Lançamentos literários de novembro #3

Vem aumentar a cartinha do Papai Noel, tem mais livros nas prateleiras! Agora os lançamentos da LeYa.

Editora LeYa

UM_PAIS_PARTIDOUM PAÍS PARTIDO
Em 2014, o Brasil viveu seu sétimo período eleitoral geral desde a redemocratização. Observador atento e cuidadoso do cenário político, Marco Antonio Villa traz, em Um país partido: 2014, a eleição mais suja da história, uma análise detalhada do processo eleitoral do país. O livro apresenta uma breve história das eleições presidenciais desde 1891. Se debruça também sobre o quadro de formação das candidaturas e traça o histórico da campanha eleitoral. Termina com um balanço da eleição de 2014 e analisa seu significado. Construído em doze capítulos, e é escrito em linguagem direta, mas sem perder o rigor histórico que caracteriza seu autor.

VAMOS_COZINAR_VAMOS COZINHAR?
Eu não estou em perigo… Eu sou o perigo. Com essas palavras, Walter White solidificou-se como o maior anti-herói da TV. Vamos Cozinhar? O guia completo e não autorizado da série Breaking Bad explora o programa de televisão mais aclamado pela crítica, recorde em índices de audiência e ganhador de vários prêmios Emmy. O livro mostra como cada episódio construiu este marco na televisão por meio dos detalhes de roteiro; direção; fotografia; edição; trilha sonora; curiosidades sobre a série, seus personagens, atores e substâncias químicas; e da grande narrativa sobre família, moral e drogas. Este guia é o companheiro ideal para quem vai reembarcar no seriado ou acaba de descobri-lo. Imprescindível para a coleção de qualquer fã!

BILIONARIOSBILIONÁRIOS
Repleto de caricaturas divertidas, este livro tem como objetivo mostrar que os 1.645 bilionários presentes na lista da revista Forbes de 2014 possuem mais características em comum do que os zeros antes da vírgula em suas contas bancárias.
O autor Ricardo Geromel, conhecido por ser um caçador de bilionários, acredita que existe um mindset bilionário, o que faz com que a maioria desses afortunados pense e aja de maneira similar. Independentemente de suas personalidades diversas, quase todos os bilionários parecem seguir à risca oito regras, que são descritas em detalhes neste livro enquanto o autor aproveita para compartilhar as curiosas e interessantes histórias desses personagens reais.

O_OLHAR_DE_MILOO OLHAR DE MILO
Milo Moon tem nove anos e sofre de retinite pigmentosa. Ele está perdendo a visão e logo ficará cego. Mas, por enquanto, vê o mundo por um buraco de agulha e percebe coisas que as outras pessoas não notam. Mas quando a adorada avó de Milo começa a sofrer de demência e vai para uma casa de repouso, ele percebe que há algo de muito errado naquele lugar. Os adultos não lhe dão atenção e, por isso, com a ajuda do cozinheiro Tripi e de Hamlet, seu porquinho de estimação, Milo decide mostrar o que realmente acontece na casa de repouso e quem é a sinistra enfermeira Thornhill.
Perspicaz, inteligente e surpreendente, O olhar de Milo é um romance cheio de grandes ideias, verdades simples e uma mensagem emocionante, capaz de tocar todas as pessoas. Milo vê o mundo de uma forma muito especial e será impossível não se apaixonar por ele, saborear cada momento e depois compartilhar sua história.

PAPO_CABECAPAPO CABEÇA
As pessoas têm um tigre dentro da cabeça, mas acreditam ter um gatinho. E se conformam com essa ideia e até se contentam com ela. O tigre dentro do seu crânio é um animal belo, forte e ágil, porém seu poder causa muita destruição se não houver controle. Quando assume o domínio do cérebro você passa a usar seu poder de forma eficiente, o que torna todos os aspectos da vida mais fáceis e prazerosos. Domar o tigre para viver melhor. Essa é a lição que o autor de Papo Cabeça propõe ensinar.
O cérebro é muito mais poderoso do que a maior parte de nós imagina, e a inteligência é um conceito extremamente amplo e elástico e que se manifesta em atividades tão variadas quanto o cálculo matemático e a dança.
A primeira parte do livro é dedicada a explicar o cérebro e suas funcionalidades, como trabalha cada um de seus componentes e a melhor maneira de manter a boa forma cerebral com alimentação, sono e atividade física. Na segunda parte, o autor demonstra como o uso eficiente do cérebro pode resolver problemas pequenos e grandes. Memorizar nomes, vencer a timidez, perder medos inúteis, ter sucesso no amor e na carreira, juntar dinheiro e até emagrecer. Um cérebro em forma e bem operado tira de letra essas missões.

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Livro: Diário da Cozinheira

DIARIO_DA_COZINHEIRACarla Pernambuco
(5/5)
Editora LeYa
2014
224 páginas

Sinopse: Quer você queira ou não, toda viagem é um passeio gastronômico. Você pode evitar todos os museus e se recusar a visitar as atrações turísticas, mas necessariamente vai fazer três refeições por dia fora de casa. Sorte de quem não desperdiça suas viagens entre pizzarias e fast-foods. Porque é na comida que um lugar se revela por inteiro. A chave para entender uma cultura é fazer uma incursão à sua mesa. Em suas viagens, Carla Pernambuco não se limita a experimentar a comida: ela aprende e faz as receitas antes de embarcar de volta para casa. Todos aqueles ingredientes fotogênicos e temperos perfumados que visitamos nos mercados (na esperança de um reencontro mais tarde, no almoço ou no jantar) acabam em sua panela. Se toda viagem é uma viagem gastronômica, então esse “Diário da Cozinheira” é o mais saboroso guia de viagem que você pode encontrar. Prepare-se para dar uma bela volta ao mundo. Boa viagem. E bom apetite!

Opinião: Esse não é um livro de receitas, é um livro completo, com receitas, fotos e histórias por trás dos lugares onde alguns dos quitutes receitados no livros são degustados.
Carla Pernambuco é a dona e Chef do restaurante Carlota, de São Paulo, mas para mim ela sempre será a mãe da Julia.
Conheci a Julia Pernambuco no Flickr, em um grupo de bonequeiros, a gente sempre trocava comentários. Eu sabia que o sobrenome dela era Pernambuco e que a mãe dela a proprietária do Carlota, mas daí ligar o nome à pessoa, demorou um pouco. Mas quando eu comecei a ler e percebi que a Carla Pernambuco era a mesma Carla do Carlota e mãe da Julia eu comecei a gritar com as páginas: “É a mãe da Julia!” Totalmente idiota e meus gatos devem ter rido da minha reação, mas foi exatamente assim que eu iniciei a leitura.

Meu hotel se localizava numa antiga casa de detenção do século XIX, com o prédio do restaurado e adaptado, com todos os confortos e tecnologias. No quarto, um prato de figos frescos dava as boas-vindas. Sentia-me a favorita do sultão.
P. 16-17

O livro tem cara de diário de viagem, só que com o foco na gastronomia. Há um pouco de história dos lugares visitados, contando um pouco como surgiram alguns pratos, ou sobre a cultura do lugar e, claro, relatos pessoais da Carla.
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Outro lugar sensacional é o Instituto de Culinária de Istambul (Istanbul Culinary Institute). O espaço reúne uma escola e um restaurante. Os chefs profissionais (professores) supervisionam a cozinha, comandada pelos estudantes. Combinação perfeita: sabores deliciosos e pratos corretos.
P. 21

Carla “passeia” por Turquia, Inglaterra, Espanha, Normandia, França, Rússia, Holanda, Rio de Janeiro, Argentina, Pelotas, Pernambuco, Porto Alegre, Paraty, Uruguai, Caribe, Peru, Portugal e Nova York.
Não há uma ordem cronológica de fatos, apenas uma narrativa de como eles aconteceram.
O nome dos capítulos, que remetem às cidades citadas também são bem inusitados, Inglaterra, por exemplo é “Chutney de tomates”.

E convenhamos, durante muito tempo a Inglaterra era taxada como um lugar em que “se come mal”. Vamos então celebrar, porque tudo mudou.
P. 30

Nâo testei nenhuma das receitas do livro, mas me pareceram bem fáceis de executar. O Chutney de tomates mesmo, para preparar basta ferver os ingredientes e processar. Simples, fácil e gostoso.
Acho que em breve testarei algumas dessas receitas (e quem sabe não poste aqui as fotos do resultado dessa aventura?).
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Por mais animada e divertida que fosse a nossa turma ali, em alguns momentos batia silêncio, momentos de contemplação.
Lembrei de A Festa de Babette, as pessoas extasiadas pelos sabores.
P. 54

Como estudante de gastronomia e futura gastrônoma eu saí igual uma louca marcando as citações interessantes, mas eu gostei de tantas citações e tantas partes que foi uma tarefa difícil selecionar apenas algumas partes.

Um monte de memórias, coisas agradáveis, outras desagradáveis, que faziam parte desse composto acumulado ao longo de meus animados 50 anos de vida.
P. 60

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O livro é fininho, mas lindo, como todo livro de gastronomia (por que os livros de gastronomia são os mais bonitos?). Cheio de ilustrações e fotos. Um trabalho belíssimo por parte da produção de arte.
Só não há fotos das receitas, senti falta, mas achei que elas não eram essenciais. É um diário de viagens, não apenas um livro de receitas.

O jeito era me virar. Se é uma cozinha, sou a cozinheira-chefe; se é um filme, sou a atriz principal – e vamos à luta, que não serão tolerados erros de nenhum tipo.
P. 71

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A Carla conta as histórias dos lugares por onde passou como se fosse uma conversa em um café (eu ia falar bar, mas eu nunca tive uma conversa divertida dessas em um bar, apenas em cafés). Sabe aquela amiga contando detalhes da última viagem adorável que fez? Me senti assim.

Para mim, toda viagem é trabalho, todo trabalhe é prazer, tudo envolve pesquisa – observar, aprender, fotografar, registrar, provar, analisar e, quem sabe incorporar.
P. 73

Eu acho que minha opinião sobre o livro será um pouco maculada por causa do meu gosto por cozinha, fotografia e viagens, mas o que eu posso fazer se o livro me representou?
Só posso prometer que mesmo se você não for fã de cozinha, nem gostar de livros de receitas, tenho certeza que gostará de ver as fotografias, porque eu não conheço ninguém que não goste de ver fotos interessantes.

A vida dos chefes é bacana, embora exija dedicação intensa: abdicar finais de semana, noitadas, feriados, trabalhar intensamento enquanto os outros se divertem.
P. 156

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Livro: Willow

WILLOWJulia Hoban
(3/5)
LeYa Brasil
2014
223 páginas (ePub)

Sinopse: Sete meses atrás, em uma noite chuvosa de março, os pais de Willow acabaram bebendo muito durante o jantar e pediram a ela que guiasse o carro até em casa. Por uma fatalidade, Willow perdeu o controle do veículo e seus pais morreram no acidente. Consumida pela culpa, Willow deixa para trás sua casa, amigos e escola e, enquanto tenta retomar a relação de afeto e companheirismo com o irmão mais velho, secretamente bloqueia a dor da perda cortando a si mesma. Mas quando Willow encontra Guy, um rapaz tão sensível e complexo quanto ela, mudanças intensas começam a acontecer, virando seu mundo de cabeça para baixo. Contado de modo cativante e doce, Willow é um romance inesquecível sobre a luta de uma jovem para lidar com a tragédia familiar e com o medo de se deixar viver uma linda história de amor e cumplicidade.

Opinião: Acho que em uma palavra eu descreveria o livro como intenso. Foi a primeira vez que eu li um livro em formato ePub. Já tinha lido no celular mas a utilização do aplicativo Bluefire foi a primeira vez. Prefiro livros de papel, mas ler antes de dormir, no iPoly foi bem vantajoso. Não precisava me preocupar com lâmpadas acesas, só apagar do aparelho e fechar os olhos. Bem prático.

O alívio é tão grande que ela sente seus joelhos enfraquecerem. Se Guy não estivesse segurando-a tão forte, ela cairia no chão.
P. 51

O livro conta a história de Willow, uma garota de 17 anos que perdeu ambos os pais em um trágico acidente de carro, mas o pior de tudo é que ela estava dirigindo o automóvel. Então ela se culpa por isso o tempo todo. Não sei o que eu faria na situação dela. Sentir não apenas o luto diariamente, mas também a culpa. E ficar imaginando o tempo todo se ela não tivesse dirigido naquela noite, talvez seus pais estivessem vivos.

Ela se sente de certo modo em um conflito: a forma como Guy tem cuidado dela a confunde. Ela está agradecida, mas…
P. 66

Mas o pior disso tudo é a forma que ela encontrou de aliviar seu sofrimento. Willow se corta. Ela anda sempre com lâminas ou outros objetos cortantes, além de todo aparato para cuidar dos seus ferimentos. A dor provocada pelo sangue saindo de seu corpo a ajuda lidar com os sentimentos confusos que habitam sua mente nos últimos tempos.

Ele mexe com os livros do mesmo modo gentil. Está claro que ele não gosta de destruição de nenhum tipo, de carne ou papel.
P. 68

Com a morte dos pais ela teve que ir morar com seu irmão David em outra cidade e frequentar outra escola. Ela preferiu não manter mais contato com seus antigos amigos porque acha que eles nunca poderiam entender a dor de ser órfã. Em sua nova vida, Willow frequenta uma nova escola, convive com novos alunos e trabalha na Biblioteca para ajudar com as despesas.

Tudo certo, um problema resolvido. Pena ela não poder cabular o resto de sua vida.
P. 128

Willow não se sente mal apenas por ela, mas também por David, ela mudou a vida do irmão por causa de um ato que ela acredita ter sido culpada.
Mas no meio de tantas coisas acontecendo, ela conhece Guy, um garoto sensível e carinhoso que tenta entender o que se passa com ela.

A única coisa que ela tem certeza é como se sente tranquila, melhor do que se sentia há dias ou semanas.
P. 139

Guy passa a ser uma espécie de cúmplice. Ele não conta a ninguém o que Willow faz, guarda segredo sobre todas as coisas que ela faz, mas com a condição dela deixar ele cuidar dela e ligar para ele sempre que ela sentir vontade de se cortar, ou efetivamente praticar o ato.
A aproximação de Guy a princípio deixa Willow confusa, mas com o tempo ela passa a confiar mais nele e percebe o tamanho da ajuda que está recebendo do seu único e verdadeiro amigo nessa nova vida.

Acredito que o mais me assusta agora é o pensamento de eu não seja capaz de protegê-la.
P. 148

Apesar de ser fino e ter poucas páginas, não é um livro tranquilo para se ler em uma tarde e se sentir bem com ele. Willow é um livro intenso que vai mexer com seus sentimentos. É impossível ler e não sentir nenhuma reação.
É um livro pesado e eu acho que o melhor é ler aos poucos, tentando entender o que acontece e se colocando no lugar de Willow.
A narrativa é em terceira pessoa, mas todas as coisas acontecem pela perspectiva de Willow, com pensamentos e ações sendo narradas.
Gostei da história e acho que dentro da proposta o livro tenta captar bem esse sentimento mutilador, mas como eu prefiro histórias mais leves e menos dramáticas não fui muito simpática com a história.
Ficava o tempo todo querendo gritar para as páginas (e demais personagens): “Como vocês podem ser tão idiotas que não percebem o quanto essa menina está sofrendo?!”
E é bem leviano o fim da história, na verdade, parece que a história não acaba porque não há uma conclusão para a ação dos personagens. Mas quem disse que temos alguma coisa conclusiva na vida?
Feitas essas considerações, acho que minhas 3 estrelinhas foram mais que merecidas, ou não?

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