Livro: República dos Ladrões

REPUBLICA_DE_LADROESScott Lynch
(5/5)
Editora Arqueiro
2015
540 páginas

Locke Lamora conseguiu escapar da morte em troca de um trabalho. Ele fez um trato com os Magos-Servidores e deve trabalhar para eles até a eleições dos conselhos dos magos, daí à seis semanas. Claro que ele não queria fazer um trato com os arquirrivais dos Nobres Vigaristas, mas entre o acordo e a morte, ele preferiu o primeiro.
Seu trabalho é manipular votos e fazer com que a facção que o está contratando vença. É um trabalho bem sujo e típico dos Nobres Vigaristas, fraudar, mentir, extorquir, simular, então Locke não terá muitas dificuldades para executa-lo.
Além do mais, ele tem carta-livre para agir e muito dinheiro disponível em uma conta bancária.
Tudo parece bem típico e sem muitas dificuldades, mas então ele descobre que na outra facção também tem uma pessoa trabalhando por eles, Sabeta Belacoros, uma mulher que fez parte do passado de Locke e conviveu com ele desde os tempos de Camorr.
Locke sempre manteve uma forte paixão por Sabeta e trabalhar contra ela parece ao mesmo tempo arriscado e tentador demais.
Sem dúvidas, República dos Ladrões é o melhor livro da série Nobres Vigaristas. Queria devorar o livro rapidamente, mas por outro lado fiquei em dúvida se lia mais devagar para saborear melhor os acontecimentos.
A história é dividida e alternada entre o passado e o presente. O tempo todo temos flashbacks mostrando Locke crescendo em Camorr, sua relação com Sabeta, Jean e os irmãos Sanzas. Conhecemos um pouco mais do passado de Locke e entendemos melhor sua relação com Sabeta.
Na história “atual” temos bastante ação e muito do clássico humor ácido de Locke.
De todas as capas essa foi a que eu mais gostei. Achei a mais bonita.
A divisão interna e dos capítulos é muito bem feita. A diagramação é a mesma dos volumes anteriores, simples, mas com mapas e capítulos bem delimitados. Sem erros de revisão.
Minha única reclamação é que algumas páginas vieram amassadas. Creio que na hora da impressão as páginas amarrotaram. Nada que prejudicasse a leitura, mas esteticamente ficou feio.
No mais, nota máxima!

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Livro: Mares de Sangue

MARES_DE_SANGUEScott Lynch
(4/5)
Editora Arqueiro
2014
512 páginas
Sinopse: Após uma batalha brutal no submundo do crime, o golpista Locke Lamora e seu fiel companheiro, Jean Tannen, fogem de sua cidade natal e desembarcam na exótica Tal Verrar para se recuperar das perdas e feridas. Porém, mesmo no extremo ocidental da civilização, não conseguem descansar por muito tempo e logo estão de volta ao que fazem de melhor: roubar dos ricos e embolsar o dinheiro.
Desta vez, eles têm como alvo o maior dos prêmios, a Agulha do Pecado, a mais exclusiva casa de jogos do mundo, onde a regra de ouro é punir com a morte qualquer um que tente trapacear. É o tipo de desafio a que Locke não consegue resistir… só que o crime perfeito terá que esperar.
Antigos rivais dos Nobres Vigaristas revelam o plano a Stragos, o ambicioso líder militar verrari, que resolve manipulá-los em favor de seus próprios interesses. Em pouco tempo, a dupla se vê envolvida com o mundo da pirataria, um trabalho inusitado para ladrões que mal sabem diferenciar a proa da popa de um navio.
Em Mares de sangue, Locke e Jean terão que se mostrar malabaristas de mentiras, enganando todos ao seu redor sem a mínima falha, para que consigam sair vivos. Mas até mesmo isso pode não ser o bastante…

Opinião: Locke e Jean estão de volta. Após dois anos desde que eles saíram de Camorr eles chegam a Tal Verrar para aprontar mais.
Roubar está no sangue deles e eles não iriam para outra cidade apenas de férias, não é mesmo?
Na bela cidade de Tal Verrar eles armam um plano bastante ousado: roubar a casa de jogos mais exclusiva mundo, a Agulha do Pecado, e seu dono Requin. Tentar qualquer tipo de crime contra o local é o mesmo que assinar sua sentença de morte. Requin é um homem poderoso e todos que tentam lhe roubar é jogado da janela mais alta depois de perder uma das mãos. Requin guarda essas mãos como troféu e para provar “quem manda” no local.

Quando não se pode trapacear no jogo, é melhor encontrar um modo de trapacear o jogador.
P. 65

Quando está tudo pronto para eles aplicarem o golpe, o destino muda a sua sorte e eles se envolvem em uma aventura muito maior. Eles são forçados a entrarem no plano do Arconte, uma espécie de líder militar, que pretende tomar o governo e se veem na maior enrascada de suas vidas.

Mas os romances não são reais, e certamente nunca foram. Isso não tira parte do sabor?
P. 72

O Arconte decide usar Locke e Jean em uma guerra pirata e os dois precisarão de todas as suas habilidades de interpretação que adquiriram ao longo dos anos como ladrões.
Eles ganham um navio e uma tripulação e precisam fingir que estão no comando, mesmo não entendo nada de navegação, nem das superstições que envolvam navegar.

– Segundo, é um tremendo azar partir sem ter gatos a bordo. Não só porque eles matam os ratos, mas porque são as criaturas mais orgulhosas que existem, no seco ou no molhado.
P. 194

Tudo de errado acontece no navio e o tempo todo somos instigados a acreditar que finalmente chegou o fim dos Nobres Vigaristas. A tensão é muito grande e o desejo de não parar a leitura é enorme!
Há muita aventura, como acontece no primeiro livro, mas há também um pouco de romance e a presença de mulheres inteligentes na estória. E o humor do Locke continua afiado, então prepare-se para ótimos momentos de diversão.
Scott Lynch faz uma trama tão bem amarrada e cria um cenário maravilhoso e um novo universo mágico e cheio de detalhes que é impossível ler e não se imaginar no lugar.
Não é uma leitura rápida, diversas vezes tive a sensação de que não avançava em nada na leitura, mas é assim mesmo. O livro é riquíssimo em detalhes e prestar atenção em todos eles é essencial.

– “Paredes frias não fazer uma prisão” – recitou Jean com um sorriso. – “nem algemas de ferro fazem um escravo”.
P. 280

Achei a capa lindíssima, combinou perfeitamente com a trama e a diagramação interna é muito bem feita. Não é apenas um livro para ler e deixar para lá. Este é um desses livros que a gente tem o prazer de manter na estante.
Achei a leitura de As mentiras de Locke Lamora mais fácil e rápida e esperava o mesmo com esse livro, mas me decepcionei neste ponto.
Não foi uma leitura ruim, mas eu esperava ler em 2 dias e li em 2 semanas, bem mais do que minha meta usual de leitura, mas valeu à pena e agora espero ansiosamente pela continuação.

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Livro: As mentiras de Locke Lamora

AS_MENTIRAS_DE_LOCKE_LAMORAScott Lynch
(5/5)
Editora Arqueiro
2014
463 páginas

Sinopse: O Espinho é uma figura lendária: um espadachim imbatível, um especialista em roubos vultosos, um fantasma que atravessa paredes. Metade da excêntrica cidade de Camorr acredita que ele seja um defensor dos pobres, enquanto o restante o considera apenas uma invencionice ridícula.
Franzino, azarado no amor e sem nenhuma habilidade com a espada, Locke Lamora é o homem por trás do fabuloso Espinho, cujas façanhas alcançaram uma fama indesejada. Ele de fato rouba dos ricos (de quem mais valeria a pena roubar?), mas os pobres não veem nem a cor do dinheiro conquistado com os golpes, que vai todo para os bolsos de Locke e de seus comparsas: os Nobres Vigaristas.
O único lar do astuto grupo é o submundo da antiquíssima Camorr, que começa a ser assolado por um misterioso assassino com poder de superar até mesmo o Espinho. Matando líderes de gangues, ele instaura uma guerra clandestina e ameaça mergulhar a cidade em um banho de sangue. Preso em uma armadilha sinistra, Locke e seus amigos terão sua lealdade e inteligência testadas ao máximo e precisarão lutar para sobreviver.

Opinião: Um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Quem gosta de fantasia vai se deliciar com a leitura. Só sinto por não ter lido com mais calma, porque livros de fantasia devem ser saboreados com toda calma do mundo, capítulo por capítulo.
As mentiras de Locke Lamora conta a história de Locke Lamora, um menino órfão que é vendido para bandidos na cidade de Camorr e com eles aprende a roubar. Lamora tem uma imaginação incrível desde cedo e seus roubos são sempre elaborados e cheios de teatro.

– Correntes costumava falar que não havia liberdade igual à de ser constantemente subestimado – disse Locke.
P.144

Locke cresce e se torna Espinho, o chefe dos Nobres Vigaristas, um grupo de ladrões de Camorr, que tem o prazer de aplicar grandes golpes à nobreza da cidade.
Eu tentei encontrar semelhanças entre Locke e Robin Hood, mas tirando o fato de ambos roubarem dos ricos não encontrei nada demais. O que mostra o quão original é a obra.

Mas o tempo é um rio, Locke, e nós sempre o descemos mais rápido do que pensamos.
P. 251

A história é dividida em quatro livros, que são divididos em capítulos. Cada capítulo é dividido em trechos enumerados e também possui interlúdios. Nos interlúdios se passam fatos do passado, mostram como foi o crescimento de Locke e como ele conheceu e conviveu com os demais Nobres Vigaristas. A divisão dentro dos capítulos se passa no presente, mas mostra a história de diferentes ângulos.
O início da leitura não é simples, até compreender o modo como a narrativa é escrita e se adaptar ao estilo do leitor eu demorei umas 100 páginas. E confesso que a leitura só foi fluir mesmo depois da metade do livro, mas valeu muito à pena!!

Dizia-se que em Camorr a diferença entre comércio honesto e desonesto é que quando um comerciante honesto arruinava alguém, não tinham a cortesia de lhe cortar a garganta para encerrar o assunto
P.343

Mas depois que a história pega um ritmo e começa a fluir, ela é completamente envolvente e não dá vontade de parar de ler nem para ir ao banheiro!
O livro tem muita ação e mistério. E como é a história de ladrões que é contada, não faltam palavrões e palavras de baixo calão na narrativa.
Locke é carismático e toda vez que ele aprontava uma das suas eu lembrava do capitão Jack Sparrow de Piratas do Caribe. Acho que o carisma debochado o ar de maluco são bastante semelhantes entre os dois personagens.
Adorei o trabalho que a editora fez na diagramação do livro. A capa é linda e remete bem à história. Achei a fonte utilizada um pouco pequena, mas isso não atrapalhou em nada a leitura.
Os capítulos são bem divididos, iniciam-se em uma nova página (amo quando isso acontece) e gostei da simplicidade do miolo. Menos foi verdadeiramente mais aqui. Sem detalhes ou firulas a atenção do livro vai toda para a história (que é excelente por si só e não precisa de nenhum outro ingrediente para ser vendida).
Acho que já posso me considerar fã do autor e dizer que estou ansiosa pela continuação da série Nobres Vigaristas.

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