Essa fase “vintage”

vintage
Dizem que ser adolescente é difícil. Nosso corpo está em constante mudança, os hormônios estão loucos, não entendemos as preocupações dos nossos pais e eles não entendem nosso desejo de nos tornarmos independentes. Necessitamos de mais horas de sono, mas nosso cérebro quer permanecer ligado o tempo todo (principalmente nas redes sociais até tarde da noite) e no dia seguinte precisamos acordar cedo para ir para escola.
Os pais, os professores, os parentes, todos ficam perguntando que faculdade vamos fazer e há aquela cobrança toda para o vestibular.
Então essa fase passa e o monstro do vestibular acaba se tornando um gatinho manhoso de tão inofensivo. Não estou menosprezando essa fase, mas quando passa percebemos que não é o fim do mundo não saber que curso escolher ou que não é porque seu melhor amigo passou na faculdade que você vai ficar para trás.
O fim do mundo começa quando a faculdade termina.
Durante a adolescência somos menores de idade para sair, dirigir, beber e nem todo mundo tem seu próprio dinheiro. Mas isso muda durante a faculdade. Temos mais liberdade para sair, tiramos a carteira de motorista, encontros da faculdade são regados à bebidas alcoólicas e quando conseguimos estagiar temos uma merreca garantida na carteira todo mês.
Temos férias duas vezes por ano, nossa responsabilidade aumenta um pouco, mas não tanta. Surtamos a cada 6 meses com as provas finais, mas depois podemos dormir até tarde por pelo menos 30 dias, que é quando as aulas recomeçam.
Ninguém te cobra nada, a não ser o convite de formatura e tudo parece ir muito bem, apesar de reclamarmos que as provas nunca acabam, que os trabalhos são gigantes e que as noites de sono são curtas. Até que um dia, depois de 4 ou 5 anos, isso tudo acaba.
E agora?
Agora, meus caros, é que começa o problema. Conseguir emprego, trabalhar, pagar as próprias contas… em tese seria assim, contudo a realidade é bem diferente…
Mas eu quero trabalhar em uma empresa privada ou prestar um concurso público? Será que eu fiz a escolha certa quando optei por essa faculdade? Minha amiga já está trabalhando em uma grande empresa e ganhando muito bem e eu continuo desempregada. Aquele colega burro da turma passou em um concurso super difícil e eu nem em concurso de nível médio passo. Meu amigo ficou noivo e eu não pego nem gripe. Uma colega de turma se casou e vai passar a lua de mel em Cancun. Outra colega está fazendo intercâmbio no Canadá. Será que eu deveria fazer uma especialização no exterior? Minha amiga está terminando o mestrado. Eu deveria fazer mestrado também? Um conhecido acabou de terminar a segunda faculdade? Será que eu escolhi a profissão certa? Será que eu gosto mesmo do que eu faço? Será que vou gostar disso daqui a 30 anos ou vou me acomodar para sempre nesse emprego medíocre? O primeiro filho do meu amigo nasceu. Aquela colega da outra turma voltou grávida da lua de mel. Encontrei com um amigo de infância no supermercado, ele tem o próprio negócio, é casado e a esposa está grávida. Será que eu deveria me casar? Será que eu deveria ter filhos? Se eu não tiver filhos agora, será que eu não ficarei muito velha para isso? Por que eu ainda não encontrei minha cara metade? Até tenho dinheiro para sair todo final de semana, mas não tenho mais ânimo para isso, como eu conseguia fazer isso na faculdade? Afinal, por que quando eu saio não encontro mais ninguém da época da faculdade nessas baladas? Não aguento mais morar com meus pais, mas as despesas da casa são tão caras. Meu melhor amigo comprou um apartamento no bairro nobre, eu compro um carro agora ou junto dinheiro para dar entrada no meu apartamento?
Se não bastasse todas essas perguntas que temos constantemente ainda somos obrigados a responder: “Já formou? Está trabalhando? Em que? Já casou? E os filhos?” todas as vezes que encontramos com alguém que não vemos há algum tempo ou alguma tia chata. Nessas horas dá uma saudade de quando a única pergunta era: “vai fazer faculdade de quê?”.
Nós, os vintage, ainda somos precipitados, não temos paciência de esperar a hora certa, ficamos comparando nossa vida com a dos conhecidos, adoraríamos voltar aos 17 anos – com nossa mãe brigando com a gente de manhã para irmos para a escola – e morremos de medo de chegar aos 30.
Por favor, tente nos compreender, estamos apenas começando a andar com nossas próprias pernas.

*No mundo da moda o termo vintage é usado para uma peça que possua os seguintes requisitos: pelo menos 20 anos de antiguidade, ser testemunha de um estilo próprio ou de um estilista, não haver sofrido nenhuma transformação (releitura), e ainda representar um instante da moda e estar em perfeito estado. Mas comecei a usar o vocábulo entre os meus amigos para me referir aos jovens entre 20 e 30 anos.

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Segunda Pop: De Wannabe a Goodbye

Por incrível que pareça, esse post não é somente sobre as Spice Girls, mas sobre as novidades envolvendo minhas girls band preferidas.
Finalmente teve Spice Girls em Glee, com o elenco cantando Wannabe.

Não gostei, queria o elenco antigo cantando. Santana, Rachel e Quinn fizeram falta, mas ainda assim é melhor que nada.

Enquanto isso, as The Saturdays faturavam o primeiro #1 da carreira com What about us. Claro que elas iriam fazer sucesso com a música e o clipe que eu não gostei tanto. Segundo o Leo, os britânicos ficaram com ciúmes dos EUA e deram um #1 para elas não irem embora do Reino Unido.
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Como todo grupo que eu gosto, mais um chegou ao fim. Oficialmente as Girls Aloud se separaram. Pouco tempo depois do último show da turnê elas publicaram uma mensagem de fim no Twitter oficial e no dia seguinte no Facebook.
GAfim

Queridos Alouders, nós apenas gostaríamos de dizer do fundo dos nossos corações Obrigada!! Essa turnê foi uma experiência incrível e uma chance perfeita de dizer obrigada por terem ficado nessa jornada com nós por uma década. Ela excedeu em muito nossos sonhos e nós esperamos que nós sejamos para sempre sua inspiração e lembrança que sonhos podem se realizar!! Seu amor e suporte vão ficar com nós para sempre mas nós agora chegamos ao fim de nossa incrível jornada juntas. Muito amor.
GA x ? x

Não queria fazer intriga, mas a Nadine postou no Twitter dela que não é culpada pelo fim. Eu até achava que ela poderia estar empatando a volta do grupo por ela morar nos EUA e ter um bar e essas coisas, mas depois dessa declaração tive certeza de que quem não queria voltar era a Cheryl. Tanto que nem ela, nem as BFF dela (Kimba e Nicola) fizeram qualquer tipo de comentário parecido. Nadine tirou o dela da reta, Sarah topa qualquer parada. Kimberly faz o que a Cheryl mandar já que ela não tem uma carreira solo bem sucedida. Nicola tem a marca de maquiagem e vai muito bem, obrigada, mas isso não a impede de cantar e fazer shows. E Cheryl por alguma razão não explicada pela ciência faz um tremendo sucesso solo, levando centenas de fãs aos seus shows. Assim, cheguei à conclusão lógica de que a culpada pela separação é a Chezza. E só criei essa teoria da conspiração porque procurar um culpado para o fim dos meus grupos preferidos é o que me resta depois do “adeus”.

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Livro: Uma questão de confiança

uma questão de confiançaLouise Millar
(4/5)
Editora Novo Conceito
2013
384 páginas

Sinopse: Em um subúrbio tranquilo de Londres, algumas mães se ajudam através de amizade, favores e fofocas. No entanto, algumas delas não parecem confiáveis e outras têm segredos obscuros. Quando Callie se mudou para seu novo bairro, pensou que seria fácil adaptar-se. Contudo, os outros pais e mães têm sido estranhamente hostis com ela e com sua filha, Rae, que também descobriu como é difícil fazer novas amizades.
Suzy, seu marido rico e seus três filhos parecem ser a única família disposta a fazer amigos, mas, recentemente, a amizade com Suzy anda tensa. Ainda mais com a atmosfera pesada que pairou sobre o bairro após a chegada da polícia e o relato de um possível suspeito morando no bairro.
O que Callie e sua pequena Rae podem esperar? Em quem confiar? E, sobretudo, como imaginar que certas atitudes rotineiras podem colocar em risco a vida de sua pequena filha? Verdades e mentiras parecem se esconder nestas pequenas casas.

Opinião: Pela sinopse achei que o livro fosse um grande mistério policial com bastante ação e suspense, mas depois de ler uns dois capítulos tive certeza de que a narrativa passava longe disso.
Mesmo não chamando tanta atenção quanto a sinopse, a história é boa e eu fiquei bastante presa ao livro.
Os capítulos são divididos pela visão das personagens principais. A princípio conhecemos Callie e Suzy, vizinhas, mães e amigas, uma vez que Rae, filha de Callie e Henry, filho de Suzy estudam na mesma escola. Quando Debs se muda para a vizinhança e passa a fazer parte da história ela também ganha seus próprios capítulos.
Logo de cara eu comecei a achar que Suzy era uma maluca psicopata que queria tanto ter uma filha que seria capaz de tudo para sequestrar a pequena Rae, mas conforme a história evolui outras hipóteses vão aparecendo.

Callie não disse nada, simplesmente se deixou guiar, entorpecida.
– Querida, você precisa se livrar disso. A maneira como ele fala com você é ultrajante.
– É? – Callie disse baixinho.
Suzy passou o braço envolta dela, de modo protetor, aconchegando-a.
P. 182

Debs também não é muito normal, ela se incomoda com qualquer barulho e parece ser um pouco psicótica e ter sérios disturbios psicológicos.

– Ah, não! – murmurou, e, agarrando o fone com as mãos tremendo, ela logo discou um número. – Allen! – disse com um tom de pânico. – O telefone ficou tocando e parando. Acho que são eles. Os Poplar.
P. 111

Callie parece ser a mais correta. Uma mãe de família recém separada que só quer voltar à trabalhar e ter uma vida normal, mas precisa cuidar da filha, que nasceu com problemas cardiácos, e por isso encontra alguns problemas para se recolocar no mercado de trabalho.

Tudo acontecera tão rápido que agora percebo que não sei quando foi que me encantei por Rae. Tudo o que sentia era uma necessidade esmagadora e primitva de mantê-la viva, intercalada com momentos de uma dor horrível pelo que talvez nunca acontecesse. Que talvez eu não visse se ela escaparia de ter os meus cachos enlouquecedores. Que talvez ela não ficasse comigo quando fosse adolescente como eu ficava com minha maãe, no quarto, tendo longas conversas sobre meninos enquanto ela dobrava a roupa limpa. Por alguma razão, ficava particularmente chateada que ela nunca viesse a transar.
P. 157

Apesar do livro não corresponder às minhas expectativas em relação à sinopse, me surpreendi bastante com ele. A história é diferente. Apesar de não ter muita ação, o clima de suspense permanece e a curiosidade em saber o que poderá acontecer nas próximas páginas me deixou grudada nele por várias horas.
Gostei bastante da diagramação e do formato dos capítulos. Particularmente não gostei muito da capa apesar dela combinar perfeitamente com a história.

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