Série: Marcella

(4/5)

Após 11 anos um serial killer volta à atacar na cidade. Pessoas estão sendo encontradas mortas, com uma plástica enrolada na cabeça e os pés e mãos amarrados.

Com os crimes acontecendo sem nenhum suspeito preso, um detetive bate à porta de Marcella Backland (Anna Friel), uma ex-detetive, para que ela dê sua opinião sobre o caso, pois tudo leva a crer que se trata de um criminoso que ela investigou antes de se afastar da carreira.

Marcella então pede para voltar ao trabalho. Ela ficou afastada do trabalho para se dedicar ao casamento e aos filhos, mas decide retomar ao seu posto na polícia de Londres.

Além de ter que lidar com o complicado caso no trabalho, Marcella ainda tem que lidar com vários problemas em casa. Ela descobre uma traição do marido Jason (Nicholas Pinnock), que está saindo de casa. Ela ainda está de luto pela morte prematura de sua filha bebê Juliet e seus outros dois filhos ficam no colégio interno e nem se importam com ela.

Se não bastassem esses problemas, Marcella ainda apresenta diversos episódios de lapsos de memória.

A trama policial da série é muito boa, a cada episódio há uma nova revelação e acabamos desconfiando de todos e mudando de opinião sobre quem comete os crimes a todo momento. Essa parte da história prende muito o telespectador, mas o que mais chama a atenção na série é a protagonista.

Marcella é uma mulher inteligente e muito boa na profissão (de acordo com o ex-marido, na segunda temporada ela é uma melhor detetive que uma mãe), mas está com o psicológico totalmente destruído e parece que nada de bom acontece em sua vida particular. Ela é totalmente humana e cheia de problemas, como qualquer um de nós.

A série tem 2 temporadas e 16 episódios. Está disponível na Netflix Brasil e é uma ótima pedida para assistir em um final de semana.

Quem não gosta de séries com muitas temporadas e cheias de episódios, esta é uma excelente sugestão.

Eu confesso que alguns episódios não me cativaram tanto. Eu tinha acabado de assistir The Fall e qualquer detetive perto da Stella Gibson não tinha meu respeito (desculpa, Marcella), mas continuei assistindo porque a Netflix vai exibindo um episódio atrás do outro mesmo sem eu pedir.

Alguns episódios/cenas eu amava e outros eu assistia arrastado, mas então cheguei ao final da segunda temporada e MEU DEUS DO CÉU! Fiquei impactada por dias.

Vou dar um micro spoiler: Marcella faz hipnose para identificar a causa dos apagões e consegue descobrir qual foi o trauma que a deixou assim. Quando ela descobre o que aconteceu, ela fica muito desgraçada da cabeça e surta totalmente e aí ACABA.

Mano, eu quero a terceira temporada na minha tela imediatamente porque não estou sabendo lidar com isso. Felizmente a série foi renovada pela ITV e os episódios estarão disponíveis este ano, se Deus quiser!

Olhando em retrospecto toda a série, foi merecidíssimo o Emmy que a Anna Friel recebeu. Marcella é uma personagem extremamente complexa e Anna conseguiu mostrar todas as nuances dela.

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Filme: Mary Shelley

(5/5)
Mary Shelley
Elenco: Elle Fanning, Douglas Booth, Bel Powley, Maisie Williams, Joanne Froggatt, Stephen Dillane, Tom Sturridge, Ben Hardy, Hugh O’Conor, Jack Hickey, Ciara Charteris, Donna Marie Sludds, Michael Cloke
Distribuição Netflix
2017

O filme Mary Shelley é inspirado na vida de
Mary Wollstonecraft Godwin, mais conhecida como Mary Shelley e seu conturbado relacionamento com Percy Shelley.

Mary é uma moça extremamente criativa e que adora escrever histórias de terror e contar para os irmãos. Aos 16 anos ela conhece o jovem e sedutor escritor Percy Shelley e se apaixona por ele e sua visão de mundo.

Percy, além de casado, possui um comportamento fora dos padrões exigidos pela época e Mary foi proibida de se envolver com ele, mas ela desobedece ao pai e foge com Percy, levando junto sua irmã, Clara.

Mary e Percy Shelley

O relacionamento dos dois era intenso como o fogo, mas aos poucos ela começa a conhecer o lado desajustado e irresponsável de Shelley e passa a questionar se fugir com ele foi a melhor decisão.

Elle Fanning consegue sua delicadeza transmitir todas as nuances da Mary Shelley, uma mulher que é forte e doce ao mesmo tempo. O filme mostra com maestria as angustias femininas.

As falas são poéticas e sutilmente mostra como o machismo estava presente na sociedade.

Mary e Percy Shelley

Mary Shelley mostra como os tormentos da autora criaram o livro Frankenstein.

É incrível ver como Mary tentou publicar o livro por conta própria, mas apesar da grandiosidade de sua obra ninguém queria publicar porque foi escrito por uma mulher.

Na primeira edição Frankenstein foi publicado como sendo escrito por Percy Shelley e apenas na segunda edição é que a obra foi devidamente creditada a Mary.

É um filme belíssimo, que está disponível na Netflix. E eu já recomendei pra todo mundo desde quando assisti. Se você gosta de literatura ou de história este filme é imperdível.

https://youtu.be/xZyn-3mD8kY
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Série: The Fall

(5/5)

A série The Fall está disponível na Netflix, é um drama policial produzido pela BBC irlandesa.

Um serial killer está atacando e matando mulheres em Belfast. Ele procura por mulheres com perfis semelhantes, investiga a vida delas, invade suas casas e as ataca. A morte é sempre por asfixia e depois de matá-las ele as posiciona e fotografa, criando sua própria arte.

Após a morte de três mulheres de forma semelhante, a detetive britânica Stella Gibson (Gillian Anderson) assume o caso. Ela foi a primeira a linkar as mortes e começa uma investigação minuciosa.

O interessante da série é que ela mostra tando o lado da policial, quanto o do psicopata. Ela não apenas fala como os crimes foram cometidos, ela mostra. Podemos ver toda série de atos que o serial killer pratica e como ele volta para casa depois e segue sua vida naturalmente.

Paul Spector (Jamie Dornan) é um marido dedicado que divide as tarefas domésticas com a mulher e um pai amoroso com os filhos. Ele trabalha como psicólogo especializado em traumas e passava as noites fazendo plantão na linha anti suicídio.

Ele é exatamente como Stella Gibson descreve o assassino: possui uma vida normal com emprego, família e filhos. Provavelmente um homem bonito e comum que se relaciona com várias pessoas e ninguém diz que tem esse lado obscuro.

Ao mesmo tempo que a série mostra a vida profissional da Stella tentando resolver o crime, também há espaço para partes de sua vida pessoal, o que acaba rendendo ótimos comentários.

Homem fode com uma mulher. Sujeito: homem. Verbo: foder. Objeto: mulher.
Isso é ok.
Mulher fode com um homem. Mulher: sujeito. Homem: objeto.
Isso não é tão confortável para você, não é mesmo?

Por ser uma mulher com mais de 40 anos trabalhando em um ambiente majoritariamente masculino ela acaba sendo indagada pelo seu comportamento sexual liberal. Ela gosta de praticar sexo casual com homens mais jovens, o que gera um espanto entre os colegas de trabalho. E todas as vezes que eles se surpreendem por coisas assim, ela solta alguma frase no sentido de “se fosse um homem, você não estaria me questionando isso.

A mídia ama dividir as mulheres em virgens e vampiras, anjos e vagabundas. Não vamos encoraja-los.

Stella é maravilhosa, uma feminista ousada, competente e dedicada no trabalho, extremamente detalhista e com uma personalidade forte.

Muitos podem achar a série lenta, pois são poucas cenas de ação com tiro e pancadaria, mas ela prende o espectador desde o primeiro episódio. É impossível conseguir parar de assistir.

Eu mesma só sosseguei quando terminei de assistir às 3 temporadas. Cada episódio tem cerca de 1h, são 5 episódios na primeira temporada, 6 na segunda temporada e 6 na terceira, totalizando 17 episódios.

Se você ainda não assistiu e quer algo que te prenda do início ao fim eu super recomendo. Te garanto que você não irá se arrepender.

Aproveitando a deixa, também aceito recomendação de séries neste estilo.

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