Livro: Ninfeias Negras

Michel Bussi
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
352 páginas

Ninfeias Negras conta a história de três mulheres que moram na mundialmente conhecida cidadezinha de Giverny, na França, onde Claude Monet pintou a série Nenúfares. As três personagens são completamente diferentes entre si, mas estão ligadas de um modo, pois todas têm o desejo comum de irem embora da cidade.
Nesta cidade bucólica o respeitado oftalmologista Jêromé Morval é encontrado morto com uma punhalada no coração, a cabeça esmagada por uma pedra e submerso em um lago. Os investigadores encarregados do crime encontram junto ao corpo um cartão-postal com a reprodução de uma das Ninfeias de Claude Monet, com uma mensagem de aniversário com a frase escrito: “O crime de sonhar eu consinto que seja instaurado”.
Neste cenário embarcamos na história de Michel Bussi tentando compreender a ligação entre todos esses fatos.
A história é contada por uma mulher de 84 anos que observa o desvendar do crime da janela de sua casa. É por meio dela conhecemos todos os fatos.

A coincidência lhes parece perturbadora, talvez? Exagerada? Tenham certeza de uma coisa, uma só: não há coincidência alguma em toda essa série de acontecimentos.
P. 75

As três mulheres do vilarejo são Fanette, uma garota prodígio de 11 anos que sonha em ser uma grande pintora. A segunda é Stéphani Dupain, professora da escola local, ela é casada, tem 36 anos e sonha em encontrar um amor libertador. A terceira mulher é a senhora de 84 anos que não revela seu nome.

– Tá, se eu estiver entendendo bem o que você diz, vamos supor que haja uma dúvida. Por qual ângulo você gostaria de abordar a história?
P. 134

Eu sou fã de thrillers policiais e estava muito empolgada em começar a leitura, mas demorei muito para engrenar e a leitura não rendeu tanto quanto eu queria.
É um livro surpreendente, uma história muito criativa e inteligente. O final é incrível e inimaginável e me chocou muito. Um dos melhores finais de thriller. Todas as resenhas elogiando este ponto do livro estão mais do que acertadas.
Mas eu não gostei da escrita do Michel. Não embalei e nem peguei ritmo para ler sem parar e fiquei muito decepcionada pois esperava que este livro fosse me tirar da ressaca literária.
Pensei que fosse gostar do autor tanto quanto gosto de Dan Brown, pois há arte envolvida, fala um pouco de Monet e das Ninfeias, mas infelizmente a leitura não foi como imaginei.

– Não sabemos, chefe. Na verdade, não estamos entendendo mais nada.
P. 238

É um livro muito bom. A capa é linda e a editora tomou um cuidado muito especial com o livro. Um ótimo trabalho, mas eu dei só 3 estrelas por não ter me encantado com a leitura.

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Livro: O Feiticeiro de Terramar

Ursula K. Le Guin
(4/5)
Editora Arqueiro
2016
176 páginas

O menino Ged se tornará o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos e será conhecido como Gavião. Em O Feiticeiro de Terramar começamos a acompanhar a transformação deste menino em uma lenda.
Na primeira parte da história conhecemos Ged, que fica órfão de mãe e ainda bem jovem descobre que possui poderes. Ele foi enviado para uma escola de magos para aprender a controlar seus impulsos e poderes e assim se tornar um grande mago, mas Ged é impaciente.
Ele é bom, ele sabe que é bom, mas não tem controle sobre seus poderes e não tem paciência para aprender. Ele acha que pode simplesmente confiar em seus instintos e ser o maior dos magos, sem precisar de treinamento.
Em Terramar, os magos são importantes, eles são profissionais reconhecidos e são contratados para proteger a população. A concepção de mago no livro é diferente da que vemos em outras histórias e eu adorei isso.
Assim que chega na escola, Ged encontra um rival (Jaspe) que o desafia. É uma rivalidade adolescente meio besta que se dá sem motivo. Ged é desafiado a libertar um grande mal e ele faz isso. Só que em Terramar só se tem controle das coisas que conhecemos o nome. E ninguém sabe o nome do monstro que Ged libertou.

Ele explicou como, se você realmente quiser transformar uma coisa em outra, ela deve ser renomeada pelo tempo que o feitiço durar, e explicou como isso afeta o nome e a natureza das coisas que cercam a que foi transformada.
P. 58

Na segunda parte vemos Ged lidando com as consequências de seus atos e aprendendo a conviver com elas. Além da aventura e caça ao monstro o que vemos nesta parte da história é o crescimento pessoal do personagem, é ele lidando com seus sentimentos e seus medos.
À primeira vista pode parecer um livro YA comum, com uma história até meio boba, mas percebemos que a narrativa é muito mais profunda.
Apesar de ser um livro fino (apenas 175 páginas) e a narrativa da Ursula ser bem objetiva não é um livro para ser lido em uma tarde.
Algumas passagens merecem ser lidas, relidas e pensadas antes de se passar para o próximo ponto. A aventura interna e o autoconhecimento do personagem é a questão principal. Ele lidando e controlando os monstros internos é mais importante do que a aventura dele percorrendo as ilhas atrás do monstro.

[…]Pense nisto: toda palavra, todo ato de nossa arte, é falada e é feita para o bem ou para o mal. Antes de você falar ou fazer, tem que saber o preço a pagar!
P. 31

Confesso que eu me decepcionei um pouco com o livro. Não esperava que ele fosse tão fininho e que poucas páginas me prendessem por tanto tempo. Achei que seria uma leitura mais rápida, mas eu li arrastando muito. Foi difícil conseguir terminar a leitura.
Talvez por ser um livro mais voltado para questões internas eu não esteja em um clima bom. Acho que estou preferindo livros que eu não tenha que refletir muito a respeito da história.
Não é um livro ruim ou uma leitura desagradável, só não era o livro certo para mim neste momento.

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Livro: O medo mais profundo

Harlan Coben
(5/5)
Editora Arqueiro
2016
272 páginas

Emily Downing, ex namorada de Myron Bolitar, o procura após mais de 13 anos para que ele encontre o doador de medula de seu filho.
O menino Jeremy, de apenas 13 anos, está doente e precisa urgentemente de um doador de medula óssea. O banco de medula encontrou um doador compatível, mas ele desapareceu sem deixar vestígios. Para deixar a trama ainda mais impactante Emily diz a Myron que ele é pai de Jeremy. Após esta notícia, Myron inicia a busca pelo doador e se depara com um grande mistério.

– Plante as sementes. Continue plantando. E abra as persianas. Deixe a verdade entrar. Deixe os segredos enfim murcharem à luz do dia.
P. 92

Myron acaba descobrindo o segredo de uma família muito poderosa e entra na mira deles. Paralelamente, ele encontra pistas sobre uma série de sequestros e tenta fazer a ligação entre a família, o doador desaparecido e um jornalista que entrevistou o sequestrador dos crimes. Eu sei, parece um pouco confuso explicando assim, mas no fim da história tudo vai fazer sentido.
O medo mais profundo é uma trama cheia de reviravoltas que não te deixará largar o livro. Como são apenas 272 páginas e a leitura é bem fluida, como todos os livros do autor, é muito fácil só levantar do lugar após terminar a leitura. Mais uma vezHarlan Coben arrasa e traz uma excelente história.
Sempre digo que o Harlan é um daqueles autores que te faz superar qualquer tipo de ressaca literária. Eu estava empacada em uma ressaca dessas e graças à O medo mais profundo eu consegui superar minha fase ruim como leitora (e olha que este não foi o meu livro preferido do autor).
Achei um dos livros mais intrigantes do Harlan, com acontecimentos e ligações que parecem improváveis até os últimos capítulos.

– Se vocês tocarem no meu piu-piu de novo – falou Myron -, vou contar para a mamãe.
P. 104

Confesso que dentre todas as histórias que eu li com o Myron sendo o protagonista, esta eu achei que ficou um pouco arrastada. Muitas pontas ficaram soltas até o final e achei que esta tática de deixar o leitor com dúvidas até o último instante não foi a melhor. No fim tudo é explicado, mas até chegar lá ficou um pouco confuso. Tem doador de medula óssea, tem uma família rica, tem um jornalista que perdeu a profissão, tem uma série de sequestros estranhos… Muita informação para ser resolvida em um livro só. E ainda tem os problemas pessoais do Myron (ele acabou de descobrir que tem um filho!) e a profissão dele como agente esportivo.
Tio Harlan, não precisa confundir a vida do Myron tanto assim não, deixa história para mais livros!
Não que seja ruim, muito pelo contrário, trata-se de um ótimo livro, mas para o padrão Harlan Coben acho que poderia melhorar (ou eu esperei demais).

– Você acha que todos os psicopatas são originais?
P. 126

Myron continua incrivelmente sarcástico e bem humorado, do jeito que todo mundo gosta, saindo-se perfeitamente bem nas situações mais difíceis.

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