Livro: Sete Pinturas – A lenda do fim do mundo

(4.5/5)
Landulfo Almeida
Amazon
2018
408 páginas

Há alguns anos eu li e resenhei o livro As duas faces do destino do autor Landulfo Almeida e fiquei muito feliz quando ele entrou em contato comigo para ler e resenhar sua nova obra, Sete Pinturas.

Eu estou em um período em devagar para leitura, e por isso demorei mais do que o usual para ler e resenhar este livro, mas minha impressão final é muito boa.

O livro foi lançado em meio digital e infelizmente eu não tenho um Kindle, mas leio meus livros digitais pelo app Kindle no iPad (também está disponível para smartphones). Como o meu dispositivo é mini eu não sinto dificuldade em ler nele, com a vantagem de conseguir ler à noite, com a luz do quarto apagada.

Os primeiros capítulos do livro parecem um pouco confusos, pois há diversos personagens, histórias se passando em cidades e períodos distintos e eu me indagava como todos eles iriam se encaixar.

Os pais de Pedro estavam com ele em uma expedição na região amazônica quando foram atacados por onças. O pai foi o primeiro a se sacrificar para tentar salvar a família, a mãe “abraçou” as onças para que o filho conseguisse fugir e sobreviver. Ele cai em um lago dentro de uma gruta e estava quase morrendo afogado quando é salvo por um índio.

Anos depois, Érica e Daniel se conhecem em um orfanato na Bahia e se tornam melhores amigos. Mesmo depois de adultos eles mantém a relação fraterna e inseparável.

Atualmente, Érica é uma médica residente em São Paulo e Daniel é formado em administração, mas busca um emprego melhor.

Eles estão na Avenida Paulista quando acontece um atentado contra a vida do bilionário Marcos Cleanfield. Érica presta os primeiros socorros e quando ele se recupera, faz questão de se encontrar com a moça para agradecer. Ela reluta à princípio, mas depois de conhecer Marcos, ele não apenas a agradece por salvar sua vida como também oferece um bom emprego a Daniel.

Érica está encantada com o charme de Marcos e enquanto pega um café em uma cafeteria conhece um rapaz parecido com ele, Raphael Roman Dummas, que também é bilionário. No decorrer da história descobrimos que Raphael e Marcos se conhecem e foram amigos por muito tempo, mas agora se tornaram rivais.

Além desses personagens, também temos Kiara, assessora de Raphael em sua empresa de produtos farmacêuticos.

Enquanto conhecemos todas essas pessoas, eventos estranhos acontecem no mundo: pássaros morrem, uma tempestade de raios acontece concomitantemente nas principais cidades do mundo e peixes aparecem mortos na praia.

Todos esses eventos, estão relacionados com estranhas pinturas rupestres que são encontradas em uma caverna oculta no coração da Amazônia (aquela onde Pedro caiu). De acordo com a lenda indígena, os eventos narram o apocalipse.

A narrativa do livro é bem detalhada e o autor consegue nos transportar para dentro dos lugares descritos.

Achei incrível inserir a cultura indígena em uma trama tão bem elaborada, é bem perceptível que o autor fez um cuidadoso trabalho de pesquisa. Os elementos estão perfeitamente inseridos na história e ao final tudo se encaixa.

Li devagar não apenas porque meu ritmo de leitura está mais lento, mas também para aproveitar melhor o livro.

Não gosto de comparar autor nacional com autor estrangeiro porque nem todos gostam, mas entre todos os autores que eu li, tanto nacionais quanto estrangeiros, Landulfo é o mais se aproximou ao Dan Brown. E como eu amo o Dan Brown, pode ser considerado um baita elogio.

O mistério, a utilização de lendas, pontas soltas que no final se alinham totalmente, são elementos que estão presentes em Sete Pinturas e que também fazem parte dos livros de Dan Brown.

E que final sensacional teve Sete Pinturas! Não imaginei em nenhum momento que a história teria aquele desfecho e a surpresa foi muito boa.

O início do livro pode parecer um pouco cansativo e arrastado, mas quando as histórias começam a se encaixar a gente percebe que todos os dados iniciais foram necessários.

A capa é linda e remete diretamente à gruta.

Em relação à narrativa e à capa eu não tenho o que reclamar, mas sinto muita falta de ter uma versão física do livro na minha estante.

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Livro: Dois a Dois

Nicholas Sparks
(3/5)
Editora Arqueiro
2017
512 páginas

Russell Green é um publicitário bem sucedido, uma linda esposa e uma filha de 6 anos, mas as coisas começam a dar errado em sua vida.
Em poucos meses ele perde o emprego e resolve abrir sua própria agência de publicidade, entretanto, ele não consegue clientes e a situação da família começa a ficar preocupante. Mesmo ele não falando nada para sua esposa, Vivian, ela sabe que as contas estão chegando e nenhum dinheiro está entrando em casa. Então, ela resolve voltar à trabalhar.
Russell passa a ficar em casa cuidando da filha, London, enquanto Vivian trabalha. Essa nova situação familiar abala a confiança do casal e Russell sente-se perdido.
Enquanto ele tenta de todo modo voltar ao mercado de trabalho, Vivian, consegue se estabelecer rapidamente no novo emprego e cada dia tem mais sucesso.

Eis o que mais eu aprendi: idade não garante sabedoria, da mesma forma que não garante inteligência.
P. 16

Definitivamente, odeio Nicholas Sparks. Bati o martelo e desisti do autor. Sempre tive uma relação conturbada com ele, mas sinceramente, não dá mais para aguentar. Alguns livros dele são bons e eu gostei, mas fiquei com tanta raiva de Dois a dois que nunca mais quero chegar perto de algo escrito pelo autor.
As obras do autor são bem previsíveis e mesmo quando ele muda a receita, todos os ingredientes que já conhecemos estão presentes.

E é isso. Quando você começa a tentar entender o que deu errado ou, mais especificamente, onde você errou, é mais ou menos como descascar uma cebola. Há sempre outra camada, outro erro do passado ou uma lembrança dolorosa que surge e então conduz ainda mais para o passado, e ainda mais, em busca da verdade definitiva.
P. 18

Russell é o pior personagem que eu já conheci na vida. Pior que Bella de Crepúsculo e Anastacia de Cinquenta Tons de Cinza. Sério. Logo no início a mulher entra em trabalho de parto e o que ele faz? Vai tomar banho porque na maternidade irão tirar fotos e pessoas irão cumprimenta-lo.
Prêmio egoísta do ano. Obviamente ninguém ligou para ele ou quis saber se ele estava de banho tomado e barba feita nas fotos. Que idiota pensaria nisso na hora que a filha dele estava para nascer? Russell!
Depois ele praticamente larga o emprego para abrir o próprio negócio porque era o sonho da vida dele, mas em nenhum momento pensou que isso poderia prejudicar a família. Ele diz para a mulher que tudo vai continuar do mesmo jeito, não a coloca a par da situação econômica, mas acha ruim porque Vivian continua comprando. Que relacionamento péssimo é esse que ele não compartilha os problemas com a esposa?
E o livro todo ficamos com raiva desse idiota que se acha no direito de reclamar da vida com os pais e a irmã. Temos os pais de Russell, que são aposentados, mas têm vida e compromissos, já que os filhos são adultos e saíram de casa e ele acha ruim porque a mãe dele não pode ficar com London por alguns momentos.
Eles amam a neta, mas isso não significa que devem ficar de babá sempre que o filho precisar. Ele é o pai, que faça o seu papel direito. Consiga uma creche, uma babá, seja pai o suficiente para tomar essas decisões sem jogar tudo nas costas da mulher.

– Porque terapia não tem a ver com mudar outra pessoa. Tem a ver com tentar mudar a si mesmo.
P. 62

Vivian é uma personagem sem sal. Como a narrativa é em primeira pessoa e contada por Russell, ela é totalmente blasé. Ela pareceu ser mais sem graça do que é exatamente pela forma como foi feita a narrativa.
A única pessoa que presta na história é Marge, a irmã de Russ. Ela é incrível, dá bons conselhos, é pé no chão e tenta mostrar para o irmão os caminhos a serem seguidos.
Para variar, a história não tem um final feliz. É Nicholas Sparks, sempre acontece uma tragédia. Só que eu estava tão indignada com a história que eu só disse “pronto, morreu!” sem demonstrar nenhuma emoção, sem me importar realmente.
Só não joguei o livro na parede porque a edição foi bem feita, a editora tomou um cuidado especial. Gostei da capa, da formatação, da fonte utilizada e de todo o resto. Equipe gráfica fez um ótimo trabalho.

Em outras palavras, a culpa nem sempre é inútil. Ela pode nos impedir de cometer o mesmo erro duas vezes.
P. 164

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Livro: O sol também é uma estrela

Nicola Yoon
(5/5)
Editora Arqueiro
2017
288 páginas

O sol também é uma estrela narra a história de Natasha e Daniel.
Natasha é uma garota pés no chão que acredita em fatos e na ciência. Ela é a personificação da razão.
Daqui a 12 horas ela e a família serão deportados para a Jamaica. Desde os 8 anos de idade ela mora nos Estados Unidos, não se lembra do país natal e não quer deixar o país onde cresceu.
Ela faz sua última tentativa junto à imigração para continuar no país e enquanto anda pelas movimentadas ruas de Nova York conhece Daniel, um garoto descente de coreanos que mexe com ela.
Daniel é um bom filho e um bom aluno. Ele tem um irmão mais velho, que frequenta a melhor universidade dos Estados Unidos, de acordo com seus pais, Harvard. Ele vai para a segunda melhor universidade: Yale. Seus pais querem que ele seja médico. Daniel nunca se perguntou o que realmente quis, apenas viveu seguindo as instruções dos pais, mas ele sempre foi um sonhador e um poeta. Ele acredita em destino, ele tem fé, ele é a emoção em pessoa.
Daniel e Natasha se encontram nas ruas de Nova York, ela está indo a uma entrevista com um advogado que pode tentar resolver o problema dela com a imigração. Ele está indo para a entrevista da universidade. Quando a vê, Daniel esquece de todos os acontecimentos ao seu redor e só ela importa. Ele se apaixona à primeira vista e tenta fazê-la ver os sentimentos também.
Como Natasha é bem cética, Daniel usa um artigo do New York Times para provar que é possível fazer duas pessoas se apaixonarem respondendo a 32 perguntas íntimas e ficarem se olhando nos olhos por 4 minutos.
Ao mesmo tempo em que Natasha corre contra o tempo para impedir sua saída dos EUA e Daniel tenta reagendar sua entrevista da universidade, eles tentam provar a teoria do artigo.
Daniel é romântico e fofo e tenta persuadir Natasha de que está apaixonado por ela e que ela também está apaixonada por ele. Enquanto ela continua negando o sentimento.

Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória. Meu pai diz que não sabe de onde vem meu ceticismo; mas não sou cética. Sou realista. É melhor ver a vida como ela é, não como a gente quer que seja. As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.
P. 34

Há muito tempo não lia um livro tão gostoso assim. A primeira vez que li a sinopse e vi a capa não me interessei tanto assim, principalmente porque não conhecia a autora, mas resolvi tentar a sorte e solicitei o livro para resenha.
Fiquei muito feliz com o kit fofo que recebi: livro, buttom, almofada e cartela de tatuagens.
Comecei a ler despretensiosamente e me apaixonei logo nos primeiros parágrafos.

– Não acredito no amor.
– O amor não é uma religião. Ele existe, quer você acredite nele ou não.
P. 68

Me identifiquei muito com a Natasha. Chega um momento da vida em que é melhor encarar os fatos e não encher o coração de esperanças. Expectativas são frustradas todo dia, melhor ficar com a realidade. Mas assim como ela, eu não matei a esperança por completo. Em algum lugar lá dentro do peito existe aquele sentimento de “e se tiver chances de dar certo?”.
Conforme Natasha e Daniel vão passando as horas juntos e se conhecem eles vão mudando o modo de pensar. Ela deixa de ser totalmente a razão e ele totalmente emoção, como é o esperado que aconteça.
Na vida é preciso um equilíbrio entre razão e emoção e o encontro dos dois mostra isso.

Segundo os cientistas, existem três estágios no amor: desejo, atração e ligação. E, por acaso, cada estágio é orquestrado por substâncias químicas – neurotransmissores – no cérebro.
P. 87

O livro é narrado em primeira pessoa e os capítulos são alternados entre Natasha e Daniel e também entre os personagens que aparecem ao longo da história. Então sabemos o que se passa na mente de cada um quando cada evento acontece.
Aos poucos vamos nos apaixonando pela história e pelos personagens e não é possível largar o livro. Uma história emocionante e surpreendente.

Algumas pessoas existem na nossa vida para fazer com que ela seja melhor. Algumas existem para deixa-la pior.
P.207

Como disse, o livro é dividido em capítulos de cada personagem. A maioria dos capítulos é bem curtinha. Alguns poucos possuem mais de 2 páginas. Então é aquela coisa: “o capítulo é curtinho, vou ler só mais esse.” e quando foi ver já tinha terminado.
Além disso é uma leitura bem fluida.
Estou apaixonada por ele e vou falar para todo mundo que passar na minha frente: LEIA!

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