Livro: A irmã da sombra

a_irma_da_sombraLucinda Riley
(5/5)
2016
Editora Arqueiro
512 páginas

O livro A Irmã da Sombra conta história de Estrela D’Aplièse, uma das Sete Irmãs.
Entre todas as irmãs, Estrela e Cecília viviam juntas, como se fossem gêmeas. Uma completava a outra. Ceci a mais faladeira e extrovertida e Estrela mais calada.
Quando Pa Salt morreu e deixou uma carta para cada uma de suas filhas, Estrela não soube bem o que fazer, mas viver à sombra de Ceci já estava fazendo mal a ela. Estrela percebeu que era a hora de ir em busca de sua própria história.

Qualquer coisa de valor duradouro leva tempo para se realizar plenamente. Quando isso acontecer, você vai ficar feliz por ter perseverado.
P.25

Em Londres, Ceci está toda animada na arrumação do novo apartamento em que ela e Estrela irão morar. Ela está preocupada com todos os detalhes e tomando todas as providências. Mas Estrela se sente incomodada com o espaço. Nada daquilo é o que ela quer para a vida, mas não fala nada com medo de magoar a amada irmã.
Ao abrir a carta de Pa Salt e ver as coordenadas de sua origem Estrela decide ir atrás das pistas e chega à pequena livraria Arthur Morston, em outra região da cidade.
Ali ela conhece Orlando, o excêntrico dono da livraria, que também funciona como biblioteca. Estrela começou a trabalhar com ele e apesar dos modos um pouco rudes, ela se afeiçoou ao homem e pouco depois foi para High Weald, na cidade de Kent, onde também conheceu a família de Orlando, seu irmão Mouse, sua prima Marguerite e o menino Rory.
Estrela gostou daquela família e se apaixonou High Weald e se questionou em que parte da história deles ela entraria.

[…]- Na minha opinião, alimentar o corpo é também uma forma de alimentar a alma. E não é nem um pouco egoísta. Não tem problema nenhum gostar daquilo que se sabe fazer. Na verdade, isso melhora muito o resultado final. A paixão sempre ajuda.
P. 40

Cem anos antes, a jovem Flora MacNichol deixou sua vida simples em Lake District e sua amizade com a escritora Beatrix Potter para recomeça-la na aristocrática Londres.
Muitas reviravoltas acontecem na vida de Flora e quanto mais encantada Estrela fica com a história de MacNichol, mais ela se torna confiante. Conforme Flora vai desabrochando e amadurecendo em Londres, Estrela passa a ter uma atitude mais ativa e forte.

[…] Não acho que o simples fato de ter talento para algo compense o trabalho árduo. Veja os grandes compositores: não basta ouvir as melodias na cabeça; é preciso aprender a escrevê-las no papel e a orquestrar a peça. Para isso, são necessários anos de prática e aperfeiçoamento do ofício. Tenho certeza de que milhões de pessoas têm uma habilidade natural, mas só quem doma e se dedica consegue alcançar seu pleno potencial.
P. 51

Sem dúvidas, o melhor livro que eu li no ano. Lucinda conseguiu se superar.
Eu não esperava nada de Estrela, considerava até a irmã mais sem sal de todas, mas a história dela me atraiu de todas as formas possíveis.
Primeiro,  a história se passa na Inglaterra, um país que eu tenho muita admiração. Em segundo lugar, a história tem literatura como pano de fundo. Como não gostar de um livro assim?!
Sem contar que me identifiquei muito com a protagonista. Sou introvertida, amo livros e gosto de escrever e cozinhar. Estrela acabou se tornando minha irmã preferida, até agora.
A curiosidade sobre a relação entre Flora e Estrela aumentavam parágrafo a parágrafo e eu devorei o livro em pouco tempo. Este ano foi difícil eu me agarrar tanto a um livro e querer ler sem parar. A Irmã da Sombra fez isto por mim. Obrigada, Lucinda.

– Mais uma das suas virtudes. Quando não se tem nada de útil a dizer, o melhor é ficar calado.
P. 86

Apesar de ter gostado da história não achei que rolou química no romance de Estrela. Foi o casal mais sem graça em todas as histórias da autora, mas isso não influenciou em nada minha opinião positiva sobre a narrativa.
Fiquei feliz por ver Estrela brilhando sozinha, mas senti falta de Ceci. Queria ter tido uma percepção maior da ligação entre Ceci e Estrela. Talvez no livro de Ceci isso seja melhor explorado, mas achei Estrela um pouco à vontade demais para uma pessoa introvertida e dependente da irmã.
Vamos aguardar e ver como será o desenrolar da série…

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Livro: A irmã da Tempestade

A_IRMA_DA_TEMPESTADELucinda Riley
(5/5)
Editora Arqueiro
2015
521 páginas

A velejadora Ally D’Apliése está vivendo um sonho. Ela está se preparando para uma importante regata e acaba de se apaixonar pelo capitão da embarcação. Ally encontra em Theo o amor que nunca imaginou existir e eles estão passando um fim de semana paradisíaco no mar Mediterrâneo quando ela recebe a notícia da morte de seu pai adotivo, Pa Salt.
Ela volta rapidamente para casa para encontrar suas seis irmãs e descobre que Pa Salt deixou uma carta para cada uma das filhas adotivas. Em cada carta há pistas sobre suas verdadeiras origens.
A princípio Ally não se interessa em investigar seu passado, ela se apoia no amor de Theo para enfrentar a perda do pai. O que ela não esperava era que pouco tempo depois sua vida fosse novamente mudar e para não entrar em depressão decide embarcar para a Noruega e seguir as pistas de Pa Salt.
Lá ela descobre que sua história está ligada à da talentosa cantora Anna Landvik, que viveu há mais de cem anos e participou da estreia de uma obra do compositor Edvald Grieg. Conforme vai conhecendo a história de Anna, ela começa a montar o quebra-cabeças que é a sua vida.
A irmã da tempestade é o segundo volume da série As Sete Irmãs. No primeiro volume conhecemos a história de Maia, a primeira irmã a ser adotada por Pa Salt. Neste volume conhecemos Ally, a segunda irmã mais velha. Ally (apelido de Alcíone) é destemida, aventureira, com um incrível talento para velejar e um surpreendente dom para a música.

– Bom, meu pai… cuja opinião em geral não considero justa, um dia me disse que, se as mulheres usassem os próprios pontos fortes em vez de ficarem tentando ser como os homens, elas mandariam no mundo.
P. 17

Já iniciei a leitura sabendo que iria gostar do livro. Se tem uma mulher que escreve coisa boa é a Lucinda Riley. Acho que até a lista de compras dela deve ser interessante. Me prendi à história logo nos primeiros capítulos e a cada página ia me apaixonando mais e mais pelos personagens. E mesmo quando aconteceu uma tragédia no meio eu não fiquei triste ou quis jogar o livro longe. A Lucinda nos emociona de um jeito diferente, apesar da tristeza pelo acontecido ainda tive esperança de que aquilo iria se tornar algo bom no futuro (e de fato se tornou).

Tudo o que temos é o momento presente, Ally. Nunca se esqueça disso, está bem?
P. 48

O que mais me encantou na história foi o fato dela se passar na Noruega. Não conhecia nada do país e sempre achei que era um ponto gelado no mapa mundial, mas o livro me mostrou um pouco da cultura norueguesa e me despertou uma grande curiosidade em saber mais sobre ele. Vários capítulos se passam em coxias e bastidores do teatro e isso me fez imergir ainda mais na narrativa. Mesmo o livro falando sobre música e não sobre teatro (que é minha área) os bastidores são bem parecidos e isso alegrou minha leitura.

Em momentos de fraqueza, você vai encontrar sua maior força.
P. 72

O livro é dividido em partes da Ally (no presente) e da Anna (no fim do século XIX). Nas partes da Ally a narrativa é em primeira pessoa e nas partes da Anne em terceira. Nas primeiras partes parece que estamos lendo livros diferentes, só mais para frente é que as histórias começam a se entrelaçar, até que finalmente descobrimos a verdade.
Trata-se de uma leitura rápida, apesar de uma história complexa, pois a autora consegue nos prender na história do início ao fim. Não há espaço para divagar ou dar uma pausa (a curiosidade não deixa!).

[…] Eu passei a entender que a vida não passa de uma sequência aleatória de acontecimentos.
P. 387

Gostei muito da capa, a textura é emborrachada, muito gostosa de segurar. O miolo não tem detalhes, mas a fonte utilizada para separar as partes é linda. Amo fontes que imitam caligrafia. As páginas são amareladas para não cansar a visão.
Terminei a leitura ansiosa pelo próximo livro (que ainda não tem prazo de lançamento).

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Livro: As Sete Irmãs

AS_SETE_IRMASLucinda Riley
(5/5)
Editora Novo Conceito
2014
560 páginas

Sinopse: Meus dedos tocaram a selenita em meu colar. Tudo o que podia imaginar era que ele foi mandando comigo, como uma espécie de recordação, talvez por minha mãe, quando Pa Salt me adotou. Ele dissera, quando me deu o presente, que havia uma história interessante pode trás daquela joia… Ele esperava que eu perguntasse. E eu desejava com todo o coração, naquele momento, ter perguntado. Agora que Maia e suas irmãs perderam o pai, cada uma delas tem em suas mãos a decisão de buscar ou não a verdade sobre sua família biológica. Maia não resiste ao chamado do passado e é atraída até o Rio de Janeiro, onde, auxiliada pelo escritor Floriano, irá mergulhar em uma história quase centenária. Nos anos 20, uma paixão devastadora entre uma aristocrata brasileira e um escultor francês é sufocada pelas convenções sociais. Uma pequena placa de pedra-sabão eternizou o amor de Izabela e Laurent, selando o destino de Maia. A escritora best-seller Lucinda Riley mergulhou na cultura e na história do nosso país para conhecer de perto os mitos e verdades sobre a construção de um dos mais emblemáticos monumentos à nossa fé: o Cristo Redentor. O resultado dessa experiência é uma trama surpreendente e sensual, recheada de elementos exóticos. A partir do momento em que, junto com Maia, aterrissamos no Rio de Janeiro, não vamos nos separar dela enquanto não decifrarmos os segredos de seu passado. E esse é apenas o começo da viagem.

Opinião: Assim que peguei o livro e vi a sinopse fiquei morrendo de vontade de ler. Os livros da Lucinda são ótimos e eu já sabia que podia esperar coisa boa, mas dessa vez o livro se passa no Brasil, então eu fiquei com muito mais vontade de ler, só para saber como a autora iria mostrar nossa cultura e quais fatos históricos iriam entrar na trama.
Novamente não me decepcionei e aproveitei de uma leitura maravilhosa no final de semana.
Maia D’Apliése e suas cinco irmãs Ally, Star, CeCe, Tiggy e Electra acabam de receber a notícia de que seu pai adotivo, Pa Salt, faleceu e foi sepultado no mar.
Elas voltam à bela casa em que cresceram, no Lago Léman e se reúnem para receber o último presente do pai: pistas dos locais de suas origens.
Com essa pista elas podem ou não descobrirem de onde vieram e saber mais sobre suas famílias biológicas.

A questão era, pensei enquanto tomava um gole de água: nossos dons nos trouxeram sucesso e felicidade?
P. 35

Apesar de muito abalada com todos os acontecimentos, Maia decide embarcar nessa aventura e pega o primeiro voo para o Rio de Janeiro. Finalmente chegou a hora da medrosa Maia sair do ninho e viver sua própria vida.

Duas horas depois, com o voo e o hotel reservados e uma mala arrumada às pressas, deixei Atlantis. Enquanto a lancha me carregava tranquilamente pelas águas do Léman, percebi que não sabia se estava fugindo do meu passado ou correndo em direção a ele.
P. 96

Maia chegou a Cidade Maravilhosa e foi logo tratando de localizar a casa onde Pa Salt disse que fez parte de seu antepassado. Maia não foi bem recebida pela proprietária, uma senhora idosa e doente, mas sabia que estava no lugar certo quando viu uma bela escultura de uma mulher que se parecia muito com ela.
Maia não quis ser invasiva ou bater de frente com a senhora, mas continuou investigando seu passado, dessa vez com a ajuda do seu amigo escritor e carioca, Floriano.

– Porque, minha querida, ainda que o coração de uma mulher possa ser inconstante, e amar inúmeras vezes, quando os homens ama, mesmo que não demonstrem suas emoções, eles amam para sempre.
P. 173

Oitenta anos antes, na mesma casa indicada por Pa Salt, vivia Izabela Bonifácio, uma bela jovem prestes à completar 18 anos que tem um pai que anseia por fazer parte da alta sociedade do Rio de Janeiro. O pai de Izabela é descendente de italianos e, apesar de ter muito dinheiro, não faz parte da elite carioca, pois um dos requisitos para fazer parte da elite é ter um sobrenome português.
O pai de Izabela está disposto a fazer tudo para entrar nessa elite e quando vê a possibilidade de casar sua única filha com um membro de uma família tradicional não perde tempo em apoiar essa união.

– Mademoiselle, uma vida sem amor é como um francês sem vinho ou um ser humano sem oxigênio.
P. 206

Só que Izabela anseia por outras coisas e não está animada com a ideia de se casar. Por sorte, seu noivo Gustavo parece entender um pouco as necessidades da jovem e a autoriza viajar para a Europa por um ano com a família do arquiteto Heitor da Silva Costa.
O arquiteto é responsável pela construção de uma estátua no alto da pedra do Corcovado, batizada de Cristo Redentor. Heitor precisa acompanhar o trabalho do escultor de Paris, Paul Landowski, de perto e concluir sua obra e por isso leva a família e Izabela com ele.
Durante sua estada em Paris, Izabela conhece o jovem escultor Laurent Brouilly, por quem se apaixona perdidamente.

De alguma forma, esta cidade e este homem juntos romperam o casulo protetor onde eu me escondia. Ri da analogia, pensando que realmente me sentia como uma borboleta em seu primeiro voo.
P. 505

Durante a leitura vamos descobrindo a relação entre Maia e Izabela e também conhecemos um pouco da história por trás da construção do monumento carioca mundialmente conhecido. A história é tão bem amarrada e com tantas coisas para descobrir e tantas peças para serem encaixadas que é impossível desgrudar do livro.
A narrativa é em primeira pessoa e além das divisões dos capítulos, há ainda uma divisão temporal. Algumas partes são narradas por Maia, na atualidade e outras são narradas por Izabela, nos anos 20 do século XX.
Quem já leu algo da autora, sabe a qualidade da escrita e nessa obra não foi diferente, na verdade, acho que ela conseguiu se superar de tão incrível que foi a experiência com essa leitura em questão.
Mas, a obra não é perfeita, fiquei boa parte da história curiosa sobre a vida (e o estilo de vida) de Pa Salt e terminei o livro com as mesmas curiosidades e mais um monte de interrogação na cabeça. As Sete Irmãs faz parte de uma série de livros e esse foi apenas o primeiro, mesmo assim eu queria mais respostas e explicações. A leitura só me deixou ansiosa para descobrir mais sobre as outras irmãs de Maia e qual o motivo da escolha dessas meninas específicas no momento da adoção e também porque a última irmã nunca foi encontrada.
Acho que serão indagações que eu terei por um bom tempo, pelo menos até terminar a leitura de todos os livros, mas isso não desmerece nem um pouco essa obra.
Achei o livro simplesmente deslumbrante e entrou na minha lista de favoritos do ano. Muito mais do que recomendado!

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