Filme: A Cor Púrpura

A Cor Púrpura (The Color Purple)
(5/5)
1985

Em 1909, em uma pequena cidade da Georgia, Celie (Whoopie Goldberg) é violentada pelo pai e se torna mãe de duas crianças. Mas além de perder a capacidade de ter filhos, ela também foi impedida de ficar com os filhos. Assim que as crianças nasceram, foram tiradas dela e dadas para adoção pelo pai.

Chamada de feia o tempo todo pelo pai, Celie é dada para o “Senhô” (Danny Glover) – um homem viúvo e com filhos – para se casar. Apesar de esposa, ele a trata como escrava. Assim, Celie é separada da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã Nettie (Akosua Busia).

A brutalidade do Senhô contra Celie é explicada devido à sua forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues, com quem ele nunca teve coragem de assumir um relacinamento.

Os anos vão se passando e vemos a evoluação da sociedade e o amadurecimento de Celie, que enfim desabrocha quando Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo, filho do Sinhô e Shug entram em sua vida.

Apesar de antigo, o filme é belíssimo e traz debates que até hoje são bem atuais.

Quando eu soube que existia um musical do filme eu fiquei doida para assistir ao original porque eu só tinha ouvido falar e visto partes, então pesquisando no catálago da HBO Max o encontrei e coloquei na minha lista.

Assisti no fim de semana e desde então não consigo parar de pensar na Celie e na Nettie e no amor das duas irmãs. Que filme lindo e emocionante.

É de uma delicadeza e e apesar de trazer a violência contra a mulher e o racismo de uma forma crua não deixa de ser belo. A beleza do filme é mostrar a realidade sem filtros.

As atuações são incríveis. Desde criança eu amava a Whoopie Goldberg e ela está sensacional no papel de Celie. Tem a dose de inocência e perspicácia certa para a personagem. Eu fiquei boquiaberta com a Oprah no papel de Sofia porque eu só lembro dela como apresentadora, mas ela está muito bem no papel.

Todo elenco está maravilhoso.

Com certeza, um dos melhores filmes que eu já vi em toda minha vida. Agora quero ler o livro e assistir ao musical. Porque em todas as cenas com música eu imaginava cenários e músicas e danças.

E saber que ele não ganhou nenhum dos 11 Oscars que estava concorrendo é de uma vergonha danada da academia. Me diga uma única justificativa para o filme não ter levado nenhuma estatueta a não ser racismo? Considerado que é um filme de 1985 e o racismo era ainda mais velado.

Ficha Técnica

  • Direção: Steven Spielberg
  • Roteiro: Menno Meyjes, Alice Walker
  • Produção: Frank Marshall, Jon Peters,Kathleen Kennedy, Quincy Jones, Steven Spielberg
  • Duração: 154 minutos
  • Classificação: 14 anos
  • Elenco: Danny Glover, Whoopi Goldberg, Rae Dawn Chong, Adolph Caesar, Akosua Busia, Margaret Avery, Oprah Winfrey
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Livro: A Trança

Laetitia Colombani
(5/5)
Intrínseca
208 páginas
2021
Compre na Amazon

A Trança conta a história de três mulheres incríveis, cada uma em um continente diferente, tentando vencer suas batalhas diárias e com uma enorme sede de liberdade.

Na Índia, está Smita, uma intocável, membro da casta mais inferior do país. Seu sonho é que sua filha escape do seu darma e tenha acesso à educação. Na Itália, Giulia trabalha como ajudante na oficina de cabelos do pai, mas quando ele sofre um acidente, ela precisa assumir o comando e descobre que o negócio está à beira da falência. Já no Canadá, vive Sarah, uma renomada advogada, mãe de três filhos. Quando está prestes a ser promovida no trabalho ela descobre uma terrível doença.

Sem saber, as três estão conectadas, assim como as tramas de uma trança.

Três histórias. Três mulheres fortes. Três destinos que se cruzam inesperadamente. Uma história envolvente e emocionante que fala sobre esperança e solidariedade.

Por dentro, está em frangalhos, mas ninguém sabe disso.

P. 79

Li A Trança como leitura conjunta para o grupo de Leitura Virtual e fiquei apaixonada logo de cara pela edição. É um belíssimo livro capa dura com detalhes em dourado.

Então o prólogo começa com uma poesia relacionada com a história e já te aflora a curiosidade para saber o que vem. E começam os capítulos. São capítulos curtos, que intercalam as histórias das três protagonistas. E isso atiça ainda mais a curiosidade para saber o que vai acontecer e em que momento as três histórias serão interligadas.

O livro vai se desenvolvendo misturando as três histórias e poesias que estão relacionadas. E como uma trança tudo vai se desenvolvendo e criando corpo, até que sem perceber, você termina a leitura.

Que estranho, repara, a vida às vezes junta os momentos mais sombrios com os mais luminosos. Dá e tira ao mesmo tempo.

P. 95

É um livro emocionante e que te toca e te inspira. Além de te fazer refletir sobre como tudo no mundo está conectado de algum modo.

A Trança entrou na lista dos meus livros preferidos do ano e super recomendo a leitura.

O amor é volátil, pondera, às vezes vai embora do mesmo jeito que veio, em um bater de asas.

P. 111

A escrita é toda em terceira pessoa e tem alguns diálogos ao longo da história, são poucos e bem pontuais. Mas eu gostei da forma como foram inseridos. É um livro sem excessos. Tudo se encaixa perfeitamente. A gente termina a leitura com um gostinho de quero mais.

A autora Laetitia Colombani é cineasta, roteirista e atriz e A Trança está sendo adaptado para o cinema. Já estou ansiosa para ver o filme.

Três países distintos, três culturas diferentes, três paisagens arrebatadoras. Tem de tudo para ser um filme magnífico.

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Filme: Homem de Ferro

Homem de Ferro (Iron Man)
(4/5)
2008

Tony Stark (Robert Downey Jr.) é um bilionário da fabricante de armas Indústrias Stark. Ele também é um brilhante inventor. Ao ser sequestrado no Afeganistão, ele é obrigado por terroristas a construir uma arma devastadora mas, ao invés disto, constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro.

A partir de então ele começa a estudar formas de elaborar a armadura, cujo núcleo é fundamental para mantê-lo vivo.

Homem de Ferro é do mesmo ano que O Incrível Hulk, mas consegue ser superior e não falo apenas nos efeitos. O enredo é bem escrito e há um balanço entre cenas de ação e outras. Sem contar que o Tony Stark é um personagem carismático.

Ele é todo bad boy e errático e possui diversas falas machistas, que tenho certeza de que seriam cortadas se o roteiro fosse escrito atualmente, mas é um personagem real. Já vi vários homens se comportando do mesmo jeito.

Esse jeito tão real do Tony nos faz gostar do personagem.

E tem os efeitos especiais também. Quem não queria uma armadura para te levar voando para o outro lado da cidade? Ou toda a tecnologia do J.A.R.V.I.S. disponível? Agora é possível automatizar a casa com a Alexa e dar comandos para dar bom dia, mas em 2008 aquilo tudo era um sonho ainda distante.

Eu não sei o que comentar do relacionamento da Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) com o Tony. Para mim, ela sempre foi apaixonada por ele e teve que esconder os sentimentos por ser apenas a assistente pessoal, mas nos próximos filmes eu comento mais um pouco sobre isso.

Gostei do vilão e do plot no final também. Sempre americanos querendo vender/fabricar armas e ganhando inimigos por conta disso. Será que isso já aconteceu em algum outro filme antes? Enfim, em Homem de Ferro são armas de verdade e não a criação de um supersoldado ou arma biológica.

PS: Melhor trilha sonora até agora.

Ficha Técnica

  • Direção: Jon Favreau
  • Roteiro: Matt Holloway, Mark Fergus, Stan Lee
  • Produção: Aviv Arad, Jon Favreau, Kevin Feige
  • Duração: 125 minutos
  • Classificação: 12 anos
  • Elenco: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow
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