Livro: Esperando por Doggo

ESPERANDO_POR_DOGGOMark B. Mills
(3/5)
Editora Novo Conceito
2015
224 páginas

Dan acabou de ser deixado por Clara, sua ex-namorada que desapareceu em um dia e deixou apenas uma carta de despedida e um cachorro.
Doggo é um cão incomum, ele não é bonito, sua origem é suspeita e até seu nome é provisório (Clara e Dan ainda não tinha definido um nome para o animal quando Clara foi embora).
Além de sofrer pela desilusão amorosa, Dan precisa cuidar de Doggo e também arrumar um emprego que possa conciliar sua profissão com a responsabilidade de um “pai” de cachorro.
Dan é publicitário e por sorte ele consegue trabalho em uma agência que aceita a presença do animal. Aos poucos Doggo vai conquistando o coração de Dan e transformando a vida do moço. Por onde passa Doggo faz amigos e age como elo de ligação entre Dan e o resto do mundo.

-[…] Eu nunca tinha visto por esse lado… Você tem razão, como é possível amar outra pessoa quando você não se ama?
P. 118

Eu odeio livros de animal porque sempre acho que irei chorar no final e morrer desidratada, então antes de iniciar uma leitura assim eu me informo se eu posso ler o livro até o fim ou precisarei parar pela metade. Para quem é sensível como eu, Esperando por Doggo passa no meu padrão de qualidade. Podem ler que nenhum animal foi maltratado nas 224 páginas.
Comecei a leitura bem despretensiosamente e fiquei admirada com o livro. Não se trata uma leitura boba ou água com açúcar. É um livro com alma e bons ensinamentos. Ele mostra como a estranha relação entre Dan e Doggo evolui e como eles acabam se tornando amigos.
Dan não queria um cachorro, mas aos poucos ele começa aceitar Doggo melhor e eles se entendem tanto que Dan aceita até as manias mais estranhas de Doggo (como seu vício por filmes com a Jennifer Aniston).
Mais do que um livro sobre um cão e um homem é um livro sobre amizade.

– A imitação é a forma mais nobre de elogio – grito de volta, mais alto que a música.
P. 130

Há a utilização de linguagem coloquial, tornando a leitura bem fluida. A narrativa é em primeira pessoa e não encontrei erros de revisão. Mas achei que alguns pontos da história poderiam ter sido melhores desenvolvidos. Achei que ficou faltando alguma coisa.
Apesar de ser uma leitura fluida, eu senti preguiça de recomeçar a leitura algumas vezes porque o livro não tem aquele “gancho” entre um capítulo e outro. Faltou deixar o leitor ansioso para devorar a próxima página.
Gostei muito da capa e por ela eu achei que o cachorro morria logo no primeiro capítulo. Sem conhecer a sinopse eu não leria o livro por gostar de animais e ter muita sensibilidade em relação a este assunto. Toda vez que eu olho para a capa eu vejo o cachorro morto e “vivendo” como um anjo. Mas como eu já adverti: é uma leitura tranquila para amantes de cachorros. O nome do livro e a capa fazem mais sentido quando a leitura termina. Realmente tem alguém esperando por Doggo, mas para entender só lendo mesmo.
A diagramação é boa, a letra é de um tamanho razoável e possui páginas amarelas que facilitam a leitura.

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Livro: O que há de estranho em mim

O_QUE_HA_DE_ESTRANHOGayle Forman
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
224 páginas

Brit acaba de ser levada pelo seu pai para uma instituição que trata de adolescentes indisciplinadas. Ele acredita que está fazendo bem para a filha de 16 anos, mas o local possui um método de terapia bastante duvidoso.
Red Rock é um local de pesadelo para meninas que não se comportam como os pais acham que deveriam se comportar. A Dra. Clayton e o Xerife instigam as meninas a xingarem umas as outras e a delatarem qualquer comportamento fora do padrão em troca de evolução no programa e um pouco mais de liberdade.
Brit é identificada com Transtorno Desafiador Opositivo pela Dra. Clayton e todos os sintomas que classificam a doença de Brit na verdade é um comportamento bastante comum entre os adolescentes. Nos primeiros dias na instituição ela se sente perdida e sozinha. No Nível Um do programa ela fica em um quarto isolada só saindo para ir ao banheiro e ter sessões de terapia. Sem contato com ninguém ela não sabe o que fazer para evoluir de nível, mas então uma menina Nível Seis começa a lhe dar conselhos valiosos.
Red Rock possui um programa com 6 níveis de evolução. A cada progresso alguns benefícios são concedidos como compartilhar dormitório, depilar e usar maquiagem. Mas em nenhum dos níveis há incentivo ao apoio e à amizade. Só que mesmo em ambientes rígidos aparecem alguns resistentes.
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O que há de estranho em mim foi o terceiro livro da Gayle Forman que eu li. Minhas lembranças dos livros anteriores não era positiva (não tinha nada a ver com as histórias narradas, mas porque eu estava vivendo uma situação delicada no momento em que li, assim quando lembro da autora penso em como estava minha vida naquela época), mas resolvi deixar esse pensamento de lado e dar mais uma chance à autora.
Me apaixonei pela história, pela narrativa da autora e pelas personagens insanas. Comecei à ler antes de dormir e minha vontade era de passar a madrugada toda lendo sem parar. Precisei parar no segundo capítulo da leitura, mas na tarde seguinte terminei o livro de uma vez, sem nem respirar.
Brit tem um temperamento meio revoltadinho e estressado. Aquela típica adolescente rebelde que acho o máximo chamar a madrasta de Monstra. Por fazer parte de uma banda, ter mexas cor-de-rosa no cabelo, tatuagens no corpo e passar a maior parte do tempo fora de casa sua madrasta acha que ela pode ser uma péssima influência para o bebê que teve recentemente e fica o tempo todo criticando as atitudes da menina.
O pai de Brit então decide colocar a filha em Red Rock, uma espécie de clínica psiquiátrica/escola/acampamento militar, para que ela se cure deste comportamento desviante.
Brit chega ao local com muita raiva e sua única reação é atacar com palavras ou expressão corporal negativa. Aos poucos Brit vai conhecendo outras meninas que não aceitam os métodos do local e mesmo sem poderem manter a amizade elas se encontram escondidas, trocam confidencias e se amparam.
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Brit e seu grupo se auto denominam Irmãs Insanas. V é a misteriosa veterana, é a que está em Red Rock há mais tempo e quem mais entende sobre as regras do local. Bebe é patricinha filha de uma atriz de novela e foi internada porque foi flagrada mantendo relações sexuais com o rapaz que limpa a piscina de sua casa. Martha foi para a instituição porque sua família acha que ela está acima do peso, mas eles não sabem que a alimentação de Red Rock é péssima, cheia de gordura e sem nenhum nutrientes. Nada propícia para quem precisa perder peso. E Cassie uma texana bissexual que foi parar em Red Rock porque os pais acharam que lá ela encontraria a cura gay.
A única coisa positiva em Red Rock é o relacionamento que as Irmãs Insanas mantêm escondido. A terapia, as acomodações, o uniforme, a alimentação, a forma como as meninas são tratadas e todo o resto é péssimo! Se eu não tivesse visto uma reportagem no Fantástico falando sobre acampamentos militares para crianças e adolescentes indisciplinados eu acharia que um lugar como aquele seria impossível de ser encontrado. Claro que na ficção a autora aumentou os defeitos (como ela mesma conta no fim do livro), mas mesmo assim o lugar ainda é horrível.
Apesar de ter uma temática séria, trata-se de uma leitura leve e deliciosa. A autora aborda alguns temas e problemas comuns na adolescência de modo superficial, mas a ideia de empoderamento feminino está lá inserida de forma microscópica. Não reclamo da abordagem porque não acho que o objetivo do livro seja este.
Achei a capa linda e maravilhosa (e veio com um kit lindo e maravilhoso) e foi ela que me motivou à pedir o livro para resenha. O miolo é bem simples, sem qualquer detalhe, mas as páginas são amareladas e a fonte é bem legível, tudo para facilitar a leitura. Não encontrei nenhum erro de revisão.

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Livro: Feitiço da Sombra

FEITICO_DA_SOMBRA Nora Roberts
(5/5)
Editora Arqueiro
2015
280 páginas

Feitiço da sombra é o segundo livro da trilogia Primos O’Dwyer e continua contando a história dos descendentes da Bruxa da Noite que ainda lutam contra Cabhan. No solstício Cabhan não foi derrotado e agora os primos estão reunindo forças para um novo combate.
Já Cabhan continua escondido, vivo e tramando contra os primos. Ele tenta todos os truques e procura os alvos mais frágeis para atingir aos primos.
Este livro traz como foco Connor O’Dwyer, um rapaz longe de ser casto, mas que acredita no amor e está disposto a vive-lo intensamente.
Após um ataque de Cabhan e uma experiência de quase morte ele foi surpreendido por Meara, que o beijou intensamente. No início Connor não queria estragar a amizade com Meara, mas acabou cedendo aos charmes da moça.
Apesar de ser bastante independente Meara é um pouco cética no amor e caberá a Connor acabar com essas inseguranças e mostrar o poder do amor.
O envolvimento amoroso de Connor e Meara (e o de Iona e Boyle) aumenta a fúria de Cabhan que tenta usar isso contra eles, mas os primos são confiantes no poder do amor, da família e da amizade e não será tão fácil assim ataca-los.
Ao mesmo tempo em que isso tudo acontece, Eamon, o filho de Sorcha, consegue de algum modo fazer contato com Connor do seu tempo. Ao longo do livro temos aparições dos filhos de Sorcha que estão no século XIII e conseguem se comunicar com os primos O’Dwyer.
Neste livro todos os descendentes de Sorcha precisam se unir para derrotar Cabhan de uma vez por todas. Amor, família e amizade juntos no círculo. Os três de Sorcha, os três descendentes dos três e a família que eles construíram pelo amor e a amizade.

Quando penso em um amante que tocaria mais do que meu corpo, penso em um amigo. Ter somente o calor sem a ternura? Seria satisfatório, e é, mas só isso. E o que acontece com o amigo quando já não é amante?
P. 114

Eu já esperava um livro de ligação entre o início e o final da história, então não me surpreendi com a pouca evolução da história. Eu já imaginava que o “grande duelo” contra Cabhan fosse acontecer no último livro, logo o foco da história foi outro, o romance e o fortalecimento do vínculo entre os primos e amigos. Eu queria mais magia e mais batalhas, mas o romantismo como plano principal não foi ruim.
Eu amo histórias com bruxas e magia e estou cada vez mais encantada com os primos O’Dwyer e os descendentes de Sorcha. Comecei a ler livros da Nora Roberts apenas recentemente e estou encantada com a autora. Acho que quem gosta de histórias com bruxas ou da Nora Roberts vai se apaixonar por essa trilogia.

[…] O amor não é um prêmio concedido por mérito ou algo a ser tomado de volta quando um erro é cometido. É um presente, tanto para quem dá quanto para quem recebe. No dia em que você o aceitar e segurar, perderá o medo.
P.236

Estou amando todas as capas dessa trilogia, são belíssimas! Compraria o livro apenas por elas. A diagramação está perfeita, um ótimo miolo com um papel de qualidade.
Só achei que a revisão pecou um pouquinho, encontrei algumas palavras erradas e erros de concordância, o que me surpreendeu pois este não é o padrão da Arqueiro.

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