Livro: Meu amor, meu bem, meu querido

meuamorDeb Caletti
(3/5)
Editora Novo Conceito
2013
238 páginas

Sinopse: É verão no nordeste da cidade de Nine Mile Falls e Ruby McQueen, de 16 anos, comumente conhecida como A Garota Calada, está saindo com o maravilhoso, rico e louco por emoções Travis Becker. No entanto, Ruby está num beco sem saída e percebe que se arrisca cada vez mais quando está com Travis. Em um esforço para manter Ruby ocupada, sua mãe, Ann, a arrasta para o clube de leitura semanal que ela comanda. Quando descobrem que uma das criadoras do clube é a protagonista de uma trágica história de amor que estão lendo, Ann e Ruby planejam um encontro dos amantes de longa data. Contudo, para Ruby essa missão acaba sendo muito mais do que apenas uma viagem…

Opinião: Quando li a sinopse e vi essa capa toda bonitinha acheiq ue fosse um tipo de livro fofo, com romance adolescente água com açúcar e gostosinho, mas nada disso estava presente.
Às vezes penso porque não tem tantos livros sobre pessoas normais ou “garotas caladas”, mas foi só ler esse livro para perceber o motivo. Garotas caladas são sem graça, chatas e sem aventuras para contar.

“Precipitada” é a última coisa pela qual você pode me chamar. “Tímida” é a palavra mais adequada. Sou notavelmente conhecida por ser solitária, caráter dominante. Você sabe a que me refiro – a Gorda, o Altão, o CDF. Eu sou a Garota Calada.
P. 09

Ruby estava em um dia comum e resolveu mudar a rota de volta da escola e encontrou o portão da casa do ricos da cidade aberta e resolveu olhar o que tinha dentro, quando conheceu o morador bonitão, Travis Becker. O relacionamento deles tinha tudo para não dar certo, então assim que eles começam a se envolver a primeira coisa que eu pensei foi que eles ficariam juntos por causa de toda improbabilidade.
Só que eu estava errada. O livro não fala só sobre o romance dos dois e o relacionamento entre Ruby e Travis não é nem um pouco bonitinho ou romântico. Na verdade, nem achei que ela gostasse dele, para início de conversa.

Verdade. Eu não pensei em Travis Becker o tempo todo que estive com as Rainhas Caçarolas. Não foi apenas distração, entretanto, como tinha sido com o filme do Frankenstein. Talvez todos aqueles anos naquela sala tornasse o mundo maior. Estar com eles foi como se eu tivesse dormido. o modo como o sono rouba os seus pensamentos de um jeito definitivo como um ladrão e te leva para esta terra de onde fazemos e não fazemos parte. E então você acorda, claro, e tem a sua vida para levar, mas você parece ficar cego, ou ao menos piscando, por conta da escuridão de onde você veio.
P. 111

A história só fica boa mesmo quando Ruby e as Rainhas Caçarolas resolvem sequestrar uma das fundadoras do grupo de leitura do asilo onde está morando e levá-la para morar (e se casar) o antigo amor de sua vida.
A atitude é bonitinha e tem algumas situações divertidas, mas me diga qual o nível de emoção existe em viajar com um monte de velhinhos até a Califórnia?
O livro não chegou a me dar sono, mas me decepcionei muito com a história insossa.
Nas últimas páginas tem umas liçõezinhas de moral, mas nada de “OMG! Mudou minha vida para sempre!”.
Esperava bem mais da Deb e fiquei triste por ler um livro tão enjoadinho

Continue Reading

Livro: O livro do amanhã

olivrodoamanhaCecelia Ahern
(5/5)
Editora Novo Conceito
2013
368 páginas

Sinopse: Nascida no luxo, Tamara Goodwin, de 16 anos, nunca precisou olhar para o amanhã, até que a morte abrupta de seu pai deixa a ela e a sua mãe uma montanha de dívidas e as obriga a se mudarem para a casa dos tios de Tamara, em um vilarejo no interior. Solitária e entediada, a única diversão de Tamara é uma biblioteca itinerante. E ali, ela encontra um livro muito misterioso. Tamara vê inscrições com sua própria letra e datadas para o dia seguinte. Quando tudo acontece exatamente como o livro previa, ela percebe que pode ter encontrado a solução para seus problemas. No entanto, Tamara descobre que é melhor não virar algumas páginas e que, apesar de muito tentar, não pode mudar o destino.

Opinião: No início achei que seria um livrinho bobinho de adolescente, escrito “por adolescente”, mas Tamara é uma personagem tão complexa que logo nas primeiras páginas abandonei essa primeira impressão.
Tamara era uma menina rica e mimada que perdeu tudo o que tinha da noite para o dia. Além de ter de ir morar no “cafundó”, sem luxo e nada para fazer, sua mãe entra em um estranho estado depressivo e se isola do restante do mundo.

Sei agora – agora que não fazemos mais parte do mundo em que vivíamos – que não éramos pessoas muito boas. Acho que, em algum lugar sob a impassível superfície de minha mãe, ela também sabe. Não éramos pessoas más, apenas não éramos pessoas boas. Nada oferecíamos a qualquer pessoa no mundo, mas recebíamos um tremendo quinhão.
P. 16

Além de morar em um lugar praticamente deserto, ela não podia sair de casa, já que seus tios não deixavam ela sair da propriedade (não que tivesse muito o que fazer, mas seus tios pareciam não querer que os outros soubessem que ela e a mãe estavam morando com eles).
A sorte bateu na porta de Tamara quando Marcus dirigindo sua biblioteca itinerante apareceu e a levou para explorar outros lugares.

Não sei se Marcus sabe como foi importante esse momento para mim. Em que medida ele, de fato, me salvou de mim mesma, do desespero absoluto. Talvez saiba e talvez fosse isso o que costumava fazer. Devia ser um anjo que entrou em minha vida no momento exato e me varreu de um terrível lugar para uma terra longínqua.
P. 83

Junto com Marcus e a biblioteca, Tamara descobriu um diário velho que todas as noites aparecia com textos escritos com sua letra narrando como seria o dia seguinte.
À partir dos escritos no diário, Tamara começou a descobrir coisas que mudariam para sempre sua vida.

Aprendi algo importante naquela noite. Não se deve tentar impedir tudo de acontecer. Às vezes, devemos esperar ficar sem jeito. Ás vezes, também, devemos aceitar a possibilidade de ficar vulnerável diante de pessoas. Às vezes isso é necessário porque tudo faz parte de você chegar à parte seguinte de si mesma, no dia seguinte. O diário nem sempre tinha razão.
P. 202

A narrativa é leve, gostosa e tinha horas que eu não queria parar de ler só para saber o que iria acontecer com Tamara e sua mãe.
A Cecelia consegue nos envolver em sua história de um modo que poucos autores conseguem. Definitivamente, ela entrou no rol dos meus autores preferidos.

Acho que maioria das pessoas entra nas livrarias sem a menor ideia do que querem comprar. De algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas os escolham. A pessoa certa para o livro certo.
P. 364

E a Novo Conceito, está de parabéns! Não apenas a história é boa, como também a diagramação, a capa e o kit ficaram ótimos. Já estava com saudades de kits bonitos e livros bem feitos assim.

Ahhh! Antes que me esqueça, tem promoção rolando exclusivamente no Facebook.

sorteiofb1

Continue Reading

Livro: Uma curva na estrada

umacurvaNicholas Sparks
(4/5)
Editora Arqueiro
2013
304 páginas

Sinopse: A vida do subxerife Miles Ryan parecia ter chegado ao fim no dia em que sua esposa morreu. Missy tinha sido seu primeiro amor, a namorada de escola que se tornara a companheira de todos os momentos, a mulher sensual que se mostrara uma mãe carinhosa. Uma noite Missy saiu para correr e não voltou. Tinha sido atropelada numa rua perto de casa. As investigações da polícia nada revelaram. Para Miles, esse fato é duplamente doloroso: além de enfrentar o sofrimento de perder a esposa, ele se culpa por não ter descoberto o motorista que a atropelou e fugiu sem prestar socorro. Dois anos depois, ele ainda anseia levar o criminoso à justiça. É quando conhece Sarah Andrews. Professora de seu filho, Jonah, ela se mudou de Baltimore para New Bern na expectativa de refazer sua vida após o divórcio. Sarah logo percebe a tristeza nos olhos do aluno e, em seguida, nos do pai dele. Sarah e Miles começam a se aproximar e, em pouco tempo, estão rindo juntos e apaixonados. Mas nenhum dos dois tem ideia de que um segredo os une e os obrigará a tomar uma decisão difícil, que pode mudar suas vidas para sempre. Nesta obra, Nicholas Sparks escreve com incrível intensidade sobre as difíceis reviravoltas da vida e sua incomparável doçura. Um livro sobre as imperfeições do ser humano, os erros que todos cometemos e a alegria que experimentamos quando nos permitimos amar.

Opinião: Assim que eu li essa sinopse eu JUREI que ela tinha spoiler, mas nem tanto, conforme o livro chegava ao fim, e o mistério também, fui percebendo que existia mais coisa no meio da história do que a simplicidade proposta.
Achei Miles um protagonista diferente dos outros que o Nicholas Sparks escreve. Ele não é tão perfeito e politicamente correto como a maioria, Miles tem uma personalidade forte e um gênio que precisa ser controlado. Ele é tão tomado pela “sede de justiça” que quer de todo e qualquer jeito responsabilizar o assassino de sua mulher, mesmo que para isso ele mesmo tenha que sofrer as consequências.

Só que isso já não parecia provável, por mais que Miles quisesse punir a pessoa que havia arruinado sua vida. E era exatamente isso que ele queria fazer: queria que o sujeito pagasse caro por seus atos. Sentia que era o seu dever, tanto como marido, quanto como alguém que tinha jurado defender a lei. Olho por olho – não era isso que a Bíblia dizia?
P. 50

Mas apesar disso, ele era um bom pai e queria o melhor para Jonah e como morava em uma cidade pequena, todos ajudavam o viúvo na tarefa de criar o menino.
Outro diferencial nesse livro, foi a presença do assassino logo no início da trama. Os trechos em que ele falava eram com letras em itálico e narrados em primeira pessoa. Gostei bastante do efeito de suspense e investigação que deu para a história.

Não tivera escolha. Precisava ver Miles, precisa ver Jonah.
Mesmo então, eu já sabia que nossas vidas estariam ligadas para sempre.
Eu tinha de estar lá.
Afinal de contas, era eu quem estava dirigindo o carro.

P. 91

Geralmente eu não gosto dos livros do Nicholas Sparks por causa do romance bobo e surreal, mas nessa obra, achei o romance um pouco mais realista. Talvez por causa da personalidade do próprio Miles, não sei, mas eu gostei. Na verdade, a investigação e a curiosidade para descobrir quem matou Missy e como aconteceu o acidente foram tantas que o romance acabou ficando em segundo plano.

Será que ele deveria pegar a lembrança que tinha da mulher e toda a tristeza que sentira nos últimos dois anos e simplesmente somar a elas suas responsabilidade como marido e pai e seu dever perante a lei para obter uma quantificável?
P. 280

Acho que esse é um livro que até quem não gosta do Nicholas ou tem preconceito por causa dos romances ‘água com açúcar’ vai gostar. Tem tragédia, suspense e um pouquinho de romance.

Continue Reading