Livro: A Garota Italiana

A_GAROTA_ITALIANALucinda Riley
(5/5)
Editora Arqueiro
2016

Sou fã da Lucinda Riley desde que li A casa das orquídeas, lá em 2012. Os livros da Lucinda são mágicos e costumam trazer romances que transcendem épocas. A Garota Italiana é um livro único, não faz parte de nenhuma série e é sensacional.
Rosanna Menici é uma garota magrela e sem graça, de 11 anos que é deixada de lado pela família. Filha caçula de três irmãos e sem uma beleza excepcional como a da irmã Carlotta, ela passa os dias trabalhando na cantina dos pais.
O único que parece dar atenção a ela é seu irmão mais velho, Luca.
Durante a comemoração de aniversário de casamento dos pais do jovem cantor de ópera Roberto Rossini, Rosanna fez uma memorável apresentação cantando Ave Maria em homenagem ao casal.
Roberto se encantou com a voz da garota e indicou um professor de música para a menina trabalhar a voz. Contra a vontade dos pais, Luca incentivou a irmã a ter aulas e a ajudou nos estudos do canto lírico.
Após anos de estudo, Rosanna e Luca mudam-se da pequena cidade de Nápoles para Milão, onde a moça passa a estudar ópera no teatro Scala. Aos 21 anos ela já está formada e iniciando na profissão de cantora lírica. Apesar de Rosanna receber diversas propostas, Paolo, diretor do Scala acha melhor uma ascensão devagar, com pequenas participações nas peças e assim Rosanna faz.
Às vésperas de uma estreia, a estrela principal precisou ser substituída por Rosanna, que assume o papel. Nesta época Rosanna volta a se encontrar com Roberto Rossini, agora um famoso solista de ópera e eles começam a se apresentar juntos. A conexão entre Rosanna e Roberto no palco é forte e eles fazem muito sucesso.
Em pouco tempo eles passam a dividir não só os palcos, como também a vida. Rosanna sempre foi apaixonada por Roberto e agora que tem a oportunidade de ficar com seu amado ela não pensa duas vezes.
Mas Roberto não é o melhor homem do planeta, muito pelo contrário. Ele possui um lado cafajeste e egoísta que cega Rosanna e a faz se entregar a ele por completo.

– A linha entre o amor e o ódio é muito tênue. Talvez um dia ela o odeie.
– E talvez isso seja tão ruim quanto amá-lo.
P. 323

A garota italiana é uma história que Rosanna escreve em uma carta e vemos todos os acontecimentos do ponto de vista da protagonista, mas isto não quer dizer que os personagens secundários não tenham participação relevante. Eles aparecem muito na trama e suas histórias são bem definidas. Acontecem e se concluem de modo relevante, sem ofuscar a trama principal.
Apesar de ser um pouco diferente dos outros livros da Lucinda, A garota italiana, que foi lançado em 1996 com o título de Ária e a autora utilizava o pseudônimo de Lucinda Edmonds, é uma obra ímpar.
Em comparação com os outros livros acho que a autora melhorou muito, os últimos livros da autora possuem uma narrativa mais madura com enredos mais elaborados. Como fã da Lucinda amei ver a evolução da autora e espero poder acompanhar esta trajetória por muito tempo ainda.

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Livro: Sangue de Lobo

SANGUE_DE_LOBO (4/5)
Rosana Rios, Helena Gomes
2014 (2ed)
Farol Literário
412 páginas

Ana Cristina e Cristiana são amigas desde a infância e adoram jogar RPG. Felipe, um amigo delas é Mestre do jogo e está narrando uma história sinistra sobre lobisomens. Na história, pessoas são encontradas mortas, com uma facada certeira no coração e o rosto está coberto por um véu. Quando o véu é descoberto percebe-se que a vítima teve seu cabelo raspado. O mais macabro na história é que existem 8 bonecas de porcelana com cabelos na mesma tonalidade das vítimas.
No dia seguinte as amigas viajam para a cidade de Passa Quatro e durante o almoço resolvem passear pelo pequeno museu do restaurante e encontram um velho livro encadernado. Quando começam a ler percebem que a história narrada é a mesma do jogo de RPG. Se não fosse tanta coincidência, a história do livro também aconteceu em Passa Quatro, há 100 anos antes.
Enquanto as meninas estão passando férias na cidade, coisas estranhas começam a aparecer e crimes começam a surgir. O modus operandi do criminoso é semelhante ao da história.
A chave para o mistério é o lobisomem Hector, que há décadas luta contra a maldição da Lua Cheia.

Seria aquele crime uma cópia dos crimes do século passado?
Quantas pessoas saberiam sobre os crimes antigos, se o caso fora abafado?
P. 127

Sangue de Lobo é o primeiro livro que eu leio com um lobisomem de personagem principal, acho que todos os outros que li anteriormente os lobisomens eram personagens secundários.
Gostei muito da experiência e do livro. A narrativa é ótima, muito envolvente. Dá vontade de pegar o livro e só soltar depois de terminar a leitura. Por outro lado, a história é tão boa que fiquei com pena de terminar a leitura e ficar sem o Lobinho e sem Cris & Cris.
A boa notícia para os fãs da história é que a continuação, Olhos de Lobo, já foi lançada.
Fiquei encantada com o Hector, um dos meus mocinhos preferidos. Não consegui formar uma opinião concreta em relação à Ana Cristina e Cristiana. As duas têm momentos de babaquice e fazem coisas estúpidas, principalmente Ana, mas a ação na história e os demais acontecimentos tornam a personalidade delas irrelevante.
O subdelegado Monteiro que me deu nos nervos. É aquele típico policial estúpido que deixa de lado o que está na cara só porque não faz parte da lógica.
Os capítulos são intercalados com o presente, a história das mortes no início do século XX e notas sobre a licantropia.
Nos capítulos finais há muitas cenas de ação e nestes momentos eu quase não consegui desgrudar das páginas.

– Groselha – disse o rapaz, sem jeito.
A policial balançou a cabeça. Aquele visual sanguinário não poderia aparecer em hora mais inoportuna. Somente então Daniel levou a sério a ideia de Cristiana, mas era tarde demais. Monteiro já o descobrira.
P. 200

A narrativa é muito bem escrita e amarrada. Às vezes tenho receio de ler obra de dois ou mais autores por achar que podem ter furos na história ou grandes alterações na narrativa, mas nada disso aconteceu. Escrita impecável neste sentido.
E mais uma vez reafirmo minha felicidade em ver a literatura nacional crescendo. Parabéns às autoras!
Amo o acabamento dos livros da Farol Literário. Tanto o miolo quanto as capas deles são bem trabalhadas e com Sangue de Lobo isto não foi diferente.
Agora só me resta ler a continuação e saber o que acontece com o Lobinho no novo livro.

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Livro: Isso me traz alegria

ISSO_ME_TRAZ_ALEGRIAMarie Kondo
(5/5)
Editora Sextante
2016
272 páginas

Que livro, amigos!
Eu sempre gostei muito de organização e planejamento. Gosto de ter tudo certinho e arrumado na minha vida e leituras sobre o assunto costumam me render ótimos conhecimentos.
Marie Kondo
Confesso que até a Jout Jout falar da Marie Kondo eu nunca tinha me interessado muito pela autora (shame on me). Mas vi a resenha (?) da Jout Jout e fiquei intrigada. A autora realmente manda o leitor abraçar a roupa e perguntar a ela se ela traz felicidade? Sim! É isso que a Marie manda todo mundo fazer.
Marie Kondo
Eu não li A mágica da arrumação, mas como me acho conhecedora do assunto resolvi assumir a responsabilidade de ler de cara o segundo livro lançado: Isso me traz alegria. E que experiência boa!
Estou em clima de arrumar a vida. Separar coisas que não vou usar mais para doar, arrumar as coisas da faculdade em um canto só, etc. e o livro caiu em minhas mãos no melhor momento possível.
A Marie ensina a melhor forma de nos organizarmos: perguntar se aquele item que temos guardado nos traz alegria. E isso é uma coisa tão óbvia que eu nunca pensei a respeito. Se um objeto não me é útil e nem me traz alegria por que eu deveria mantê-lo em casa? Não seria melhor desapegar?
Marie Kondo
Acredito que no primeiro livro ela trate deste assunto, mas o que mais me chamou atenção foi o fato de Isso me traz alegria ter ilustrações!
Eu não sou uma eximia dona de casa (nem dona de casa eu sou) e tenho muita dificuldade em dobrar peças de roupas e a Marie mostra passo a passo de como dobrar roupas complicadas e de formatos diferentes. Além de indicar qual a regra certa de arrumação (e fiquem surpresos: não é por cômodo, mas sim por seções – exemplo: todas as roupas da casa, todos os livros da casa…).
Marie Kondo
Comecei a seguir os conselhos há pouquíssimo tempo e acho que só conseguirei deixar tudo organizado do modo da Maria no próximo ano, pois são muitos detalhes a serem pensados e colocados em prática. Com calma e perseverança eu chego lá.
Eu li o livro todinho de uma vez só, mas é possível ir lendo por partes e ir organizando as coisas de acordo com a leitura, ou voltar a hora que quiser e reler um trecho ou outro.
Ao final da leitura me senti mais motivada a continuar na arrumação e passei a ver as coisas de outro modo. Pra que complicar a vida? Vamos viver com o que nos traz alegria e focar na felicidade. É isso o que realmente importa.

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