela precisa abandonar sua vida em São Paulo e voltar à pacata Paraty para recomeçar.

O que é seu está guardado e virá no tempo certo, independentemente da velocidade com que você corra.
P. 16

Para quem já passou dos vinte e poucos anos ter que recomeçar sua vida do zero parece o fim do mundo. Enquanto todos ao redor parecem estar em um emprego estável, a vida começando a se equilibrar e os relacionamentos passando para um nível mais sério não ter nada dessas coisas é bastante frustrante e é exatamente assim que Melina se sente.
Aos 18 anos ela saiu de Paraty para estudar publicidade em São Paulo e estava bem encaminhada até todas as tragédias acontecerem de uma só vez. Melina então pega seus 282 pares de sapatos, coloca em Lúcifer (seu jipe vermelho) e parte de volta à cidade em que cresceu. O plano B de Mel é trabalhar na pousadas dos avós até se reencontrar.
Mas apesar de tanto coisa ruim acontecendo, Melina não desiste de sonhar com o seu príncipe encantado. Mel até escreveu para o Universo contando nos mínimos detalhes como seria o seu homem perfeito.

Universo, obrigada por conspirar a meu favor. Agradeço por me enviar o homem perfeito, aquele com quem serei feliz por toda a eternidade, minha alma gêmea.
P. 52

O que Mel não esperava é que o homem perfeito de fato existe e está mais perto do que ela imagina. E o pior: está prestes a se casar com a vaca da sua arqui-inimiga.
O livro é um típico chick-lit, bem comédia romântica, super leve e ótimo para ler em uma tarde preguiçosa. Ele é fininho (tem apenas 222 páginas) e a leitura é muito tranquila.
É todo escrito em primeira pessoa e vemos tudo pelos olhos de Melina, sentimos toda sua paixão, raiva e vergonha.
Melina é muito desastrada e ela conta cenas hilárias. Eu dei muitas gargalhadas enquanto lia imaginando como seria ver seus micos ao vivo. Por sorte, resolvi ler em casa, sozinha e dentro da piscina, se fosse na rua as pessoas me achariam louca por estar tendo crises de riso por causa de um livro

Existem momentos da vida em que o mundo fica em suspenso e o espaço-tempo desaparece. É como se fôssemos transportados para outra dimensão, um lugar onde não há medos ou dúvidas.
P. 101

Não conhecia a escrita da Vanessa Bosso e fiquei muito contente em ver como a literatura nacional tem evoluído. Particularmente eu gosto muito de autores nacionais, não importa se são conhecidos ou não, ver uma obra escrita em nosso idioma com lugares que a gente conhece ou pode ir qualquer dia desses porque é perto é uma sensação maravilhosa. Sem contar que os livros sem sua língua nativa têm mais identidade e as coisas saem naturalmente.
Não desmerecendo o trabalho dos tradutores, mas as diferenças entre ler um livro no idioma original e um traduzido são gritantes e foi com este livro que eu observei melhor e percebi as diferenças. E fiquei muito feliz por notar que o Brasil está cheio de novos talentos sendo descobertos e contribuindo para a cultura literária do país. Autores brasileiros, continuem o trabalho que tá lindo e maravilhoso <3

Livro + Piscina = <3
Livro + Piscina = <3

Agora voltando a falar do livro… Eu gostei (e muito!) e foi um desses livros que me seduziu nas primeiras páginas. Vi gente falando que não conseguiu terminar de ler e fico imaginando como, porque realmente o início do livro é bem instigante. Vamos convir que em boa parte da história a Melina é fútil e um pouco patricinha, mas como eu amo Becky Bloom isso não foi nenhum problema para mim.
A única coisa que eu não gostei mesmo foi o dramalhão que antecedeu o fim da história. Os últimos capítulos pareciam a última semana da novela, onde tudo acontece. Achei que foi uma história curta para tantos acontecimentos no final. Mesmo assim eu gostei e recomendo a leitura.

Não deixe a razão cegá-la. Em casos como esse, só o coração pode iluminar o caminho.
P. 124

Eu adorei a capa, divertida e chamativa. Bem mulherzinha para chamar a atenção das leitoras fãs de chick-lit. O miolo também é bem trabalhado. Entre um capítulo e outro há frases e rabiscos como um diário. Achei fofo (e sim, me deu vontade de abraçar o livro e a autora no final).

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Livro: Azul da cor do mar

AZUL_DA_COR_DO_MARMarina Carvalho
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
334 páginas

Quando pequena Rafaela sonhava em ser jornalista de um grande jornal. Jornalista investigativa para viver grandes aventuras e desvendar diversos casos.
Na faculdade Rafaela é a melhor aluna da classe e não é surpresa quando ela consegue um estágio maravilhoso no jornal Folha de Minas.
Desde a adolescência Rafa é uma jovem apaixonada e mantém um diário onde escreve recados para um garoto com lindos olhos azuis que ela viu quando tinha 11 anos enquanto passava férias na casa da sua avó, em Iriri, ES. O garoto carregava uma mochila xadrez e era assim que ele o chamava em seus sonhos. Rafa cresceu sonhando com o garoto e mesmo depois de entrar na faculdade ela mantinha o contato com o garoto por meio de seus textos no diário.

Eu gosto de guardar meus sentimentos comigo mesma para que não ganhem dimensões avantajadas.
P. 23

Assim que eu comecei a leitura e li Iriri na primeira linha da primeira página meus olhos brilharam. Eu adoro quando o Espírito Santo é mencionado em livros, fico até emocionada. E esta foi uma motivação a mais para continuar a leitura.
Nem precisaria dela, pois o livro é uma delicinha de ser lido, mas toda motivação para terminar o livro em um dia é válida, né?

Fiquei me sentimento a verdadeira Lois Lane: elegante, competente e arrojada.
P. 51

Rafaela Vilas Boas começa a estagiar no jornal Folha de Minhas. Tem o estágio de seus sonhos, o chefão do jornal, Maurício Gusmão gosta dela, a editora investigativa, Luciana Figueiredo também amou Rafa e todos os colegas foram muito simpáticos com ela, exceto Bernardo, o jornalista com quem ela iria trabalhar.
Bernardo é do tipo casca grossa e a primeira impressão que Rafaela teve dele foi a pior possível, mas apesar de passar o inferno no jornal, ela não dá o braço a torcer e continua firme e forte no estágio, engolindo todas as coisas ruins que passa com Bernardo.
Com o passar do tempo, Bernardo começa a perceber que a moça tem talento e começa a ser menos antipático com ela. O trabalho do dois entra em sintonia e as reportagens ficam cada vez melhores.
E o garoto da mochila xadrez? Bem, ele está presente no livro todo, nas várias mensagens endereçadas a ele que Rafa escreveu.

Mas isso tudo só aconteceria se existisse um universo paralelo, onde a dura realidade não tivesse lugar.
P. 82

O livro tem todo esse clima de faculdade, estágio e início da “vida adulta”. Achei que retratou bem este período da vida. Quem está passando por isso vai se identificar bastante.
E os estudantes de jornalismo ou as pessoas que gostam da área ficarão encantadas com a obra. Os dias da Rafa são tão interessantes e emocionantes que dá vontade de cair de cara e entrar em uma faculdade de jornalismo só para ver se é possível viver um pouquinho da vida dela.
No início de cada capítulo há uma citação que envolve teoria da comunicação. Conceitos básicos escritos de uma forma simples e que tem um pouco a ver com o capítulo em questão.
Rafaela é uma personagem muito próxima do leitor, me sentia amiga íntima dela, dessas de trocar confidências e tudo mais. Rafa poderia ser alguém que eu conheço e que convivo. Rafa é estabanada, paga micos, ri, chora e briga. A sensação que o livro transmite é essa. Entramos na história e vivemos por alguns instantes a vida do personagem. Os livros a Marina Carvalho são assim, leves e descontraídos. Tive a mesma sensação com Simplesmente Ana e De repente Ana.
O bacana da Marina é que ela conta a história de verdade, como se fosse um conhecido contando, ela cita nomes e marcas de produtos, a linguagem é coloquial, há gírias e o modo de falar de cada personagem a depender do ambiente em que se encontra. Amo isso!

Pensei no garoto. De certa forma, estava, sim, mas minha fixação por ele nunca me impediu de beijar e namorar, muito embora de uma forma bastante superficial.
P. 151

O livro é lindo, não apenas a capa fofíssima com a areia da praia e o mar, com alguns detalhes mais brilhosos. O miolo não é cheio de detalhes e todo trabalho. É simples, apenas com alguns desenhos no início dos capítulos, mas a beleza está justamente nesta simplicidade.
A lombada azul escuro na estante fica um charme também.

Mesmo sem conversar comigo, ele me transmitia conforto, acariciando lentamente meu cabelo, até que eu dormi.
P. 258

É um livro que tem um clima de férias de início de ano. Bem “janeiro”, sabe? Com clima de férias e expectativa de volta às aulas. Pelo menos foi o que eu senti.
E ao fim da história dá uma vontade de pegar o livro e abraçar e apertar de tanta fofura emanada pelas páginas.

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Livro: A namorada do meu amigo

A_NAMORADA_DO_MEU_AMIGOGraciela Mayrink
(5/5)
Novo Conceito | Novas Páginas
2014
334 páginas
Sinopse Quando voltou das férias de verão, Cadu não imaginava a confusão em que a sua vida se transformaria. Era para ser um ano normal, mas ele entrou em uma enrascada e está correndo o risco de perder a amizade do cara mais legal do mundo. O que fazer quando a namorada do seu amigo vira uma obsessão para você? Os churrascos da turma da faculdade talvez ajudem a esquecer Juliana, e, se depender do esforço do divertido Caveira, não faltarão garotas gente boa para preencher o coração de Cadu. Mas não adianta forçar… Quem consegue mandar no coração? Alice, a irmã de Beto, é só mais uma das dores de cabeça que Cadu tem que enfrentar. A vida inventa cada cilada!

Opinião: Que. Livro. Fofo! O livro é todo contado do ponto de vista de Carlos Eduardo, o Cadu, em primeira pessoa. Não é na forma de diário, mas com demarcações claras de tempo e espaço.
O prólogo do livro mostra Cadu lembrando de quando era criança e brincava de Os três mosqueteiros com seus melhores amigos, Caveira (Murilo) e Beto. Na época, a vizinha de frente de Cadu, Juju, sempre “atrapalhava” a brincadeira deles e queria fazer parte do grupo, como D’Artagnan. Eles nunca deixavam porque Juju era menina e não podia fazer o papel de um militar, homem. Cadu odiava Juju e sua maior alegria foi quando a família da menina se mudou “para sempre” para outro estado.
O primeiro capítulo é com um Cadu crescido, estudante universitário do curso de Direito. Cadu acaba de voltar de Florianópolis, onde passou as férias de verão. Ele quase não acredita quando contam que Juju voltou para a cidade e estava matriculada na escola secundária. Cadu ainda tinha na memória aquela menina chata que atrapalhava a brincadeira dele com os amigos.
Para a surpresa de Cadu, quando ele viu a moça ficou de queixo caído. Além de bonita e simpática, Juju, agora conhecida apenas como Ju, era namorada de seu melhor amigo, Beto.

Isso nunca tinha acontecido comigo, e eu não podia aceitar que acontecesse. Não podia desejar a namorada do meu amigo, era canalhice demais.
P. 25

O livro conta de uma forma muito natural como acontecem os relacionamentos entre adolescentes. Aquele turbilhão de emoções, sentimentos confusos e hormônios à flor da pele estão tão presentes, que eu tive a sensação de que voltei aos meus 16 anos.

Sorri, ,ou tentei sorrir, fingindo estar interessado nas confidências do meu amigo, mas na verdade queria voar no pescoço dele. Não, isso não. Só queria estar no lugar dele.
P. 116

Outra coisa que eu adoro nos livros da Graciela e que felizmente também estava presente nesta obra, é como ela narra os mineiros. São tão tipicamente mineiros que é impossível não gostar dos personagens. Eu quase consigo ouvir a voz deles carregada de sotaque dentro da minha cabeça.
Como todo capixaba, eu odeio quando os mineiros invadem nossas praias no verão e trazem todo caos possível para o litoral, mas é só birrinha e ciúmes por dividir o mesmo território. Não tem como não amar o carisma desse povo, que é tão bem retratado nos livros da autora.

Os momentos de decisão são importantes em nossa vida, mas nem sempre significam algo bom ou fácil.
P. 309

O livro tem todo clima de uma de minhas novelas preferidas até hoje, Coração de Estudante. A maior parte da história se passa com jovens e adolescentes, no momento da descoberta do amor e na dificuldade em se relacionar com os outros, principalmente as pessoas do sexo oposto.
A autora também mostra que ninguém manda no coração. Os sentimentos surgem sem explicação e não há nada que podemos fazer contra isso. É natural e acontece.
Não preciso dizer que amei a história, não é mesmo? Acho que ficou um pouco claro na minha resenha.
Mas eu preciso confessar que também fiquei apaixonada pela capa cheia de vida, alegre e colorida. É um livro que chama a atenção, mas não é colorido ou espalhafatoso demais. A lombada também é linda para guardar na estante.
O miolo não tem muitos detalhes, é bem simples, mas como ando em um momento de preferir livros simples e com poucos detalhes, amei.
Como é uma leitura fácil e gostosa, dá para ser lido no fim de semana.

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