Livro: Cuco

Julia Crouch
(4/5)
Editora Novo Conceito
2012
464 páginas
Sinopse: Polly é a mais antiga amiga de Rose. Então quando ela liga para dar a notícia que seu marido morreu, Rose não pensa duas vezes ao convidá-la para ficar em sua casa. Ela faria qualquer coisa pela amiga; sempre foi assim. Polly sempre foi singular — uma das qualidades que Rose mais admirava nela — e desde o momento em que ela e seus dois filhos chegaram na porta de Rose, fica óbvio que ela não é uma típica viúva. Mas quanto mais Polly fica na casa, mais Rose pensa o quanto a conhece. Ela não consegue parar de pensar, também, se sua presença tem algo a ver com o fato de Rose estar perdendo o controle de sua família e sua casa. Enquanto o mundo de Rose é meticulosamente destruído, uma coisa fica clara: tirar Polly da casa está cada vez mais difícil.

Opinião: Confesso que esse foi um dos lançamentos da Novo Conceito que menos me motivou a iniciar a ler, a história não tinha me cativado inicialmente e fui adiando. Mas eu resolvi ler um livro mais grosso esses dias e peguei justamente Cuco.
Me surpreendi com a escrita da Julia Crouch. Cuco é um desses livros que você começa a ler e não consegue parar!
Li metade do livro no engarrafamento que peguei sexta-feira passada e a outra metade eu devorei após o almoço de sábado.
Polly é amiga de infância de Rose e elas passaram muitas coisas juntas. Dividiram um apartamento juntas e compartilharam inúmeras coisas, inclusive namorados. Polly já foi uma cantora famosa, mas teve problemas com drogas, entrou em decadência, se casou com um artista e mudou-se para Grécia, onde teve dois filhos.
Quando fica viúva resolve voltar para o Reino Unido com as crianças e procura Rose.
Rose é uma dona de casa exemplar e uma mãe perfeita. Assim que recebe o telefonema de Polly prepara a edícula (como se fosse uma casa de caseiro, dentro da propriedade dela e do marido) para receber a amiga, apesar da discórdia do marido.
O enredo da história em si não é muito original, fiquei a todo momento lembrando do filme A mão que balança o berço, mas mesmo assim fiquei presa à ela. Pela sinopse é meio óbvio que Polly vai querer se passar por Rose e roubar sua família, mas como isso acontece que nos faz querer devorar o livro.
Achei os personagens meio vazios. No início achava que Rose fosse mais esperta, por saber cuidar tão bem das crianças e conhecer as necessidades delas antes de tudo, mas então ela se mostra uma verdadeira idiota e faz uma série de besteiras que não são coerentes com a personalidade original
Polly, apesar de parecer ser uma adolescente rebelde, se mostra uma verdadeira manipuladora. Mas até agora ainda não consegui entender algumas coisas, do tipo: como uma mulher dessas consegue seduzir os homens? E também, da forma como ela se comportava, será que era tudo fingimento? Como ela passou de vítima a vilã?
Achei que alguns pontos não ficaram bem esclarecidos. Claro que dá para ter um entendimento geral da história sem essas explicações, mas ao terminar de ler eu fiquei com esses e alguns outros questionamentos.
Mas no geral, eu gostei muito do livro. Fiquei imaginando um filme de suspense baseado nele. Imagina que legal uma Polly protagonista má?! Todos os ingredientes para o filme estão presentes, incluindo o clima úmido e frio do Reino Unido para dar um ar mais misterioso às cenas.

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Livro: O ladrão de almas

Alma Katsu
(4/5)
Editora Novo Conceito
2012
432 páginas

Sinopse: No turno da noite em um hospital em Maine, Dr. Luke Findley espera ter outra noite tranquila com lesões causadas pelo frio extremo e ocasionais brigas domésticas. Mas no momento em que Lanore McIlvrae — Lanny — entra no pronto-socorro, ela muda a vida dele para sempre. Uma mulher com passado e segredos misteriosos, Lanny não é como outras pessoas que Luke já conheceu. Ele é, inexplicavelmente, atraído por ela… mesmo ela sendo suspeita de assassinato. E conforme ela conta sua história, uma história de amor e uma traição consumada que ultrapassa tempo e mortalidade, Luke se vê totalmente seduzido. Seu relatório apaixonado começa na virada do século XIX na mesma cidadezinha de St. Andrew, Maine, quando ainda era um templo Puritano. Consumida, quando criança, pelo amor que sentia pelo filho do fundador da cidade, Jonathan, Lanny qualquer coisa para ficar com ele para sempre. Mas o preço que ela paga é alto — um laço imortal que a prende a um terrível destino por toda a eternidade. E agora, dois séculos depois, a chave para sua cura e salvação a depende totalmente de seu passado. De um lado um romance histórico, de outro uma história sobrenatural, The Taker é uma história inesquecível sobre o poder do amor incondicional não apenas para elevá-lo e sustentá-lo, mas também para cegar e destruir — e como cada um de nós é responsável por encontrar o próprio caminho para a redenção.

Opinião: Que livro intenso! Tive que ler bem devagar para não ser sufocada pela história e ter tempo de absorver tudo.
Achei a narrativa um pouco confusa, pois ela é escrita em primeira e terceira pessoa e vai e volta no tempo.
A história começa nos dias atuais, quando Lanore (Lanny) é encontrada cheia de sangue na cidade de St. Andrew e confessa ter matado Jonathan. Então ela convence o médico que a atendeu para que a ajude a fugir. Achei a forma como ela o convenceu meio superficial. Ela disse meia dúzia de palavras e Luke acreditou.
Na verdade o livro começa do fim, pois a morte do Jonathan é o clímax da história. Mas para chegar até lá a narrativa volta no tempo até o século XIX, quando Lanny e Jonathan viveram seu romance de adolescente. E fica assim, intercalando entre os dias atuais e aquela época.
Se não bastasse isso, quando Adair entra na história somos levados ainda antes no tempo, para o ano de 1349.
A história é tão confusa quanto parece, mas conforme vamos avançando na leitura tudo passa a fazer mais sentido, principalmente depois que Lanny se torna imortal.

– Você compreende agora? – ele perguntou. – Você não é mais a mesma mortal; está acima da vida e da morte. Não pode morrer. – Ele ofereceu o narguilé para mim e o puxou de volta quando eu não aceitei – Não importa de que forma tentem matá-la; nem flecha nem rifle, nem faca ou veneno, nem fogo ou água, nem terra, nem doença, nem fome.

Apesar de não ser explícito, achei as narrativas de sexo bem intensa. Talvez por causa dos atos nada convencionais ou por causa do contexto. Nada muito censurável, mas os mais puritanos podem achar ultrajante.
A melhor parte é a reviravolta nos capítulos finais com a descoberta de Lanny sobre a identidade de Adair. Depois disso a história volta para o início, contando a morte de Jonathan e tem o final muito clichê para dar continuação à trama.
Gostei bastante do livro, gosto de ambientações no século XIX e fico imaginando as pessoas e as roupas, não é excepcional, mas é intenso e promete boas horas de diversão.

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Livro: O começo do adeus

Anne Tyler
(3/5)
Editora Novo Conceito
208 páginas
2012

Sinopse: Anne Tyler nos leva a um romance sábio, assustador e profundamente tocante em que descreve um homem de meia-idade, desolado pela morte de sua esposa, que tem melhorado gradualmente pelas aparições frequentes da mulher — na casa deles, na estrada, no mercado. Com deficiência no braço e na perna direita, Aaron passou sua infância tentando se livrar de sua irmã, que queria mandar nele. Então, quando conhece Dorothy, uma jovem tímida e recatada, ele vê uma luz no fim do túnel. Eles se casam e têm uma vida relativamente modesta e feliz. Mas quando uma árvore cai em sua casa, Dorothy morre e Aaron começa a se sentir vazio. Apenas as aparições inesperadas de Dorothy o ajudam a sobreviver e encontrar certa paz. Aos poucos, durante seu trabalho na editora da família, ele descobre obras que presumem ser guias para iniciantes durante os caminhos da vida e que, talvez para esses iniciantes, há uma maneira de dizer adeus.

Opinião: Quando eu peguei a sinopse para ler achei que seria um livro triste e depressivo, contando todo o sofrimento de uma perda, bem no estilo dramático de P.S. Eu te amo. Mas para minha surpresa ele não foi tão triste e depressivo assim.
Não há muita surpresa, logo no início já sabemos que Dorothy morreu e começa a aparecer para Aaron. A causa da morte já é narrada nos primeiros capítulos e não achei nada depressivo (triste sim, mas nada para derramar lágrimas).
Aaron é um cara tão chato com sua independência que eu não consegui sentir empatia ou pena dele. E a forma como o relacionamento dele e Dorothy foi sendo mostrada ao longo do livro nos faz aceitar bem o fato e não nos comovermos tanto com a história.
O livro é bem fininho, tem apenas 208 páginas e dá para ler numa tarde tranquilamente, mesmo não sendo tão cativamente.
A diagramação é muito bem feita. Mas apesar da capa ser linda achei que não teve muito a ver com a história.

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