Livro: A lista

A_LISTACecelia Ahern
(5/5)
Editora Novo Conceito
2015
384 páginas

Kitty Logan é uma jornalista de 32 anos que acabou de perder o emprego na televisão, o namorado a deixou e sua mentora e amiga está com câncer em estado terminal.
Mas sua vida está prestes a mudar. Antes de morrer Constance deixa para Kitty sua última reportagem: uma lista com 100 nomes.
Kitty deve pegar essa lista e escrever a melhor reportagem de todos os tempos em duas semanas. A reportagem será a principal de uma revista que homenageará Constance e o tempo está correndo contra Kitty.
Quem são aquelas pessoas? Como encontrá-las? Qual a relação entre elas? Por que Constance as escolheu para uma reportagem?
Kitty começa a trabalhar imediatamente e tenta relacionar as pessoas. Ela consegue entrar em contato com 6 pessoas da lista e começa a conversar com elas e saber mais de suas vidas e o que elas podem ter em comum.
De início eu achei que por ser protagonista, Kitty teria um destaque maior na obra e sua história, ou seja sua investigação sobre os nomes, seria o foco do livro, mas não é assim que acontece.
Os nomes da lista passam a se tornar tão importantes quanto Kitty e suas histórias têm lugar de destaque.
Terminei de ler há 3 dias e ainda estou encantada com tudo. A princípio parece uma chick-lit comum, com uma protagonista desajeitada que acabou com sua vida e está perdida sem saber o que fazer, mas quanto mais os capítulos vão passando mais vamos entendendo a verdadeira mensagem e é impossível não se emocionar.
Bem típico da Cecelia proporcionar esse tipo de sentimento e transmitir tanta magia com as palavras.
O livro é bem diferente e muito mais complexo do que a sinopse indica.
Todo mundo tem uma história para contar, todas as histórias são interessantes, todas as pessoas são importantes.
A conexão que Kitty faz com as pessoas é incrível e confesso que fiquei com os olhos marejados no final.
Adoro o trabalho da Cecelia Ahern e acho que ela conseguiu se superar com A lista. Uma excelente história, com uma ideia bem simples.
A capa ao vivo é linda. É branca com prata (não cinza como parece) e lilás. Fica uns reflexos bonitos na luz. O miolo é simples, mas a fonte utilizada facilita a leitura, bem como as páginas amareladas.
Um dos melhores livros que eu li esse ano e, com certeza, o melhor livro da Cecelia.

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Livro: Simplesmente Acontece

SIMPLESMENTE_ACONTECECecelia Ahern
(4/5)
Novo Conceito
2014
448 páginas

Sinopse: O que acontece quando duas pessoas que foram feitas uma para outra simplesmente não conseguem ficar juntas? Todo mundo acha que Rosie e Alex nasceram para ser um casal. Todo mundo menos eles mesmos. Grandes amigos desde criança, eles se separaram na adolescência, quando Alex se mudou com sua família para os Estados Unidos. Os dois não conseguiram mais se encontrar, mas, através dos anos, a amizade foi mantida através de emails e cartas. Mesmo sofrendo com a distância, os dois aprenderam a viver um sem o outro. Só que o destino gosta de se divertir, e já mostrou que a história deles não termina assim, de maneira tão simples.

Opinião: Assim que eu recebi o livro ele entrou na minha lista de leitura porque eu sou fã da autora Cecelia Ahern e sabia que poderia esperar algo bom.
Pela sinopse parecia ser um livro fofinho e de fácil leitura, como todas as histórias que a autora escreve. Não me decepcionei nessa parte, mas o que me surpreendeu foi que o livro é todo escrito no formato de cartas, bilhetes, e-mail e mensagens. Imaginava que teria esse tipo de coisa e na capa está escrito que ele é inteiramente narrado dessa forma, mas só fui entender que a história é mesmo inteiramente neste formato quando comecei a ler.
Nunca tinha lido um livro assim e fiquei bastante surpresa.
As cenas aconteciam, eram contadas na história (depois que aconteciam) e eu tinha que imaginar tudo. Achei a técnica maravilhosa, mas fiquei intrigada em como ficou o filme.
Falando em filme, o título do filme em português é Onde terminam os arco-íris, bem parecido com o título original do livro Where rainbows end, mas diferente do título original do filme Love, Rosie. Não consigo entender qual o problema das pessoas com os títulos. Sério, deu nó na minha cabeça esse troca-troca de nomes.
Em relação à história, o livro fala do relacionamento entre Alex e Rosie desde quando eles tinham 5 anos e começaram a estudar juntos.
Eles se tornaram melhores amigos e trocam bilhetes, cartas e todo o tipo de mensagens o tempo todo. Acompanhamos o crescimento e amadurecimento deles pela escrita. Conforme eles vão crescendo a linguagem vai mudando e se tornando mais complexa. Além dos problemas serem diferentes.
Os planos deles de infância de ficarem sempre juntos parecia perfeito, mas no último ano da escola Alex teve que se mudar com a família para Boston e ficou longe de Rosie, isso não impediu que eles continuassem amigos e trocando cartas.
Eles tiveram que adaptar o plano original e Rosie iria fazer faculdade em Boston para ficar perto de Alex e eles viverem todas as aventuras universitárias juntas, mas acontece um imprevisto e Rosie precisa permanecer na Irlanda e cancelar os planos de ir para faculdade.
O tempo vai passando, a vida vai dando voltas e Alex e Rosie continuam amigos e trocando correspondências.
Ambos seguem com suas vidas, trabalham, têm relacionamentos amorosos, mas não deixam de pensar um no outro, mas o timing deles é péssimo. Quando a gente acha que eles finalmente terão um final feliz algo acontece e os planos precisam ser refeitos.
A beleza e a graça da história é essa, mostrar que o óbvio nem sempre é tão óbvio assim (e que não é estranho um melhor amigo gostar do outro e eles terem um relacionamento amoroso).
Depois de ler o livro e ver o trailer do filme fiquei morrendo de vontade de assistir ao filme. Sei que vou chorar muito, mas fiquei morrendo de curiosidade aqui.

PS: o filme é apenas baseado no livro, não é fiel à obra, então quem gosta de comparar os dois (como eu), já se prepare para coisas diferentes (sim, é uma nota mental para mim mesma).

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Livro: O presente

O_PRESENTECecelia Ahern
(5/5)
Editora Novo Conceito
2013
317 páginas

Sinopse: Todos os dias, Lou Suffern luta contra o tempo. Ele tem sempre dois lugares para ir, tem sempre duas coisas a fazer. Quando dorme, sonha com os planos do dia seguinte, e, quando está em casa, com a esposa e os filhos, sua mente está, invariavelmente, em outro lugar. Numa manhã de inverno, Lou encontra Gabe, um morador de rua, sentado no chão, sob o frio e a neve, do lado de fora do imenso edifício onde Suffern trabalha. Os dois começam a conversar, e Lou fica muito intrigado com as informações que recebe de Gabe; informações de alguém que tem observado uniões improváveis entre os colegas de trabalho de Lou, como os encontros da moça de sapatos Loubotin com o rapaz de sapatos pretos… Ansioso por saber de tudo e por manter o controle sobre tudo, Lou entende que seria bom ter Gabe por perto — para ajudá-lo a desmascarar associações que se formam fora de suas vistas — e lhe oferece um emprego. Mas logo o executivo arrepende-se de ajudar Gabe: sua presença o perturba. O ex-mendigo parece estar em dois lugares ao mesmo tempo, e, além disso, Gabe lhe fala umas coisas muito incomuns, como se soubesse do que não deveria saber… Quando começa a entender quem é realmente Gabe, e o que ele faz em sua vida, o executivo percebe que passará pela mais dura das provações. Esta história é sobre uma pessoa que descobre quem é. Sobre uma pessoa cujo interior é revelado a todos que a estimam. E todos são revelados a ela. No momento certo.

Opinião: A história é contada pelo sargento O’Reilly na manhã de Natal. Ele prende um menor por jogar um peru congelado contra a vidraça de uma casa e enquanto aguardam a chegada da mãe do menino resolve contar a história de Lou e Gabe.

Esta história é sobre pessoas, segredos e tempo. Sobre pessoas que, assim como os embrulhos, guardam segredos, escondem-se sob várias camadas, até encontrarem as pessoas que poderão desembrulhá-las e ver o que há dentro.
P. 14

Lou Suffern é um empresário bem sucedido que nunca tem tempo para nada. Ele está sempre correndo de um lado para o outro e algumas vezes precisando estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.
A vida dele é uma loucura, como a vida de muitas pessoas.
Em um dia à caminho do trabalho ele decide parar e dar um café para um sem-teto que está sentado próximo ao prédio de seu trabalho. Eles trocam algumas palavras e Lou fica impressionado em como Gabe é observador e possui informações relevantes para seu trabalho.

Talvez nem ele mesmo conseguisse sentir, mas o medo estava ali, estava ali o tempo inteiro disfarçado de outra coisas, escondido dos olhares de todo mundo.
P. 55

Por uma feliz coincidência, no prédio de Lou estão precisando de uma pessoa para trabalhar entregando correspondência e Lou resolve dar uma chance a Gabe e o indicar.
Gabe é contratado e começa a trabalhar imediatamente. Gabe é tão eficiente que algumas vezes Lou acredita que ele se locomove por meio de mágica.
Gabe começa a se intrometer na vida de Lou, dando-lhe conselhos e o ajudando a ser uma pessoa melhor, mas Lou acha que isso tudo é porque Gabe quer prejudica-lo no trabalho.

– Ei, é engraçado como a vida funciona, não é? – disse ele, cutucando Lou.
– O que você quer dizer com isso?
– Bem, pense em como é possível você estar aqui em cima num minuto e, no seguinte, estar lá embaixo?
P. 248

Lou é uma pessoa que pensa e respira trabalho e tudo que ele quer é uma nova promoção na empresa, então batalha muito para isso.
De tanto pensar no trabalho ele não tem tempo para família. Segundo ele, a família não pode te demitir, enquanto a empresa pode. Então ele deixa todos os assuntos familiares em segundo plano.
Não comparece às apresentações da filha na escola, não sabe nada sobre o filho bebê e não dá a menor atenção à sua esposa, Ruth.
Lou é infiel e desrespeitoso e deixa qualquer coisa relacionada à família para depois.

Lou passara tantos anos movendo-se tão rápido pelos minutos, pelas horas, pelos dias, pelos momentos da vida, que parou de percebê-la. Os olhares, os gestos e emoções das outras pessoas, há muito tempo já não eram importantes ou visíveis para ele. A paixão era o que o impulsionava, a princípio; posteriormente, enquanto trilhava o caminho até onde queria chegar, acabou por deixá-la para trás também. Andava rápido demais, nunca parava para tomar fôlego; seu ritmo era veloz, e seu coração mal era capaz de acompanhá-lo.
P. 255

Lou não se importava nem com a festa de aniversário de 70 anos que sua irmã estava para seu pai. Como ela estava sempre ligando para saber a opinião dele, Lou decidiu entregar os cuidados da festa para sua secretária, que não tinha nenhuma relação com o senhor e não sabia de nenhuma de suas preferências.

– Tudo o que aconteceu foi para lhe dar sua oportunidade, Lou. Todos merecem uma oportunidade. Até mesmo você, apesar do que pensa.
P. 293

Gabe via o modo como Lou agia e tentava ajuda-lo a mudar e a se tornar uma pessoa melhor, mas frequentemente era ignorado. Até que Gabe ofereceu um comprimido a Lou, um presente que resolveria todos os problemas do empresário.
O comprimido fez Lou se transformar em dois e assim ele conseguia realizar mais facilmente todas as tarefas.
Gabe tinha intenção de que com o comprimido Lou conseguisse ter mais tempo para a família e aprendesse a diminuir o ritmo, mas a ganância fala mais alto em diversas vezes.

– A lição de um homem é o conto de outro homem, mas, frequentemente, o conto de um homem pode ser uma lição para outro.
P. 312

A história é linda, tem todo aquele clima natalino (lembra muito Um conto de Natal, de Charles Dickens) e é de fácil leitura. A narrativa flui muito bem e o enredo é tão mágico que agrada a todas as idades.
É um desses livros que nos toca profundamente de um modo positivo.
Cecelia Ahern é uma de minhas autoras favoritas e eu já sabia que iria adorar o livro, mas não esperava que fosse gostar tanto. Li em apenas uma tarde e nem vi o tempo passar durante a leitura.
A capa é linda e a minha edição veio na caixa natalina para presente, que é ainda mais bonita. A diagramação interna também é linda. As letras são grandes e tem detalhes no rodapé das páginas e no início dos capítulos.
Um trabalho belíssimo para uma obra belíssima.

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