Livro: Escândalo de Cetim

Loretta Chase
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
272 páginas

Escândalo de Cetim é o segundo livro da série As Modistas e conta a história de Sophia Noirot, irmã do meio entre as três proprietárias do refinado ateliê Maison Noirot, em Londres.
Sophia possui um talento enorme para desenhar chapéus e bolar planos infalíveis para conseguir o que quer.
Essa característica da modista se torna indispensável quando lady Clara Fairfax, a cliente mais importante do ateliê, é seduzida por um lorde mal-intencionado e é obrigada a se casar com ele.
Desesperada com o seu futuro, Clara foge de casa. Neste momento, Sophia se une ao conde de Longmore, irmão de Clara, para que ambos consigam encontra-la e salva-la da situação vexatória.
Se por um lado Sophia usa de todos os artifícios para vestir as damas da sociedade londrina elegantemente, Longmore usa de toda sua sedução para despi-las. Apesar de diferentes, Sophia e Longmore ao trabalharem juntos percebem que podem ter muito em comum e dão início a uma historia de amor cheia de química.

– O amor não vai encontrar espaço em minha vida. Não sou como você. Não sou sensível. Se o amor quiser tomar conta de mim, ele terá que se esforçar mais. Além de me dar um coice no traseiro, terá que me amarrar e me bater para chegar ao meu cérebro.
P. 17

Agradeço aos deuses por este livro ter caído em minhas mãos bem no meio da pior ressaca literária que eu já tive na vida. Não estava conseguindo engatar em nenhuma leitura. Todos os livros me davam preguiça e eu ficava com vontade de abandonar e arrastava na leitura com muita dificuldade. Mas Escândalo de cetim me fez devorar o livro em poucas horas, coisa que eu não fazia a tempos.
Loretta trouxe uma história envolvente, com um casal muito divertido e sensual. Me deleitei com a história e ri bastante das tramas e ideias que Sophia tinha.

– Uma mulher pode pensar que conhece os homens, mas só os conhece de verdade depois que um homem a acaricia.
P. 98

Uma das coisas que eu mais gostei é que se trata de um romance de época, mas as mulheres são independentes e possuem ideias feministas. As irmãs Noirot se saem muito bem sozinhas e fazem os homens de idiotas. É cada tirada que elas têm que eu me apaixonei a cada parágrafo.
Lady Clara também é uma mulher interessante e inteligente, mas é subestimada por ser bonita e rica. É extremamente agradável ver como ela vai desabrochando e se tornando mais confiante ao longo da história e consegue demonstrar toda sua força e inteligência.

– É interessante, não é mesmo, como o adultério se torna um crime torpe quando é cometido por uma mulher. Mas o homem que trai praticamente ganha uma medalha de honra.
P. 201

O livro segue o mesmo estilo do primeiro da série. Design da capa com imagem semelhante e miolo no mesmo padrão. Simples, elegante e bonito.
Editora Arqueiro seguindo com seu trabalho impecável do início ao fim.

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Livro: Ninfeias Negras

Michel Bussi
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
352 páginas

Ninfeias Negras conta a história de três mulheres que moram na mundialmente conhecida cidadezinha de Giverny, na França, onde Claude Monet pintou a série Nenúfares. As três personagens são completamente diferentes entre si, mas estão ligadas de um modo, pois todas têm o desejo comum de irem embora da cidade.
Nesta cidade bucólica o respeitado oftalmologista Jêromé Morval é encontrado morto com uma punhalada no coração, a cabeça esmagada por uma pedra e submerso em um lago. Os investigadores encarregados do crime encontram junto ao corpo um cartão-postal com a reprodução de uma das Ninfeias de Claude Monet, com uma mensagem de aniversário com a frase escrito: “O crime de sonhar eu consinto que seja instaurado”.
Neste cenário embarcamos na história de Michel Bussi tentando compreender a ligação entre todos esses fatos.
A história é contada por uma mulher de 84 anos que observa o desvendar do crime da janela de sua casa. É por meio dela conhecemos todos os fatos.

A coincidência lhes parece perturbadora, talvez? Exagerada? Tenham certeza de uma coisa, uma só: não há coincidência alguma em toda essa série de acontecimentos.
P. 75

As três mulheres do vilarejo são Fanette, uma garota prodígio de 11 anos que sonha em ser uma grande pintora. A segunda é Stéphani Dupain, professora da escola local, ela é casada, tem 36 anos e sonha em encontrar um amor libertador. A terceira mulher é a senhora de 84 anos que não revela seu nome.

– Tá, se eu estiver entendendo bem o que você diz, vamos supor que haja uma dúvida. Por qual ângulo você gostaria de abordar a história?
P. 134

Eu sou fã de thrillers policiais e estava muito empolgada em começar a leitura, mas demorei muito para engrenar e a leitura não rendeu tanto quanto eu queria.
É um livro surpreendente, uma história muito criativa e inteligente. O final é incrível e inimaginável e me chocou muito. Um dos melhores finais de thriller. Todas as resenhas elogiando este ponto do livro estão mais do que acertadas.
Mas eu não gostei da escrita do Michel. Não embalei e nem peguei ritmo para ler sem parar e fiquei muito decepcionada pois esperava que este livro fosse me tirar da ressaca literária.
Pensei que fosse gostar do autor tanto quanto gosto de Dan Brown, pois há arte envolvida, fala um pouco de Monet e das Ninfeias, mas infelizmente a leitura não foi como imaginei.

– Não sabemos, chefe. Na verdade, não estamos entendendo mais nada.
P. 238

É um livro muito bom. A capa é linda e a editora tomou um cuidado muito especial com o livro. Um ótimo trabalho, mas eu dei só 3 estrelas por não ter me encantado com a leitura.

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Livro: O Feiticeiro de Terramar

Ursula K. Le Guin
(4/5)
Editora Arqueiro
2016
176 páginas

O menino Ged se tornará o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos e será conhecido como Gavião. Em O Feiticeiro de Terramar começamos a acompanhar a transformação deste menino em uma lenda.
Na primeira parte da história conhecemos Ged, que fica órfão de mãe e ainda bem jovem descobre que possui poderes. Ele foi enviado para uma escola de magos para aprender a controlar seus impulsos e poderes e assim se tornar um grande mago, mas Ged é impaciente.
Ele é bom, ele sabe que é bom, mas não tem controle sobre seus poderes e não tem paciência para aprender. Ele acha que pode simplesmente confiar em seus instintos e ser o maior dos magos, sem precisar de treinamento.
Em Terramar, os magos são importantes, eles são profissionais reconhecidos e são contratados para proteger a população. A concepção de mago no livro é diferente da que vemos em outras histórias e eu adorei isso.
Assim que chega na escola, Ged encontra um rival (Jaspe) que o desafia. É uma rivalidade adolescente meio besta que se dá sem motivo. Ged é desafiado a libertar um grande mal e ele faz isso. Só que em Terramar só se tem controle das coisas que conhecemos o nome. E ninguém sabe o nome do monstro que Ged libertou.

Ele explicou como, se você realmente quiser transformar uma coisa em outra, ela deve ser renomeada pelo tempo que o feitiço durar, e explicou como isso afeta o nome e a natureza das coisas que cercam a que foi transformada.
P. 58

Na segunda parte vemos Ged lidando com as consequências de seus atos e aprendendo a conviver com elas. Além da aventura e caça ao monstro o que vemos nesta parte da história é o crescimento pessoal do personagem, é ele lidando com seus sentimentos e seus medos.
À primeira vista pode parecer um livro YA comum, com uma história até meio boba, mas percebemos que a narrativa é muito mais profunda.
Apesar de ser um livro fino (apenas 175 páginas) e a narrativa da Ursula ser bem objetiva não é um livro para ser lido em uma tarde.
Algumas passagens merecem ser lidas, relidas e pensadas antes de se passar para o próximo ponto. A aventura interna e o autoconhecimento do personagem é a questão principal. Ele lidando e controlando os monstros internos é mais importante do que a aventura dele percorrendo as ilhas atrás do monstro.

[…]Pense nisto: toda palavra, todo ato de nossa arte, é falada e é feita para o bem ou para o mal. Antes de você falar ou fazer, tem que saber o preço a pagar!
P. 31

Confesso que eu me decepcionei um pouco com o livro. Não esperava que ele fosse tão fininho e que poucas páginas me prendessem por tanto tempo. Achei que seria uma leitura mais rápida, mas eu li arrastando muito. Foi difícil conseguir terminar a leitura.
Talvez por ser um livro mais voltado para questões internas eu não esteja em um clima bom. Acho que estou preferindo livros que eu não tenha que refletir muito a respeito da história.
Não é um livro ruim ou uma leitura desagradável, só não era o livro certo para mim neste momento.

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