Livro: O Teorema Katherine

(4/5)
John Green
Intrínseca
2013
304 páginas

O Teorema Katherine conta a história de Colin Singleton, um adolescente que está superando seu mais recente pé na bunda. A sua décima nona namorada Katherine acabou de terminar com ele e ele está arrasado. Você não leu errado, Colin teve 19 namoradas chamadas Katherine. K-A-T-H-E-R-H-I-N-E. Nada de Catherine, Cathryn, Katrina, ou qualquer outra variação, todas tinham exatamente o mesmo nome e todos eram escritos da mesma forma. Como ele mesmo diz ao longo do livro, não foi por escolha, ou obsessão pelo nome, simplesmente foi acontecendo dele namorar meninas chamadas Katherines e elas terminarem com ele.

Para superar esse trauma, ele cai na estrada com o seu amigo Hassan e juntos eles começam a viver uma aventura. Eles saem sem destino até decidirem parar em uma pequena cidade onde está enterrado Francisco Ferdinando (aquele cujo assassinato foi o estopim da Primeira Guerra Mundial) e conhecem uma garota chamada Lindsay.

A mãe de Lindsay é dona de uma empresa fabricante de cordinhas de absorventes internos e é a empresa da mãe dela que mantém a cidade viva, pois todos os moradores possuem alguém que trabalha ou já trabalhou lá. A mãe de Lindsay contrata Hassan e Colin para que eles entrevistem os moradores da cidade.

Entre o trabalho e as conversas com Lindsay, Colin começa a desenvolver um Teorema capaz de prever o desfecho de qualquer relacionamento.

Antes de falar sobre o teorema, vale mencionar que Colin foi uma criança prodígio e participou de programa de TV por causa de sua excentricidade, hoje ele é viciado em anagramas e está vivendo uma crise existencial, pois acredita que seu momento de genialidade já passou e ele não fará mais diferença no mundo.

– Só quero fazer alguma coisa que seja importante. Ou ser alguma coisa importante. Eu só quero ser importante.

P. 126

Então, quando tudo estava perdido, ele tem essa ideia de elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines. Ele simplesmente pega todos os pontos dos seus relacionamentos com as 19 Katherines e os coloca em linguagem matemática, com gráficos que mostram o momento em que o relacionamento terminará. Se ele conseguir comprovar seu teorema, ele conseguirá descobrir o fim de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.

Foi o primeiro livro que eu li este ano e eu gostei por ser um livro do John Green, mas não é tão bom quanto eu esperava. A história é bem parada, só começa a se desenvolver mesmo depois que os meninos conhecem a Lindsay.

No entanto, nesta parte começam a surgir os gráficos matemáticos, que eu confesso que eu não li nenhum e nem fiz questão de tentar ler/entender. Sou totalmente de humanas, sorry. E os moradores da cidade são bem caipiras, inclusive a Lindsay algumas vezes, e a escrita me incomodava um pouco.

De todos os livros do John Green que eu já, esse foi o que eu menos gostei. E olha que eu já estava desenvolvendo um amor grande pelo autor.

Quem já leu este livro também teve essa impressão de uma leitura mais devagar?

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Livro: Todo o tempo do mundo

Maurício Gomyde
(5/5)
2018
Astral Cultural

Antes de começar a resenha, vou contar a situação de como descobri a sinopse: Maurício estava presente no bate-papo do Amigo Livro explicando sobre o que era Todo o tempo do mundo. Eu sou do tipo de pessoa que quando gosta de um autor vai lá e compra o livro e começa a ler sem nem saber do que se trata. Para a minha surpresa, ele diz que o livro é sobre viagem no tempo.
Pera aí. Viagem no tempo? Maurício começou a escrever ficção científica? Fique descrente, porque ele é um excelente autor de romances, mas quando colocou “viagem no tempo” eu fiquei com um pé atrás. Porém como sou muito curiosa, iniciei a leitura para saber como seria a história.

Eu sou do tipo de pessoa que quando gosta de um autor vai lá e compra o livro e começa a ler sem nem saber do que se trata. Para a minha surpresa, ele diz que o livro é sobre viagem no tempo.
Pera aí. Viagem no tempo? Maurício começou a escrever ficção científica? Fique descrente, porque ele é um excelente autor de romances, mas quando colocou “viagem no tempo” eu fiquei com um pé atrás. Porém como sou muito curiosa, iniciei a leitura para saber como seria a história.

Felicidade é viver a verdade que mora no fundo de seu peito, aquela que ninguém jamais vai conseguir arrancar de você

Vitor Pickett é um homem peculiar. Dono de uma vinícola em uma cidadezinha no Sul do Brasil ele vive recluso em seu universo de parreiras e vinhos, com pouco contato com pessoas.
Quando era adolescente ele descobriu que tinha um dom (ou uma maldição): toda a vez que ele ficava muito feliz ele viajava para o passado e toda vez que ele fica muito triste ele vai para o futuro. E ele descobriu isso da pior forma possível, ao beijar sua crush, Amanda, na festa da escola. No ponto alto de toda existência dele até então, Vitor volta ao passado e com isso ele perde Amanda de vista.
No dia seguinte ela viajou com a família para outro país e eles sofreram um atentado terrorista, no qual Vitor teve certeza de que ela morreu.
Mas ela está viva, casada, morando na Argentina e trabalhando como gerente em uma livraria.
Anos mais tarde, a turma quer se reencontrar e fazer uma festa de 20 anos de formados. Vitor e Amanda recebem o convite e por alguma razão que só o destino sabe, eles decidiram ir.
Na festa eles se reencontram e têm a chance de reviver o que o passado não permitiu, mas para isso muitas coisas precisarão ser esclarecidas.
Amanda precisa contar o que aconteceu com ela durante todo esse tempo e Vitor precisa entender os motivos pelos quais ele viaja no tempo.
A história é linda, emocionante, com excelentes pontos de virada e o Maurício continua surpreendendo o leitor e deixando-o sem palavras.
Se você ficou com preconceito com o livro só porque leu viagem no tempo na sinopse, esqueça. A história é muito mais profunda e não gira em torno disso. O fato só tempera a narrativa, o romance continua sendo o elemento principal e o desenrolar dessa história de amor de duas décadas é o que fica em evidência.
Assim como os personagens, a todo tempo somos indagados sobre o que é felicidade genuína e a cada resposta deles, mais refletimos sobre a nossa própria felicidade.
É aquela história que nos faz pensar na vida e nos traz questionamentos existenciais sem nos darmos conta, mas no fim do dia acabamos a leitura com um quentinho no peito e a sensação de conforto que só um bom livro nos proporciona.

Felicidade é uma sequência de segundos que a gente deseja que dure pela eternidade.

Maurício novamente se supera como autor e traz mais um livro emocionante. Eu estava no meio de uma ressaca literária li o livro em menos de 3 dias. Simplesmente não podia largar o livro enquanto não soubesse o que aconteceria com Vitor e Amanda.
Quer começar 2019 nas leituras? Esta é a minha indicação.

Mais uma foto com o autor para a minha coleção (o livro também está autografado)

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Livro: Dois a Dois

Nicholas Sparks
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
512 páginas

Russell Green é um publicitário bem sucedido, uma linda esposa e uma filha de 6 anos, mas as coisas começam a dar errado em sua vida.
Em poucos meses ele perde o emprego e resolve abrir sua própria agência de publicidade, entretanto, ele não consegue clientes e a situação da família começa a ficar preocupante. Mesmo ele não falando nada para sua esposa, Vivian, ela sabe que as contas estão chegando e nenhum dinheiro está entrando em casa. Então, ela resolve voltar à trabalhar.
Russell passa a ficar em casa cuidando da filha, London, enquanto Vivian trabalha. Essa nova situação familiar abala a confiança do casal e Russell sente-se perdido.
Enquanto ele tenta de todo modo voltar ao mercado de trabalho, Vivian, consegue se estabelecer rapidamente no novo emprego e cada dia tem mais sucesso.

Eis o que mais eu aprendi: idade não garante sabedoria, da mesma forma que não garante inteligência.
P. 16

Definitivamente, odeio Nicholas Sparks. Bati o martelo e desisti do autor. Sempre tive uma relação conturbada com ele, mas sinceramente, não dá mais para aguentar. Alguns livros dele são bons e eu gostei, mas fiquei com tanta raiva de Dois a dois que nunca mais quero chegar perto de algo escrito pelo autor.
As obras do autor são bem previsíveis e mesmo quando ele muda a receita, todos os ingredientes que já conhecemos estão presentes.

E é isso. Quando você começa a tentar entender o que deu errado ou, mais especificamente, onde você errou, é mais ou menos como descascar uma cebola. Há sempre outra camada, outro erro do passado ou uma lembrança dolorosa que surge e então conduz ainda mais para o passado, e ainda mais, em busca da verdade definitiva.
P. 18

Russell é o pior personagem que eu já conheci na vida. Pior que Bella de Crepúsculo e Anastacia de Cinquenta Tons de Cinza. Sério. Logo no início a mulher entra em trabalho de parto e o que ele faz? Vai tomar banho porque na maternidade irão tirar fotos e pessoas irão cumprimenta-lo.
Prêmio egoísta do ano. Obviamente ninguém ligou para ele ou quis saber se ele estava de banho tomado e barba feita nas fotos. Que idiota pensaria nisso na hora que a filha dele estava para nascer? Russell!
Depois ele praticamente larga o emprego para abrir o próprio negócio porque era o sonho da vida dele, mas em nenhum momento pensou que isso poderia prejudicar a família. Ele diz para a mulher que tudo vai continuar do mesmo jeito, não a coloca a par da situação econômica, mas acha ruim porque Vivian continua comprando. Que relacionamento péssimo é esse que ele não compartilha os problemas com a esposa?
E o livro todo ficamos com raiva desse idiota que se acha no direito de reclamar da vida com os pais e a irmã. Temos os pais de Russell, que são aposentados, mas têm vida e compromissos, já que os filhos são adultos e saíram de casa e ele acha ruim porque a mãe dele não pode ficar com London por alguns momentos.
Eles amam a neta, mas isso não significa que devem ficar de babá sempre que o filho precisar. Ele é o pai, que faça o seu papel direito. Consiga uma creche, uma babá, seja pai o suficiente para tomar essas decisões sem jogar tudo nas costas da mulher.

– Porque terapia não tem a ver com mudar outra pessoa. Tem a ver com tentar mudar a si mesmo.
P. 62

Vivian é uma personagem sem sal. Como a narrativa é em primeira pessoa e contada por Russell, ela é totalmente blasé. Ela pareceu ser mais sem graça do que é exatamente pela forma como foi feita a narrativa.
A única pessoa que presta na história é Marge, a irmã de Russ. Ela é incrível, dá bons conselhos, é pé no chão e tenta mostrar para o irmão os caminhos a serem seguidos.
Para variar, a história não tem um final feliz. É Nicholas Sparks, sempre acontece uma tragédia. Só que eu estava tão indignada com a história que eu só disse “pronto, morreu!” sem demonstrar nenhuma emoção, sem me importar realmente.
Só não joguei o livro na parede porque a edição foi bem feita, a editora tomou um cuidado especial. Gostei da capa, da formatação, da fonte utilizada e de todo o resto. Equipe gráfica fez um ótimo trabalho.

Em outras palavras, a culpa nem sempre é inútil. Ela pode nos impedir de cometer o mesmo erro duas vezes.
P. 164

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