E depois de um longo e temeroso período sem postar os temas do Rotaroots, estou aqui de volta, recheando a blogosfera de amor.
Como dia 13 de julho é o dia do rock, o tema da blogagem coletiva é falar sobre a primeira vez que ouvi minha banda favorita.
Adoraria dizer que minha banda favorita é de rock e que eu curto rock desde criança, mas não é verdade. Antes de mais nada vamos confessar alguns fatos:
1) Em 1997 eu só ouvia a rádio Tropical FM, uma rádio bem suburbana que tocava axé, sertanejo, samba e pagode;
2) Em 1997 eu achava que saber todas as coreografias de axé era essencial na vida;
3) Em 1997 eu comprava CDs de axé, trilhas sonora de novelas e Angélica;
4) Em 1997 minha mãe não me deixava ir a festas americanas na casa das amiguinhas;
5) Em 1997 eu gostava de assistir programa Silvio Santos.
Por esses motivos óbvios acho que deu para entender que seria um pouco difícil eu ouvir e conhecer alguma banda internacional, mas algumas coisas acontecem na nossa vida por obra do destino e eu ainda acredito que só mesmo para explicar minha trajetória de fã.
Em dezembro de 1997 as Spice Girls já eram o maio fenômeno musical desde os Beatles e todo mundo sabia quem eram as garotas, todo mundo, menos eu, claro. Mas no verão de 1997/1998 zapeando pelos canais de TV eu ouvia um trecho ou outro de músicas delas e gostava das melodias. Achava legal, mesmo sem tendo nunca ouvido uma música inteira do grupo. Devo ter ouvido o nome Spice Girls por acaso e quando fui à loja de CDs com minha mãe comprar meu presente de Natal esbarrei com um CD de músicas pop variadas, que tinha uma música das Spice Girls. Eu lembrava do nome, mas não lembrava o que cantavam ou como era a música, mas o CD era rosa, tinha cheiro de chiclete e pensei “vou levar, essa banda deve ser legal”.

Cheguei em casa, coloquei o CD e começou a tocar Wannabe. Me apaixonei antes mesmo da Emma começar a parte dela. Foi assim, instantaneamente. Ouvia Wannabe incansavelmente, mas só isso, não conhecia a banda direito, não sabia o nome das integrantes, não sabia como era a cara delas e também não me apeguei muito a isso.
Na mesma época, no Planeta Xuxa (ow ow ow Xuxa), a atriz Claudia Marins (Dinorah da novela A Indomada) foi entrevistada no programa e pediu um clipe: Say you’ll be there. Fiquei 3,56 minutos parada em frente à TV “conhecendo” as Spice Girls. Mas aí acabou o clipe, a entrevista e eu segui com minha vida, sem dar muita importância para a banda ou para a música.
Pouco tempo depois, no programa Fantasia (Fantasiaaa no aaaaar) perguntaram o nome de duas integrantes do grupo e eu louca para ligar e falar o nome, mas eu não sabia o nome de nenhuma, então saí correndo e perguntei a meu primo de 18 anos (porque quando se tem 11 anos, ter 18 é como ser um Deus de sabedoria), que morava aqui em casa, se ele conhecia a banda. Ele foi lá e me deu o nome das cinco: Victoria, Mel B (como se pronuncia isso?), Mel C (e isso?), Emma (é nome de gente? como se fala?) e Geri (repete?). Eu não consegui ligar para o programa, falar o nome de duas e ganhar 100 reais, mas conheci um pouquinho mais das Spice Girls.
A última vez que eu as vi em um programa de TV antes de me tornar fã foi o Em nome do amor, quando o Silvio Santos levou a menina Jéssica até Manaus para conhecer a banda e a idiota da menina ficou com cara de sonsa ao lado das meninas e nem sabia dançar direito.

Uns dois dias depois pedi para minha mãe comprar uma outra revista e ela trouxe para casa aquela coisa linda de capa branca, que após abrir a embalagem descobri que era uma biografia oficial. Puxa! Devorei todas as páginas e concentrei todos meus esforços em decorar o rosto e os fatos da vida de cada uma. O livro se tornou minha bíblia e eu andava com ele pela casa o tempo todo.
Eu ainda não era fã, mas fiz minha mãe ir na loja de CDs do bairro e me trazer o CD das Spice Girls. Com o livro em mãos eu queria mais, Wannabe não era mais o bastante. Minha mãe foi lá e comprou o Spice World. Quando peguei o CD em mãos fiquei mais do que feliz e fui correndo ouvi-lo, mas a decepção bateu com força quando eu percebi que não era o primeiro CD, aquele com todas as letras que estavam na biografia, aquele que tinha Say you’ll be there.
Na loja do meu bairro não tinha e eu tive que esperar até a mulher do meu tio ir ao Centro de Vitória e procurar para mim. Dia 19 de março de 1998 foi um dia de muita ansiedade. Será que ela vai encontrar e comprar o CD para mim? Para minha felicidade, no fim do dia eu estava feliz da vida ouvindo Say you’ll be there, 2 become 1 e Who do you think you are? sem parar.
Para o desespero da minha mãe, “me assumi fã” no dia que passou o show ao vivo em Istambul na Globo, em um domingo, logo depois de Sai de Baixo.
O show era mais cortado que baralho de cassino, mas eu não sabia disso e não ligava de serem apenas 40 minutos de show. Eram as Spice Girls cantando e dançando na TV! Gravei e assistia ao show todos os dias de manhã, antes de ir para a escola.
Aqueles foram os melhores momentos de 1998 e os da minha pré-adolescência. Todo mundo na minha sala (acho que posso dizer escola) gostava de Spice Girls, falava de Spice Girls, gravou e assistia ao show das Spice Girls inúmeras vezes e ouvia Spice Girls no recreio. Até rolava competição de covers. Meninas da 5ª série (eu e minhas amigas) e meninas da 6ª série.
Não lembro ao certo a sensação de ouvir as Spice Girls pela primeira vez, mas toda vez que ouço as músicas do CD Spice ou Spice World, sinto os pelos do braço arrepiarem e eu me lembro de todos esses fatos em flashback. Bate aquela nostalgia gostosa e vontade de voltar no tempo e ficar congelada para sempre em uma época em que minhas únicas preocupações eram saber as coreografias e as letras das músicas das Spice Girls.

Fatos:
1) Depois de 1998 eu parei de ouvir rádios suburbanas e passei a ouvir rádios que tocam músicas internacionais: Jovem Pan, Transamérica e 89;
2) Em 1998 eu aprendi a coreografia de todas as músicas das Spice Girls e nunca mais dancei outra coisa;
3) Depois de 1998 eu só comprei CDs de pop e rock (e trilhas sonoras de novela);
4) Depois de 1998 as festas americanas passaram a ser na minha casa;
5) Em 1998 eu descobri a MTV Brasil <3
6 Comentários
Ok, confessa! Você lembrou de todos os fatos porque estão escritos em algum diário!! :P kkk gente! E eu aqui ainda tentando pensar em qual post do rotaroots vou fazer… aahauha
Eu não era fã da Spices, mas ainda adoro as músicas ^^
:*
Eu juro que eu não consultei nada em diários, tudo de memória mesmo hahahahaha
Algumas coisas marcam a gente mais que outras ;)
Chatiada que eu não consigo pensar em nenhuma banda que seja minha preferidona e que eu lembre de qdo ouvi pela primeira vez =/
Eu ouvia principalmente axé nessa época que você citou. Sabia tudo quanto era coreografia. Depois veio o período em que eu só ouvia pop e hoje em dia meu gosto é bem mais rocker…
Lembro que qdo entrei no colégio Memorial, onde estudei da 7ª até o 3º ano, quem não sabia canta “Faroeste Caboclo” inteira não era ninguém na vida. Acho que Legião foi uma febre muito grande entre a molecadinha classe média do colégio. Engraçado, né? heh
Beijo, Poly!
Só virei fã das Spice Girls depois que vi glee… Mas elas fazem parte das minhas primeiras lembranças musicais… desde que eu me enetendo por gente conheço elas… o pior que sempre fui pagodeira, agora não consigo ouvir mais pagode e não passo 1 dia sem ouvir: Savage Garden, NSync, Backstreet Boys, Spice Girls entre outras bandas dos anos 90’s… olha que tenho 20 anos e eles foram minha infância praticamente.
Sim, você realmente ama as meninas! Eu não conseguiria lembrar de tudo, principalmente em detalhes. Mas dizem que as coisas quando são verdadeiras acabam marcando a vida da gente. Esse deve ter sido o seu caso.
Eu só conheço Wannabe mesmo, nunca fui fã e tal, mas minhas primas são loucas na Vic, acaba que mesmo sem querer eu ouço de vez em quando alguma coisa, mas nem gravo o nome.
Pelo o que eu percebi, sua infância foi muito feliz ao som de Space Girl.
Bjs
Sempre fui fã de SG, até quando Emma lançou carreira solo, e fez a musica Maybe hahahaha depois nunca mais a vi u.u
Beijos