Livro: Refém da Obsessão

REFEM_DA_OBSESSAO_Alma Katsu
(4/5)
Editora Novo Conceito
2013
352 páginas

Sinopse: Havia uma parte em Lanny que queria ser punida. Um pedaço de seu coração que acreditava que ela merecia o horror de ser imortal, a tristeza de ver todos aqueles que amara partirem, enquanto ela só podia conviver com as perdas e as lembranças. Terríveis e solitárias lembranças. Este “dom”, oferecido pelo mais malvado dos homens, Adair, era, para ela, a resposta a uma pena que ela deveria cumprir. Mas, apesar das culpas e do castigo que pensava merecer, ela ainda sonhava. E esperava ser redimida por ter dado a Jonathan — seu grande amor — o esquecimento que purifica todo ser de sua dor: a morte. No entanto, bem no fundo de sua alma, ela suspeitava que, fosse o que fosse que a atraísse para Adair (e para sua maldade), fosse qual fosse o infeliz sentimento que os aproximara, este sentimento não fora totalmente exorcizado. Não importava que ela tivesse chegado ao cúmulo de emparedar aquele homem mau e deixá-lo para apodrecer, não importava que o tempo tivesse passado, nem que, hoje, ela pudesse contar com o apoio e os braços fortes e acolhedores de Luke… Adair estava por perto, ela podia senti-lo, e seu poder era inexorável.
“Este é o segundo livro da trilogia de Alma Katsu, que começou com o bem recebido Ladrão de Almas. Esta sequência mantém-se fiel ao primeiro título da autora…” –Publishers Weekly

Opinião: Achei esse livro bem menos intenso que o primeiro da trilogia. Agora já estou mais habituada com o ritmo da narrativa da Alma então não tive problemas com a questão do livro ter várias ambientações e datas
Nada de cenas mais explícitas de sexo, aliás, quase não teve sexo, diferente do primeiro livro. Agora tudo está baseado no amor e é o sentimento que domina toda narrativa.
Quando Adair consegue se libertar e quer ir atrás de Lanny acreditava que ele só queria vingança e que ainda mais mau do que parecia ser no primeiro livro, mas depois tudo muda e ele se torna um bobalhão apaixonado, todo compreensivo.
Sério, metade do livro é com a fuga de Lanny e toda a expectativa com a volta de Adair e o que ele pode fazer com ela e com os outros “subordinados”, então ele volta e a outra metade do livro é mais um dramalhão apaixonado. Cheio de desilusões amorosas e a busca pelo amor verdadeiro. É um amando o outro e não sendo correspondido e outro perdendo o grande amor da vida… Chegou uma hora que ficou até cansativo.
Não é que tenha sido ruim, eu li com bastante voracidade e tudo mais, só que em comparação com Ladrão de Almas, achei que Refém da Obsessão ficou a desejar. Agora é só esperar pela continuação e ver o que acontecerá com Adair, Lanny e Luke.

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Livro: Na companhia das estrelas

NA_COMPANHIA_DAS_ESTRELASPeter Heller
(4/5)
Editora Novo Conceito
2013
408 páginas

Sinopse: Em um mundo devastado pela doença, Hig conseguiu escapar à gripe que matou todo mundo que ele conhecia. Sua esposa e seus amigos estão mortos, e ele sobrevive no hangar de um pequeno aeroporto abandonado com seu cachorro, Jasper, e um único vizinho, que odeia a humanidade, ou o que restou dela.
Mas Hig não perde as esperanças. Enquanto sobrevoa a cidade em um avião dos anos 1950, ele sonha com a vida que poderia ter vivido não fosse pela fatalidade que dizimou todos que amava. Hig é um guerreiro sonhador. E tem uma imensa vontade de gente, apesar da desilusão que se abateu sobre ele. Por isso é capaz de arriscar todo seu futuro quando, um dia, o rádio de seu avião capta uma mensagem…
Voe com Hig e Jasper e se encante ao descobrir que um mundo melhor pode estar em cada um de nós.

Opinião: O que nós conhecemos hoje não existe mais, pois uma terrível gripe matou quase toda população da Terra. As pessoas agora vivem isoladas umas das outras e matar um visitante é questão de sobrevivência. No meio desse caos, vive Hig com seu cachorro Jasper e o vizinho Bangley.
Os três, apesar da tensão, vivem bem no hangar de um pequeno aeroporto abandonado. Hig faz patrulha aérea com seu velho avião (Fera) e Bangley observa tudo por terra. Desse modo eles repelem qualquer tentativa de invasão e garantem sua sobrevivência.
O difícil do livro é sobreviver às 100 primeiras páginas. Até pensei em desistir porque eu não conseguia acompanhar a leitura e estava achando bem cansativa, mas depois que consegui ultrapassar as 100 primeiras páginas tudo melhorou.
A narrativa do Peter Heller é diferente e foi difícil me acostumar. Ele escreve de forma poética e as falas dos personagens não são separadas por travessão ou aspas, são em parágrafos distintos, sem indicar propriamente que são falas. Algumas delas se misturam com o pensamento do Hig, então no início eu achei um samba do crioulo doido. Mas depois de me habituar com os personagens, a história e a narrativa tudo correu bem.

Mesmo assim estamos divididos, há rachaduras na união. Sobre princípios. Os dele: culpado até… Até nada. Atire primeiro, pergunte depois. Culpado, depois morto. Contra o quê? Os meus: deixe que um visitante viva mais um minuto até que ele prove ser humano. Porque sempre é. O que Bangley dizia desde o início: nunca, jamais negocie. Você estará negociando a própria morte.
P. 129

Me arrependo muito por ter sido preguiçosa e quase desistido do livro no primeiro momento, pois ele é belíssimo. Tem uma história bem comovente. A amizade de Hig com Jasper (e até mesmo com Bangley) é linda e há emoção a cada parágrafo.

Engraçado como podemos viver a vida inteira à espera, sem perceber.
P. 275

Quem gosta de distopias precisa ler essa, é diferente de qualquer outra que você já leu.

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