Livro: Surpreendente!

SURPREENDENTE
Maurício Gomyde
(5/5)
Editora Intrínseca
2015
265 páginas

Surpreendente conta a história de Pedro Diniz, um jovem de 25 anos aficionado por cinema. Apesar de ser de classe média e morar com os pais, ele trabalha em uma vídeo-locadora na periferia de São Paulo, onde indica clássicos para todos os clientes. Além disso, ele também tem um cine clube não muito popular no subsolo de um bar.
Pedro tem o cinema como hobby e profissão. Ele é cineasta formado e tem como sonho de vida gravar um filme capaz de ganhar o Cacau de Ouro, o prêmio máximo do cinema nacional.
Visando o prêmio, ele precisa fazer o roteiro, gravar o filme e editá-lo em um prazo rápido.
Tudo seria ótimo se Pedro não tivesse uma doença degenerativa na retina que o fará perder a visão em pouco tempo, mas Pedro tem consigo ótimos amigos que o ajudarão na gravação do filme e farão a maior prova de amizade.

– Compreender o mundo é uma tarefa complicada para qualquer pessoa, enxergue ela ou não. Então você não está melhor nem pior do que ninguém. E lembre-se: muita gente vê tudo, mas não enxerga nada.
P. 50

Fit, melhor amigo de Pedro, Mayla companheira do cine clube e Cristal, a charmosa ruiva que conquistou o coração do menino se tornam indispensáveis nesse momento da vida pessoal de Pedro.

– Acho que o cinema, a música boa e a literatura são instrumentos da Santíssima Trindade para salvar o ser humano da derrota como espécie.
P. 76

Adquiri o livro no dia do lançamento dele aqui no ES e apesar de estar em período de provas da faculdade não resisti e tive que ler dois dias antes da minha prova mais difícil. Já esperava ler rapidamente e ter uma leitura agradável e foi exatamente o que aconteceu.
Li em apenas uma noite e chorei muito. Maurício novamente nos surpreende e emociona com uma história nada convencional.

– Não existe compromisso maior do que a amizade, Pedro.
P. 145

Geralmente autores que seguem uma linha de escrita possuem histórias semelhantes e clichês esperados, com os livros do Maurício a única certeza que eu tenho é que irei me emocionar. Li todos os livros e eles não possuem uma fórmula pronta, cada um é único e especial. A evolução na escrita do autor também é visível, Surpreendente é um livro exímio e de excelente qualidade.
Como diz o título, a leitura é surpreendente! Foi o livro do Maurício que eu mais chorei lendo e eu adoro quando uma obra me proporciona tamanha emoção.
O autor traz personagens reais e próximos do leitor, nos identificamos com cada um deles. Entramos na história e nos tornamos próximos dos personagens, sentimos que os fatos poderiam acontecer com qualquer um, um amigo, um conhecido ou com nós mesmos. Impossível não se identificar ou se emocionar com a história.
É um livro com alma, ele transborda sentimentos, traz uma trilha sonora maravilhosa e ótimas indicações de filmes para assistir. Uma verdadeira prova de que temos autores nacionais de qualidade.

– Mas sempre haverá a chance de você conseguir uma jogada realmente surpreendente, aquela que ninguém jamais tentou. E não se esqueça de que, dependendo do momento, o adversário até mesmo pode querer ser surpreendido…
P. 167

A Intrínseca como sempre trouxe um livro de qualidade. Capa, diagramação e acabamentos perfeitos. Parabéns aos envolvidos pelo excelente trabalho!

PS: está rolando promoção no Instagram da editora, com 10 livros autografados, só ir para participar.

Booktrailer

Roteiro: Maurício Gomyde e Alexandre Magno

Direção, edição e fotografia: Alexandre Magno
Elenco: João Gott (Pedro), Bianca Müller (Cristal), Mário Luz (Fit) e Gabriela Correa (Mayla)
Produção: Tatá Ervilha
Câmera: Daniel Alves e Alexandre Magno
Maquinária: Messias Filho
Maquiagem: Junior Leali
Produção de elenco: Daniela Vasconcelos
Dono do Opala: Fernanda
Pau pra toda obra: Enio Super

Músicas:
“Waiting for your love” – The William Breadman Project
“The Hollywood song” – Gagui

Lançamento Surpreendente!

surpreendente-bate-papo

Quase um ano após o bate-papo sobre a Máquina de contar de histórias nós, capixabas, tivemos a honra de receber o Maurício novamente em nossas terras para falar um pouco sobre Surpreendente! Foi um bate-papo agradável que aconteceu dia 03 de outubro na Livraria Nobel Serra. Fui mediadora da discussão, juntamente com a Aline Polito. O pessoal do Clube do Livro estava presente dando apoio e nos divertimos bastante.
É sempre bom ver um autor contar um pouco da sua trajetória e falar sobre o livro, acho que isso enriquece a leitura. E o Maurício é uma dessas pessoas que a gente pode deixar falando o dia inteiro que não vamos nos cansar de ouvi-lo falar, sempre ótimas histórias e bons conselhos para quem quer entrar no ramo e não saber por onde começar. Vale a pena participar de algum evento em que o autor esteja #ficadica.
Saí de lá com mais um livro autografado e os marcadores lindos feitos pela editora e pelo autor.

Bate-papo Surpreendente! Sempre um prazer ouvir o Maurício contar sua trajetória :)

Uma foto publicada por Poly Quintas (@polypop) em

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Segunda bossa nova

Das coisas que ninguém nunca saberia sobre mim se eu não contasse: eu gosto de bossa-nova. E não, eu não sei cantar de cor Águas de Março (deixa isso para a Analu), mas eu amo acordar domingo de manhã ouvindo Bossa Nova (em português, em inglês e em francês – porque gosto de ser poliglota). Nada melhor do que começar um dia preguiçoso do que com um som calmo e tranquilo como uma brisa.
Mas eu gosto da bossa nova de raiz, aquela que começou nos anos 50 e foi até meados dos anos 60, quando se transformou em MPB e recebeu influência de tudo quanto é estilo. Eu prefiro a mistura jazz e samba e acho lindo demais ouvir as versões tradicionais em outros idiomas e regravadas por cantores novos. Bate até um orgulhinho de ser brasileira.
segunda bossa nova
Apesar de eu não ser 9vinha, bossa nova não é coisa de velho, eu gosto do estilo desde adolescente, quando era noveleira e só assistia às novelas do Manuel Carlos por causa da trilha sonora (há!).
Ainda tenho os dois pés grudados no pop, mas é bom variar um pouco, né?! Então vem ouvir música boa comigo, vem. Vamos começar a semana em ritmo de uma tarde em Itapuã.
segunda bossa nova 2

(se o player não abrir, Ouça no Spotify).

Imagem: Gratisography

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Livro: O Despertar do Príncipe

O_DESPERTAR_DO_PRICIPEColleen Houck
(4/5)
Editora Arqueiro
2015
377 páginas

Colleen Houck está de volta em uma nova maravilhosa série. Quem se apaixonou pela autora em A maldição do Tigre não pode deixar de ler O Despertar do Príncipe. Promete ser outra série incrível e eu já me apaixonei pelo primeiro livro (com várias ressalvas, diga-se de passagem).
O despertar do príncipe é o primeiro volume da série Deuses do Egito, uma aventura grande na mitologia egípcia.
Lilliana Young é uma jovem rica e mimada, aos 17 anos ela tem tudo o que uma garota sonha: uma mesada generosa para comprar todas as roupas e sapatos de grife desejados, pais bem sucedidos, uma moradia privilegia (em um hotel luxuoso no centro de Nova York) e liberdade para ir aonde quiser. A única exigência de seus pais é um boletim com notas altas e se comportar conforme os pais esperam, inclusive só se relacionar com quem eles previamente aprovarem.
Nada mal para uma garota cuja única preocupação no momento é a escolha de qual universidade ir (que obviamente ela deve ser uma do agrado dos pais). Absorta nessas questões escolares ela entra no Metropolitan Museum of Art para refletir sobre sua carreira e consegue acesso à uma área nova e restrita do museu: a seção egípcia.
Enquanto mexe em seus desenhos (Lilliana ama desenhar) ela é surpreendida por um lindo príncipe egípcio que acaba de despertar após mil anos. Neste momento a vida de Lilliana se transforma: depois do choque de topar com uma múmia (linda por sinal) ela ainda se vê metida em uma missão para realizar uma cerimônia para salvar a humanidade das mãos de um maligno deus.

– Possibilidades. Vamos celebrar o desconhecido.
P. 113

Lily – sim, a mudança acontece até no nome da garota – empresta sua força vital para Amon e juntos eles vão para o Egito despertar os outros dois irmãos (Asten e Ahmose) do príncipe e realizar a cerimônia antes da lua cheia.
É inevitável não comparar O despertar do príncipe com A maldição do Tigre. Duas jovens que encontram com príncipes do passado e precisam ajuda-los em uma missão. Mesma receita, mas com algumas modificações.
Diferente de Kelsey, Lily é mais atrevida e proativa. Ela foge totalmente do estereótipo de menina rica e delicada. Lily é mais forte e decidida que Kelsey e isso é uma enorme vantagem (até eu que gosto da Kelsey preferi Lily mil vezes).
Mesmo assim me decepcionei um pouco com a leitura.
A autora não conseguiu me jogar dentro da história, não conseguia me imaginar nos locais descritos nas cenas de ação e a maior parte do tempo fiquei me perguntando se os mitos egípcios eram verdadeiros ou se foram inventados. Diferente dos livros do Rick Riordan, por exemplo, que eu entro na história de cabeça e acredito no que ele escreve sendo verdade ou não. Mas neste livro não rolou essa química, fiquei duvidando dos fatos e indo e voltando na história.

No início, o que me levara a segui-lo naquela aventura fora um misto de curiosidade e fascínio, mas, agora que eu tinha passado mais tempo com ele, percebia que não se tratava apenas disso. Eu não estava mais fazendo tudo aquilo em troca de aventura de aventura ou emoção. Estava gostando dele.
P. 199

Outra semelhança com AMDT (não tem como não comparar gente) é que os príncipes caem de amores pela mocinha. São sempre príncipes lindos, bem educados e que sabem galantear como ninguém. Gostei muito de Amon (e de Asten e Ahmose também) e ele não se parece em nada com Ren, mas sabe quando você lê a história e as falas e pensa de novo isso? Pois é, aconteceu comigo.
O romance entre Lily e Amon (sim, óbvio que tem romance) é bonitinho, fofo e achei bem mais interessante que as cenas de ação. Não me perguntem, mas eu gostei mais das cenas de romance dessa história do que as de ação.
Não sei se o meu erro foi ter apostado demais em um livro. Acho que coloquei expectativa demais na história antes de começar a leitura apenas pelo fato de ser um livro da Colleen e no final acabei me decepcionando.
Pelo menos a narrativa da autora é muito fluída, eu li o livro em dois dias pegando apenas dentro do ônibus. O livro é narrado em primeira pessoa, pelos olhos da Lily, e como ela é uma boa protagonista a leitura ficou ainda melhor.
A capa é linda, como todas as capas dos livros da Colleen, trabalho impecável da editora nesse ponto.
O miolo é em uma boa gramatura e em páginas amarelas e os capítulos se iniciam em uma nova página (meu detalhe preferido!).
E apesar de ter criticado um pouco ainda aposto na série e estou super ansiosa pelo lançamento dos próximos livros. Adoro a escrita da Colleen e quero saber se após tantas críticas (é só procurar outras resenhas) ela vai modificar o rumo da história. Vamos aguardar.

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