TAG: Como você era nos tempos de escola

Recebi esta tag da Livs e demorei muito tempo pensando nas respostas e, principalmente, se responderia ou não à TAG. Falar dos tempos de escola mexe com muita coisa. Mas vamos lá, deixar o passado pra trás e rir de tudo o que passou.
ALERTA DE POST GIGANTE COM MUITO TEXTÃO.

TAG_ QUEM ERA VOCÊ NOS TEMPOS DE ESCOLA

1. Quem era você na escola, como você era? E como era sua escola?

Eu sempre fui a 2ª melhor da turma. Minha média era de 97%. Ganhei descontos por nota algumas vezes e ficava muito feliz com cada nota 100% no boletim.
Não era nerd, porque não vivia estudando. Não me esforçava muito para conseguir as notas por isso não me considerava CDF. Sempre quis fazer parte dos populares pelo menos uma vez na vida, mas ter boletim alto e ser muito tímida impediam isso. Que popular queria uma nerd tímida andando com eles?!
Eu troquei de escola várias vezes, todas particulares. Vou falar por letras porque já nem lembro o nome de algumas.
Minha primeira escola foi a A. Era horrível e faliu quando eu estava na 3ª série. Todos os meus colegas da escola A foram comigo para a escola B e estudamos juntos até a 6ª série quando a escola também faliu (fuén).
Fui para a escola C com alguns de meus colegas. Essa foi a pior escola que eu estudei na vida. Fiquei um ano inteiro chorando e implorando pra minha mãe me tirar da escola. Odiava tudo nela: a estrutura, os professores, os funcionários, os colegas… Fiquei só um ano e fui para a escola D (alguns anos depois a escola C fechou – fiquei feliz quando soube, desculpa sociedade).
A escola D era uma coisa tchuca. Pequena, acolhedora, com um ótimo ensino, bons professores e fiz boas amizades. Acho que foi minha preferida. Mas eu era meio nerd, lembram? E a preocupação com meu ensino vinha em primeiro lugar. Então fui fazer o ensino médio na escola E.
A escola E era fantástica! Dessas de encher os olhos de quem olha de fora, das pessoas falarem “wow!” quando eu dizia onde estudava e de ter 49 aprovados em 60 vagas na faculdade de Medicina. Tinha muita patricinha e gente metida, mas no meio de 3500 alunos, nem todos eram assim (amém).

2. Qual era a sua tribo?

A tribo que não tinha tribo. Sabe nos filmes de escola que sempre tem as tribos separadas e aquela galera que não se encaixava em nenhuma delas? Eu sempre fiz parte deste grupo, eu acho.

3. No recreio, onde era mais fácil te encontrar?

Na escola A eu estava no grupinho mais nerd. Na escola B dançando Spice Girls. Na escola C falando mal dos professores. Na escola D escrevendo e lendo fan fics com minhas amigas. Na escola E dentro da sala estudando.

4. Já namorou ou ficou com alguém da escola? Foi dentro ou fora da escola?

Nunca. Mas tive vários crushes que nem sabiam da minha existência.

5. Já fez alguma coisa escondida ou contra as regras? Já cabulou aula?

Eu era certinha demais para fazer algo contra as regras.

6. Se lembra de alguma modinha que você seguiu?

Milhões de borboletinhas no cabelo, tererê no cabelo, colar da Tiazinha, mochila da Kipling, canetas gel com cheirinho (cadê a caneta de banana e a da pipoca?)…
borboletinhas

7. Qual foi o melhor e o pior dia?

Melhor dia: quando eu chutei todas as 12 questões da prova objetiva de trigonometria e acertei 10. Não sabia nada (e continuo não sabendo). Deveria ter guardado a prova para mostrar como já tive sorte uma vez na vida.

Pior dia: meu aniversário de 18 anos. Meu grupinho de amigas andava me evitando há uns tempos, mas eu não percebia. Meu aniversário seria em uma sexta-feira e eu ficaria o dia inteiro na escola, então convidei todas minhas amigas e meu amigo de outra escola para irmos almoçar no Mc Donald’s e comemorar. Mas elas deram uma desculpa qualquer e eu almocei com meu amigo e só.
Na aula (de física, claro, para piorar minha vida tinha que ser de exatas) da professora mais cara de pau e que adorava fazer as pessoas passarem vergonha alguém “soltou” que era meu aniversário. E tive direito a um parabéns pra você, em cima do tablado com 100 pessoas batendo palmas e soltando risinhos (porque era divertido ver os outros pagando mico). A cereja do bolo foi: puxaram com quem será e o escolhido foi o menino que mais sofria bullying na sala.
Era muito loser ter qualquer tipo de relação com o menino. Eu era uma das poucas que conversava com ele e ele era meu amigo, mas o com quem será acabou comigo.
Além de eu ter namorado e ele querer ser padre aquele dia coroou minha derrota social.
loser

8. Se envolveu em algum tipo de briga ou movimento/protesto?

Fiz parte do motim na escola C que queria afastar o professor de geografia. A turma toda estava com medo da prova e reclamamos com a coordenadora, a pedagoga e a diretora sobre ele. Iríamos fazer greve, mas a diretora (ou alguma coisa do tipo) chegou na sala, deu o maior sermão que já ouvi na vida e completou o discurso com “eu prefiro ter um professor como o Sr. Geografia do que um monte de alunos ruins como vocês.” Oi?
E estava presente no dia que rolou uma revolução de alunos na escola E. O que foi a revolução de alunos? Não sei como começou, mas quando percebi alguém tinha ligado o celular na saída do microfone de um professor, estava tocando muito axé, os alunos saíram das salas e foram para o corretor e virou micareta. Que dia, migos!

9. Sua escola tinha alguma lenda, tipo loira do banheiro? Você tinha algum medo na escola?

Na escola A a gente tinha medo de tudo (crianças, né?). E as reuniões de pais à noite eram as melhores. A gente ficava correndo pelo pátio escuro achando que tinha fantasma.
Na escola C eu falava pra minha mãe que a escola tinha sido construída em cima de um cemitério e eu me sentia mal quando pisava lá (quando estava no início da adolescência eu me sentia muito mal em cemitério, como se absorvesse as energias negativas e a tristeza das pessoas).
Nada daquilo foi comprovado (óbvio).
Na escola E tinha a lenda de uma aluna e de um aluno da 8ª série que foram expulsos por praticarem sexo oral no prédio do ensino fundamental. Não era caso de medo, mas era um boato chocante para a época.

10. Sofreu ou causou bullying em alguém?

Sim.
Vamos para a pior parte. Soube que eu causava bullying a uma das pessoas que eu mais gostava na escola B. Minha amiga Nathália era uma pessoa ótima, ela era uma das minhas melhores amigas. A maior qualidade dela era que ela aceitava as coisas e ela também era um pouco inocente e não entendia algumas piadinhas maldosas (ê puberdade!!), então a gente abusava um pouco e apelidamos ela de Sonsa.
Mas acho que ela não gostou muito porque ela se afastou da gente e ficou amiga da novata sem graça (que eu nunca conheci direito por ciúmes dela ter roubado minha amiga). Ela nunca falou que não gostava daquilo, se não eu teria parado, óbvio. Me sinto idiota e fico triste quando lembro disso.
Sofri bullying na escola A e na escola E (ótimo jeito de começar e terminar a vida escolar, né?).
Na escola A tinha um coleguinha que todo dia na hora da saída subia na janela e quando via minha mãe começa a gritar:

– Polyanne, a velha coroca veio te buscar!

O menino tinha 6 anos de idade e os professores não faziam nada. Claro que eu batia e chutava o menino (e obviamente ninguém pensava em me punir ou conversar com o menino).
Antes disso, ele me roubou eu sei que é furto todo o meu dinheiro do lanche quando a turma estava no pátio assistindo a alguma apresentação besta com contos de fadas. Eu fiquei chorando e com fome. E OS PROFESSORES NÃO FIZERAM NADA!
Só não foi pior porque um coleguinha ficou com pena e me deu o lanche dele.
Na escola E, teve o pior aniversário EVER (vide resposta 7). E um mês depois eu fui presenteada pelas minhas “amigas” com uma cartinha de amor.
Eu era mil vezes mais tímida do que sou hoje e no primeiro ano do Ensino Médio me enfiei em um grupo de amigas. Todas certinhas, estudiosas, etc. Tínhamos um grupão que sentava para estudar antes da prova semanal. O segundo ano foi o melhor ano EVER e eu tinha certeza de que seríamos BFF mesmo depois da faculdade. Então começou o terceiro ano e tudo indicava que seria um ano bom. Mas aos poucos minhas únicas amigas na escola começaram a se afastar de mim. Eu me sentia desconfortável na presença delas, mas achava que era só tensão pré-vestibular. Então em setembro daquele ano uma delas me entregou a cartinha:

Poly, não gostaríamos mais que você andasse com a gente.
Queremos conversas nossos assuntos com mais privacidade.
Espero que você entenda.
Com carinho,
X

Com o grande número de amigos que eu tinha na escola (ninguém, óbvio) eu ficava de 7h às 12h30 sentada na minha carteira, no único lugar que restava, no fundão frio. Os corredores, a cantina, o banheiro e o pátio tinha gente demais com suas panelinhas fechadas. Minha mesa era o meu refúgio. Às vezes meu amigo padre conversava comigo, mas na maioria dos dias eu ficava lendo a apostila e tentando resolver os exercícios no meio dos gritos dos meninos. (tinha um aluno que tinha uma voz MUITO potente. Ele conseguia falar muito alto e ele sempre projetava muito a voz e ele passava o intervalo TODO NA SALA FALANDO MUITO ALTO. Geralmente ele ficava chamando meu amigo padre de ~Tocha~ ou ~Tocha Humana~). Era um inferno.
Passei os últimos meses do ano chorando sozinha e sem amigos.
cry

11. Como era a sua performance em apresentações da escola? Curtia?

ODIAVA ME APRESENTAR NA FRENTE DA SALA.
Mas adorava dublar Spice Girls.
spice_cover_melb

12. Do que você mais lembra desse tempo? Quais as coisas que mais te trazem lembranças?

Final de 1997 e o ano de 1998 na escola B me marcaram muito. Foi a melhor época da minha vida escolar. A Spice Mania estava no auge e todo mundo falava, ouvia ou estava envolvido com as Spice Girls de algum modo. Os intervalos eram cheios de Spice Girls, Hanson, BSB e All Saints. Era mágico.

13. Teve algum professor(a) ou funcionário que te marcou?

Paulinho da escola B foi o melhor professor de matemática do mundo! Modéstia parte, eu era muito boa na matéria e era uma das primeiras a entregar o exercício. Ele sabia ver o potencial e a dificuldade em todos os alunos. Então quando eu terminava meus exercícios ele os corrigia comigo e me pedia gentilmente para que eu ensinasse ao aluno com maior dificuldade. A maioria dos meus professores não me incentivavam a estudar e pesquisar além e eu me sentia desmotivada. A escola era chata, não tinha nada desafiador para fazer.
Mas o Paulinho sabia que ele podia me motivar me passando a tarefa de repassar meu conhecimento a quem mais precisasse. Por mais Paulinhos na vida.

14. Se você pudesse voltar no tempo, o que diria pra você mesma naquela época?

Esqueça as convenções sociais e seja amiga dos losers. Os populares te acham uma loser e isso não fará diferença nenhuma na sua vida.
É muito difícil mudar de escola e manter as amizades. A escola E será a melhor e a pior coisa que poderá acontecer na sua vida. Você vai sair da sua zona de conforto, vai aprender a se virar sozinha, vai ganhar a liberdade de andar de ônibus e percorrer Vitória sozinha. Vai aprender a se tornar invisível, mas também vai provar que você pode ser bem visível quando quer.
Se você está pensando apenas no ensino e na preparação para o vestibular não saia da escola D. As escolas D e E farão uma parceria em breve e você terá os mesmos professores. A melhor parte: você continuará com suas amigas. Poderá ser nerd, ter blog, escrever fan fics, ter amigos virtuais e um namorado que mora longe sem ser julgada ou vista como uma anomalia. Você será você mesma se escolher continuar na escola D. Mas viverá no seu ninho, não conhecerá Vitória, não saberá andar pela UFES, pegar ônibus em Jardim da Penha ou conhecer seus futuros colegas de faculdade.
A decisão é sua, mas mantenha a calma. Pode focar nos estudos, mas lembre-se de se divertir. Seus colegas micareteiros terão o mesmo sucesso que você. Boa sorte!

PS: Peça desculpas à Nathália e ao “Tocha”

Indicados

Não vou indicar ninguém para responder, mas sintam-se à vontade para fazê-la se acharem que devem.

Imagens: Gif Lizzie McGuire | Gif Kids are bloody horrible

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Livro: Harry Potter and the cursed child

HARRY_POTTER_AND_THE_CURSEDJ.K. Rowling, John Tiffany, Jack Thorne
(5/5)
Scholastic Inc
2016
320 páginas

Harry Potter and the cursed child, ou em português, Harry Potter e a criança amaldiçoada, mostra o que aconteceu no universo de Harry Potter após o último livro escrito por J.K. Rowling.
O livro é o roteiro da peça escrita por John Thorne e John Tiffany. Apesar da Rowling ter dado a ideia e aprovado o texto ela não foi a autora direta, o que não quer dizer que ela não estivesse presente ali. Vi muito da J.K. no texto, os autores estão de parabéns.
Como é um roteiro de peça, a narrativa não é corrida. Há pausas, marcações e rubricas. O livro deve ser lido exatamente do jeito que ele é: como um roteiro.
Enquanto eu lia eu ficava tentando imaginar como as cenas aconteceriam no palco e ao vivo. Deve ser tudo muito mágico! Quero assistir!
Harry Potter é casado, Ministro da Magia e pai de três filhos em idade escolar. Seu filho mais, Alvo, está na melhor fase de adolescente rebelde e acha um fardo ser filho de Harry Potter. Se fosse há alguns anos eu tenho certeza de que Alvo entraria pisando pesado no quarto, bateria a porta e cantaria Welcome To My Life do Simple Plan a plenos pulmões. Que menino chato!
Ele acha que o pai não o entende e tem um relacionamento tenso com Harry, que não sabe o que fazer para melhorar a convivência dos dois.
Para melhorar o climão da família, Alvo vai para Hogwarts e é selecionado para a Sonserina, onde fica amigo de Scorpius, filho de Draco Malfoy.
Quando criança Alvo e Rose, filha de Hermione e Rony Weasley eram amigos, mas nas novas aventuras em Hogwarts Rose e ALvo se mantém separados.
Mas com tanto drama na história está faltando um pouco de aventura, certo? Mas tem! Claro que tem. Alvo descobre o último Vira-Tempo existente e tenta retornar ao passado para mudar um fato que aconteceu na época do tornei Tribuxo. E a partir daí temos muitas reviravoltas em uma história genial e com muita originalidade.
Li em e-book e em inglês, mas mal posso esperar para ter meu livro físico em mãos e ler novamente a versão traduzida em português.
harry-potter-and-the-cursed-child
Imagem: Ubergizmo

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Filme: A lenda de Tarzan

tarzanThe Legend of Tarzan
(4/5)
Elenco: Alexander Skarsgård, Samuel L. Jackson, Margot Robbie, Djimon Hounsou, Christoph Waltz
Distribuição Warner Bros
2016

A lenda de Tarzan é uma releitura da história clássica do menino órfão que foi criado na selva. A história se passa no século XIX, Tarzan é casado com Jane e mora em Londres. Ele é chamado para retornar à África como emissário do Parlamento Britânico e seu dilema é voltar ou não para casa. Os ingleses estão colonizando o continente e retirando todo diamante e marfim. Como um filho das selvas Tarzan seria uma espécie de diplomata para firmar as relações entre colonizados e colonizadores.
Jane fica toda empolgada com a viagem e feliz por rever seus amigos africanos, mas Tarzan teme por ela e desconfia das verdadeiras intenções da viagem.
Por fim eles acabam viajando e Tarzan precisa reviver toda aventura da selva.
Minha única motivação para assistir a este filme foi: precisava esperar no shopping por mais de 2h e este era o único filme no horário. Entrei na sessão e os trailers já estavam terminando e fui sem nenhuma expectativa. Aliás, acho que se eu não tivesse assistido ao filme naquelas circunstâncias eu praticamente não veria em outra oportunidade.
Com exceção dos filmes de Super-Heróis pouco filmes de ação me despertam atenção.
Fiquei feliz por ter investido dinheiro em A lenda de Tarzan. É um filme com muitos efeitos gráficos interessantes, bastante ação e tem o Alexander Skarsgård de tirar o fôlego!
Pelo fato da história se iniciar em Londres na época vitoriana eu fiquei morrendo de saudades de Penny Dreadful (desculpa, sou viúva para sempre desta série). Via as carruagens e ficava esperando o Sir Malcolm descer com a Vanessa e indo encontrar com Sembene para planejar a próxima viagem à África. E imaginei o que o Sir Malcolm faria junto com o Tarzan e criei umas 20 fan fics durante o filme.
Mas voltando ao assunto, filme tão empolgante e envolvente que eu assisti dublado e nem reclamei do que ouvi.
Vale o ingresso.

tarzan
Tarzan
TARZAN
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tarzan

Fotos: Adoro Cinema

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