Livro: Sangue de Lobo

SANGUE_DE_LOBO (4/5)
Rosana Rios, Helena Gomes
2014 (2ed)
Farol Literário
412 páginas

Ana Cristina e Cristiana são amigas desde a infância e adoram jogar RPG. Felipe, um amigo delas é Mestre do jogo e está narrando uma história sinistra sobre lobisomens. Na história, pessoas são encontradas mortas, com uma facada certeira no coração e o rosto está coberto por um véu. Quando o véu é descoberto percebe-se que a vítima teve seu cabelo raspado. O mais macabro na história é que existem 8 bonecas de porcelana com cabelos na mesma tonalidade das vítimas.
No dia seguinte as amigas viajam para a cidade de Passa Quatro e durante o almoço resolvem passear pelo pequeno museu do restaurante e encontram um velho livro encadernado. Quando começam a ler percebem que a história narrada é a mesma do jogo de RPG. Se não fosse tanta coincidência, a história do livro também aconteceu em Passa Quatro, há 100 anos antes.
Enquanto as meninas estão passando férias na cidade, coisas estranhas começam a aparecer e crimes começam a surgir. O modus operandi do criminoso é semelhante ao da história.
A chave para o mistério é o lobisomem Hector, que há décadas luta contra a maldição da Lua Cheia.

Seria aquele crime uma cópia dos crimes do século passado?
Quantas pessoas saberiam sobre os crimes antigos, se o caso fora abafado?
P. 127

Sangue de Lobo é o primeiro livro que eu leio com um lobisomem de personagem principal, acho que todos os outros que li anteriormente os lobisomens eram personagens secundários.
Gostei muito da experiência e do livro. A narrativa é ótima, muito envolvente. Dá vontade de pegar o livro e só soltar depois de terminar a leitura. Por outro lado, a história é tão boa que fiquei com pena de terminar a leitura e ficar sem o Lobinho e sem Cris & Cris.
A boa notícia para os fãs da história é que a continuação, Olhos de Lobo, já foi lançada.
Fiquei encantada com o Hector, um dos meus mocinhos preferidos. Não consegui formar uma opinião concreta em relação à Ana Cristina e Cristiana. As duas têm momentos de babaquice e fazem coisas estúpidas, principalmente Ana, mas a ação na história e os demais acontecimentos tornam a personalidade delas irrelevante.
O subdelegado Monteiro que me deu nos nervos. É aquele típico policial estúpido que deixa de lado o que está na cara só porque não faz parte da lógica.
Os capítulos são intercalados com o presente, a história das mortes no início do século XX e notas sobre a licantropia.
Nos capítulos finais há muitas cenas de ação e nestes momentos eu quase não consegui desgrudar das páginas.

– Groselha – disse o rapaz, sem jeito.
A policial balançou a cabeça. Aquele visual sanguinário não poderia aparecer em hora mais inoportuna. Somente então Daniel levou a sério a ideia de Cristiana, mas era tarde demais. Monteiro já o descobrira.
P. 200

A narrativa é muito bem escrita e amarrada. Às vezes tenho receio de ler obra de dois ou mais autores por achar que podem ter furos na história ou grandes alterações na narrativa, mas nada disso aconteceu. Escrita impecável neste sentido.
E mais uma vez reafirmo minha felicidade em ver a literatura nacional crescendo. Parabéns às autoras!
Amo o acabamento dos livros da Farol Literário. Tanto o miolo quanto as capas deles são bem trabalhadas e com Sangue de Lobo isto não foi diferente.
Agora só me resta ler a continuação e saber o que acontece com o Lobinho no novo livro.

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Livro: Isso me traz alegria

ISSO_ME_TRAZ_ALEGRIAMarie Kondo
(5/5)
Editora Sextante
2016
272 páginas

Que livro, amigos!
Eu sempre gostei muito de organização e planejamento. Gosto de ter tudo certinho e arrumado na minha vida e leituras sobre o assunto costumam me render ótimos conhecimentos.
Marie Kondo
Confesso que até a Jout Jout falar da Marie Kondo eu nunca tinha me interessado muito pela autora (shame on me). Mas vi a resenha (?) da Jout Jout e fiquei intrigada. A autora realmente manda o leitor abraçar a roupa e perguntar a ela se ela traz felicidade? Sim! É isso que a Marie manda todo mundo fazer.
Marie Kondo
Eu não li A mágica da arrumação, mas como me acho conhecedora do assunto resolvi assumir a responsabilidade de ler de cara o segundo livro lançado: Isso me traz alegria. E que experiência boa!
Estou em clima de arrumar a vida. Separar coisas que não vou usar mais para doar, arrumar as coisas da faculdade em um canto só, etc. e o livro caiu em minhas mãos no melhor momento possível.
A Marie ensina a melhor forma de nos organizarmos: perguntar se aquele item que temos guardado nos traz alegria. E isso é uma coisa tão óbvia que eu nunca pensei a respeito. Se um objeto não me é útil e nem me traz alegria por que eu deveria mantê-lo em casa? Não seria melhor desapegar?
Marie Kondo
Acredito que no primeiro livro ela trate deste assunto, mas o que mais me chamou atenção foi o fato de Isso me traz alegria ter ilustrações!
Eu não sou uma eximia dona de casa (nem dona de casa eu sou) e tenho muita dificuldade em dobrar peças de roupas e a Marie mostra passo a passo de como dobrar roupas complicadas e de formatos diferentes. Além de indicar qual a regra certa de arrumação (e fiquem surpresos: não é por cômodo, mas sim por seções – exemplo: todas as roupas da casa, todos os livros da casa…).
Marie Kondo
Comecei a seguir os conselhos há pouquíssimo tempo e acho que só conseguirei deixar tudo organizado do modo da Maria no próximo ano, pois são muitos detalhes a serem pensados e colocados em prática. Com calma e perseverança eu chego lá.
Eu li o livro todinho de uma vez só, mas é possível ir lendo por partes e ir organizando as coisas de acordo com a leitura, ou voltar a hora que quiser e reler um trecho ou outro.
Ao final da leitura me senti mais motivada a continuar na arrumação e passei a ver as coisas de outro modo. Pra que complicar a vida? Vamos viver com o que nos traz alegria e focar na felicidade. É isso o que realmente importa.

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Livro: O andarilho das sombras

O_ANDARILHO_DAS_SOMBRASEduardo Kasse
(4/5)
Editora Draco
2012
384 páginas

O Andarilho das Sombras é um livro sobre vampiros, mas nos primeiro parágrafos há dúvidas em relação a esta denominação. Será que é mesmo um livro sobre vampiros? Ou demônios? Ou outro tipo de bebedor de sangue? A história é ambientada na Europa Medieval e acompanhamos a história de Harold Stonecross durante duas fases de sua vida: a humana sofrida e a imortal (após ser transformado).

– Quem sou eu? Eu sou um monstro! – respondi enojado – eu sou a pior besta sobre essa terra tão frívola. Nascido de um joguete entre forças ancestrais, com a missão de destruir a nova fé improfícua dos homens. Que ironia! Pois, foi pela fé que me tornei isso! – falei apontando meu rosto com as duas mãos.

Enquanto vampiro, Harold andou por países da Europa levando muito sangue, destruição e mortes por onde passava. Tudo com o toque sedutor e pomposo que todo vampiro possui (ou deveria possuir, na minha opinião).
Harold é um personagem forte e intenso. Muito seguro de si e sem papas na língua. Ele seduz, envolve e possui um humor negro dele ímpar e apaixonante.
O livro intercala a vida mundana e a imortal de Harold, não se trata de uma narrativa linear, mas mesmo sem seguir a ordem cronológica é ótima.

Infelizmente o mundo não é perfeito. E assim deve continuar.

Recebi este livro em formato ebook de cortesia da Editora Draco e gostei muito da experiência. Era uma campanha em que os blogueiros podiam escolher qualquer livro da editora e solicitar para resenha. Se lesse e resenhasse em um mês poderia solicitar outro. Obviamente eu não tive tempo para resenhar dentro do prazo, mas a experiência com uma obra da editora foi ótima. Não conhecia o autor Eduardo Kasse e fiquei encantada com a escrita dele.
A narrativa é muito bem detalhada, conseguia me ver dentro do livro e passando pelas cenas descritas. O autor possui um amplo vocabulário e conseguiu reproduzir uma linguagem mais séria, digna de um romance de época. A escrita é rica e muito prazerosa, faz com que a leitura flua muito bem.

A carnificina estava feita e os corvos iriam ter muito trabalho para comer todos aqueles corpos. E ao amanhecer, os viajantes gritariam apavorados e os padres da cidade pregariam aos quatro ventos que o demônio andou na terra naquela noite. Abarrotariam as igrejas com sacos de ouro e ricos donativos a fim de afastar o mal. Eles deveriam erguer altares para os demônios! Esses enchem seus bolsos e suas panças.

O Andarilho das Sombras é o primeiro volume da série Tempos de Sangue. Já desejo o segundo volume para ontem!
Série recomendada para amantes de fantasia e vampiros a la Anne Rice.

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