Livro: O medo mais profundo

Harlan Coben
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
272 páginas

Emily Downing, ex namorada de Myron Bolitar, o procura após mais de 13 anos para que ele encontre o doador de medula de seu filho.
O menino Jeremy, de apenas 13 anos, está doente e precisa urgentemente de um doador de medula óssea. O banco de medula encontrou um doador compatível, mas ele desapareceu sem deixar vestígios. Para deixar a trama ainda mais impactante Emily diz a Myron que ele é pai de Jeremy. Após esta notícia, Myron inicia a busca pelo doador e se depara com um grande mistério.

– Plante as sementes. Continue plantando. E abra as persianas. Deixe a verdade entrar. Deixe os segredos enfim murcharem à luz do dia.
P. 92

Myron acaba descobrindo o segredo de uma família muito poderosa e entra na mira deles. Paralelamente, ele encontra pistas sobre uma série de sequestros e tenta fazer a ligação entre a família, o doador desaparecido e um jornalista que entrevistou o sequestrador dos crimes. Eu sei, parece um pouco confuso explicando assim, mas no fim da história tudo vai fazer sentido.
O medo mais profundo é uma trama cheia de reviravoltas que não te deixará largar o livro. Como são apenas 272 páginas e a leitura é bem fluida, como todos os livros do autor, é muito fácil só levantar do lugar após terminar a leitura. Mais uma vezHarlan Coben arrasa e traz uma excelente história.
Sempre digo que o Harlan é um daqueles autores que te faz superar qualquer tipo de ressaca literária. Eu estava empacada em uma ressaca dessas e graças à O medo mais profundo eu consegui superar minha fase ruim como leitora (e olha que este não foi o meu livro preferido do autor).
Achei um dos livros mais intrigantes do Harlan, com acontecimentos e ligações que parecem improváveis até os últimos capítulos.

– Se vocês tocarem no meu piu-piu de novo – falou Myron -, vou contar para a mamãe.
P. 104

Confesso que dentre todas as histórias que eu li com o Myron sendo o protagonista, esta eu achei que ficou um pouco arrastada. Muitas pontas ficaram soltas até o final e achei que esta tática de deixar o leitor com dúvidas até o último instante não foi a melhor. No fim tudo é explicado, mas até chegar lá ficou um pouco confuso. Tem doador de medula óssea, tem uma família rica, tem um jornalista que perdeu a profissão, tem uma série de sequestros estranhos… Muita informação para ser resolvida em um livro só. E ainda tem os problemas pessoais do Myron (ele acabou de descobrir que tem um filho!) e a profissão dele como agente esportivo.
Tio Harlan, não precisa confundir a vida do Myron tanto assim não, deixa história para mais livros!
Não que seja ruim, muito pelo contrário, trata-se de um ótimo livro, mas para o padrão Harlan Coben acho que poderia melhorar (ou eu esperei demais).

– Você acha que todos os psicopatas são originais?
P. 126

Myron continua incrivelmente sarcástico e bem humorado, do jeito que todo mundo gosta, saindo-se perfeitamente bem nas situações mais difíceis.

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Livro: Depois Daquela Montanha

Charles Martin
(5/5)
Editora Arqueiro
2015
304 páginas

Depois Daquela Montanha conta a história de Ben e Ashley, que só querem chegar em casa. Eles se conhecem no aeroporto e começam a conversar. Uma forte nevasca está chegando, os voos comerciais foram cancelados, inclusive o que eles iriam embarcar. Ben então viu um hangar de aviões particulares e lá conhece Grover que aceita fazer a viagem antes da chegada da tempestade de neve. Ele decide convidar Ashley e fazer uma gentileza.
Ben é médico e tem uma cirurgia para a manhã seguinte. Ashley irá se casar em uma semana e precisa estar presente em seu jantar de ensaio do casamento.
Eles embarcam. À bordo está Tanque, o cão de Grover, que sempre o acompanha em viagens.
Ao sobrevoar uma cadeia de montanhas Grover se sente mal, tem um ataque cardíaco e consegue o mais parecido com uma aterrissagem antes de morrer.
Ben acorda com dor nas costelas e aos poucos vai se lembrando do que aconteceu. Ele se recorda de Ashley e a encontra com a perna quebrada e o ombro deslocado.
Com muito improviso ele faz o melhor que pode para mantê-los vivos. Ben, Ashley e o cachorro.
Eles estão completamente isolados, acerca de 3.500 metros de altitude, em uma área florestal coberta de neve.
Ben sabe que não pode tirar Ashley dali sem agravar seu estado físico, mas eles também não podem ficar na montanha, onde jamais poderão ser encontrados.
Os dias vão passando, eles passam por situações extremas, tudo o que estava ruim ainda piora, mas Ben e Ashley se mantêm firmes na esperança de sobreviverem.
Ben não desgruda de seu gravador, no qual grava mensagens carinhosas para sua mulher, Rachel. O tempo todo ele conversa com Rachel. Ele é a prova de que ainda existe amor.
O amor de Ben por Rachel e o bom humor de Ahsley os mantêm vivos e com esperança de saírem daquela montanha gelada. Um se torna o grande apoio e motivação do outro e juntos eles conseguem superar cada obstáculo.

Este livro estava na minha lista de leitura e era o próximo a ser lido, mas foi justamente na semana que o avião com o time da Chapecoense caiu. Não tive condições psicológicas de ler nada parecido com acidente de avião por pelo menos algumas semanas.
Achei que nem seria capaz de terminar a leitura, mas depois que engatei no livro não consegui desgrudar até que estivesse terminado.
Sabe aquela história de amor que aquece o coração e nos faz ter esperança na humanidade? Ben é o personagem mais altruísta e generoso que eu já conheci. Impossível não se apaixonar por cada uma das características dele, mesmo as que foram um pouco exageradas (ele tem qualidades demais!).
Ashley parece ser o tipo de mocinha indefesa e incapaz que depende dele para tudo, mas apesar de depender mesmo de Ben para tudo ela é emocionalmente forte e segura a barra e dá forças e esperanças a Ben.
Ben acredita no amor e quer que Ashley viva isso.
Uma das melhores leituras de 2016 e uma ótima forma de fechar o ano.
E a melhor notícia é que em 2017
Publicado em mais de dez países, Depois Daquela Montanha chegará às telas de cinema em 2017, com Kate Winslete Idris Elba nos papéis principais de uma história que vai reafirmar sua crença na vida e no poder do amor.
Depois desta leitura maravilhosa estou aguardando ansiosamente pelo filme. Parece ser uma ótima produção.

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Livro: O primeiro dia do resto da nossa vida

o primeiro dia do resto de nossas vidasKate Eberlen
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
432 páginas

Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem…

Quem consegue resistir a um livro com essa chamada? Se a sua mente já começou a tocar alguma música da Liz Phair e você está esperando uma comédia romântica digna de Sessão da Tarde você está certo.
A história de O primeiro dia do resto da nossa vida começa em agosto de 1997.
Tess está de férias com sua melhor amiga Doll e sonhando com a universidade. Elas passaram o verão viajando de um país para outro da Europa e agora estão na Itália aproveitando os últimos momentos. Elas estão fazendo planos para o futuro e pensando em como a vida mudará com o fim das aventuras de verão. Tess, uma moça inteligente e ávida tenta absorver ao máximo da cultura e da arte presente no país. Doll não se interessa tanto assim pelos passeios pelas numerosas igrejas, mas não desanima a amiga.
Gus está viajando com os pais pela Itália. Ele adoraria fugir de todas as programações familiares que os pais fizeram e ficar admirando as obras presentes nas igrejas e na arquitetura italiana, mas o máximo que consegue são rápidas escapadas para correr. Ele mal pode esperar para ir para universidade e fugir do controle dos pais. Ele queria estudar arte ou outra coisa, mas seus pais insistiram para que ele fizesse medicina e o rapaz não contrariou a vontade da família.
Os capítulos dos livros são intercalados, ora conhecemos a história de Tess, ora a de Gus. A cada capítulo e a cada página virada me vi perguntando se finalmente Gus e Tess se encontrariam.
São narrados dezesseis anos de história. Vemos a vida de Tess virando do avesso, acompanhamos seus êxitos e suas perdas. Também conhecemos as fraquezas e as qualidades de Gus e percebemos como os dois personagens são reais.
A vida de ambos possui altos de baixos e a autora conseguiu transmitir todos esses sentimentos. Nada é perfeito. É um livro totalmente fora do clichê.
O tempo todo Tess e Gus estão se cruzando pelos caminhos ou estão no mesmo lugar e na mesma hora, mas eles não se conhecem e um não sabe da existência do outro.
Várias vezes me questionei se eles realmente eram perfeitos um para o outro e se eles deveriam ficar juntos. No final das contas eu cheguei à conclusão de que ninguém é perfeito para ninguém. Somos indivíduos com defeitos e qualidades. Nossa metade da laranja não vai encaixar certinha e talvez ela nem seja uma laranja.
A autora brincou de Deus e senhora do destino e ficou com a vida dos personagens nas mãos. A todo momento ela juntava e afastava os protagonistas de uma forma tão sutil que só no fim do livro que sabemos se eles se encontram ou não. Ou se eles são destinados a ficar juntos, ou não.
O primeiro dia para o resto de nossas vidas é um livro adorável, daqueles que aquecem o coração. É leve, é engraçado, é fofo e emocionante.

– Não posso fazer você ter fé, Tess – disse ela. – Esse é um passo que você tem que dar sozinha e, depois, tudo vai fluir.
P. 37

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