Livro: Depois Daquela Montanha

Charles Martin
(5/5)
Editora Arqueiro
2015
304 páginas

Depois Daquela Montanha conta a história de Ben e Ashley, que só querem chegar em casa. Eles se conhecem no aeroporto e começam a conversar. Uma forte nevasca está chegando, os voos comerciais foram cancelados, inclusive o que eles iriam embarcar. Ben então viu um hangar de aviões particulares e lá conhece Grover que aceita fazer a viagem antes da chegada da tempestade de neve. Ele decide convidar Ashley e fazer uma gentileza.
Ben é médico e tem uma cirurgia para a manhã seguinte. Ashley irá se casar em uma semana e precisa estar presente em seu jantar de ensaio do casamento.
Eles embarcam. À bordo está Tanque, o cão de Grover, que sempre o acompanha em viagens.
Ao sobrevoar uma cadeia de montanhas Grover se sente mal, tem um ataque cardíaco e consegue o mais parecido com uma aterrissagem antes de morrer.
Ben acorda com dor nas costelas e aos poucos vai se lembrando do que aconteceu. Ele se recorda de Ashley e a encontra com a perna quebrada e o ombro deslocado.
Com muito improviso ele faz o melhor que pode para mantê-los vivos. Ben, Ashley e o cachorro.
Eles estão completamente isolados, acerca de 3.500 metros de altitude, em uma área florestal coberta de neve.
Ben sabe que não pode tirar Ashley dali sem agravar seu estado físico, mas eles também não podem ficar na montanha, onde jamais poderão ser encontrados.
Os dias vão passando, eles passam por situações extremas, tudo o que estava ruim ainda piora, mas Ben e Ashley se mantêm firmes na esperança de sobreviverem.
Ben não desgruda de seu gravador, no qual grava mensagens carinhosas para sua mulher, Rachel. O tempo todo ele conversa com Rachel. Ele é a prova de que ainda existe amor.
O amor de Ben por Rachel e o bom humor de Ahsley os mantêm vivos e com esperança de saírem daquela montanha gelada. Um se torna o grande apoio e motivação do outro e juntos eles conseguem superar cada obstáculo.

Este livro estava na minha lista de leitura e era o próximo a ser lido, mas foi justamente na semana que o avião com o time da Chapecoense caiu. Não tive condições psicológicas de ler nada parecido com acidente de avião por pelo menos algumas semanas.
Achei que nem seria capaz de terminar a leitura, mas depois que engatei no livro não consegui desgrudar até que estivesse terminado.
Sabe aquela história de amor que aquece o coração e nos faz ter esperança na humanidade? Ben é o personagem mais altruísta e generoso que eu já conheci. Impossível não se apaixonar por cada uma das características dele, mesmo as que foram um pouco exageradas (ele tem qualidades demais!).
Ashley parece ser o tipo de mocinha indefesa e incapaz que depende dele para tudo, mas apesar de depender mesmo de Ben para tudo ela é emocionalmente forte e segura a barra e dá forças e esperanças a Ben.
Ben acredita no amor e quer que Ashley viva isso.
Uma das melhores leituras de 2016 e uma ótima forma de fechar o ano.
E a melhor notícia é que em 2017
Publicado em mais de dez países, Depois Daquela Montanha chegará às telas de cinema em 2017, com Kate Winslete Idris Elba nos papéis principais de uma história que vai reafirmar sua crença na vida e no poder do amor.
Depois desta leitura maravilhosa estou aguardando ansiosamente pelo filme. Parece ser uma ótima produção.

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Livro: O primeiro dia do resto da nossa vida

o primeiro dia do resto de nossas vidasKate Eberlen
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
432 páginas

Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem…

Quem consegue resistir a um livro com essa chamada? Se a sua mente já começou a tocar alguma música da Liz Phair e você está esperando uma comédia romântica digna de Sessão da Tarde você está certo.
A história de O primeiro dia do resto da nossa vida começa em agosto de 1997.
Tess está de férias com sua melhor amiga Doll e sonhando com a universidade. Elas passaram o verão viajando de um país para outro da Europa e agora estão na Itália aproveitando os últimos momentos. Elas estão fazendo planos para o futuro e pensando em como a vida mudará com o fim das aventuras de verão. Tess, uma moça inteligente e ávida tenta absorver ao máximo da cultura e da arte presente no país. Doll não se interessa tanto assim pelos passeios pelas numerosas igrejas, mas não desanima a amiga.
Gus está viajando com os pais pela Itália. Ele adoraria fugir de todas as programações familiares que os pais fizeram e ficar admirando as obras presentes nas igrejas e na arquitetura italiana, mas o máximo que consegue são rápidas escapadas para correr. Ele mal pode esperar para ir para universidade e fugir do controle dos pais. Ele queria estudar arte ou outra coisa, mas seus pais insistiram para que ele fizesse medicina e o rapaz não contrariou a vontade da família.
Os capítulos dos livros são intercalados, ora conhecemos a história de Tess, ora a de Gus. A cada capítulo e a cada página virada me vi perguntando se finalmente Gus e Tess se encontrariam.
São narrados dezesseis anos de história. Vemos a vida de Tess virando do avesso, acompanhamos seus êxitos e suas perdas. Também conhecemos as fraquezas e as qualidades de Gus e percebemos como os dois personagens são reais.
A vida de ambos possui altos de baixos e a autora conseguiu transmitir todos esses sentimentos. Nada é perfeito. É um livro totalmente fora do clichê.
O tempo todo Tess e Gus estão se cruzando pelos caminhos ou estão no mesmo lugar e na mesma hora, mas eles não se conhecem e um não sabe da existência do outro.
Várias vezes me questionei se eles realmente eram perfeitos um para o outro e se eles deveriam ficar juntos. No final das contas eu cheguei à conclusão de que ninguém é perfeito para ninguém. Somos indivíduos com defeitos e qualidades. Nossa metade da laranja não vai encaixar certinha e talvez ela nem seja uma laranja.
A autora brincou de Deus e senhora do destino e ficou com a vida dos personagens nas mãos. A todo momento ela juntava e afastava os protagonistas de uma forma tão sutil que só no fim do livro que sabemos se eles se encontram ou não. Ou se eles são destinados a ficar juntos, ou não.
O primeiro dia para o resto de nossas vidas é um livro adorável, daqueles que aquecem o coração. É leve, é engraçado, é fofo e emocionante.

– Não posso fazer você ter fé, Tess – disse ela. – Esse é um passo que você tem que dar sozinha e, depois, tudo vai fluir.
P. 37

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Livro: O Coração da Esfinge

esfingeColleen Houck5
(3/5)
Editora Arqueiro
2016
368 páginas

PODE TER ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O LIVRO O DESPERTAR DO PRÍNCIPE.

O Coração da Esfinge é o segundo livro da série Deuses do Egito. Após Lily Young viver grandes aventuras com o príncipe egípcio Amon, ela está de volta à sua rotina. Lily acabou de passar na faculdade e finge para os pais que está tudo bem, mas por dentro está arrasada por causa de sua separação com Amon. Então ela resolve se refugiar na casa de sua avó para curar este sentimento.
Amon se transportou para o mundo dos mortos, já que ele preferia viver em agonia a usar a energia vital de Lily mais uma vez. Mas antes de ir, ele a entregou um amuleto que os conecta, mesmo em mundo diferentes.
Com este objeto Lily consegue sentir o coração de Amon bater e perceber o que ele está sentindo.

– Há uma certa medida de sombras em todo coração humano. O que é pesado na balança é o equilíbrio da vida da pessoa. Se ela aprendeu com os erros e seguiu com mais frequência o que está certo, é considerada digna.
P. 30

Pouco tempo após chegar na casa de sua avó, Lily é requisitada por Anúbis a usar o objeto, libertar Amon e salvar os reinos da escuridão e caos que poderão ser trazidos por Seth.
Sem entender direito no que estava entrando, Lily aceita a proposta. Tudo o que ela quer no mundo é Amon de volta e não hesita em passar por todos os desafios.
O primeiro deles é se transformar em esfinge para entrar no mundo dos mortos. Mas até para dar o primeiro passo Lily passa por aventuras.
A cada etapa ela precisa comprovar sua aptidão e suas intenções. Lily vai viver muitas aventuras “sozinha” e vai conhecer novas pessoas que a ajudarão neste trajeto.

[…] Não se esqueça, Lily, o sol sempre leva à vida. Ver o nascer do sol é abraçar a vida. O pôr do sol é onde você vai encontrar a morte.
P.50

Já conhecia a autora Colleen Houck da Saga do Tigre e fiquei muito contente quando vi que ela estava lançando uma nova série, Deuses do Egito. Gostei muito de O Príncipe do Egito e me encantei com a história, a mitologia e os personagens. Então quando saiu O Coração da Esfinge já pirei na batatinha de vontade de ler e só fiquei feliz de fato quando o livro estava em minhas mãos.

– Às vezes são necessários sacrifícios e precisamos abrir mão da coisa que mais desejamos no mundo para que outros possa viver contentes e felizes.
P. 143

Mas, nem tudo são flores e quanto mais eu anseio por uma leitura mais eu me decepciono com ela e foi dito e feito. A história continua boa, a mitologia também, mas eu não consegui me conectar direito. Não me via na história, não me emocionei… Quando eu tentava criar imagens das aventuras não vinha nada, parecia que tudo estava acontecendo em Chroma key. Só existiam os personagens, mas nenhuma paisagem. Não sei se consigo me fazer entender, mas foi a pior sensação que eu tive ao ler um livro. Mas isto foi uma experiência pessoal, nunca conheci ninguém que vivenciou algo deste tipo.
A capa é simplesmente maravilhosa. Um dourado bonito que dependendo da luz fica reluzindo como sol. Amo as capas dos livros da Colleen. São lindas!

– Porque conhece-los, Lily, é amá-los. Se eu os amar, vou sentir dor ao perde-los. É a maldição que acompanha a imortalidade. Entende?
P.172

*MOMENTO SPOILER*
Deixei o spoiler para o fim, assim quem leu e quiser compartilhar da minha indignação fique à vontade.
Eu sei que o corpo da Lily foi compartilhado por Tia e Ashleigh e dependendo do momento uma delas tomava o controle de tudo e a Lily ficava no fundo da mente apenas observando. Mas como assim ela se interessou por quatro caras diferentes e beijou dois deles!? Assim, sem mais nem menos.
Vez ou outra ela se lembra vagamente que aquilo não é certo, mas ok, quem é Amon, não é mesmo? Apenas um cara que deu o coração para ela e que escolheu viver em agonia pelo resto da vida a vê-la sofrer o mínimo que seja…
Que merda, hein, tia Colleen?! Não basta escrever triângulos amorosos agora resolveu colocar quatro caras diferentes para a mocinha.
Triângulos amorosos são meio pombo para mim, não é que eu não goste, mas também não sou fã. As aventuras da história são ótimas, mas se levar o romance para este lado a saga vai ficar bem cansativa.
*FIM DO MOMENTO SPOILER*

Se fracassarmos, pelo menos, lutamos para nos livrar das amarras que nos foram impostas. Ninguém pode nos censurar pela tentativa que fizemos de nos tornarmos algo mais.
P. 87

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