Blogagem Coletiva – Eu fui, eu tava

Há quantos séculos eu não participava de uma blogagem coletiva, hein?! E depois que eu voltei à postar ficaria de fora? Não mesmo.

Blogagem coletiva é o que era trend para a geração que cresceu escrevendo em blogs. A gente chegava da escola e passava as tarde mexendo em códigos hmtl e no Photoshop (tudo isso off-line porque internet custava caro). Era uma semana inteira quebrando a cabeça para deixar o blog lindíssimo. Tinha que combinar as cores do texto com o tema e com o cursor do mouse, colocar os efeitos de neve caindo, player de música e gifs personalizados.

Então no sábado após as 14h, finalmente a gente podia ligar o computador e usar a internet e colocar o template novo no ar. Aí era a hora de responder aos comentários acumulados durante a semana (os sortudos com internet a cabo em casa – ou que usavam da escola/lan house), visitar os blogs dos amigos, participar de concursos (tinha vários concursos para blogs fofos e o prêmio era uma plaquinha e você recebia dezenas de comentários no seu blog te dando parabéns) e escrever posts.

Dentre os posts que a gente escrevia, fazíamos as blogagens coletivas ou respondíamos à TAG ou MEME (que não era uma coisa engraçada, meme era apenas uma “corrente“). Era nossa maior forma de interação. Se na escola a gente respondia aos cadernos de pergunta (para nova geração: isso era um caderno e em cada folha tinha uma pergunta extremamente pessoal e todo mundo da escola respondia e depois deixava um recadinho para o dono do caderno. Um curious cat nada anônimo), no mundo blogueiro a gente compartilhava o conteúdo e trocava links.

Quando tudo era mato na internet, a gente começava e terminava o fim de semana ao som dos Oh-Oh do ICQ (alguém ainda lembra seu uin?), a visita obrigatória era no templo Dolls (obrigada Lia Camargo), para rir e ter assunto com os colegas da escola a gente entrava no Humortadela e para atualizar os bloguxos: Maximus, Vicky’s, By Marina e Evelyn’s Place (não necessariamente nesta ordem).

Então aos poucos a internet passou a fazer parte da nossa vida e ficou quase impossível separar online do offline. Já acordamos online, conectados a alguma rede social e vamos dormir assistindo vídeos de meditação no YouTube. Perdemos o encanto com a internet, o que antes era rara e escassa, virou algo rotineiro e quando trabalhamos com ela, nem gostamos de ficar conectados nos horários de lazer, mas as memórias desse tempo pré-redes sociais ficam guardadas com carinho.

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva visite o blog da para saber mais e participar também.

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Precisamos falar sobre nudes

Manda nudes? Mas antes, vem cá coleguinha, precisamos falar sobre nudes.
Na minha adolescência celular que tirava foto era coisa de Coreano/Japonês rico e câmera digital era produto de luxo, então, por razões óbvias, as pessoas não ficavam tirando fotos de seus corpos sem roupa e enviando para os outros. Vazamento de sex tape era algo raro que só acontecia com famosos.
Precisamos falar sobre
Eu acho que todo mundo tem o direito de tirar as fotos que quiser, na pose que quiser, com a roupa que quiser. Cada um pode dispor de sua imagem como bem entender.
Mas isso não quer dizer que você pode usar a imagem da outra pessoa. Se alguém te enviou um nude, ela enviou para você e não é para você mostrar para seus amigos, sua família e compartilhar nos grupos de WhatsApp. Mesmo se ela publicou a foto na rede social dela, isso não te dá o direito de usa-la indevidamente.
Em primeiro lugar, compartilhar fotos íntimas é crime. Em segundo lugar, você está sendo babaca se compartilhar.

Ah! Mas eu não ligo, não tenho nenhum problema se fotos minhas vazarem.
Que bom que você saberia lidar com essa situação! Eu não saberia, muitas mulheres não sabem e muitas jovens se matam por causa disso.

Mas ninguém mandou tirar foto sem foto, muito menos enviar para outra pessoa.
Tá errado pensar assim! A pessoa estava na privacidade dela, se achou linda, sexy, gostosa e poderosa e quis tirar a foto, qual o problema? A culpa não foi da vítima, nunca é. A culpa é do ser babaca que compartilhou uma foto que não era dele e não pertencia a ele. Mesmo se a pessoa recebeu a foto, ela não tinha o direito de compartilhar.

Meninas que tiram nude selfies são p***s.
Até quando as mulheres são hostilizadas apenas por serem mulheres? Deixa as minas em paz. As pessoas tiram selfies por vários motivos e isso não quer dizer absolutamente nada sobre ela. Se eu tirar uma selfie com roupa branca eu serei médica? Se for no mar eu serei surfista? Se for dentro de um avião eu serei aeromoça?
Se você não sabe o que se passa com a pessoa você não pode julgá-la. É natural tirar foto. É natural ficar sem roupa. É natural transar. É natural ter orgasmo. E sabe o que mais? Ninguém tem nada a ver com isso.

Meu namorado pediu uma foto como prova de amor.
Gata, você não precisa provar nada para o seu namorado. Ele é um idiota se fica te cobrando isso e não te respeita.
Não envie fotos por pressão ou ameaças. Se respeite e se ame. Não compartilhe sua intimidade com quem você não confia.

Tiraram fotos minhas sem eu perceber e divulgaram.
Revenge porn (pornografia da vingança) é crime, denuncie! O criminoso não é só quem “vazou” as fotos, todo mundo que compartilha as imagens também é responsável (a prefeitura de Curitiba fez uma campanha bem legal sobre isso).
O vazamento de fotos íntimas atinge principalmente as mulheres, elas representam 81% dos casos denunciados e a cada 4 vítimas uma é menor de idade.
A maior parte dos casos denunciados é de mulheres porque vivemos em uma sociedade machista. Ano passado fotos íntimas do ator Stênio Garcia com a mulher caíram na rede e ele não ligou. Para o homem tudo está tranquilo e favorável. Raramente são feitos comentários maldosos em nudes dos rapazes. Geralmente eles são vistos como pegadores e poderosos. Mas a mulher dele ficou depressiva, não quis sair de casa, ficou envergonhada e recebeu dezenas de comentários depreciativos. E ele quem era o famoso!
Não é a foto ou a roupa que faz o caráter da pessoa, não é o gênero que faz a pessoa ser mais ou menos importante. Precisamos acabar com este pensamento preconceituoso.
Mulheres, não depreciem outra mulher. Não chame-a de vadia ou piranha por causa de suas roupas ou pose nas fotos. Não compartilhe nudes. O mundo já é machista demais para sermos desunidas. Somente com a união feminina poderemos começar a mudar esta situação.

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Este post faz parte da Blogagem Coletiva Profundo & Intenso promovida pela Editora Arqueiro para divulgar os livros da autora Robin York.

nota da autora-2

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Friendship never ends…

Eu sei que o dia do amigo foi semana passada, mas eu acho que não há um dia para homenagear quem amamos, seja amigos, familiares… Então com uma semana de atraso aqui vai minha singela homenagem com uma carta aos meus amigos (espero que vocês se identifiquem em algumas situações).
Primeiro aperte o play e ouça minhas músicas preferidas sobre a amizade.


Querid@ amig@,
Obrigada por todos nossos momentos de risadas, abraços, piadas internas, lágrimas, compreensão, telefonemas, mensagens, cartinhas, presentes, desentendimentos, brincadeiras, pagação de mico, programas furados…
Nem sempre sou uma boa amiga, nem sempre estou tão presente quanto gostaria, nem sempre te dei apoio ou meu ombro para você chorar. Desculpe-me por essas vezes. Sei que às vezes você veio com seus problemas querendo um conselho e tudo que eu fiz foi te ouvir e depois desabafar sobre algo que me aconteceu. Não foi egoísmo meu, foi meu jeito de te mostrar compaixão e dizer que te entendo. Desculpe-me se minhas intenções pareceram outras.
Lembra quando a gente ficava horas no telefone conversando e comendo brigadeiro de colher? Ou fazendo testes bobos para saber qual famoso era nossa “alma gêmea”? Eu me lembro e sinto falta das inúmeras horas dedicadas apenas à companhia de nós 2.
Lembra dos trabalhos chatos que fazíamos? E ficávamos até tarde na internet debatendo sobre ele e falando mal dos professores… E aquelas traduções bizarras?
E quando minha internet não funcionava e eu te passava a senha do meu e-mail para você abrir o arquivo e me passar (não troquei ela até hoje e continua tão idiota quanto era).
Lembra dos meus vídeos e minha promessa de ser a próxima superstar? Você estava lá para me apoiar, mesmo sabendo que tudo aquilo era tosco, besta e que com certeza floparia mais que o álbum da Nadine e a última música da Geri Halliwell.
Lembra de quando brincávamos de The Sims e criávamos histórias? E quando brincamos de “The Sims da Vida Real” (que nada mais era do que a criação de perfis fakes fabulosos). Riamos muito nessa época.
Lembra dos nossos sábados à noite que sempre eram iguais e sempre com os mesmos planos mirabolantes que nunca davam certo no final?
E nossos projetos que só funcionavam na primeira semana? Ainda os acho geniais, mas cadê o tempo de dedicarmos a eles de verdade? Teve nosso livro, nosso álbum, nosso site, nossa revista, nosso clipe, nossa encenação, nossa viagem para Londres… Vários sonhos na gaveta “para realizar”. Ainda podemos tentar um dia, mas acho que o tempo que ficamos planejando foi melhor do que se tivéssemos colocado todos em prática.
Lembra a primeira vez que nos encontramos? E em como tudo pareceu natural? Nossa conexão foi imediata e instantânea, parecia que sempre fomos amigos, logo vieram as primeiras gargalhadas e as primeiras trocas de segredos.
E os baphos que descobrimos? E os baphos que vivemos? E os baphos que não conseguimos parar de comentar?
Lembra daquele abraço que você me deu quando eu tomei um belo pé na bunda? Nunca vou me esquecer dele, foi tudo o que eu precisava naquele momento.
Lembra quando a gente trocava mensagens com internet 2G de madrugada (ou só com SMS quando eles custavam R$0,25 cada)? E o sinal péssimo, com internet lenta (e discada) que tenta nos impedir de trocar confidências? Ainda bem que nada disso foi um empecilho para nossas conversas. Você não imagina quanto aquelas conversas me alegravam, eram os melhores momentos do meu dia.
E cada vez que descobrimos coisas em comum e ainda ficamos impressionados?
Lembra das nossas conversas sobre comida e em como elas sempre nos dão fome? E em como a gente não consegue parar de pensar em comida? Vamos tomar um café? Ou vamos lanchar? Qual a próxima lanchonete precisamos experimentar?
E música. Já ouviu essa? O que você está ouvindo? Me passa? Preciso do arquivo daquele programa também. Me passa?
Aceita chocolate?
Nossa convivência tem altos e baixos. Nunca brigamos, mas já nos afastamos. Felizmente quando nos encontramos tudo parece igual.
Já falaram que a amizade é como o sol e que não precisa ser vista todo dia para saber que está lá e eu acredito nisso.
Também acredito em almas gêmeas, não no sentido romântico, de par perfeito e essas coisas, mas em pessoas que são nossas irmãs de alma e que estão pelo mundo, essas pessoas são os amigos. Amigos de verdade, aqueles que sabemos que podemos contar, aqueles que são como você.
Obrigada por ser minha alma gêmea.
Obrigada por compartilhar sua vida comigo. Obrigada por me deixar compartilhar minha vida com você.
Conte comigo sempre que precisar, afinal, friendship never ends, não é mesmo?
Com muito amor,
Poly

friendsfriends

Esse post foi um oferecimento Rotaroots, um grupo de blogueiros com propósito mais old school e voltado para conteúdo de qualidade. Conheça o grupo no Facebook.

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