Livro: A Corte de Espinhos e Rosas (ACOTAR)

A Corte de Espinhos e Rosas (ou série ACOTAR, como é conhecida) é uma série escrita por Sara J. Maas. Já foram lançados três livros na série principal e um spin-off que fará a ponte com mais 3 livros que darão sequencia à história.

Em Corte de Espinhos e Rosas conhecemos a vida de Feyre, uma jovem humana que teve que assumir sozinha o sustento de sua família. Vivem com ela em um pequeno chalé suas duas irmãs mais velhas e seu pai, que está ‘doente’porém realmente não se esforça para ajudar em nada.

O mundo onde se passa a Corte de Espinhos e Rosas é um mundo divido. 500 anos antes, uma guerra terrível entre feéricos (seres místicos semelhantes aos elfos em aparência) e humanos quase levou à extinção de ambas as raças. Desde então, eles vivem separados por uma muralha mágica e invisível. Um tratado garante que ninguém passe para o outro lado da muralha, assegurando a paz.

Mas um dia, enquanto caçava, Feyre acaba matando um feérico. E na mesma noite, uma fera bestial aparece em sua porta cobrando a dívida. Sem escolha, Feyre é arrastada para o outro lado da muralha. Lá ela lutará para sobreviver, se adaptar e compreender um mundo mágico do qual ela não sabia absolutamente nada.

Uma releitura de um clássico

Primeiramente, o leitor deve terem mente que ACOTAR é uma releitura da A Bela e a Fera. Feyre, é uma protagonista forte, um pouco mesquinha e devido à seu passado, tem grande dificuldade em aceitar ajuda. Ela não gosta de deixar a mostra seus pontos fracos, porque durante muito tempo a fraqueza representava não ter o que comer naquela noite.

Já seu par romântico, Tamlin, a mantém cativa em sua mansão como pagamento por ter tirado a vida de um feérico. No entanto, ao mesmo tempo que a prende, ele a cerca com todo tipo de conforto. Seria ele um herói ou vilão? E afinal de contas, por que ele a trata tão bem?

Para alguns leitores o começo pode parecer lento, mas eu garanto, vale a pena ler até o final. Muitas das coisas que não fazem sentido encontram uma explicação conforme a narrativa avança e ficam poucas pontas soltas para o volume seguinte.

Nem tudo são flores

Ouro ponto positivo foi o cuidado em problematizar relacionamentos abusivos e deixar claro que amor é diferente de sentimento de posse. Isso foi melhor desenvolvido na sequencia da série e me deixou feliz, pois é comum vermos nesse gênero a romantização de atitudes violentas como se fosse “fofo”.

Minha única ressalva fica por conta dos gatilhos: violência e relacionamentos abusivos são os principais.

“- (…) não se case com Tomas Mandray. O pai dele bate na mulher, e nenhum dos filhos faz nada para impedir. – Os olhos de Nestha se arregalaram, mas acrescentei – Hematomas são mais difíceis de esconder do que a pobreza”

Para os interessados, a boa notícia é que as capas brasileiras são muito mais bonitas que as gringas e pra quem, assim como eu, gosta de ler no kindle, os ebooks estão em promoção. =]

Fica minha recomendação de leitura para todos aqueles que estão à procura de um universo mítico interessante cheio de plot twists inesperados.

#polypopfaz13 Esse post faz parte de uma série de posts em colaboração com outros amigos blogueiros

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Livro: O farol e a tempestade

(5/5)
Romulo Felippe
Novo Conceito
304 páginas
2019

O farol e a tempestade é o terceiro livro do autor capixava Romulo Felippe e conta a história do autor best-seller Samuel Jones, que vive recluso na remota ilha de Farethon, no Atlântico Norte.

Sam perdeu a família em um acidente de carro e desde então passou a viver na ilha em companhia do gato Charles. Um dia, desesperançoso com a vida, ele decidiu que não viveria mais e pediu uma luz a Deus, antes de dar fim à sua vida. Foi então que uma bolo de fogo riscou os céus no meio de uma tempestade.

Uma aeronave cai no mar e sem hesitar Sam pega o barco e rema em direção ao local do acidente. Ele resgata a única sobrevivente do acidente, a fotógrafa nova-iorquina Anne Crawford.

Sem saber que Anne era tudo o que Sam pediu aos céus, ele a ajuda se recuperar do acidente e ela também o ajuda a voltar a ter fé na vida.

Por conta da tempestade, Sam fica sem comunicação com o continente e não pode avisar ninguém de sua hóspede.

Enquanto vivem como Emmeline  e Richard (quem assistiu ao filme A Lagoa Azul mais de 5 vezes na sessão da tarde?), o pai e o ex-marido de Anne procuram por qualquer vestígio do avião.

Desde o começo o livro é cheio de reviravoltas, o que torna a leitura muito dinâmica. Há o acidente de avião e logo depois vamos descobrindo juntamente com os personagens quem são Sam e Anne.

Inevitavelmente eles se apaixonam e a gente se apaixona junto. O casal tem bastante química e os dois possuem tragédias em suas bagagens de vida. A torcida para que os dois consigam ficar juntos e juntar todos os pedacinhos quebrados é enorme e a cada passo no caminho da felicidade faz a gente ficar com o coração quentinho durante a leitura.

Mas eu disse que tem muitas reviravoltas, então a cada capítulo tudo pode ser diferente.

O livro é escrito em terceira pessoa e os capítulos são curtinhos. Além da linguagem clara e da história envolvente. Apesar de algumas partes mais pesadas, pois trata de trauma vividos no passado dos personagens, é uma leitura tranquila.

Em alguns momentos lágrimas são inevitáveis, mas eu garanto que valem à pena serem derramadas.

A diagramação é bem feita. Fonte e espaçamentos bons para a leitura. E o livro é cheio de belíssimas ilustrações.

A capa também é linda e por diversas vezes me peguei admirando o farol.

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Livro: O Som de um Coração Vazio

(5/5)
Graciela Mayrink
Editora Bambolê
2018
224 páginas

O Som de um Coração Vazio traz a história de um astro do rock que sofre de TOC e que descobre uma fã dele deprimida enquanto navega por um fórum na internet.

Gabriel Moura é um jovem cantor de rock que está no auge de sua carreira. Tudo seria perfeito em sua vida se não fosse sua doença silenciosa. Ele tem TOC e luta diariamente contra a doença. No momento seu problema maior é o irmão que fica o tempo pegando no seu pé e vigiando para que ele não cometa nenhuma loucura. No limite do possível Gabriel está bem, ele só prefere ficar quieto no quarto compondo ao invés de interagir com o restante da banda.

Mas então ele resolve entrar em um fórum para depressivos e encontra um nome de usuário bem curioso: carol_do_moura. Quando viu o nome a curiosidade não o deixou em paz e ele precisou conversar com aquela pessoa. Ele criou uma identidade falsa, disse que era uma menina que morava no Amapá e começou a conversar com a Carol para saber se ela era fã do Gabriel Moura (e sim, ela era).

Carol é uma estudante de arquitetura que desenvolveu depressão após o vazamento de uma foto sua pelo seu ex. Carol possui uma irmã gêmea que se preocupa muito com ela, mas a futura arquiteta prefere passar seus dias no quarto ouvindo músicas do Gabriel Moura e desabafando no fórum sobre depressão. No seu quarto é o lugar onde ela mais se sente segura.

Pelo fórum, Carol e Gabriel começam a conversar e criam uma forte conexão. Ela não faz a menor ideia de que está conversando com o seu maior ídolo, mas Gabriel já está apaixonado e começa a criar situações para encontra-la pessoalmente.

Assim que eu li a sinopse do livro e senti o clima mais pesado do contexto achei que não teria como a Graciela seguir na sua linha leve e fofa da escrita, mas sim, ela conseguiu. Toda a delicadeza da escrita da Graciela estão presentes do início ao fim da história.

Tanto o assunto da doença mental quanto o do vazamento de foto íntima são bem delicados, mas a autora abordou muito bem os dois temas. Ela soube dosar muito bem para não deixar a história nem superficial demais e nem com o clima muito pesado.

O livro foi tão lindo e leve que eu devorei em poucos dias.

Achei importante a discussão de que depressão não é frescura (entenderam agora pais da Carol?) e como é importante o tratamento e a terapia.

A história do romance Carol e Gabriel é muito fofa, dessas que aquecem o coração e fazem a gente querer guardar o casal com carinho dentro de um potinho.

Achei linda a capa e a diagramação combinou muito com a história. Só senti falta de uma playlist com músicas para a gente ouvir durante a leitura, mas fora isso, o trabalho foi todo sensacional.

Indico totalmente a leitura, principalmente agora em Setembro, mês de prevenção ao suicídio.

Leiam, conscientizem-se e conversem sobre a saúde mental. Quanto mais falarmos sobre depressão, menos preconceito teremos com a doença e mais vidas poderão ser salvas.

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