Livro: Amigas para sempre

AMIGAS_PARA_SEMPREKristin Hannah
(4/5)
Editora Arqueiro
446 páginas
2014

Sinopse: Tully Hart tinha 14 anos, era linda, alegre, popular e invejada por todos. O que ninguém poderia imaginar era o sofrimento que ela vivia dentro de casa: nunca conhecera o pai, e a mãe, viciada em drogas costumava desaparecer por longos períodos, deixando a menina aos cuidados da avó. Mas a vida de Tully se transformou quando ela se mudou para a alameda dos Vaga-lumes e conheceu a garota mais legal do mundo. Kate Mularkey era inteligente, compreensiva e tão amorosa que logo fez Tully sentir-se parte de sua família. Ao longo de mais de trinta anos de amizade, uma se tornou o porto seguro da outra. Tully ajudou Kate a descobrir a própria beleza e a encorajou a enfrentar seus medos. Kate, por sua vez, a ensinou a enxergar além das aparências e a fez entender que certos riscos não valem a pena. As duas juraram que seriam amigas para sempre. Essa promessa resistiu ao frenesi dos anos 1970, às reviravoltas políticas das décadas de 1980 e 1990 e às promessas do novo milênio. Até que algo acontece para abalar a confiança entre elas. Será possível perdoar uma traição de sua melhor amiga? Neste livro, Kristin Hannah nos conta uma linda história sobre duas pessoas que sabem tudo a respeito uma da outra – e que por isso mesmo podem tanto ferir quanto salvar.

Opinião: Antes de mais nada, me abrace, por favor! Esse é um livro que vai te fazer chorar. Do início. Ao Fim. Sem. Parar.
O livro é lindo e conta uma belíssima história de amizade e eu acho que histórias de amizade são ainda mais belas que histórias de amor, então se você for como eu, separe a caixinha de lenços, dê o play na trilha sonora do final do post e venha chorar comigo.

A música pode ter mudado ao longo das décadas, mas a promessa feita na alameda dos Vaga-Lumes permaneceu: amigas para sempre.
P.9

O livro conta a história de Tallulah Hart, ou melhor, Tully. Tully é uma menina que mora com os avós após sua mãe, uma viciada, ter ido embora sem nem se importar em entrar em contato. Tully recebe muito carinho e amor dos avós, mas tudo o que ela quer é atenção e carinho da mãe. Ela quer que a mãe se orgulhe dela.
Mas a mãe de Tully só se importa com ela mesma e com as drogas.

– Nós vamos ser melhores amigas para sempre – disse Kate com sinceridade. – Combinado?
– Você quer dizer que sempre estará ao meu lado?
– Sempre – respondeu Kate. – Não importa o que aconteça.
P. 63

Tully vai morar com a mãe na alameda dos Vaga-Lumes e lá conhece Kate, uma menina tímida, recatada, estudiosa e sem amigos.
Aparentemente as duas eram como água e vinho, mas foi justamente por causa de suas diferenças que elas se aproximaram e se tornaram amigas para sempre.

E se algum dia o mundo todo amasse Tully e isso ainda não fosse o bastante?
P. 175

A mãe de Tully partiu novamente e Tully teve que voltar a morar com os avós, longe de Kate, apesar disso a amizade delas permaneceu.
E foi Kate quem ficou com Tully durante todos os piores momentos de sua vida e foi a família de Kate (basicamente a mãe dela) quem motivou Tully a ter um sonho e correr atrás dele: ser uma jornalista famosa.
Tully e Kate foram juntas para a Universidade, estudaram jornalismo e começaram a traçar o caminho profissional. Tully era extremamente ambiciosa e agarrava todas as oportunidades com unhas e dentes.
Kate era mais recatada e até pensava em ter outra carreira, mas nunca conseguiu ter voz própria e dizer que o sonho de ser famosa era apenas de Tully.

Logo, Tully estava fazendo Kate dar risada. Este era o segredo de grandes amigas. Como irmãs e mães, elas podiam nos deixar furiosas, nos fazer chorar e nos magoar, mas no fim, quando era preciso, elas estavam lá, nos fazendo rir mesmo nos piores momentos.
P. 260

Os anos passam, elas crescem, amadurecem, tomam caminhos diferentes, mas a amizade continua.
Eu me identifiquei bastante com a Kate, gosto de livros, acredito no amor e sou mais introvertida. Tully é bem mais extrovertida, bastante egocêntrica e ambiciosa.
Em alguns momentos eu perdia a paciência com ela e se fosse a Kate teria dado uns tapas nela para ver se ela acordava para vida.
O livro é cheio de altos e baixos. Rimos e choramos o tempo todo. A história é bem completa e consegue nos despertar diversos sentimentos.

Melhores amigas para sempre.
Era a promessa que tinham feito havia tantos anos e que acreditavam que iria durar, que um dia seriam velhinhas numa varanda de piso barulhento, mas duas sentadas em cadeiras de balanço, conversando sobre os melhores anos de suas vidas e dando risada.
P. 402

A narrativa é bem gostosa de se ler, mas não é um desses livros que a gente devora em uma tarde. São tantos sentimentos envolvidos que eu prefiro dar uma pausa para absorver tudo.
Há diversas menções de música durante a leitura. É um livro com trilha sonora (e da melhor qualidade). Não tive condições de ler ouvindo as músicas, mas como eu já conhecia a maioria delas, ficava cantarolando na cabeça quando alguma delas era citada.
Tanto a capa quanto a diagramação do livro ficaram belíssimas. A capa é linda e achei que combinou bem a história. O miolo é a coisa mais fofa, bem simples, mas eu gostei. Amei a fonte que foi utilizada nos títulos dos capítulos. O tamanho da letra é bom, o espaçamento é bacana e facilita a leitura. Os capítulos são iniciados em uma nova página, então se você tem problemas com capítulos que são iniciados na mesma página (como eu!), não passará por isso.
Recomendo muito a leitura. Eu terminei o livro e chorei de soluçar e até pensei em ficar de luto antes de escrever a resenha, mas decidi encarar o desafio e consegui escrever minha opinião sem me acabar de chorar (novamente). Eu gostei do livro e só não dei nota máxima porque eu fiquei com raiva da autora por ter colocado tanta tragédia nos últimos capítulos. Esperava um final lindo e feliz.
Deixei a trilha sonora completa aqui no fim do post, caso alguém se interesse.

Amigas para sempre by Poly on Grooveshark

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Livro: Príncipe da Noite

PRINCIPE_DA_NOITEGermano Pereira
(3/5)
Editora Novo Conceito
2013
368 páginas

Sinopse: Toda manhã, o psicanalista Gabriel se surpreende ao acordar: sempre encontra uma mulher diferente dormindo ao seu lado. Ele nunca se lembra do seu nome, nem da maneira como a conheceu. A única coisa que resta de suas aventuras noturnas é um lapso de memória. Mas esta noite tudo se repetirá: quando cruzar com uma bela mulher, na noite seguinte, perderá o controle de quem é, porque o seu outro “eu” é capaz de tudo para satisfazer seus desejos mais primitivos. Mantendo esse segredo somente para si, Gabriel leva uma vida aparentemente normal na grande Londres, ouvindo diariamente os problemas de seus pacientes, enquanto tenta fugir das loucuras de sua ex-namorada. Mas nada é verdadeiramente normal para um homem que pode ser controlado pelo Príncipe da Noite…

Opinião: Particularmente eu não gostei do livro. Esperava muito mais dele e em vários momentos eu até pensei em desistir, mas consegui terminar a leitura, muito a contra gosto.
Começando pela capa, eu gostei. Ela tem um ar misterioso que combina bem com a trama. Gostei de tudo e se o livro ganhasse créditos só pela capa esse ficaria com uma ótima classificação.
A diagramação interna também é boa. A fonte é de um tamanho grande que facilita a leitura. Os capítulos se iniciam em uma nova páginas e há alguns detalhes no miolo.
O livro conta a história de Gabriel, um psicanalista brasileiro que mora em Londres há vários anos. Gabriel tem um sério problema. Toda manhã quando ele acorda ele está com uma mulher na cama, mas não lembra nada a respeito dela. Gabriel vive refém de sua outra personalidade, o Príncipe da Noite, um serial killer do sexo, que domina e usa seu corpo para conseguir toda mulher que encontra.

Tragicamente, nada posso fazer. Estou à mercê da vontade do Príncipe. Ele mais uma vez destrói uma possibilidade de amor.
P. 77

Apesar de Gabriel não conhecer a maioria das mulheres que acordam em sua cama, ele se relaciona com algumas (amigavelmente ou profissionalmente) e teme que o Príncipe se relacione com elas também. Hillary, sua terapeuta, Sophie, uma radialista que o convida para fazer um quadro no programa de rádio que ela apresenta, Chloe, sua amiga e Rachel, uma mulher com quem ele se envolveu e que depois de anos sumida está de volta provocando-o.
A narrativa é em primeira pessoa, começando a ser contada por Gabriel, mas em alguns momentos é o Príncipe da Noite que entra em cena.

Distante e do lado oposto ao terreno sepulcral encontra-se o Príncipe, soldado do afeto, serial killer do sexo que, apesar de ofuscado pelos acontecimentos tortuosos da vida, direciona-se guiado sempre pelo brilho da luz do amor.
P. 9

Achei alguns momentos confusos, principalmente nessas mudanças de personalidade.

Na verdade mais um fator me deixa respirar tranquilo e aliviado: a ausência do Príncipe da Noite. Ao que eu saiba ele não está aparecendo. Quase como se ele tivesse tirado férias. Mas não posso saber absolutamente, pois a forma como ele aparece sem deixar rastro faz com que eu perca grande parte de suas cenas.
P. 168

A história começa lenta e aos poucos vai ganhando ar de mistério e queremos saber mais sobre o Príncipe da Noite e das mulheres que ele vitima. Além de querermos conhecer mais da história dele com Rachel e quem é o ser misterioso que fica enviando ameças para Gabriel. A história é bastante complexa, assim como a mente humana e acho que se a intensão do autor era transmitir essa sensação de complexidade ele conseguiu.

Fico estarrecido. Não posso crer. O Príncipe da Noite está ligando para a rádio e falando com a Sophie, conquistando-a. Não consigo pensar em mais nada a não ser a revelação de Sophie, que ecoa em minha mente. Como é possível?
P. 195

Ainda quero acreditar que houve um propósito maior para a história demorar tanto para evoluir, porque ela caminha em ritmo lento até quase o final, então ela entra em um ótimo ritmo e o livro acaba.
Fiquei muito decepcionada por não encontrar nem metade das minhas perguntas ao chegar ao fim. Ao que tudo indica, o Germano lançará uma continuação, mas eu não gosto quando o livro termina sem respostas essenciais.
Segundo o próprio autor, ele queria escrever algo diferente do que estava no mercado. Acho que ele atingiu esse objetivo, mas não me conquistou como leitora.

Não posso dizer que não sinto nada. O Príncipe me deixa ver tudo de camarote, de um ponto de vista privilegiado.
P. 279

Acredito que por causa dessa peculiaridade, este seja um livro para amar ou odiar. Alguns amarão e outros como eu, não gostarão tanto assim.

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