Livro: Todo o tempo do mundo

Maurício Gomyde
(5/5)
2018
Astral Cultural

Antes de começar a resenha, vou contar a situação de como descobri a sinopse: Maurício estava presente no bate-papo do Amigo Livro explicando sobre o que era Todo o tempo do mundo. Eu sou do tipo de pessoa que quando gosta de um autor vai lá e compra o livro e começa a ler sem nem saber do que se trata. Para a minha surpresa, ele diz que o livro é sobre viagem no tempo.
Pera aí. Viagem no tempo? Maurício começou a escrever ficção científica? Fique descrente, porque ele é um excelente autor de romances, mas quando colocou “viagem no tempo” eu fiquei com um pé atrás. Porém como sou muito curiosa, iniciei a leitura para saber como seria a história.

Eu sou do tipo de pessoa que quando gosta de um autor vai lá e compra o livro e começa a ler sem nem saber do que se trata. Para a minha surpresa, ele diz que o livro é sobre viagem no tempo.
Pera aí. Viagem no tempo? Maurício começou a escrever ficção científica? Fique descrente, porque ele é um excelente autor de romances, mas quando colocou “viagem no tempo” eu fiquei com um pé atrás. Porém como sou muito curiosa, iniciei a leitura para saber como seria a história.

Felicidade é viver a verdade que mora no fundo de seu peito, aquela que ninguém jamais vai conseguir arrancar de você

Vitor Pickett é um homem peculiar. Dono de uma vinícola em uma cidadezinha no Sul do Brasil ele vive recluso em seu universo de parreiras e vinhos, com pouco contato com pessoas.
Quando era adolescente ele descobriu que tinha um dom (ou uma maldição): toda a vez que ele ficava muito feliz ele viajava para o passado e toda vez que ele fica muito triste ele vai para o futuro. E ele descobriu isso da pior forma possível, ao beijar sua crush, Amanda, na festa da escola. No ponto alto de toda existência dele até então, Vitor volta ao passado e com isso ele perde Amanda de vista.
No dia seguinte ela viajou com a família para outro país e eles sofreram um atentado terrorista, no qual Vitor teve certeza de que ela morreu.
Mas ela está viva, casada, morando na Argentina e trabalhando como gerente em uma livraria.
Anos mais tarde, a turma quer se reencontrar e fazer uma festa de 20 anos de formados. Vitor e Amanda recebem o convite e por alguma razão que só o destino sabe, eles decidiram ir.
Na festa eles se reencontram e têm a chance de reviver o que o passado não permitiu, mas para isso muitas coisas precisarão ser esclarecidas.
Amanda precisa contar o que aconteceu com ela durante todo esse tempo e Vitor precisa entender os motivos pelos quais ele viaja no tempo.
A história é linda, emocionante, com excelentes pontos de virada e o Maurício continua surpreendendo o leitor e deixando-o sem palavras.
Se você ficou com preconceito com o livro só porque leu viagem no tempo na sinopse, esqueça. A história é muito mais profunda e não gira em torno disso. O fato só tempera a narrativa, o romance continua sendo o elemento principal e o desenrolar dessa história de amor de duas décadas é o que fica em evidência.
Assim como os personagens, a todo tempo somos indagados sobre o que é felicidade genuína e a cada resposta deles, mais refletimos sobre a nossa própria felicidade.
É aquela história que nos faz pensar na vida e nos traz questionamentos existenciais sem nos darmos conta, mas no fim do dia acabamos a leitura com um quentinho no peito e a sensação de conforto que só um bom livro nos proporciona.

Felicidade é uma sequência de segundos que a gente deseja que dure pela eternidade.

Maurício novamente se supera como autor e traz mais um livro emocionante. Eu estava no meio de uma ressaca literária li o livro em menos de 3 dias. Simplesmente não podia largar o livro enquanto não soubesse o que aconteceria com Vitor e Amanda.
Quer começar 2019 nas leituras? Esta é a minha indicação.

Mais uma foto com o autor para a minha coleção (o livro também está autografado)

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Livro: Dois a Dois

Nicholas Sparks
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
512 páginas

Russell Green é um publicitário bem sucedido, uma linda esposa e uma filha de 6 anos, mas as coisas começam a dar errado em sua vida.
Em poucos meses ele perde o emprego e resolve abrir sua própria agência de publicidade, entretanto, ele não consegue clientes e a situação da família começa a ficar preocupante. Mesmo ele não falando nada para sua esposa, Vivian, ela sabe que as contas estão chegando e nenhum dinheiro está entrando em casa. Então, ela resolve voltar à trabalhar.
Russell passa a ficar em casa cuidando da filha, London, enquanto Vivian trabalha. Essa nova situação familiar abala a confiança do casal e Russell sente-se perdido.
Enquanto ele tenta de todo modo voltar ao mercado de trabalho, Vivian, consegue se estabelecer rapidamente no novo emprego e cada dia tem mais sucesso.

Eis o que mais eu aprendi: idade não garante sabedoria, da mesma forma que não garante inteligência.
P. 16

Definitivamente, odeio Nicholas Sparks. Bati o martelo e desisti do autor. Sempre tive uma relação conturbada com ele, mas sinceramente, não dá mais para aguentar. Alguns livros dele são bons e eu gostei, mas fiquei com tanta raiva de Dois a dois que nunca mais quero chegar perto de algo escrito pelo autor.
As obras do autor são bem previsíveis e mesmo quando ele muda a receita, todos os ingredientes que já conhecemos estão presentes.

E é isso. Quando você começa a tentar entender o que deu errado ou, mais especificamente, onde você errou, é mais ou menos como descascar uma cebola. Há sempre outra camada, outro erro do passado ou uma lembrança dolorosa que surge e então conduz ainda mais para o passado, e ainda mais, em busca da verdade definitiva.
P. 18

Russell é o pior personagem que eu já conheci na vida. Pior que Bella de Crepúsculo e Anastacia de Cinquenta Tons de Cinza. Sério. Logo no início a mulher entra em trabalho de parto e o que ele faz? Vai tomar banho porque na maternidade irão tirar fotos e pessoas irão cumprimenta-lo.
Prêmio egoísta do ano. Obviamente ninguém ligou para ele ou quis saber se ele estava de banho tomado e barba feita nas fotos. Que idiota pensaria nisso na hora que a filha dele estava para nascer? Russell!
Depois ele praticamente larga o emprego para abrir o próprio negócio porque era o sonho da vida dele, mas em nenhum momento pensou que isso poderia prejudicar a família. Ele diz para a mulher que tudo vai continuar do mesmo jeito, não a coloca a par da situação econômica, mas acha ruim porque Vivian continua comprando. Que relacionamento péssimo é esse que ele não compartilha os problemas com a esposa?
E o livro todo ficamos com raiva desse idiota que se acha no direito de reclamar da vida com os pais e a irmã. Temos os pais de Russell, que são aposentados, mas têm vida e compromissos, já que os filhos são adultos e saíram de casa e ele acha ruim porque a mãe dele não pode ficar com London por alguns momentos.
Eles amam a neta, mas isso não significa que devem ficar de babá sempre que o filho precisar. Ele é o pai, que faça o seu papel direito. Consiga uma creche, uma babá, seja pai o suficiente para tomar essas decisões sem jogar tudo nas costas da mulher.

– Porque terapia não tem a ver com mudar outra pessoa. Tem a ver com tentar mudar a si mesmo.
P. 62

Vivian é uma personagem sem sal. Como a narrativa é em primeira pessoa e contada por Russell, ela é totalmente blasé. Ela pareceu ser mais sem graça do que é exatamente pela forma como foi feita a narrativa.
A única pessoa que presta na história é Marge, a irmã de Russ. Ela é incrível, dá bons conselhos, é pé no chão e tenta mostrar para o irmão os caminhos a serem seguidos.
Para variar, a história não tem um final feliz. É Nicholas Sparks, sempre acontece uma tragédia. Só que eu estava tão indignada com a história que eu só disse “pronto, morreu!” sem demonstrar nenhuma emoção, sem me importar realmente.
Só não joguei o livro na parede porque a edição foi bem feita, a editora tomou um cuidado especial. Gostei da capa, da formatação, da fonte utilizada e de todo o resto. Equipe gráfica fez um ótimo trabalho.

Em outras palavras, a culpa nem sempre é inútil. Ela pode nos impedir de cometer o mesmo erro duas vezes.
P. 164

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Livro: O sol também é uma estrela

Nicola Yoon
(5/5)
Editora Arqueiro
2017
288 páginas

O sol também é uma estrela narra a história de Natasha e Daniel.
Natasha é uma garota pés no chão que acredita em fatos e na ciência. Ela é a personificação da razão.
Daqui a 12 horas ela e a família serão deportados para a Jamaica. Desde os 8 anos de idade ela mora nos Estados Unidos, não se lembra do país natal e não quer deixar o país onde cresceu.
Ela faz sua última tentativa junto à imigração para continuar no país e enquanto anda pelas movimentadas ruas de Nova York conhece Daniel, um garoto descente de coreanos que mexe com ela.
Daniel é um bom filho e um bom aluno. Ele tem um irmão mais velho, que frequenta a melhor universidade dos Estados Unidos, de acordo com seus pais, Harvard. Ele vai para a segunda melhor universidade: Yale. Seus pais querem que ele seja médico. Daniel nunca se perguntou o que realmente quis, apenas viveu seguindo as instruções dos pais, mas ele sempre foi um sonhador e um poeta. Ele acredita em destino, ele tem fé, ele é a emoção em pessoa.
Daniel e Natasha se encontram nas ruas de Nova York, ela está indo a uma entrevista com um advogado que pode tentar resolver o problema dela com a imigração. Ele está indo para a entrevista da universidade. Quando a vê, Daniel esquece de todos os acontecimentos ao seu redor e só ela importa. Ele se apaixona à primeira vista e tenta fazê-la ver os sentimentos também.
Como Natasha é bem cética, Daniel usa um artigo do New York Times para provar que é possível fazer duas pessoas se apaixonarem respondendo a 32 perguntas íntimas e ficarem se olhando nos olhos por 4 minutos.
Ao mesmo tempo em que Natasha corre contra o tempo para impedir sua saída dos EUA e Daniel tenta reagendar sua entrevista da universidade, eles tentam provar a teoria do artigo.
Daniel é romântico e fofo e tenta persuadir Natasha de que está apaixonado por ela e que ela também está apaixonada por ele. Enquanto ela continua negando o sentimento.

Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória. Meu pai diz que não sabe de onde vem meu ceticismo; mas não sou cética. Sou realista. É melhor ver a vida como ela é, não como a gente quer que seja. As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.
P. 34

Há muito tempo não lia um livro tão gostoso assim. A primeira vez que li a sinopse e vi a capa não me interessei tanto assim, principalmente porque não conhecia a autora, mas resolvi tentar a sorte e solicitei o livro para resenha.
Fiquei muito feliz com o kit fofo que recebi: livro, buttom, almofada e cartela de tatuagens.
Comecei a ler despretensiosamente e me apaixonei logo nos primeiros parágrafos.

– Não acredito no amor.
– O amor não é uma religião. Ele existe, quer você acredite nele ou não.
P. 68

Me identifiquei muito com a Natasha. Chega um momento da vida em que é melhor encarar os fatos e não encher o coração de esperanças. Expectativas são frustradas todo dia, melhor ficar com a realidade. Mas assim como ela, eu não matei a esperança por completo. Em algum lugar lá dentro do peito existe aquele sentimento de “e se tiver chances de dar certo?”.
Conforme Natasha e Daniel vão passando as horas juntos e se conhecem eles vão mudando o modo de pensar. Ela deixa de ser totalmente a razão e ele totalmente emoção, como é o esperado que aconteça.
Na vida é preciso um equilíbrio entre razão e emoção e o encontro dos dois mostra isso.

Segundo os cientistas, existem três estágios no amor: desejo, atração e ligação. E, por acaso, cada estágio é orquestrado por substâncias químicas – neurotransmissores – no cérebro.
P. 87

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos são alternados entre Natasha e Daniel e também entre os personagens que aparecem ao longo da história. Então sabemos o que se passa na mente de cada um quando cada evento acontece.
Aos poucos vamos nos apaixonando pela história e pelos personagens e não é possível largar o livro. Uma história emocionante e surpreendente.

Algumas pessoas existem na nossa vida para fazer com que ela seja melhor. Algumas existem para deixa-la pior.
P.207

Como disse, o livro é dividido em capítulos de cada personagem. A maioria dos capítulos é bem curtinha. Alguns poucos possuem mais de 2 páginas. Então é aquela coisa: “o capítulo é curtinho, vou ler só mais esse.” e quando foi ver já tinha terminado.
Além disso é uma leitura bem fluida.
Estou apaixonada por ele e vou falar para todo mundo que passar na minha frente: LEIA!

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